Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber

Por Filipe Morato Gomes
Viajar com filhos em Yosemite
Com a minha filha em Yosemite, um dos maiores parques naturais da Califórnia, Estados Unidos da América

Viajar com crianças não é tão difícil como parece. Depois de um amigo ter sido pai de uma bela Alice, soube há pouco tempo que dois outros amigos e grandes viajantes vão ser pais pela primeira vez. Em ambos os casos, a gravidez ainda demorará e, por isso, terão tempo para se habituar à ideia de viajar com crianças pequenas. Certo é que terão de passar a compatibilizar as suas viagens com a paternidade e, sempre que possível, juntar o melhor dos dois mundos.

É sobre isso que hoje escrevo, até porque também tenho um novo rebento cá em casa a quem, espero, hei de proporcionar muito mundo – é o que tento fazer com a sua irmã mais velha. E há de chegar o dia do rapazola preparar a sua mochila com cadernos, livros, brinquedos e peluches e fazer-se ao mundo com os pais.

Lembram-se da volta ao mundo em família?

Há pouco mais de dois anos estava a aterrar no Porto, num voo TAP oriundo de Miami. Era o final de uma épica viagem em família, incluindo a minha filha de cinco anos, que durou sensivelmente 10 meses e foi sendo relatada nas páginas da revista Fugas e num blog a que chamámos Diário da Pikitim.

Essa viagem foi um misto de projeto pessoal, familiar e profissional, de onde retirei muitos ensinamentos sobre o comportamento das crianças em viagem e, mais importante, sobre a importância de viajar para o desenvolvimento dos nossos filhos. Queria partilhar consigo alguns deles.

Eis 7 coisas que deve saber sobre viajar com crianças:

A estrada dá autoconfiança aos nossos filhos

Viagens em família - Glaciar Foz, Nova Zelândia
Caminhando rumo à cabeça do Glaciar Foz, ilha Sul da Nova Zelândia

Não tenho dúvidas de que a estrada dá às crianças ferramentas para se tornarem mais maduras, para se desenrascarem, para saírem de situações potencialmente difíceis sem desmoronar em choros e gritos e apelos ao colo da mãe. Numa palavra: autoconfiança! Viajar com crianças tem estes efeitos.

Duas histórias para corroborar esta convicção, ambas passadas já na segunda metade da tal volta ao mundo:

Mother no there

Ilhas Fiji. Estávamos num magnífico hotel da Coral Coast autodenominado de backpacker resort (nome aparentemente contraditório mas que correspondia na perfeição ao estilo do alojamento). Tinha uma área social muito utilizada, com mesas, deck e piscina, e onde serviam uns maravilhosos scones e chá a meio da tarde; tinha os bungalows geograficamente espalhados por caminhos e espaços relvados; e, numa zona afastada, havia uma cozinha e uma pequena sala comuns com sofás e televisão – divisórias típicas de um hostel.

Certo dia, por algum motivo que não sei precisar, estávamos na cozinha sem a pequena Inês. Julgo que ficou a brincar com amiguinhos junto à piscina e que depois iria ter à cozinha. Estávamos tranquilos, mas a verdade é que o tempo passou e ela estava a demorar a voltar.

Passado algum tempo, apareceu na cozinha pela mão de uma senhora desconhecida. “Então, Inês, que aconteceu?”, perguntámos. E então ela contou que se tinha perdido nos jardins do hotel e ficou parada sem saber para que lado era o caminho rumo à cozinha; que a senhora apareceu e a viu com ar perdido, ao que ela lhe disse: “Mother no there [apontando numa direção], father no there [apontando na direção oposta]”, e a senhora percebeu e veio com ela à procura dos pais.

Meses antes, a mesma Inês teria desatado a chorar assim que se sentiu sozinha e deu conta que se tinha perdido dos pais. Tinha 5 anos, estava num local completamente desconhecido e onde ninguém falava a sua língua materna mas, naquele dia, com seis ou sete meses de viagem, teve confiança suficiente para enfrentar e resolver o seu problema. Sem dramas.

“More good for me”

Outro dia, no mesmo cenário nas ilhas Fiji. Sempre que íamos cozinhar, a pequena Inês costumava aproveitar para ficar na sala adjacente a ver desenhos animados na televisão. Ora, naquele dia a televisão estava “ocupada” por uma senhora que via tranquilamente uma série tipo Anatomia de Grey.

Expliquei à Inês que teria de esperar porque a senhora estava lá primeiro, e fomos todos para a cozinha. Passado um bocado, a Inês “desapareceu”. E o tempo foi passando… passando… passando. Como a minha filha não voltava, fui procurá-la, e encontrei-a refastelada no sofá da sala comum a ver o Cartoon Network. “Então, Inês, e a senhora?”, perguntei. “Sabes pai, eu cheguei à sala e disse: Please, cartoon, more good for me – e a senhora mudou de canal”.

Mais uma vez, resolveu o seu problema. E sem pedir ajuda aos pais.

Ambos os episódios foram pontos de mudança para nós. Foi quando realmente percebemos, por coisas concretas como estas, que viajar estava mesmo a contribuir para o amadurecimento da nossa filha. A torná-la mais forte. Mais uma vantagem de viajar com crianças!

Falar outras línguas torna-se natural

Como se depreende pelos exemplos acima, o facto de uma criança estar exposta a línguas estrangeiras é uma mais-valia extraordinária. E ter gosto por outras línguas – do inglês ao mandarim – é fundamental nos dias de hoje.

A pequena Inês é boa aluna. Além de ter uma paixão natural pelo desenho – que desenvolve a seu bel-prazer nos tempos livres –, gosta muito de matemática, de educação física e de ler (de português diz que não gosta tanto, mas paciência). Ainda assim, diz que a sua disciplina preferida na escola é o inglês.

Mais. Quando falamos com alguém do Brasil, ela adapta o sotaque; desenrasca-se muito bem no portunhol; e até o básico do francês – do bonjour ao merci – lhe é familiar. E se lhe perguntarem como se diz “bom dia” em tailandês, indonésio ou filipino, é capaz de ter a resposta na ponta da língua. Sim, estar exposto a diferentes idiomas desde tenra idade faz com que falar noutras línguas seja natural.

Em suma, será com certeza muito benéfico para o seu futuro se falar bem inglês e quiser aprender outras línguas estrangeiras. E eu tenho para mim que este gosto por línguas não é fruto do acaso

Uma criança motivada alinha em tudo (até em trekkings)

Viajar com crianças no Parque Zion, Estados Unidos
A minha filha descansando no final de uma caminhada no Parque Zion, em Utah, Estados Unidos

Ilha Sul da Nova Zelândia. Estar num país como a Nova Zelândia, com glaciares como o Franz Josef, paisagens deslumbrantes e centenas de quilómetros de trilhos para caminhadas, seria um crime não fazer pelo menos um trekking num dos “Great Walks”.

Optámos por uma secção com 12 km do Abel Tasman Coast Track, entre Bark Bay e Torrent Bay. O pior que poderia acontecer, pensei, seria ter de carregar a minha filha às cavalitas.

A verdade é que ela demonstrou uma sede de aventura que nos surpreendeu. Ao longo do percurso, fez questão de ir sempre à frente com um incrível sentido de descoberta; “indicando” o caminho; avisando dos “perigos” (uma pedra, um tronco no caminho) ou avistando cogumelos e afins; e nunca, nunca pediu colo, cavalitas ou sequer para pararmos ou desistirmos. Parámos apenas para comer, beber e descansar um pouco, e nada mais. Quando chegámos ao destino e esperámos por um barco-táxi que nos levaria de volta a Kaiteriteri, adormeceu, exausta. Foi um grande dia.

Melhor dizendo, foi uma grande lição: se motivada, uma criança alinha em tudo; até em trekkings.

Uma criança precisa de pouco para estar feliz

Crianças em Vanuatu
Uma tarde bem passada a pintar pedras com crianças da ilha Lelepa, Vanuatu

Wii? Nintendo? iPad? Sim, todas as ferramentas têm o seu lugar e, na verdade, em situações como um dia cansativo, uma longa viagem de auto-caravana, um avião intercontinental ou um comboio noturno, gadgets como uma Nintendo são muito úteis. O mesmo se aplica a jogos de cartas (conhecem o Geo Family? – foi muito jogado na viagem) ou outros.

Tirando isso, um filho apenas precisa da companhia dos pais ou – melhor ainda – de outras crianças para estar feliz. E brincar, brincar e brincar. No fundo, ser criança. E isso serve tanto para o conforto do lar como para qualquer viagem.

Ou seja, manter os filhos felizes é mais simples do que parece.

Uma criança não entende a urgência dos adultos

Está num lugar único que só pode ser visitado naquele momento, porque no dia seguinte arranca ou o lugar está fechado ou o que seja, e o seu filho diz-lhe, de forma desarmante: “mas eu prefiro ficar aqui a brincar”. Ou a desenhar. Ou sem fazer nada.

Uma criança não entende essa urgência, não entende como algo possa ser tão importante que tenha de ser feito agora e já – quando, para ela, o mais importante é simplesmente brincar ou estar com os pais. Sim, vai ficar frustrado muitas vezes porque queria fazer coisas e não faz, mas há formas de minimizar a frustração.

Primeiro, é preciso ajustar as expectativas e interiorizar a ideia de que, ao viajar com crianças filhos pequenos, não consegue fazer tudo o que queria. E, depois, é uma questão de começar a viajar mais devagar. Porque vai precisar de muito mais tempo para conhecer uma cidade, para fazer uma caminhada, para tudo. O ritmo do seu filho é diferente do seu. Porque a sua resistência é menor. Esporadicamente vai fazer birras. E porque, muitas vezes, o seu filho não vai ter vontade de fazer coisas. O que é normal e compreensível.

Crianças e museus não são incompatíveis

Viajar com crianças: Museu Te Papa, Wellington
Museu Te Papa, Wellington

Quem diria que iria visitar museus ao viajar com crianças? Mas nunca me hei de esquecer o que aconteceu naqueles dias em Manila.

Tínhamos lido sobre um museu para crianças chamado Museu Pambata e decidimos visitá-lo com a miúda. Adorou! Ficámos até nos expulsarem quando queriam encerrar as portas. De tal forma que, no dia seguinte, à pergunta sobre o que lhe apetecia fazer a resposta saiu pronta: “quero voltar ao Museu Pambata”. E passámos, de novo, o dia todo no museu.

Era um museu para crianças, é certo. Mas tenho mais exemplos.

Ainda em Manila, a pequenota adorou a história do herói nacional José Rizal num museu em Intramuros. Meses depois, na Austrália, a Inês ficou fascinada com o museu a céu aberto onde se explicava o que eram estromatólitos, tidos como dos seres vivos mais antigos do planeta. Durante a estadia em Wellington, na ilha Norte da Nova Zelândia, queríamos muito ir ao Museu Te Papa. E fomos. Passámos lá imensas horas e a a nossa filha adorou.

Quer isto dizer que pode e deve ir a todos os museus do mundo? Não. Quer apenas dizer que não deve deixar de ir a museus só porque viaja com os seus filhos. Motiva-os. Pode dar-se o caso deles o surpreenderem e adorarem a experiência.

O bichinho das viagens fica lá

Digo muitas vezes que não faço ideia do que a minha filha recordará da volta ao mundo que fez quando tinha cinco anos. É a mais pura verdade. Mas tenho a certeza que ficou lá uma semente a germinar que a tornará uma cidadã do mundo, sem medos nem fronteiras, curiosa, tolerante e respeitadora das diferenças entre os povos. E com vontade de viajar – essa escola da vida.

Certo é que tem já uma lista de países que diz querer visitar, entre os quais Marrocos, a Índia, o Brasil e o Japão. O mapa-múndi na parede da cozinha dá uma ajuda a manter esse espírito de viajante vivo, esse “bichinho” invisível que todos os que viajam dizem ter dentro de si e que, com toda a certeza, está já no sangue da minha filha.

Por isso, amigos viajantes e futuros pais, não deixem de viajar quando a família crescer. E, mais importante, deixem que os vossos filhos pequenos viajem convosco.

Dicas para viajar com crianças

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

35 comentários em “Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber”

  1. Sorte a da Inês, tão pequenina e já pela estrada! Tenho a certeza que vai ficar com o bichinho, quem sabe não te ajudará no blog futuramente? Este post foi muito interessante para demonstrar aos pais que e possível viajar com os filhotes.

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  2. Muito bom! Adoro este artigo. Também quero filhos! Mal posso esperar… abraço da China!

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  3. Eu e o meu marido adoramos viajar, vamos sempre que é possível. Agora chegou a altura de pensar em filhos, mas no que diz respeito a viagens tenho receio que seja difícil (economicamente pelo menos) de concilar. Claro que quando pergunto isto a casais (alguns que não gostam tanto de viajar) dizem-me logo que é para esquecer e esperar uns anos. Mas tb sei que para imensa gente viajar não é prioritário, é aliás uma excentricidade sem sentido. E com crianças então, é desnecessário. Mas gostava de ouvir a opinião de alguém que gosta realmente, e que consegue fazer isso. Económicamente falando, porque o resto já está respondido no texto :)

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    • Boa tarde, por experiência própria, continua a ser possível viajar com crianças.
      Adoramos viajar e nunca foi considerado deixar de o fazer, continua a ser fácil mas é importante sermos práticos e pragmáticos.
      Em termos económicos, relembro que até aos dois anos, as crianças não pagam voos e alojamento, na maioria das vezes, só bem mais tarde. Alguns cruzeiros as crianças são grátis até aos 12 anos.
      Daí que as possibilidades ainda vão existindo.
      E num ou outro destino mais caro, também sabe bem uns dias a dois, ou porque entendemos que o destino assim o merece, vai-se avaliando…

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    • Olá. Adoro viajar e quando tive filhos para mim foi natural inclui-los neste prazer. Claro que isso só é possível para pais com sentido prático, pais complicadinhos que têm que levar toda a roupa dos filhos e ainda uma banheira não ligam com viagens.
      A 1ª vez que a minha filha viajou tinha 9 meses e conhecemos boa parte da Sicília nessa viagem. Comprámos uma mochila de transportar bebés às costas e foi sempre a andar :). O 1º aniversário foi passado em Devon e na Cornualha… A partir daí, ela com 9 anos e ele com 7 nunca deixaram de viajar connosco. As pessoas perguntam sempre porque que é que os levo se não se vão lembrar, mas isso é uma pergunta ignorante, não é por eles não se lembrarem daqui a dez anos que a experiência não é importante e, para além disso, não tenho filhos para cumprir calendário mas sim para eles fazerem parte da minha vida e isso inclui as viagens.
      Os meus filhos andam km sem reclamar desde que tenham um desafio, subiram a pé à Torre Eiffel sem dizerem que estavam cansados (já eu ia morrendo :)), enfim… viajar já é natural para eles e agora já perguntam onde vai ser a próxima viagem. Eles desde que estejam com os pais estão felizes e aproveitam os momentos.
      Claro que nestes anos já viajei sem eles; por exemplo, este ano fui a Marraquexe por 3 dias e achei que não faria sentido eles irem. Mas devo dizer que a minha filha ficou “ofendida” por não ter sido incluída, especialmente depois de saber que tínhamos andado de balão.

      Orgulho de mãe: a minha filha perante a hipótese de ganhar 10.000 numa raspadinha e quando confrontada com a pergunta sobre o que faria com o dinheiro respondeu: fazemos uma viagem à Tanzânia. Podia ter dito que comprava um telemóvel, mas não…

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      • Olá Cláudia, muito obrigado por partilhares a vossa experiência de viajar com os filhos. É isso mesmo: eles aguentam, se estiverem motivados, se sentirem o desafio. Beijinhos e boas viagens.

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      • Olá. Obrigada pelo testemunho!
        Se tiver filhos quero ser assim =) nada complicada e levá-los na aventura. Adorei a parte da lotaria, uma resposta dessas é mesmo para ficar orgulhosa!

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    • Acho que as pessoas que colocam entraves e dificuldades à possibilidade de viajar com filhos, são as mesmas que, ainda antes de terem filhos, já colocavam entraves e dificuldades à possibilidade de viajar :) tenho uns amigos belgas com uma filha de 9 meses que já esteve em França, Espanha e Portugal. Estiveram agora a visitar-nos em Lisboa durante 4 dias, vieram com a Ryanair e apenas com bagagem de mão! Achei fantástico que conseguissem viajar na mesma de uma forma descontraída e barata, trazendo a sua bebé… que esteve sempre feliz e divertida. Ainda não tenho filhos e gosto muito de viajar e quero, quando os tiver, continuar a fazê-lo. Os meus pais sempre viajaram comigo em pequena, há imensa gente que viaja com os filhos, por isso, é algo que pode ser perfeitamente feito! Penso sempre no que disse na 1a frase: as pessoas que são complicadas e difíceis a fazer as coisas, vão sê-lo ainda mais com filhos… quem não o é, não é por ter filhos que vai passar a ser e pode na mesma realizar as suas viagens (embora com algumas adpatações e flexibilidade, como é referido neste post).

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      • Sim isso é mesmo verdade. Há pais complicados e pais mais relaxados. Para os complicados tudo é difícil. Só espero que se tiver os meus não “ligue o complicómetro”! Obrigada!

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  4. Adorei o artigo e será muito útil nesta nova fase que atravesso. E diga-se que a Inês, pelas atitudes que aqui vêm descritas, parece ser uma menina absolutamente fantástica e encantadora. Estava a ler e a pensar “quem me dera que o meu filho(a) também seja assim”. :)

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  5. Belíssimo post! Concordo em número, gênero e grau! ;-)

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  6. Concordo plenamente! Claro que há que fazer alguns ajustes… viajei com o meu mais velho quando tinha apenas 4 meses. Adaptou-se lindamente a tomar biberon em andamento em água tépida aquecida ao sol. Para as crianças o estar com os pais e ter comida na barriga e um local bom para dormir é suficiente. Claro está que o ritmo é necessariamente mais lento, mas a disponibilidade que se ganha para conversar e viver em conjunto supera qualquer ajustamento!!!

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  7. Adorei! Concordo plenamente com os conceitos descritos!
    Sem dúvida que é “uma escola para a vida” e de que o “bichinho” fica.
    Tenho uma menina com 4 anos e a primeira viagem que fez para fora do país ainda não tinha um ano. Entretanto já visitou 10 países, uns de avião outros em navio.
    Estas experiências têm definido a personalidade e os gostos dela, sem dúvida, fala muito sobre algumas das viagens que fez e relata experiências.
    Adoro vê-la brincar a fazer malas para ir de viagem e a tentar cantar em inglês :)
    Tenho prazer em viajar e em dar à minha filha esta aprendizagem de que existem outros mundos, outras línguas, pessoas e formas de viver diferentes.
    Com o crescimento dela poderemos aventurar-nos ainda mais e fazer viagens diferentes, estas para já têm sido de gestão fácil, em condições que não exigiram muito esforço de adaptação.

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  8. Concordo com quase tudo, belíssimos conselhos… mas discordo apenas com o fato da pequena Inês de 5 anos estar sozinha com amigos a beira de uma piscina… sabemos que a chamada morte silenciosa existe e pode ser facilmente acautelada… cumps

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  9. Muito interessante, sobretudo a parte da capacidade surpreendente de adaptação das crianças. Gostaria, no entanto, de ouvir opiniões sobre qual acham ser a melhor idade para começar a viajar com os pais. Não falo de uma viagem ao Porto, falo de viagens um pouco mais exigentes e sem todos os confortos habituais. O meu filho faz agora 1 ano, daí a minha pergunta ;)

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  10. Os meus pais sempre viajam comigo e é por isso que hoje adoro viajar. Tenho um filho com 2 anos que já esteve em 9 países e adora viajar. Quando chegamos de uma viagem pergunta logo quando vamos ao avião! Sem dúvida que viajar com os filhos só trás vantagens! Só espero continuar a poder fazer muitas viagens em família.

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  11. O meu filho tem 9 meses e ja viajamos pela Europa (Áustria, Eslováquia, Espanha e Turquia) sem qualquer problemas. :o)

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  12. Estou a planear uma roadtrip aos EUA com dois filhos adolescentes, desde Nova York a Miami. Por vezes tenho dúvidas se os deva levar ou não… espero que corra tudo bem. Obrigada pelas dicas, Filipe. Parabéns pelo blog.

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    • Não tenho (ainda) experiência de viajar com adolescentes, mas com certeza há de correr bem :) Abraço.

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      • Creio que o essencial é que se sintam motivados pelo sítio que vão visitar… o pior vão ser as horas e horas de carro… será só lá mais para o verão, mas depois conto-te como correu :-)

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      • Olá Filipe: Já regressámos da nossa viagem aos States. Não fizémos a tal Roadtrip, de Nova York até Miami, pois não tínhamos dias suficientes. Fomos até Miami pela Air France, daí fomos de carro até Orlando, estivémos 4 dias nos parques da Disney e Universal Studios (recomenso o mais recente Island of adventure da Universal),, passámos pelo Cabo Canaveral e o Kennedy Space Center, regressámos a Miami onde estivemos mais 3 dias, não só a fazer praia mas também conhecendo vários bairros e parques naturais. No final, ainda deu para apanhar um voo da Delta até Nova York e fazer mais dois dias nessa cidade fantástica. Fomos ao recente Museu do 11 de Setembro, que apesar de para eles não ser a realidade presente que foi para nós, ficaram emocionados e interessados. Visitámos o Empire State Building, Little Italy, Chinatown, ponte de brooklin, Times square, andámos de bicicleta no Central parque, etc. Os miúdos adoraram a viagem! Apesar das longas horas de voo, da viagem de carro Miami-Orlando, das filas de espera na Disney, do sono, da fome, do cansaço, etc. correu tudo muito bem. Fizemos tudo o que estava previsto, andaram em tudo, gostaram de tudo. Vale a pena fazer certas viagens com ele e para eles. Obrigada pelas dicas.

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  13. Estou estupefacto! Adoro viajar e farto-me de viajar, cerca de 400 mil milhas ano em voos :) e sempre tive complexos de levar a minha filha de 5 anos. Ando a planear uma volta ao mundo este verão, e decididamente ela também irá! Obrigado pelo magnifico artigo.

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    • Sábia decisão, Rafael. Encontras mais inspiração para viajar com crianças no relato da nossa volta ao mundo em família.
      Grande abraço e boas viagens.

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  14. Olá a todos,

    Esta é a minha primeira participação aqui neste espaço e espero que possa motivar mais famílias a viajarem com os seus filhotes.
    Somos uma família com dois rapazes, um com 8 anos e outro com 5. Sempre viajamos com os nossos filhos, desde muito cedo (a partir dos 5 meses). Com base na nossa experiência posso afirmar que, mesmo quando os mais filhos são muito pequeninos, esta não será uma experiência a ser evitada. Pelo contrário, considero que ainda é mais fácil, desde que sejam cumpridas duas condições básicas: as horas do sono e a do comer. Respeitando estas condições e não acelerando os miúdos para andarem ritmo dos adultos, eles estarão sempre bem dispostos, pois estão com os seus pais!
    Posso partilhar o nosso desejo de levar o nosso filho de 18 meses às Maldivas, e um agente de viagens, bem conhecido neste ramo, a afirmar que este não era um destino para crianças! Com 4 escalas pelo caminho, chegamos ao destino passado 24 horas de termos saído do Porto, com o miúdo impecável. As escalas eram para comer, mudar fraldas e deixá-lo correr pelos corredores dos aeroportos. Os voos eram para dormirmos. Deixo aqui a dica das dores de ouvido na aterragem e descolagem, tão temida pelos pais: amamentá-los ou dá-lhes a chupeta , nestes momentos, simula a famosa estratégia dos adultos do chiclete.
    Para quem pode achar que isto não é bem assim, só digo para experimentarem!
    Considero que o único entrave existente para as famílias viajarem é o encargo financeiro, apesar de concordar com algumas das intervenções aqui explanadas, que existem algumas alternativas. É uma questão de refletirem sobre o assunto.
    Em suma, inicialmente só eu era a apaixonada por viagens, agora somos 4 apaixonados que passamos o ano a poupar para conquistarmos mais um local neste mundo!

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    • Olá Simone,
      Muito obrigado pela partilha da tua experiência de viajar com os filhos. É bom, não é? :)
      Grande abraço,
      Filipe

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  15. A coisa mais sábia que li nestes comentários foi que quem complica antes de ter filhos, também complica depois.
    Não tenho filhos, não pretendo ter. Mas sou a pessoa mais prática e pragmática do mundo.
    Levei (e atenção que não há comparação possível), dizia eu que levei a minha cadela de mochila às costas pela Europa inteira. Fui de Amesterdão à Bósnia com ela, e antes disso já tínhamos ido com uns amigos meus a Berlim, a Munique, a Paris, e entrou em tudo o que é sítio, excepto em museus, com certeza. Se tenho pena de não ter entrado no Louvre? Tenho. Mas posso sempre voltar noutra altura.
    Eu tenho as fotos da minha cadela comigo na Piazza San Marco, em frente à Torre Eiffel, nos palácios do Luxemburgo, na Ponte de Mostar na Bósnia, e tenho um álbum tipo o do gnomo da Amélie Poulain que adoro, com ela qual postal. E é um álbum único. E a quantidade de pessoas que eu conheci por ter a cadela na mochila? E as estórias todas que tenho para contar à pala dela e do meu sentido prático?
    A bicha só dura, com sorte, 15 anos, mas é a minha melhor companheira de viagem, e não a troca por companhia nenhuma, nem pela tua meu amigo! ;)
    O que interessa, e cães à parte, é nivelar as expectativas e teres muitíssimo gosto na companhia que levas contigo, e eu acho que a maioria das pessoas não gosta da companhia dos miúdos em viagem. Mesmo que sejam os próprios filhos. Porque têm de tomar conta deles, e não desfrutam dos momentos com eles.
    E interessa, e muito, o sentido prático que as pessoas têm que ter quando viajam, não quererem ter tudo como em casa, o leite sempre quente, a cama mais confortável. Pra isso ficam em casa, não é?
    Como disseram e bem, os miúdos querem é estar com os Pais, não lhes interessa para nada o número de estrelas do hotel.

    Eu tive o privilégio de conhecer Pais que viajam com os filhos desde pequenos, e que hoje em dia, tendo os filhos 38 anos, continuam a viajar com os Pais, e são pessoas de mundo. Eu dava um dedo mindinho do pé para poder viajar com o meu Pai todos os anos. E a Inês quando crescer vai dizer o mesmo. Se eu quero viajar com os Pais dela, ela não há-de querer? :)

    Gozem os vossos filhos, são companheiros, não são um frete!

    Beijinhos!

    PS: vocês são uns Pais espectaculares.

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  16. Oi Filipe,você deixou um comentário lá no site ViraVolta e eu respondi, mas pra garantir que você veja coloco aqui outra vez: “eu já conheço o seu blog. Queria tanto gravar uma entrevista sobre a sua viagem em família pra colocar aqui em histórias na ViraVolta, mas vc mora em Portugal né? Você anima de tentarmos uma solução a distância. Me escreve aqui: contato@projetoviravolta.com Abs CAROL”

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  17. Adoro viajar! Porém meu marido não é muito fã, por isso tenho que ficar empurrando para poder viajar com ele e ele não é muito econômico nas viagens. Agora temos dois filhos (6 meses e 4 anos). Gostaria muito que meu marido fosse mais animado e curioso para conhecer o mundo, mas ele é muito caseiro. Isso às vezes me deixa frustrada… já fomos apenas uma vez para a Florida quando tínhamos nosso filho mais velho e dá um trabalhão qdo as crianças são pequenas…

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  18. Só para dizer que concordo totalmente com o seu artigo.
    Tenho 2 filhos, um de 4 anos e um bebe de 6 meses. O mais velho já passou um mês no Alaska, e já visitou 4 países; a mais pequena acaba de chegar de Washington, onde tive de ir a trabalho, e preferi leva-la a separar-me dela.

    Muitos familiares e amigos dizem que é um “crime” arrastar um bebe para o outro lado do mundo, mas a verdade é que a viagem correu tão bem que a primeira coisa que eu e o meu marido fizemos ao regressar foi ir ver o preço dos voos para o próximo destino! E o bebe tb aproveitou, à maneira dela, claro. Em 10 dias de viagem, não chorou, andou sempre enrolada no sling ao meu colo, a ver tudo, e deu um grande salto em termos de desenvolvimento! Começou a gatinhar, a roubar os brinquedos ao irmão, a ousar e arriscar muito mais. De facto, não há coisa melhor do que o mundo para se dar a um filho… E a “casa” de um bebe é muito mais onde está a sua família, do que um local físico.

    Apenas lamento que em Portugal não exista um projecto para ajudar quem quer viajar com crianças; sempre viajei sem nada planeado, e já conheço cerca de 35 países. Mas desde que comecei a viajar com crianças, dedico mais tempo a preparar e planear a viagem (n quero ficar sem quarto de hotel a meio da noite no meio de lado nenhum com uma criança…). Mas a trabalhar, com crianças, é muito complicado ter tempo para planear da melhor forma a viajem. Se há uma altura em que gostaria de ter alguem para me organizar uma viagem é agora… conhece algum prestador de serviços neste âmbito em Portugal? Já pensei em lançar eu este projecto e tudo…

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    • Olá Vera, obrigado pela opinião. Grande abraço e boas viagens… com as crianças, claro. :)

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  19. Muito estimulante saber dessa relação dos filhos com as viagens… Qdo tiver o meu, vou viajar muito com ele.

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  20. Deixo aqui um relato de motivação: eu e o meu marido passámos 10 anos a viajar sozinhos (ambos com empregos fixos, todos os dias de férias eram juntos a feriados e fins-de-semana e passados a viajar), eu já viajara bastante com os meus pais enquanto criança, conhecemos cerca de 40 países antes de sermos pais e desde que a nossa filha nasceu que a temos incluído nas nossas viagens :) Aos 3 meses fomos a Copenhaga, aos 5 meses à Roménia e aos 7 meses aos Açores. Está quase a fazer 1 ano e este ano planeamos ir à Grécia, ao Canadá, a Malta e às Ilhas Canárias. Continua a ser o que mais adoramos fazer e incluí-la nisso é fantástico!

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  21. Adoro viajar e em particular adoro viajar com as crianças. Mas que não fiquem dúvidas, também adoro viajar só com o meu marido :)

    O meu filho mais velho tem quase 18 anos, a sua primeira grande viagem connosco foi ao Brasil, com 11 meses. A do meio, com 15, também se estreou no Brasil, tinha ela apenas 5 meses. Nesse entretanto o irmão já tinha estado na Grécia, na Tailândia, em Macau e Hong Kong.

    Nos anos seguintes fomos somando destinos na Europa e Ásia, repetindo o Brasil e Singapura ocasionalmente. A mais nova, hoje com 7, aos 2 anos estreou-se no longo curso com uma viagem à Ásia que incluiu Singapura como base, uma semana no Vietnam e 3 dias em Bali.

    Ao longo destes anos temos ouvido que é uma irresponsabilidade (não sei se pior eram os comentários sobre viajar com crianças pequenas ou fazer longo curso grávida de 5/6 meses que fiz das 3 vezes), que é um gasto astronómico, que é um desperdício porque as crianças não se vão lembrar, o que irão comer, e se ficarem doentes…

    Bom, não posso dizer que fica barato, mas uma parte da diversão é o planeamento e a gestão do orçamento, com as passagens de avião invariavelmente compradas 6 a 9 meses antes. Quanto a comida, nunca fui a nenhum país que não tivesse crianças e quando a fome aperta todas comem, e acabam-se as “esquisitices”. E não é importante se as crianças se vão lembrar, muitas vezes eu mesma já não lembro de tudo o que fizemos, mas fica a memória da viagem e de como foi divertida. Da Croácia o pouco que a minha filha mais velha se lembra é do cão de 3 patas que viu em Zagreb…

    É claro que tivemos que alterar o estilo de viagem, não saímos os 5 sem planear o alojamento antes, tentamos ficar em localizações mais centrais principalmente quando eram mais novos para não fazerem tantos quilómetros, mas continuamos a viajar e eles gostam tanto quanto nós.

    O maior desafio é ultrapassar os obstáculos que muitas vezes nós próprios criamos, e, como diz a pediatra deles, aprender a “conjugar o verbo ir”. Ide, e ide com os filhos!

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    • Boa tarde,
      Planeio viajar com as minhas gémeas de 5 anos – para elas a primeira viagem de avião, destino Brasil. Estou com um bocadinho de receio pelas horas e pela alimentação, mas vou arriscar.

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