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Explorando os templos de Prambanan e Borobudur (Pikitim #30)

Por Luísa Pinto | Volta ao Mundo em Família Ásia Borobudur Indonésia Java Yogyakarta Templos UNESCO
Atualizado em 9.12.2022 | Tempo de leitura: 7 minutos

Templos Prambanan
Vista dos templos hindus de Prambanan

Um é o maior templo hindu da ilha de Java; o outro é uma das mais importantes edificações budistas do planeta. A Pikitim explorou ambos – Prambanan e Borobudur – com o mesmo entusiasmo. E achou as histórias de Shiva e de Buda tão interessantes como as dos duendes sapateiros ou do príncipe com orelhas de burro.

É como se as pedras se transformassem em folhas de papel e, qual banda desenhada – ou livro ilustrado -, são as paredes dos templos construídos há mais de mil anos que contam histórias. Assim como ouve com atenção as fábulas e contos infantis (e adora aquelas que no final dizem “e a moral da historia é…” ), a Pikitim deixou-se enredar nas complexas histórias contadas pelas paredes dos templos hindus de Prambanan, a poucos quilómetros de Yogyakarta, e nos relevos do templo budista de Borobudur.

Como qualquer criança, a Pikitim adora que lhe contem histórias. Quando tem apenas um ou dois livros de determinada coleção, pede que lhe procurem na Internet (pois, é de outra geração) as historias que lhe faltam – os últimos pedidos foram “Os duendes sapateiros” e “Corre, corre cabacinha”. Pede histórias contadas até à exaustão e sabe-as de cor – se lhe estamos a ler um livro, repara quando uma palavra é modificada ou é alterada uma formulação frásica. “Agora estás a inventar, não é isso que diz no livro”, apressa-se a corrigir, mesmo ainda não sabendo ler para o confirmar.

Templo Pawon, em Borobudur

Esta atenção ao detalhe que lhe é característica e o gosto de ver coisas novas dava-nos esperança de que se haveria de divertir a visitar os templos. Não nos enganámos. Se a saga Indiana Jones já fosse do seu conhecimento, haveríamos de sugerir que era nesses ambientes que ela se sentia bem. A personagem Dora, a Exploradora até poderia parecer a mais indicada, mas não havia aqui grandes desafios a ultrapassar, apenas muito inglês para aprender.

Ambos incluídos na lista de Património Mundial da UNESCO na Indonésia, os templos de Prambanan e Borobudur são muito diferentes entre si, não só pela vocação religiosa que os fez surgir (os primeiros são hindus, o segundo é budista), mas também pela forma arquitetónica como essa vocação se expressa.

Templos hindus de Prambanan

Visitámos os templos de Prambanan acompanhados por um trio de estagiárias que pretendiam qualificar-se para guias turísticas e se ofereceram para acompanhar a nossa visita. Foram elas que nos chamaram a atenção, logo na entrada, para um amontoado de pedras onde se podia perceber a forma como cada uma das peças se encaixava. O alto relevo numa pedra, e o baixo relevo na outra permitiu à Pikitim perceber rapidamente o processo. “Encaixam como Legos!”, exclamou. E é mesmo isso.

Pormenor templos de Prambanan
Baixos-relevos num dos templos de Prambanan

Se se deixou impressionar pela “tecnologia” que permitiu construir todo aquele empreendimento, mais impressionada ficou ao reparar que havia “desenhos nas paredes” das dezenas de templos que compõem o complexo de Prambanan.

Foi logo à entrada do templo dedicado a Shiva, o mais importante e interessante do triunvirato de templos, tal como manda a mitologia hindu, que a Pikitim reparou na “árvore da vida” rodeada por dois leões.

A partir daí, dedicou-se a procurá-la em todas as paredes e todos os templos, tanto nos edifícios do trimurti de Shiva, Brahma e Vishnu como nos muitos templos secundários que os circundam. E quando chegou a casa, tratou de desenhá-la no seu diário gráfico.

Templo budista de Borobudur

Nos templos de Borobudur, uns dias depois, já se deixou encantar pelas histórias que as paredes contavam, e deu uma atenção especial à história da rainha Maia e do seu filho Siddharta. Ouviu a história contada por estudantes de turismo que acompanharam a nossa visita (o preço a pagar, tal como em Prambanan, foi escrever um pequeno relatório a indicar se tínhamos gostado ou não das explicações), e depois quis repeti-la ao pai. Tal como faz com os livros.

Templo de Borobudur
A Pikitim no templo budista de Borobudur

Faltou muito para que a Pikitim percebesse a história de Siddharta, o bebé que agora todos conhecem e reverenciam como Buda, pela sua capacidade de ter atingido o Nirvana. Nós íamos  explicando o melhor possível, ou melhor, traduzindo aquilo que ouvíamos das candidatas a guias.

Por exemplo, que nos sete primeiros níveis dos templos (o edifício tem dez) as stupas têm losangos a decorá-las, e que nos três últimos as figuras passam a quadrados, porque está mais próximo do Nirvana, da perfeição. Apontando para as stupas, dava para a Pikitim perceber. E, sendo difícil explicar o que é a meditação e a busca pelo paraíso, os cerca de 1.500 painéis figurativos que revestem o templo de Borobudur passaram a resumir a história da rainha Maia e do seu filho Siddharta.

Quais páginas ilustradas, os relevos ajudam a contar a história da rainha Maia que queria muito ter filhos, mas não conseguia. Até que um dia sonhou que tinha um elefante branco na barriga, e contou ao rei que sentia que algo ia acontecer. “Afinal, estava grávida mesmo”, resumia ela ao pai, que se tinha afastado para fotografar. E continuava, a puxar o pai pela mão, para olhar para as figuras e lhe continuar a contar a história. “Aqui é a rainha Maia a fazer uma grande viagem, a caminho da casa da sua mãe porque ela queria ter lá o seu bebé. E ali [o relevo seguinte] é já o bebé a nascer, porque afinal ele nasceu no meio do caminho”.

Templo de Borobudur
As vistas são fantásticas do topo de Borobudur

Estávamos no terceiro nível e, à medida que íamos subindo no templo, a Pikitim começou a perder o interesse nos altos-relevos. Não só porque eles já não contavam a história da rainha Maia, mas antes outros conceitos do budismo como o karma, mas também porque um grupo de budistas estava a subir o templo em oração. Ouvi-los a cantar (“o que é que eles estão a dizer?”, repetia, curiosa) tornou-se irresistivelmente mais apelativo do que as paredes do templo.

E foi lá em cima, onde está figurada a chegada ao Nirvana e à perfeição, que a Pikitim se deliciou a apreciar a paisagem envolvente. “Já repararam que aquelas montanhas parecem uma senhora deitada? Está ali a cabeça, ali os ombros e as maminhas, e depois as pernas”, dizia a pequena. As nossas guias explicaram que era a “antiga guardiã do templo”. Está visto, a idade não interessa – crianças e adultos, todos podem imaginar histórias de encantar sem ser nos livros infantis.

Guia prático

Onde ficar

Em Yogyakarta

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Em Borobudur

Não tenho qualquer dúvida de que o melhor sítio para ficar em Borobudur é o Rumah Dharma (aliás, o hotel só por si já valeria a viagem). Foi entretanto criado o Rumah Dharma 2 Riverside, que não conheço, mas acredito ser igualmente maravilhoso.

De resto, o alojamento em Borobudur é barato e há projetos hoteleiros de grande qualidade que merecem ser referidos. Desde logo, o elegante Amata Borobudur Resort (conforto a preço acessível); mas também unidades hoteleiras mais baratas como as acolhedoras Efata Homestay, Omah Garengpoeng, Jaswan Inn e Janur Bungalow – todas com boa relação qualidade/preço e elogiadas pelos hóspedes.

Se é luxo que procura, dificilmente encontrará melhor do que o sumptuoso Plataran Borobudur. Não fiquei lá a dormir, mas os hóspedes dizem muito bem!

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Sobre o Diário da Pikitim

Este post pertence a uma série que relata uma volta ao mundo em família, com 10 meses de duração. Um projeto para descomplicar e mostrar que é possível viajar com crianças pequenas, por todo o mundo. As crónicas da viagem foram originalmente publicadas em 2012 na revista Fugas e no blog Diário da Pikitim.

Veja também o post intitulado Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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