
Ver peixinhos coloridos era um dos desejos que a Pikitim trazia para esta viagem. Não foi preciso esperar muito. A partir de Koh Jum, fizemos um passeio de barco ao parque natural das Phi Phi, e a máscara de snorkelling foi pela primeira vez utilizada – o tubo fica para outra oportunidade.
Em Koh Yao Yai e Railay passámos muitos dias na praia. Em Koh Jum, o nosso destino seguinte – que se revelou uma felicíssima escolha -, decidimos que era altura de experimentar, finalmente, o snorkelling em mar alto. Esperávamos um passeio de barco a quatro das seis ilhas que compõem o parque natural das ilhas Phi Phi e muito usufruto daquelas águas cristalinas que tornam aquele pequeno arquipélago tão especial.
Já tínhamos ouvido de tudo sobre as famosas ilhas Phi Phi. Famosas, primeiro, porque serviram de cenário ao filme “A Praia”, protagonizado por Leonardo di Caprio; tristemente famosas, depois, porque ficaram praticamente destruídas durante o tsunami de 2004. Ouvíramos que estavam sobrelotadas porque, após o tsunami, a reconstrução foi excessiva e desregrada, e que também havia demasiado barulho e lixo. Mas também ouvíramos, de quem as visitara na época baixa do turismo, que continuavam a ser um daqueles “paraísos” a merecer visita.
À cautela, e até porque não era a ilha principal, a Phi Phi Don, habitada e onde se concentram todos os resorts, que nos interessava, optámos por uma visita rápida às ilhas Phi Phi. Para nós, os atrativos estavam ao largo das ilhas que compõem o parque natural, no mar alto e nas bacias de coral que permitem ecossistemas marinhos tão ricos e interessantes.
Com a partida desde Koh Jum logo pela manhã, navegámos pouco mais de uma hora. A primeira paragem foi em alto mar, ainda antes de chegar à ilha Bamboo, uma das que integram o parque natural. Os poucos passageiros da embarcação começaram a fazer-se à água e a Pikitim quis logo fazer o mesmo, não revelando qualquer receio ou preocupação – onde não tem pé, usa as braçadeiras, e tanto faz que abaixo esteja uma profundidade de 2 ou 20 metros. Simplesmente não pensa nisso, e ainda bem.
Havia bastante corrente, mas já se vislumbravam muitos peixinhos. A Pikitim resistiu em experimentar a máscara, até porque era possível ver os peixes a olho nu nas águas cristalinas. Depois de alguma insistência, lá aceitou colocar a máscara na cara, mergulhou, e aí percebeu que fazia toda a diferença. Ficou toda entusiasmada e dava gritinhos de contente. A preocupação passou a ser mantê-la próxima do barco, para não ser arrastada pela corrente e, com isso, assustar-se.
A paragem seguinte foi na ilha Bamboo propriamente dita, um ilhéu sem resorts e com parcos equipamentos mas com belíssimas praias de areia branca e águas transparentes. A Pikitim, está bom de imaginar, não saiu da água, na mais de meia hora que o nosso long-tail boat ali parou, para que os passageiros aproveitassem um pouco do sol no areal. O almoço acabou por ser noutro ilhéu ali bem perto – o Mosquito – muito mais pequeno e rochoso, mas onde a atenção do arroz com açafrão teve de ser dividida com os caracóis de água e os muitos caranguejos brancos que esburacavam a areia.
Depois do almoço na ilha Mosquito, pôde de novo experimentar a máscara de snorkelling, desta feita em plena Maya Bay (em Phi Phi Leh, a tal praia onde a Fox rodou o filme “A Praia”), com menos corrente e muitos mais peixes.
Surpreendentemente, a Pikitim aguentava bastante tempo a fazer apneia – mais do que a própria mãe, aliás! – e, quando vinha à superfície, não demorava mais do que o necessário para encher o peito de ar. De uma das vezes que veio à tona, verdadeiramente deslumbrada com a descoberta do mundo submarino, virou-se com um olhar radioso para o companheiro de mergulho e, sem esperar resposta, perguntou: “Pai, não é maravilhoso?”. E de novo mergulhou a cabeça nas águas translúcidas de Maya Bay.
O entusiasmo foi tanto que o cansaço se apoderou dela – e acabou por adormecer ainda antes da terceira paragem para fazer snorkelling, numa zona de recifes de coral. Havia de ter gostado, e muito, porque havia ainda mais variedade de espécies de peixes, maiores e mais coloridos.
Mas já nada a arrancava ao banco do barco onde se deitou e, no qual, surpreendentemente, permaneceu equilibrada a dormir um sono profundo. O passeio ainda haveria de nos levar à ilha principal, a Phi Phi Don, antes do regresso a casa ao fim da tarde.
Guia prático
Onde ficar
Em Koh Jum
Eu fiz o passeio às ilhas Phi Phi a partir de Koh Jum, porque não estava motivado para ficar na confusão das Phi Phi.
Neste caso, alguns dos bungalows de melhor qualidade ficam na praia Ting Rai, na zona norte da ilha, nomeadamente o OonLee Bungalows (que organizou o passeio), o Ting Rai Bay Resort e o Koh Jum Resort – este último com piscina, caso isso seja relevante. A zona é uma opção perfeita para quem quer sossego total e dispensa uma praia sem rochas e de qualidade.
Opção distinta é Long Beach. É lá que se encontram muitos mochileiros por causa dos preços baixos e casais com filhos pequenos por causa da boa praia. Sugerem-se os populares Joy Bungalows, New Bungalows ou Bo Daeng. Tudo somado, ficar alojado em Long Beach é quase sempre melhor opção do que ficar na zona norte de Koh Pu.
Em Phi Phi Don
Caso queira ficar hospedado em Phi Phi Don, o Phi Phi Sunset Bay Resort é seguramente uma das melhores escolhas. Outro hotel com boa relação qualidade/preço é o Panmanee Hotel. Por último, se é luxo que procura (e está disposto a pagar por isso), dificilmente encontra melhor que o Phi Phi Island Village Beach Resort. Depois conte como foi!
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Seguro de viagem
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Sobre o Diário da Pikitim
Este post pertence a uma série que relata uma volta ao mundo em família, com 10 meses de duração. Um projeto para descomplicar e mostrar que é possível viajar com crianças pequenas, por todo o mundo. As crónicas da viagem foram originalmente publicadas na revista Fugas e no blog Diário da Pikitim.
Veja também o artigo intitulado Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber.