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Tasca do Jaime, uma casa de fado vadio no bairro da Graça

Por Filipe Morato Gomes

Fado vadio na Tasca do Jaime

Não faltam casas de fado em Lisboa. Mas, para ouvir fado vadio num ambiente tipicamente bairrista, deliciosamente amador e despretensioso, não há muitos lugares como a Tasca do Jaime. Não é, aliás, uma casa de fado, antes uma casa de petiscos onde quis o destino que todas as tardes de sábados, domingos e feriados haja fado vadio pela boca de fadistas de ocasião. Fica no acolhedor bairro da Graça.

Descobri a Tasca do Jaime por puro acaso, num daqueles boca a boca que tão bons resultados costuma trazer em viagem. É minúscula. Um pequeno corredor com um balcão à direita e meia dúzia de mesas à esquerda. Nas paredes, retratos de fadistas, canecas de vinho, guitarras, concertinas e violas. E um microfone pendurado no teto, lá ao fundo, onde os músicos se sentam e os fadistas de ocasião presenteiam a audiência com fados de todo o tipo – uns conhecidos, outros de criação própria. Dentro do balcão, Jaime serve comes e bebes. Laura, sua mulher, anda sempre atarefada pelo congestionado corredor, servindo imperiais, copos de vinho e pratos de presunto e queijo, ora exigindo silêncio, ora cantando e dançando com os clientes.

Na Tasca do Jaime toda a gente pode cantar. Na verdade, após uma meia dúzia de visitas, posso já afirmar que os fadistas são quase sempre os mesmos, tarde após tarde. O próprio Jaime, a velha “Pimpona” e o trintão João Ferraz que, numa música de sua autoria, canta, a propósito do próprio fado, que “património nacional nunca pode ser estrangeiro”. E ainda um punhado de outros habitués oriundos do bairro da Graça, quase todos de cabelos brancos, que cantam saudades e amores perdidos. O ambiente é totalmente informal, mas não vale a pena ir muito cedo, a não ser que prefira estar numa casa de fados com pouca gente: a casa anima-se principalmente a partir das 17:30.

Quanto a custos, convém saber duas coisas. Primeiro, se não pretende gastar muito dinheiro não se sente às mesas (fique de pé). Se o fizer, será obrigado a comer – e não apenas beber – e, nesse aspeto, a Tasca do Jaime não é barata. Um prato de presunto e queijo, pão e alguns copos de vinho já fazem mossa na carteira mais desprevenida. Se ficar de pé, ao balcão ou mesmo no passeio vendo passar o elétrico 28, não tem essa obrigação. É, no entanto, missão praticamente impossível nada consumir porque Laura disso se encarregará, simpática mas diligentemente – e esta era a segunda coisa a saber. O que, diga-se, nem é grande sacrifício, porque o vinho é bom e os pastéis de bacalhau são uma delícia.

Em suma, depois de chegar à Graça a bordo do elétrico 28, de apreciar as vistas sobre o Tejo nos miradouros da Graça e da Senhora do Monte e de uma espreitadela na magnífica Villa Bertha, passar pela Tasca do Jaime é a forma ideal de terminar uma tarde ensolarada. Pelo menos por enquanto, porque, para o bem e para o mal, já aparecem muitos turistas estrangeiros – a tasca está já referenciada em alguns guias de viagem como um local para conhecer o genuíno fado vadio em Lisboa e, claro, por causa do boca a boca nos hostels da capital portuguesa.

Veja também onde ficar em Lisboa.

Tasca do Jaime

Morada: Rua da Graça 91, Lisboa
Telefone: +351 21 8881560
Informação: Fado aos sábados, domingos e feriados, das 16:00 às 20:00. Apareça a partir das 17:30 que o ambiente é mais caloroso (embora fique mais apertadinho).

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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