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As incríveis grutas de Dambulla (Sri Lanka)

Por Filipe Morato Gomes
Visitar templo na rocha de Dambulla
Gruta principal (nº 2) de Dambulla

Caso esteja a planear um roteiro de viagem no Sri Lanka com passagem pela região centro do país, é muito natural que já tenha ouvido falar dos templos budistas escavados nas rochas de Dambulla. São, sem qualquer dúvida, porventura a par da fortaleza de Sigiryia, um dos locais mais extraordinários que tive oportunidade de visitar no país.

As grutas de Dambulla ficam no coração do chamado Triângulo Cultural do Sri Lanka, e são verdadeiramente espetaculares!

Buda deitado, Dambulla
Estatua de Buda deitado, Gruta nº 5, Dambulla

Não por acaso, a UNESCO classifica Dambulla como “o maior e mais bem preservado complexo de cavernas-templos do Sri Lanka”; e “um local de peregrinação sagrada” por mais de 2.200 anos. As 157 estátuas e as pinturas murais budistas (cobrindo uma área de 2.100 m2) são de particular importância. Estão, na verdade, entre as mais importantes e evocativas artes religiosas do Sri Lanka.

“O conjunto monástico de Dambulla é um exemplo notável da arte e expressão religiosas do Sri Lanka e do sul e sudeste da Ásia. O santuário da caverna, com as superfícies pintadas e estátuas, são únicos em escala e grau de preservação. O mosteiro inclui obras-primas significativas da arte do século XVII na escola de Kandy, no Sri Lanka.”, UNESCO

Venha daí nesta viagem de puro deslumbramento!

Visitar as grutas de Dambulla (a minha experiência)

Vistas a partir de Dambulla
As vistas sobre a paisagem circundante são soberbas

O complexo de templos de Dambulla é composto por cinco grutas individuais, escavadas pelo homem num penhasco gigantesco.

Cheguei de táxi e comecei a subir o trilho de acesso ao complexo de cavernas. O céu estava nublado, mas a beleza da paisagem foi-se revelando à medida que subia os 200 degraus (seriam mais?) em direção às grutas.

Porta de acesso às grutas de Dambulla
Entrada para Dambulla

Após passar a entrada do complexo monástico, era então hora de percorrer o pátio em direção às cavernas propriamente ditas. Havia no ar um cheiro muito agradável e relaxante, típico dos mosteiros budistas. Tudo era serenidade!

Os sapatos tinham sido deixados à entrada, pelo que o chão de pedra, aquecido por horas de sol forte e direto, quase queimava os pés.

Turistas em Dambulla, Sri Lanka
Turistas visitando o complexo monástico de Dambulla, literalmente escavado na rocha

Fui entrando em cada uma das cinco cavernas de Dambulla, uma a uma, explorando os detalhes decorativos de cada espaço. Vou-me abster de descrever detalhada e individualmente cada uma das grutas, deixando asas para a sua descoberta.

Centremo-nos, pois, na chamada Gruta nº 2 – a maior e mais impressionante de Dambulla.

Templo principal de Dambulla
Outro ângulo do templo principal de Dambulla

Chamada de Maharajalena – ou Gruta dos Grandes Reis -, a Gruta nº 2 está repleta de estátuas, maioritariamente religiosas, esculpidas na rocha viva, madeira ou estuque. Não menos relevante, tem centenas (ou serão milhares?) de frescos coloridos verdadeiramente belos, pintados nas paredes e no teto da gruta.

A caverna inclui imagens de Buda – sentado, deitado e em pé -, além de representações dos deuses Natha, Maitreya, Upulvan e Saman; e de uma estátua de madeira em tamanho natural que se acredita ser uma representação do Rei Valagamba. Wow!

Arte sacra em Dambulla
Dambulla está pejada de estatuetas de caráter religioso (Gruta nº 2)

Para mim, apesar de pouco entendido nas artes ligadas à religião, foi com um prazer incalculável que percorri cada recanto de cada uma das grutas de Dambulla.

Quando, por fim, resolvi descer à terra – que é como quem diz, à base da colina – tinha o taxista à minha espera para me levar a Sigiryia, próxima paragem da minha viagem por terras do Ceilão. Estava cansado mas feliz.

Guia prático

Como chegar a Dambulla

Se viajar de transportes públicos, apanhe um autocarro que percorra a A6 (estrada que liga Kandy a Dambulla), saia junto à mal-assinalada estrada de terra batida que segue em direção às grutas de Dambulla; e, aí, apanhe um tuk tuk. Pode ver a localização exata das grutas no Google Maps.

Se preferir maximizar o roteiro de viagem no Sri Lanka, pode também contratar um táxi em Kandy, parar em Dambulla para visitar as grutas e, depois, seguir viagem até Sigiriya. Foi exatamente o que fiz. Após muito negociar, paguei 6.000 rupias pela viagem (várias pessoas me disseram que o preço “normal” rondava as 8.000 rupias, mas não sei se é ou não verdade).

Dicas para visitar as grutas de Dambulla

Eis algumas dicas adicionais para visitar as grutas de Dambulla sem sobressaltos.

  • Se possível, visite Dambulla de manhã muito cedo (7:00) ou, melhor ainda, ao final da tarde (quando tem menos gente e evita o calor). Tenha em atenção que a bilheteira encerra às 17:00.
  • Para entrar no complexo é preciso ter os ombros e os joelhos cobertos (se tiver um sarong resolve o problema); e para entrar nas grutas propriamente ditas terá de se descalçar. Por último, bonés e chapéus também não são permitidos.
  • Não é permitido tirar fotografias de costas para representações de Buda. Por uma questão de respeito, não prevarique!

Onde ficar em Dambulla

A povoação de Dambulla não tem nada de especial que justifique uma estadia (além das grutas, naturalmente). No meu caso, como referido, fui dormir a Sigiriya; mas, se por algum motivo lhe der mais jeito pernoitar em Dambulla, o Evergreen Hotel é uma escolha imbatível em termos de relação qualidade/preço (um quarto duplo custa cerca de 20€ por noite). Pode reservar à confiança.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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