
Quando estava a preparar a minha viagem a Copenhaga, várias pessoas de diferentes sensibilidades me recomendaram fazer uma canal tour. Mal chegado à capital dinamarquesa, uma amiga de longa data natural da cidade lançou a mesmíssima sugestão quando nos encontrámos, afiançando que, apesar de turístico, “as pessoas de Copenhaga fazem o passeio uma vez por ano” assim que os raios de sol iluminam Nyhavn, anunciando o verão.
Era o caso, o tempo em Copenhaga estava magnífico e a sugestão pareceu-me esplêndida. Não tinha razões para deixar escapar a oportunidade de fazer um passeio de barco pelos canais de Copenhaga.
Passeio de barco pelos canais de Copenhaga
A partida do porto de Nyhavn

Antigo porto de Copenhaga, Nyhavn está atualmente transformado no principal polo agregador das movimentações turísticas da cidade. Ou, melhor dizendo, as suas casas de madeira coloridas transformaram-se na imagem de marca de Copenhaga, muito à semelhança de Bryggen, a zona velha da cidade norueguesa de Bergen. Onde antes havia marinheiros, bordéis e prostitutas, hoje há restaurantes, músicos de rua e turistas. Muitos turistas.
Por esta altura, Nyhavn tem fama de ser uma das zonas mais caras de Copenhaga, seja para viver, para jantar ou apenas refrescar a goela. Por isso mesmo, durante a minha estadia em Copenhaga, passei inúmeras vezes no porto de Nyhavn para desfrutar do ambiente mas nunca entrei num restaurante nem comprei cervejas nas esplanadas dos cafés; fiz como os dinamarqueses: comprei no supermercado e sentei-me nos muros do canal a desfrutar o calor primaveril.
À hora marcada, encontrei-me com Marie em Nyhavn (que se tinha oferecido para fazer o passeio de barco comigo), comprámos os bilhetes no operador barato (já lhe explico) e embarcámos pouco depois para um passeio de uma hora pelos canais de Copenhaga. À boa maneira dinamarquesa, e porque era fim de semana, ela trazia uma garrafa de vinho branco gelado e dois copos de plástico para saborearmos durante o passeio. Cheers!
Com quem fazer os passeios de barco em Copenhaga
Há duas companhias que operam as chamadas canal tours no porto de Copenhaga. Os barcos de ambas estão visíveis assim que chega a Nyhavn.
A Stromma, sob a marca Canal Tours Copenhagen, organiza um passeio de barco pelos canais denominado Grand Tour, que custa bem mais do que a sua concorrente (80 DKK), pelo que não há motivo aparente para optar por ela. A não ser que prefira a opção hop on – hop off, que permite fazer viagens ilimitadas, entrando e saindo em quatro distintas zonas da cidade (Gammel Strand, Nyhavn, The Little Mermaid e Christianshavn) durante um período de 24 horas. Os barcos da Stromma encontram-se logo no início de Nyhavn.
A outra companhia é a Netto-Badene, que organiza os passeios de uma hora por 60 DKK. Para ser sincero, não descortinei motivo suficiente para tão expressiva diferença de preço, à exceção do facto de ter visto alguns barcos da Stromma com cobertura, o que pode ser muito útil em dia de chuva ou tempo incerto (os barcos da Netto-Badden que eu vi eram todos descobertos, mas consta que ambas as empresas dispõem de barcos cobertos e aquecidos para usar entre o início de outubro e o fim de março). Os barcos da Netto-Badden estão na margem direita do canal, o lado oposto aos cafés e restaurantes de Nyhavn.
Naturalmente, fiz como os dinamarqueses e optei pela Netto-Badene, pagando apenas 60 DKK (cerca de 8€) pelo passeio de barco. E vale a pena? Sem dúvida – é dinheiro e tempo bem investidos, porque permite ver Copenhaga de outra perspetiva durante um passeio muitíssimo agradável. No fundo, é uma hora relaxada e bem passada.
Dica: pode utilizar o Copenhagen Card para fazer o passeio gratuitamente na Netto-Badden.
Navegando pelos canais de Copenhaga
Como já referi, comecei o passeio em Nyhavn. Eram 16:40, céu limpo e luz bonita para deleite dos candidatos a fotógrafos. Hora ideal nesta época do ano (fim de maio). Haveria cerca de 30 passageiros a bordo.
Assim que o barco zarpou, abrimos a garrafa de vinho branco – e que bela ideia ter vinho a bordo! Estava sol, havia dezenas de veleiros atracados nas águas dos canais e toda a Copenhaga parecia em festa com o advento do calor. Nas margens do canal Nyhavn, de um lado as antigas casas pintadas com cores garridas e um mar de gente na rua, aproveitando a tarde soalheira sentados no muro do canal ou nas esplanadas dos restaurantes; do outro, edifícios austeros já escurecidos pelas suas próprias sombras de final de tarde.
É uma perspetiva diferente do casario de Nyhavn, o epicentro turístico de Copenhaga visto a partir das águas do canal e envolvido por barcos e gente e alegria de ambos os lados.
Ao fim de alguns minutos, abandonámos Nyhavn e começámos a navegar em águas mais abertas. À nossa frente, a entrada para o multipremiado restaurante Noma, embaixador da nova cozinha escandinava – visto de fora, ninguém diria que no interior daquelas portas estaria um dos melhores restaurantes do mundo.
Passámos pelo exclusivo bairro de Holmen, não muito longe da “terra livre” de Christiania, com casas de madeira caras e maravilhosas de arquitetura moderna e vidros amplos para que melhor se desfrute da paisagem aquática.
Na viagem não poderia faltar a paragem junto à Pequena Sereia (vá-se lá saber por que razão é uma “atração turística” tão procurada!), localizada defronte da Cidadela de Copenhaga. O barco abranda para que os passageiros possam tirar fotografias aos turistas a tirar fotografias a turistas junto à Pequena Sereia. Logo a seguir, o barco deu então meia volta para uma visão do Palácio de Amalienborg e da magnífica Igreja de Mármore. Quando passámos em frente à Ópera de Copenhaga, o ambiente a bordo continuava descontraído, o clima agradável e o vinho branco a boa temperatura.
De volta aos canais mais estreitos, atravessámos o bairro residencial de Christianshavn, com direito a vislumbrar a Igreja do Nosso Salvador, momento em que, para “não perturbar os moradores”, o guia se calou por uns minutos. O passeio de barco pelos canais de Copenhaga entrava na sua reta final.
Serpenteámos pelo canal Frederiksholm, altura em que a perícia do capitão foi posta à prova numa curva apertadíssima, mas não tardou muito a regressarmos a Nyhavn, sair do barco e voltarmo-nos a sentar nas margens a conversar. Sessenta minutos de prazer tinham passado.
Pouco depois, começou inesperadamente a chover (os passageiros dos barcos seguintes chegaram com impermeáveis fornecidos pela tripulação no corpo). O timing do passeio não poderia ter sido melhor escolhido.
Em suma, quando decidir visitar Copenhaga, aconselho vivamente que reserve uma hora do seu tempo para fazer o passeio de barco pelos canais da cidade. Eu, pelo menos, adorei a experiência.
Veja onde ficar em Copenhaga.
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Confirmo, os barcos da Netto-Badene têm cobertura no inverno, e o passeio de barco vale mesmo a pena.
Obrigada pelas dicas, adorei! Vou a Copenhaga em breve e irei com certeza fazer este passeio :)
Óptimo post Filipe. Confirmo que o passeio de barco é imperdível, acrescento apenas uma justificação para plausível para a diferença de preço entre as duas operadoras (para além da pequena diferença de percurso) é o tempo de espera na fila para adquirir bilhete. Se realmente não é importante o tempo então a opção pela mais barata é viável.