Estive quase para não visitar o Museu do Perfume, também conhecido por Museu Farina, durante a minha curta passagem por Colónia. Inicialmente, não pensei que pudesse ter assim tanto interesse; mas acabei por decidir ir e, no fim de contas, valeu a pena.
Visitar o Museu do Perfume na Casa Farina
O museu está instalado na chamada Casa Farina, tida como “a mais antiga casa de perfumes do mundo”. A sua visita permite conhecer a história da Eau de Cologne, a fragrância original criada por Giovanni Maria Farina, um italiano que se instalou em Colónia no início do século XVIII.
Cheguei à Casa Farina um pouco antes da hora marcada para a visita com guia em Português. Éramos 15 pessoas, entre brasileiros e portugueses. A visita ao Museu do Perfume começou com a subida ao primeiro andar, conhecido por Bel Étage; um espaço recheado de quadros, móveis antigos e frascos de perfume. É aparentemente a sala onde Giovanni Farina recebia os seus convidados.
Dadas as primeiras explicações sobre a água de colónia criada por Farina, entrámos verdadeiramente no museu.
Passámos depois pelo escritório, onde ainda se encontra a escrivaninha original usada pelo perfumista. Porventura mais emocionante, havia vitrinas com inúmeros frascos de vidro, lindos e antiquíssimos, onde outrora a água de colónia era vendida.
Depois de algumas informações sobre a cópia de que a água de colónia foi alvo (“à época não havia direitos de autor”, explicou Cristiana, a guia de origem brasileira que conduziu a visita), prosseguimos para a chamada sala de essências.
Giovanni Farina terá escrito que tinha criado uma fragrância que fazia lembrar “uma manhã de primavera em Itália, logo após a chuva”. Pode ser. O cheiro é uma mistura fresca e juvenil, com alguns toques florais – diz-me o olfato; e a sua terra natal terá sido a inspiração para criar a sua Eau de Cologne.
Tal como já me havia acontecido na sala de aromas do Wine Centre de Napier, na Nova Zelândia – ou, mais recentemente, numa visita doméstica à Galeria da Biodiversidade, no Porto -, o meu olfato foi posto à prova. Cristiana pediu para que os presentes tentassem identificar quatro ou cinco odores “guardados” em frascos; tarefa que se revelou dificílima.
A ideia não era identificar o odor à “manhã de primavera em Itália, logo após a chuva” descrito por Farina; era mais um exercício lúdico, e uma forma divertida de concluir o tour ao museu. O cheiro a rosas foi o único que todo o grupo identificou; o cheiro a frutas, como a maçã, já foi menos óbvio; e outros cheiros houve que ninguém acertou.
Antes de sairmos da sala de essências, Cristiana deu café a cheirar aos presentes, com a explicação de que anularia os odores anteriores para “evitar dores de cabeça”. Pouco depois, era hora de terminar a visita ao Museu do Perfume e voltar à loja da Casa Farina, ponto final na visita guiada pelas origens da água de colónia.
Guia prático
Como visitar o Museu do Perfume
A única forma de visitar o museu é acompanhado por um guia, em horários pré-determinados que pode consultar no site oficial da Casa Farina. A maioria das visitas guiadas tem explicações em alemão; mas há também visitas em línguas como o inglês, italiano, espanhol e português.
A entrada custa 5€ por pessoa, e a visita dura sensivelmente uma hora; é recomendável reservar online com antecedência.
Como chegar a Colónia
Eu voei de Lisboa para Colónia com a TAP, com o objetivo de produzir conteúdos sobre destinos servidos pela companhia aérea portuguesa. O voo dura sensivelmente três horas.
Para ir do aeroporto internacional Colónia-Bona até ao centro da cidade, a forma mais prática e rápida é apanhar um comboio com destino à estação central de Colónia, junto à catedral; a viagem dura pouco mais que 15 minutos e custa 2.80€.
Onde ficar
Eu fiquei alojado no Lindner City Plaza, um hotel de quatro estrelas de grandes dimensões, muito bem localizado nas proximidades do Belgian Quarter e com excelente relação qualidade/preço.
Alternativamente, recomendo que espreite os muito elogiados Excelsior Hotel Ernst am Dom (cinco estrelas) e CityClass Hotel Residence am Dom (quatro estrelas), ambos junto à Catedral de Colónia; o Stern am Rathaus (três estrelas); o 1st Floor Köln 2, um hotel fantástico mas mais afastado do centro; ou, por fim, o mais barato Sandmanns am Dom.
Se prefere o ambiente sociável de um hostel, vai ser difícil encontrar melhor que o Hostel die Wohngemeinschaft. Absolutamente maravilhoso (e mais barato)!
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