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Edge of the World, uma paisagem do outro mundo

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Arábia Saudita Médio Oriente Riade Miradouros
Atualizado em 9.12.2022 | Tempo de leitura: 6 minutos

Visitar Edge of the World, Arábia Saudita
As vistas incríveis a partir do Edge of the World

Uma das principais razões para ter voado para Riade – em vez de Jeddah – era a oportunidade de visitar Jebel Fihrayn, mais conhecido como Edge of the World.

Trata-se, nas palavras do Atlas Obscura, de uma “inesperada e dramática maravilha geológica no deserto rochoso a noroeste de Riade”. As falésias erguem-se do nada em pleno ambiente desértico, altas e imponentes como uma grande muralha natural. É um espetáculo grandioso!

E assim, numa sexta-feira soalheira e na companhia de um bem-disposto grupo de portugueses a viver em Riade – de médicos e assistentes de bordo -, distribuídos por dois jipes, rumei ao Edge of the World.

A minha visita ao Edge of the World (Jebel Fihrayn)

Jebel Fihrayn
Chegada às falésias de Jebel Fihrayn

Saí de Shaqra às primeiras horas da manhã, a tempo de fazer uma curta paragem na aldeia de Al Qasab – uma das aldeias de adobe da Arábia Saudita – para visitar o interior da sua muralha defensiva.

O encontro com os amigos portugueses estava marcado para a povoação de Sadus (a uns 60 quilómetros de Riade), a partir de onde a estrada penetrava deserto adentro a caminho do objetivo final: Jebel Fihrayn (ou Edge of the World). Juntos, fizemo-nos à estrada.

Os últimos 20 ou 30 quilómetros foram passados por caminhos roubados ao deserto rochoso, com muita pedra e cascalho, que foram piorando à medida que os rodados avançavam. Uma viagem deliciosamente desconfortável, até que se avistaram as primeiras escarpas de Jebel Fihrayn e começou o deslumbramento.

Edge of the World
Um saudita em visita ao Edge of the World

Começámos a caminhar em direção ao precipício, os olhos brilhantes como o sol e fixos no infinito, os pés movimentando-se cautelosamente junto à escarpa para prevenir escorregadelas fatais, o corpo com vontade de voar sobre o deserto. E uma sensação de pequenez tremenda perante a magnitude da paisagem.

Era uma visão avassaladora.

Só apetecia ali ficar a contemplar. A sentir. A voar com a mente. Em silêncio.

Edge of the World, Arábia Saudita
Um momento épico num dos miradouros naturais no Edge of the World, Arábia Saudita

Buscando no baú das memórias, só me recordo de um lugar comparável ao Jebel Fihrayn saudita: os kaluts iranianos, um dos locais mais fantásticos que conheço.

Ainda embasbacado, regressei ao local onde tínhamos deixado os jeeps. Ali próximo, os amigos portugueses tinham já preparado um fogareiro e, entre enchidos, queijos e batatas fritas, nada faltava (quer dizer, não havia cerveja!). Incluindo umas saborosas espetadas de frango que haveríamos de comer, ali mesmo, no topo do Edge of the World.

Mas o dia ainda nos reservava mais surpresas…

Turistas no Edge of the World
Grupo de turistas no Edge of the World

De onde vem o nome Edge of the World?

Parte integrante do colossal Jibal Tuwaiq, um dos mais proeminentes acidentes naturais da Arábia Saudita, com mais de mil quilómetros de extensão, o Edge of the World deve o seu nome aos miradouros naturais com vistas infinitas para as planícies desérticas envolventes, a partir do topo de escarpas verticais com mais de trezentos metros de altura. É como se estivéssemos, literalmente, na “borda do mundo”!

Por que há fósseis marinhos em Jebel Fihrayn?

O corte vertical da escarpa revela diversas camadas de segmentos acumulados numa época em que o leste da Península Arábica estava submerso. Sim, ao que consta a região foi, há uns bons 150 milhões de anos, um mar tropical de baixa profundidade. E essa é a razão por que se encontram tantos fósseis de corais a caminho do Edge of the World.

Encontro de culturas após visitar o Edge of the World: um convite surpreendente na povoação de Sadus

Hospitalidade saudita
Parte da família que nos convidou para sua casa em Sadus

De regresso a Sadus, parámos junto à mesquita para voltar ao carro e usar uma casa de banho pública. Foi quando um portão se abriu do outro lado da rua e todo o grupo foi convidado a entrar.

As mulheres do nosso grupo não tinham véu na cabeça, nem tampouco abaias no corpo. Na verdade, usavam roupas justas e desportivas; mas, surpreendentemente, apesar daquele ser um meio pequeno e tradicional, o convite manteve-se: “não tem importância, venham”.

Lá dentro, vários homens estavam sentados num pátio exterior, em volta de uma mesa, a conversar e a tomar chá. Era um encontro familiar semanal, que ocorre todas as sextas-feiras, explicaram. O velho anfitrião, poeta, presenteia-nos com um poema de boas-vindas em árabe arcaico.

Por ali ficámos, à conversa, homens e mulheres, como convidados especiais desse encontro de família. “Deviam ter vindo mais cedo e tinham almoçado connosco”, disse um deles. Estavam genuinamente agradados com a nossa presença.

Foi o epílogo perfeito – e surpreendente! – para a visita ao Edge of the World. Tinha sido um dia em cheio! Despedimo-nos dos anfitriões sauditas, voltámos aos carros e encetámos o regresso a Riade.

Guia prático

Como chegar

O Edge of the World dista sensivelmente 90 quilómetros de Riade; é perfeito para um passeio de um dia a partir da capital saudita. Aconselha-se viagem em veículo 4×4, de preferência acompanhado de, pelo menos, outra viatura.

Agências como a Ghazi Tours, sedeadas em Riade, organizam passeios para o Edge of the World – normalmente às sextas-feiras.

Note que não há transportes públicos para chegar ao Edge of the World, nem qualquer apoio logístico – cafés, restaurantes ou hotéis – no local.

Onde ficar

O mais comum é pernoitar em Riade e fazer um passeio de ida e volta até ao Edge of the World. A esse respeito, escrevi um texto sobre onde ficar em Riade, onde explico as vantagens e desvantagens dos diferentes bairros da cidade – e cuja leitura recomendo.

Em resumo, eu fiquei no hotel OYO 150 Al Hamra Palace Al Aswaq, na região de Al Batha e, honestamente, creio não ser a melhor opção. E isto apesar de quase sempre procurar ficar alojado em regiões alternativas; nos centros históricos ou, pelo menos, longe dos distritos financeiros. Muito melhores são as regiões de Al Olaya e Al Sulimaniyah, onde recomendo que procure hospedagem.

Em concreto, o Courtyard by Marriott Riyadh Olaya é um quatro estrelas impecável (muito mais barato do que o luxuoso Hyatt Regency Riyadh Olaya). Noutro espectro de preços, o Al Khozama Hotel e o aparthotel Al Diafah Apartments Olaya, ainda em Al Olaya, são muito elogiados e oferecem uma boa relação qualidade/preço.

Alternativamente, caso prefira ficar no distrito de Al Sulimaniyah, os hotéis Suite Inn Hotel Riyadh e Hyatt Place Riyadh Sulimaniyah são excelentes escolhas para dormir em Riade. Caso queira poupar na hospedagem em Riade, o Nozol Al Toot Furnished Units é um aparthotel a considerar em Al Sulimaniyah.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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