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Por entre as brumas de Sigiriya

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Ásia Sigiriya Sri Lanka UNESCO
Atualizado em 1.09.2022 | Tempo de leitura: 6 minutos

Visitar Sigiriya, Sri Lanka
Caminhando em direção ao topo de Sigiriya

Saí da cama e, lá fora, um manto espesso e branco envolvia Sigiriya. Na verdade, não se via absolutamente nada. Nem o topo da rocha, para lá do arrozal contíguo à casa de Milton que eu tão bem observara na tarde anterior – e que fora invadido durante a noite por uma manada de elefantes, levando os agricultores locais a lançar pequenos foguetes para assustar os animais e impedir a destruição da colheita -; nem sequer o próprio arrozal. Sigiriya parecia envolta em algodão-doce. Nada se via. E estava fresco.

Tomei café, entrei no tuk tuk de Milton e cheguei à bilheteira do sítio arqueológico pouco passava das sete horas da manhã. Havia ainda pouca gente a visitar Sigiriya – o primeiro objetivo estava alcançado.

Conteúdos do Artigo
  • 1 A minha visita a Sigiriya (o que ver)
    • 1.1 Jardins Reais de Sigiriya
    • 1.2 Frescos e Parede dos Espelhos
    • 1.3 Portão do Leão
    • 1.4 Topo de Sigiriya: o Palácio Real
  • 2 Guia prático
    • 2.1 Como organizar a visita a Sigiriya
    • 2.2 Onde ficar
    • 2.3 Seguro de viagem

A minha visita a Sigiriya (o que ver)

No topo de Sigiriya
Apreciando a vista a partir do topo de Sigiriya

De bilhete comprado, comecei então a caminhar em direção à rocha em cujo topo – reza a teoria mais consensual – o Rei Kashyapa do Sri Lanka mandou construir o seu palácio real, no longínquo século 5 A.D.

A temperatura estava ideal para caminhar. Não iria conseguir tirar fotografias mil vezes publicadas do topo de uma Sigiriya bem iluminada contra um céu azul, lindo. Mas nada disso me incomodou. Aprendi, numa recente visita à Mata do Buçaco, a valorizar as neblinas. Criam ambientes misteriosos, quase místicos – que, em muitos locais, só acrescentam à experiência. Em Sigiriya foi assim.

Olhando para cima, a rocha de Sigiriya era uma nuvem. Por vezes conseguia distinguir a sua silhueta, mais escura; outras, era pura neblina. Ao ponto de mal conseguir ver os antigos Jardins Reais, a caminho do local arqueológico que a UNESCO incluiu na lista de Património Mundial do Sri Lanka. Foi por onde comecei a explorar Sigiriya.

Jardins Reais de Sigiriya

Jardins Sigiriya
Os imponentes jardins de água, em Sigiriya

Os jardins reais, incluindo os simétricos jardins de água, exemplificam, segundo a literatura oficial, “a excelência da antiga tecnologia hidráulica do Sri Lanka”. Tal como nos qanats iranianos, que visitei vezes sem conta, a água é transportada por canais subterrâneos até às fontes, recorrendo ao “simples princípio da gravidade e pressão”.

Para além das fontes, há várias piscinas abraçadas por jardins verdejantes e muito agradáveis. Apesar disso, optei por caminhar em direção à rocha de Sigiriya sem explorar demoradamente os jardins; o objetivo era subir Sigiriya o quanto antes. Despida de multidões.

Frescos e Parede dos Espelhos

Visitar Sigiriya: Mirror Wall
Caminhando em direção à Parede dos Espelhos de Sigiriya

Depois de subir uma escadaria em caracol muito estreita, cheguei a uma pequena reentrância na rocha. Nas paredes, havia frescos com representações femininas cujas cores estavam incrivelmente vívidas. Estranhei, pensando terem sido objeto de restauro recente; mas, aparentemente, o facto de algumas imagens estarem protegidas da luz solar fez com que resistissem quase intocadas ao passar dos anos.

No passado, toda a escarpa terá estado pintada, formando uma pintura gigante; mas não há consenso sobre o significado das figuras. Alguns estudiosos sugerem serem “ninfas celestiais que transportam flores”; outros “rainhas e concubinas”. E outros ainda alvitram estar-se perante “manifestações da deusa Tara”. Seja qual for o propósito dos seus criadores, vale a pena parar para apreciar os frescos de Sigiriya.

Depois de o fazer, desci a escadaria em caracol e, logo a seguir, apareceu a chamada Parede dos Espelhos. Trata-se de uma pedra muito lisa com várias inscrições – algumas muito antigas – e pouco mais. Como visitante, não achei grande interesse; mas reza a lenda que, originalmente, a parede estava tão polida que o Rei conseguiria ver-se ao espelho enquanto caminhava junto à pedra. Seja.

Portão do Leão

Leão de Sigiriya
Início da escadaria final rumo à fortaleza, junto às Patas de Leão de Sigiriya

Prossegui então caminho até à plataforma que dá nome ao local arqueológico (Sigiriya significa literalmente “Leão de Rocha”), onde dei de caras com as imponentes Patas de Leão. É o que resta do leão de pedra e tijolo de proporções gigantescas que ali existiu; e marca o início da grande escadaria de acesso ao topo da rocha onde o Rei Kashyapa mandou erigir a sua fortaleza. Hoje em dia, as Patas de Leão são uma das imagens mais icónicas de Sigiriya.

Estava, pois, no chamado Portão do Leão, através do qual se acede ao que resta da fortaleza de Sigiriya, lá bem no topo. Descansei um pouco, desfrutei do ambiente místico proporcionado pela intensa neblina, e recomecei a subir rumo aos céus.

Topo de Sigiriya: o Palácio Real

Paisagem em Sigiriya
A floresta envolvente, vista da antiga fortaleza de Sigiriya

Quando cheguei ao topo, a neblina continuava densa, mantendo aquela áurea de misticismo que tornava o local ainda mais especial. Mas o melhor é que, pouco a pouco, à medida que o astro-rei foi subindo no horizonte, Sigiriya foi-se mostrando.

Tive, pois, o privilégio de desfrutar do sítio arqueológico de Sigiriya envolto em brumas; mas também do que resta da fortaleza real e da magnífica paisagem a partir daquele terraço extraordinário já com as cores mais calorosas de um dia de sol.

Foi perfeito!

Turistas a visitar Sigiriya
Dois jovens turistas exploram a antiga fortaleza de Sigiriya, já depois da neblina dissipar

Não poderia pedir mais para a minha visita a Sigiriya.

Veja também a experiência sobre a subida a Pidurangala.

Guia prático

Como organizar a visita a Sigiriya

Decidi visitar Sigiriya de manhã cedo (o mais cedo possível) para evitar duas coisas: as multidões e o calor. E não me arrependo da decisão. O problema é que por volta das 8:30-9:00 começam a chegar os grandes autocarros de turismo e, como boa parte da subida a Sigiriya é feita numa escadaria estreita, passará muito tempo em fila indiana e a progredir muito devagar – bom para testar os seus nervos, mas não para visitar Sigirya.

Assim, recomendo vivamente que fique alojado na localidade de Sigiriya (ver sugestões abaixo), para poder visitar Sigiriya logo pelas 7:00, hora de abertura do local arqueológico. O fim da tarde é outra boa altura em termos visuais, mas prepare-se para mais calor e mais turistas.

A entrada em Sigiriya custa 30 USD, que podem ser pagos na moeda norte-americana ou no equivalente em Rupias do Sri Lanka; não aceitam Euros. Se quiser evitar as filas nas horas de maior movimento, pode reservar o bilhete online e levantá-lo presencialmente nas bilheteiras no dia da visita. Eu não o fiz e não tive problema mas, relembro, fui muito cedo (muito antes dos autocarros turísticos começarem a chegar).

Onde ficar

Eu escolhi a guesthouse Sigiriya Paradise Inn por recomendação de amigos, e só tenho elogios a fazer a Milton e sua família. Os quartos são amplos e muito limpos, o chuveiro é maravilhoso, o pequeno-almoço farto e delicioso; e, acima de tudo, a família é simpática, prestável e acolhedora. Senti-me em casa.

Caso esteja esgotado, veja também a The Otunna, a Shady Mango Villa o The Nature Park Villa ou o Sigiriya Amenity Homestay; são todas guesthouses baratas e excelentes.

Se prefere hotéis mais caros e luxuosos, não se arrependerá de ficar hospedado no Amaya Signature Kandalama Dambulla, no Jetwing Vil Uyana ou no Heritance Kandalama. Para outras alternativas, veja todos os hotéis de Sigiriya clicando no link abaixo. Não faltam boas opções.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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