Omã é um destino pouco conhecido entre os viajantes de lingua portuguesa; mas é sem dúvida um dos países mais interessantes e acolhedores do Médio Oriente.
O povo é incrivelmente hospitaleiro (por vezes fizeram-me lembrar os iranianos) e as autoridades parecem querer facilitar ao máximo a entrada de turistas no país. Talvez por isso, é muito fácil adquirir o visto de Omã.
Neste post, partilho a minha experiência com o visa on arrival obtido no aeroporto de Muscat, bem como os problemas no check-in que quase me impediram de visitar Omã.
Informação oficial sobre o visto de Omã
Os cidadãos de Portugal podem obter o visto para visitar Omã à chegada ao aeroporto internacional de Muscat, bem como nas fronteiras terrestres com os Emirados Árabes Unidos. Essa é a informação oficial, à data em que escrevo (outubro 2017), confirmada pelo Portal das Comunidades Portuguesas:
“É necessário visto de entrada para os titulares de passaporte ordinário, que pode ser obtido nos aeroportos e postos de fronteira terrestres. É obrigatório terem validade não inferior a 6 meses.”
O mesmo é válido para um grupo restrito de países, incluindo os cidadãos de todos os países da União Europeia e do Brasil. Cidadãos de alguns países precisam de requerer um eVisa, antecipadamente, no site da Royal Oman Police; mas esse não era o meu caso.
Apesar disso, quase não me deixaram embarcar por não ter visto para Omã. Vou então contar como tudo aconteceu.
Problemas no check-in por não ter eVisa
Terminada uma viagem ao Irão ao serviço da Nomad, tinha planeado viajar de Teerão para Muscat num voo da Oman Air. Ao chegar ao check-in, fui informado que tinham diminuído a capacidade do avião e que, por isso, alguns passageiros seriam encaminhados para outras companhias aéreas. Era o meu caso. Em vez de um voo direto para Muscat, iria voar na Qatar Airways com escala em Doha.
Foi quando começaram os problemas.
O pessoal do check-in da Qatar Airways recusou-me o embarque. Ou melhor, perguntaram se eu tinha visto (não tinha) e pediram para aguardar. Eu ia dizendo que era de Portugal e que podia obter o visa on arrival; eles insistiam que o sistema afirmava que eu precisava de ter pedido um eVisa antecipadamente.
Eu sabia que não, que podia obter o visto de Omã à chegada, mas ainda assim entrei em contacto com a minha amiga e viajante Carla Mota, que esteve recentemente em Omã, e ela confirmou que tinha obtido o visto para entrar em Omã à chegada ao aeroporto de Muscat. “Só se as coisas mudaram entretanto por causa dos problemas com o Qatar”, acrescentou.
Essa nuance acrescentava alguma dose de incerteza à situação, mas não me pareceu plausível. Tudo o que tinha lido sobre o visto de Omã apontava no mesmo sentido: como cidadão da União Europeia, era elegível para ter visa on arrival à chegada a Muscat.
Mantive-me firme no balcão de check-in, assegurando que podia obter o visto para Omã no aeroporto de Muscat. Depois de muito esperar, um supervisor levou-me para um balcão vazio. Continuava a perguntar se eu tinha visto; eu a insistir que podia ter visa on arrival. Até que mudou de semblante e disse para não me preocupar. Nessa altura, pediu-me para assinar um documento em que ilibava a companhia aérea de qualquer responsabilidade no caso de não me ser permitida a entrada em Omã. Aceitei, convicto de que iria obter o visto de Omã quando aterrasse no aeroporto de Muscat.
Veja também o dia em que a Emirates me impediu em embarcar por causa de um cartão de crédito.
Visa on arrival no aeroporto de Muscat
À chegada a Muscat, estava inexplicavelmente calmo. Nunca me passou pela cabeça não entrar em Omã. E a verdade é que o processo não poderia ter sido mais simples, rápido e eficiente.
Primeiro, logo depois de entrar no terminal de chegadas, encontrei uns guichets com a indicação Travelex onde se podia adquirir o visto de Omã.
Ao contrário do que tinha lido, não havia máquinas ATM para levantar rials omanitas; pelo menos foi essa a informação dada por um polícia – e eu de facto não vi nenhuma máquina. Talvez por isso, o visto de Omã pode ser pago em Euros (52€, em outubro 2017); ou com um cartão de crédito (20 OMR) como o Revolut. Feitas as contas, optei pelo cartão, já que o câmbio proposto era muito desfavorável.
A fila estava pequena e havia meia dúzia de funcionárias a tratar dos pedidos, pelo que não demorou muito até ser atendido. Bastou entregar o passaporte e pagar o visto. Todo o processo, incluindo a espera, não terá demorado mais que dez minutos (se tanto). Com o comprovativo do pagamento, faltava apenas passar o controlo de fronteira, localizado à direita dos guichets onde se compra o visto para Omã.
Neste posto de controlo, a fila para os cidadãos omanitas era enorme, mas havia uma outra específica para os visa on arrival que não tinha praticamente ninguém. Perfeito. Os oficiais da imigração foram simpáticos, atenciosos e profissionais; e o controlo de fronteira foi por isso muito rápido e isento de problemas.
Logo adiante, a minha mochila estava já fora do tapete; e, num ápice, eu estava debaixo de um calor abrasador no exterior do aeroporto de Muscat. Ao contrário dos funcionários que fizeram o meu check-in em Teerão, tinha entrado em Omã sem qualquer problema.
Em suma, o visto para visitar Omã pode ser obtido à chegada. É fácil e rápido. Não contei o tempo, mas no total, desde que entrei no terminal até que passei a imigração não terão decorrido mais de 15 minutos.
Dito isto, e uma vez que as regras de cada visto estão em constante mutação, não se esqueça de verificar as condições atuais, antes de viajar.
De resto, para ajudar a convencer os funcionários do check-in, talvez seja aconselhável levar consigo uma impressão das regras de obtenção do visto de Omã (retire-o do Portal das Comunidades Portuguesas ou o equivalente no Brasil, ou em inglês na Royal Oman Police) para mostrar em caso de necessidade; não vá algum funcionário menos bem informado não o deixar embarcar por não ter visto para Omã.
O visto de 10 dias, que custava 10 OMR, foi descontinuado; atualmente, apenas existe o visto “normal”, que custa 20 OMR e permite viajar em Omã durante 30 dias.
Aproveite e veja o meu roteiro de viagem em Omã.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.