Taplejung, a capital

Por Ana Isabel Mineiro
Aldeia de Taplejung, Nepal
Aldeia de Taplejung, Nepal

Não fica no caminho para lado nenhum, esta pequena aldeia nepalesa rodeada de arrozais em socalcos onde pastam búfalos. Mas o facto é que se trata de uma capital de distrito – o que diz muito sobre a zona onde se situa. Viagem a Taplejung, Nepal.

Aldeia nepalesa de Taplejung

Deve ser a capital de distrito mais sossegada do mundo. Se é raro ouvir os aviões que aterram em Suketar, a pista de aterragem uns quilómetros mais acima, o mesmo se pode dizer do ruído dos autocarros, que só chegam quando calha; devia ser todos os dias, mas às vezes a estrada desaparece ou um camião avaria, e já se sabe que não cabem dois veículos no estreito estradão de terra que une esta aldeia dos Himalaias nepaleses à fértil e laboriosa planície junto à Índia. Por isso, todos estão preparados para uma vida autónoma e feliz.

Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal

Ao caminhar pelos arredores, podemos observar a vida rural da aldeia desenrolar-se na frente dos nossos olhos: o irmão mais velho alimenta o mais pequeno; uma mulher mói grão num moinho manual de madeira, outra esmaga grãos de milho entre duas pedras; um homem entrança tiras de bambu para fazer uma esteira e uma mãe dá banho ao seu bebé, no meio de galinhas e patos que vêm beber a água.

De vez em quando chegam à povoação filas de homens magros, baixos e rijos, debaixo de cestos enormes que acartam das aldeias em redor (em redor, no Nepal, pode ficar a vários dias de caminho). Trazem carregamentos de cardamomo, uma das maiores produções da zona, para ser levado para o resto do país.

Quanto à beleza do lugar, não chega dizer que os montes se estendem até onde podemos alcançar a olho nu, muito verdes e recortados em socalcos de arrozais. O arvoredo à volta da povoação envolve-a em frescura e, para além das delicadas casas de telhado de colmo que encontramos nas aldeias em redor, a “capital” também manteve uma arquitectura agradável, com edifícios geralmente brancos e de um andar, geralmente com varandas, portas e portadas azuis.

Num deles esconde-se um quiosque de bijutaria onde, às vezes, é possível fazer telefonemas internacionais, e até um banco, guardado por um polícia de espingarda, onde me disseram que não trocavam dinheiro estrangeiro e nunca tinham visto uma nota de Euros.

Qualquer uma das duas ruas principais desta capital de distrito é um verdadeiro shopping ao ar livre: a parte de baixo da maior parte das casas foi transformada em loja, e vende-se de tudo, sobretudo o que não se consegue produzir na zona, como objectos de cozinha em metal ou plástico, algum calçado, lanternas, rádios e bijutarias.

Quase tudo vem da China, da Índia e, luxo suplementar, da Tailândia. O Leste do Nepal está muito afastado das grandes rotas do trekking que trazem a maior parte do turismo – e do rendimento – para as aldeias dos Himalaias. Aqui, o cultivo do arroz não será abandonado tão cedo, nem o cardamomo e as bananeiras, que são cultivadas até aos dois mil metros de altitude. E Taplejung vai ser durante mais algum tempo a grande cidade onde todos vêm abastecer-se das urbanidades e confortos de que necessitam para uma vida mais moderna.

Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal
Taplejung, Nepal

Guia de viagens a Taplejung

Este é um guia prático para viagens ao Nepal, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região de Taplejung.

Quando ir

Todo o ano, mas é bastante chuvoso na Primavera.

Como chegar

Voar para Katmandu, capital do Nepal, com a Lufthansa e a Thai fica por cerca de 2.000€. Pedir informação sobre os voos para Suketar, pequena aldeia que nasceu ao longo da pista de aterragem que serve a capital de distrito. Daí é só descer o desnível de 1.200 metros até Taplejung (1 a 2 horas).

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Hotéis e restaurantes

O melhor lugar para dormir chama-se MNTC, onde um duplo fica por 200 rupias e um balde de água quente custa 50 rupias. Também serve refeições – não há restaurantes na aldeia, mas há um cafézinho com excelentes chamuças.

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Informações práticas

É necessário comprar um visto à chegada ao Nepal – um mês custa 30 dólares americanos, e tem mesmo de se pagar em dólares. Para trocar, é melhor levar Euros: um Euro vale mais de 110 rupias nepalesas. Para entrar nas praças Durbar paga-se 200 rupias; se pretender circular à vontade, leve uma fotografia e peça um cartão de circulação numa das guaritas que controlam as entradas – assim só paga uma vez.

Seguro de viagem

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Ana Isabel Mineiro

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