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Santo Domingo, o que fazer na capital da República Dominicana

Museu das Casas Reais, Santo Domingo
Exterior do Museu das Casas Reais, na Zona Colonial de Santo Domingo

Depois de aterrar em Punta Cana, Santo Domingo foi o primeiro destino do meu roteiro de viagem pela República Dominicana. O seu centro histórico, de inspiração colonial, é classificado pela UNESCO como Património Mundial; e sem dúvida que, entre igrejas, muralhas e palacetes, não faltam atrativos históricos e patrimoniais para visitar na capital dominicana.

Dito isto, o que mais me surpreendeu em Santo Domingo foi… a música. De todas as esquinas ecoa música – muitas vezes oriunda dos omnipresentes colmados! -, quase sempre alta e alegre, emprestando à atmosfera descontraída da cidade um ambiente festivo e bem-disposto.

E assim, entre igrejas e catedrais, pequenos museus, bons cafés e o simples ato de vagabundear pelo centro histórico, a verdade é que não falta o que fazer em Santo Domingo. Partilho um pouco da minha experiência a visitar Santo Domingo, com referências às principais atrações turísticas que conheci na capital dominicana. Eis, pois, o que fazer em Santo Domingo numa estadia de dois ou três dias. Vamos a isso!

O que fazer em Santo Domingo (a minha experiência)

Zona Colonial de Santo Domingo
Rua do centro histórico (Zona Colonial) de Santo Domingo

Antes de mais, convém dizer que, tal como em muitas cidades com passado colonial, uma das coisas de que mais gosto de fazer em Santo Domingo é de caminhar sem rumo pelas ruas do seu centro histórico, localmente chamado de Cidade Colonial.

Há um conjunto de património arquitetónico, museus e espaços ligados às artes que vale a pena incluir numa eventual visita à capital da República Dominicana. Para mim, aliás, toda a cidade foi uma agradável surpresa, pelo que partilho aqui sugestões concretas sobre o que fazer e visitar em Santo Domingo. Em concreto:

Visitar o Museu Memorial da Resistência Dominicana

Museu da Resistência Dominicana, Santo Domingo
Interior do excelente Museu Memorial da Resistência Dominicana, em Santo Domingo

Seguramente um dos mais interessantes museus de Santo Domingo, o Museu Memorial da Resistência Dominicana é local de visita obrigatória em qualquer estadia na cidade.

Lá dentro, é possível tomar contacto com as lutas de várias gerações de dominicanos durante a ditadura de Rafael L. Trujillo, seus antecedentes e consequências. No fundo, creio que o projeto museológico é uma homenagem a todas as vítimas da luta pela democracia, pelo que não há muito mais a acrescentar. É visitar sem reservas – e de preferência com tempo!

Visitar a Catedral de Santo Domingo (Nossa Senhora da Encarnação)

Catedral de Santo Domingo
Nave central da Igreja Nossa Senhora da Encarnação, a Catedral de Santo Domingo

Tida como a mais antiga catedral do continente americano, a Catedral de Santo Domingo está localizada no coração da cidade colonial que a UNESCO inclui na lista de Património Mundial da República Dominicana.

Trata-se de uma “robusta catedral gótica do século XVI, com fachada em calcário coral dourado e peças de arte históricas”, e cuja visita recomendo vivamente. É verdadeiramente imponente.

Conhecer o Panteão da Pátria

O que fazer em Santo Domingo: visitar Panteão da Pátria
Panteão da Pátria

Passei à porta do Panteão da Pátria (ou Panteão Nacional) enquanto deambulava pelo centro histórico de Santo Domingo, a caminho do Alcácer de Colombo. A fachada neoclássica do edifício chamou a minha atenção e, sem saber bem ao que ia, decidi entrar. E ainda bem que o fiz.

Na verdade, desde o século XVIII que a antiga igreja jesuíta se transformou em mausoléu nacional. É lá que repousam os restos mortais de alguns heróis dominicanos, como Gregorio Luperón, Salomé Ureña e José Núñez de Cáceres, entre outros.

Em suma, mesmo não sendo uma atração turística em si mesmo, não dei o tempo por mal empregado. Pelo contrário.

Museu do Âmbar

O que fazer em Santo Domingo: visitar Museu do Âmbar
Museu do Âmbar, na Cidade Colonial de Santo Domingo

É provável que, para a maioria dos turistas, visitar o Museu do Âmbar não esteja no topo da lista com o que fazer em Santo Domingo. E há, de facto, atrações mais impactantes.

Mas, na minha opinião, é um pequeno museu que deve mesmo incluir no roteiro pela capital dominicana, especialmente para quem gosta de ver este tipo de pedras. Note que o âmbar não é considerado uma pedra preciosa, mas sim uma resina fóssil. É muito utilizado na produção de objetos decorativos.

Nas palavras oficiais, no Museu do Âmbar podem encontrar-se “detalhes históricos e científicos da vegetação da época, os animais que foram fossilizados em âmbar e tudo relacionado com a formação e características do âmbar”. Gostei muito!

Em Santo Domingo existe também um Museu de Larimar, considerado “um dos minerais mais raros do planeta” e exclusivo da região montanhosa de Bahoruco, na República Dominicana. Mas, honestamente, foi uma desilusão e não creio que o museu valha a visita.

Alcácer de Colombo

Alcácer de Colombo, Santo Domingo
Interior do museu instalado no Alcácer de Colombo

Construído por Diogo Colombo, filho do navegador Cristóvão Colombo, para servir como moradia enquanto governador, o Alcácer de Colombo é um imponente palácio atualmente transformado em museu. Foi o primeiro palácio fortificado construído na época hispânica; e teria, à época, 55 quartos.

Hoje em dia, é uma das principais atrações turísticas de Santo Domingo, sendo igualmente visitado por muitas crianças locais em idade escolar. Fica na Praça de Espanha.

Parque Natural Três Olhos

Tres Ojos, Santo Domingo
Gruta junto ao chamado Quarto Lago, no Parque Três Olhos

Experimente perguntar a algum habitante local o que fazer em Santo Domingo que a resposta incluirá, invariavelmente, uma visita a Tres Ojos. Trata-se de um parque natural que sobreviveu ao desenvolvimento urbano, e onde se podem encontrar espaços verdes e alguns cenotes.

Como é evidente, para quem conhece os cenotes do México, os três lagos mais facilmente acessíveis podem não impressionar; mas estou certo de que, apanhando a barcaça em direção ao quarto lago, o visitante dará a visita por bem empregada. É lindíssimo! A entrada do parque fica sensivelmente a 6 km do centro histórico de Santo Domingo.

A melhor forma de chegar a Los Tres Ojos é de Uber.

Apreciar o Convento Dominicano

Convento Dominicano, Santo Domingo
Fachada do Convento Dominicano diante do Parque Duarte, em Santo Domingo

O chamado Convento Dominicano, localizado em frente ao popular Parque Duarte, é um edifício muito bonito, que merece sem qualquer dúvida a atenção do viajante. Infelizmente, durante o tempo em que estive em Santo Domingo nunca o encontrei aberto, pelo que não consegui visitar por dentro. Esteja atento – até porque é natural que passe pela Calle Padre Billini enquanto passeia pela cidade colonial.

Fortaleza Ozama

Fortaleza Ozama, Santo Domingo
Turista a visitar a Fortaleza Ozama, em Santo Domingo

Fui visitar a Fortaleza Ozama sem grandes expectativas, e confesso que fiquei positivamente surpreendido. Antes de mais, é tida como “a mais antiga fortaleza colonial das Américas”, tendo servido “tanto para defender a cidade dos piratas quanto para defender os governantes brutais da rebelião” popular. Posteriormente, a fortaleza foi usada como prisão (consta que Cristóvão Colombo ali esteve preso), função que abandonou na década de 60 do século passado.

Para o visitante, vale especialmente a pena subir à torre da fortaleza, que permanece em excelente estado de conservação. Pela minha parte, só não gostei do sol inclemente (não há sombras em quase todo o recinto) e do enorme navio de cruzeiros atracado no porto de Santo Domingo, a dois passos da fortaleza. Mas isso são outras histórias…

Apreciar a Igreja de Santa Bárbara

Igreja Santa Bárbara, Santo Domingo
Vista da Igreja de Santa Bárbara, uma das mais belas igrejas de Santo Domingo

A Igreja de Santa Bárbara, também conhecida como Catedral Castrense Santa Bárbara, é um daqueles lugares que fui visitar depois de ter visto uma fotografia marcada apenas como sendo de Santo Domingo. Indaguei onde seria, e acabei por conhecer uma catedral católica dedicada a Santa Bárbara de Nicomedia. Tem a particularidade de ter sido construída “no mesmo terreno onde os trabalhadores extraíram as pedras para a construção da Sé Catedral, do Alcácer [de Colombo], da Fortaleza [Ozama], das várias casas e instituições coloniais”; mas o que mais me surpreendeu foi mesmo a sua beleza.

Não tenho dúvidas em afirmar, aliás, que é uma das mais bonitas igrejas de Santo Domingo. Fica um pouco afastada das principais atrações do centro histórico, mas vale o desvio.

Assistir a um concerto ou peça de teatro dominicano na Casa do Teatro

Casa do Teatro, Santo Domingo
Galeria de arte na Casa do Teatro da capital dominicana

Uma das coisas mais surpreendentes de Santo Domingo é a quantidade de pequenos espaços independentes ligados às artes, onde é possível não só ver exposições ou tomar um copo mas, principalmente, assistir a peças de teatro (amador ou não).

É o caso da Casa do Teatro, um local histórico considerado “um dos centros culturais mais respeitados de Santo Domingo e da República Dominicana”. Além de exposições regulares de pintura e fotografia, tem um auditório onde se exibem filmes e acontecem concertos e peças de teatro, e ainda um bar interior onde se pode ouvir música ao vivo. Peças de teatro e concertos formais são realizados no anfiteatro.

Recomendo vivamente para quem quiser sentir o pulsar criativo da capital dominicana.

Saiba que há outros espaços dedicados às artes performativas em Santo Domingo, como o Microteatro ou o Teatrela.

Fotografar a Calle Hostos

Calle Hostos, Santo Domingo
Calle Hostos, em Santo Domingo

A determinada altura do planeamento da minha viagem à República Dominicana, encontrei uma fotografia que me chamou a atenção. Era uma típica rua de inspiração colonial, com as casas bem cuidadas e pintadas de cores fortes; que descobri posteriormente chamar-se Calle Hostos.

E assim, durante a estadia em Santo Domingo, fui verificar in loco. Fica a curiosidade, para quem tenha interesse em fotografar uma rua bonita e mais tranquila do que a maioria das artérias do centro histórico de Santo Domingo.

Portas de Santo Domingo

Porta do Conde, Santo Domingo
Vista da Porta do Conde, em Santo Domingo

Não falta o que fazer em Santo Domingo, é certo, incluindo coisas muito mais atraentes do que conhecer as “portas” da cidade. Mas a verdade é que a importância histórica de locais como a Porta do Conde, que foi a entrada principal da cidade fortificada de Santo Domingo, justificam a visita.

A porta faz parte de uma estrutura chamada El Baluarte del Conde e, ao que consta, o seu nome é uma homenagem ao Governador Bernardino de Meneses Bracamonte y Zapata, primeiro Conde de Peñalva, que terá salvado a cidade de um cerco da armada inglesa.

Referência ainda para o chamado Altar da Pátria e para o Parque da Independência, localizados nas proximidades da Porta do Conde. Tendo tempo, inclua-os no seu roteiro em Santo Domingo.

Tomar um café na Casa Barista

Casa Barista, Santo Domingo
Interior do café Casa Barista, em Santo Domingo

Para quem, como eu, gosta muito de cafés, não poderia visitar Santo Domingo sem conhecer alguns dos melhores cafés da capital dominicana. Nesse sentido, tinha três referências que ponderei conhecer, incluindo a excelente – mas cara! – Casa Barista. Fica no coração da cidade colonial e vale muito a pena.

Caso queira conhecer espaços mais alternativos, recomendo a Mamey Librería Café (estava fechado para obras quando visitei a cidade) ou o inesquecível Flor de Café, um pouco mais afastado do centro histórico. Ficam as dicas.

Tomar um copo num colmado

Colmado
Tomando uma cerveja num colmado de Santo Domingo

Poucas coisas haverá em Santo Domingo tão prazeirosas quanto entrar num colmado e beber uma cerveja na companhia de dominicanos e de música nas alturas. É como entrar no quotidiano local – uma experiência que recomendo bastante, especialmente ao fim da tarde. Entre os que conheci, sugiro uma visita aos colmados Los Muchachos e Las Mercedes.

Um colmado é uma pequena mercearia que, regra geral, é uma mescla entre minimercado e tasca. Em Santo Domingo, encontram-se quase sempre nas esquinas.

Outras coisas a fazer em Santo Domingo

Mas não é tudo. Como é evidente, esta não é uma lista exaustiva com o que fazer em Santo Domingo, mas sim o resultado da minha experiência a visitar a capital da República Dominicana. Até porque há coisas que só o tempo permite descobrir. Dito isto, além das atrações referenciadas no artigo (e no mapa), considere fazer ou visitar o seguinte:

  • Viagem no Teleférico de Santo Domingo;
  • Conhecer o já referido Mamey Librería Café (estava fechado para obras);
  • Ver uma peça de teatro no Microteatro (não tive tempo para o fazer);
  • Conhecer a Praça da Cultura e os museus envolventes (nomeadamente o Museu Nacional de História Natural e o Museu de Arte Moderna).

De resto, e embora seja um pouco mais longe de Santo Domingo, consta que a cidade de Bani tem as melhores mangas do mundo. Não tive oportunidade de fazer esse desvio durante a minha viagem à República Dominicana, mas fica a referência para quem tiver tempo. Fica a cerca de 60 km do centro da capital.

Mapa dos lugares a visitar em Santo Domingo

No mapa acima, encontra a localização exata de todos os lugares referenciados no artigo. Como vê, não falta o que fazer em Santo Domingo para dois ou três dias de estadia!

Dicas para visitar Santo Domingo

Como chegar a Santo Domingo

Para quem viaja de forma independente e sem carro alugado, saiba que há transportes públicos para Santo Domingo a partir do aeroporto de Punta Cana. Infelizmente, cheguei durante a noite, pelo que não me restou alternativa senão ficar a dormir em Punta Cana e apanhar um autocarro na manhã seguinte.

A viagem de autocarro entre Punta Cana e Santo Domingo dura cerca de duas horas e meia, e é operada pelas empresas Expreso Bavaro e APTPRA. Note que ambas param no aeroporto.

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Excursão em Santo Domingo

Caso prefira visitar Santo Domingo acompanhado por um guia local, veja este passeio guiado a pé pela Zona Colonial. Eu não experimentei, mas pode ser uma excelente introdução à cidade; especialmente para quem não tem vários dias para a explorar.

Transportes em Santo Domingo

Além de caminhar, a melhor forma de se deslocar em Santo Domingo para visitar atrações mais afastadas, como é o caso do Parque Tres Ojos, é, sem qualquer dúvida, de Uber. Utilizei algumas vezes e pude testemunhar que as viagens são seguras e baratas.

Onde ficar

Dada a dimensão de Santo Domingo, é importante escolher um hotel bem localizado para poder explorar a cidade colonial a pé; e, mais do que isso, essa localização vai influenciar a experiência. Veja o artigo especificamente sobre onde ficar em Santo Domingo, onde explico as vantagens e desvantagens de cada zona e dou exemplos dos melhores hotéis e pousadas; mas, em resumo, opte por pernoitar no centro histórico de inspiração colonial.

Em resumo, um dos melhores hotéis de Santo Domingo é, para mim, o Hotel Villa Colonial. A localização é perfeita, o casarão é charmoso e os anfitriões incrivelmente hospitaleiros e profissionais. Não muito longe fica o La Aldea, uma das unidades hoteleiras com melhor relação custo/benefício na cidade colonial de Santo Domingo.

Como terceira opção, não deixe de considerar o excelente e recentemente renovado Gran Hotel Europa. É muito, muito bom! De resto, para ver todas as alternativas de alojamento em Santo Domingo pesquise diretamente no link abaixo.

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Gastronomia e onde comer

Para almoçar, existem inúmeros comedores – tascas pequenas muito simples, com pratos do dia baratos e onde, regra geral, se vai buscar comida para fora – ou comidas rápidas como empanadas – e se come razoavelmente bem. É, para mim, uma excelente forma de tomar contacto com a base da gastronomia tradicional dominicana.

Em Santo Domingo, posso recomendar um comedor sem nome, localizado na rua onde fiquei hospedado. Foi-me recomendado pela minha anfitriã, é bom e barato, e tem sempre fila à porta – fica nesta localização. Note que pode não ser do agrado dos viajantes mais exigentes, mas eu adorei.

Para tomar o pequeno-almoço, caso sinta falta de sabores mais familiares, recomendo sem reservas o Corner Café. Trata-se de um café maravilhoso e despretensioso, junto ao Convento Regina Angelorum, muito mais barato do que o exclusivo café Casa Barista.

Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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