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Balkony Walk (W6), um trekking pelas paisagens dramáticas de Jebel Shams

Por Filipe Morato Gomes | Trekking Viagens Médio Oriente Nizwa Omã
Atualizado em 1.09.2022 | Tempo de leitura: 7 minutos

Balkony Walk - trekking W6 - Omã
O Balkony Walk (trekking W6) nas montanhas Jebel Shams está bem sinalizado

O Balkony Walk (W6) é um trekking que segue um antigo trilho de burros ao longo da garganta An Nakhur, um desfiladeiro conhecido como “Grand Canyon das Arábias”.

Exageros à parte, quando planeei o meu roteiro de viagem em Omã, o trekking W6 era uma das atividades fundamentais que queria fazer em Jebel Shams, uma lindíssima área de paisagem natural que pertence à cadeia montanhosa de Al Hajar.

De carro para Jebel Shams

Jebel Shams
Jebel Shams

Manhã muito cedo, saí de Birkat Al Mouz, a aldeia onde escolhi pernoitar, em direção a Al Hamra. Prossegui depois rumo a Wadi Ghul por uma estrada que ia alternando entre asfalto e terra batida.

Eu tinha alugado um carro normalíssimo, pelo que teria sido mais sensato aceitar o táxi de tração total que convenientemente aguardava por clientes um pouco antes do asfalto terminar. Mas, como sabia que era possível subir até aos 1.900 metros de Al Khitaym sem um jipe 4×4, decidi arriscar.

A estrada começa em alcatrão; depois passa a terra batida por mais de uma dezena de quilómetros; depois tem nova zona de piso alcatroado, até ao último hotel de montanha; e os últimos três quilómetros até ao topo do planalto são novamente em terra batida e bastante maus.

Trilho de burros em Jebel Shams
Antigo trilho de burros ao longo da garganta An Nakhu

Na verdade, o trajeto não é perigoso, mesmo para quem não tem veículo de tração às quatro rodas. O único receio que tive foram os pneus. Como não tinha pneus adequados, o risco de ter um furo e, com isso, ser forçado a abortar os planos do dia era bem real. Felizmente, cheguei a Al Khitaym sem percalços.

Al Khitaym é um pequeno conjunto de casas onde começam os trekkings W6 e W6a. Tivesse eu mais tempo e viajasse com outro apoio logístico, poderia ter considerado juntar ambos numa única e longa caminhada. Na impossibilidade de o fazer, optei pelo trekking W6, o chamado Balkony Walk.

Mapa Balkony Walk
Mapa dos trekkings W6 e W6a, com início em Al Khitaym. © Fonte: PDF do Turismo de Omã

Caso escolha fazer o W6a, note que o percurso tem um desnível acentuado. É, por isso, mais fácil fazer o trekking no sentido descendente, com início em Al Khitaym e término no fundo da garganta de Wadi Ghul.

Trekking W6 – Balkony Walk

Trekking W6 - garganta An Nakhu
Vista do trilho W6, ao longo da garganta An Nakhu

O Balkony Walk começa logo abaixo do local onde se pode deixar o carro e vai até à aldeia abandonada de As Sab. Comecei a caminhar já o sol estava quente, com a expectativa de ir e voltar num máximo de três horas.

Tinha lido que o trilho não era aconselhável a quem sofresse de vertigens (não é o meu caso), uma vez que está exposto a alguns declives muito acentuados. Mas, com toda a sinceridade, não me pareceu nada problemático.

Embora pouco variada, achei a paisagem avassaladora desde o início.  Todo o percurso é feito na encosta da garganta An Nakhur, num caminho estreito outrora usado por burros. E eu, quase sozinho, senti-me pequenino diante daquelas montanhas agrestes e imponentes.

Balkony Walk (trekking W6)
Paisagem ao longo do trekking W6, mais conhecido por Balkony Walk

Caminhei, feliz da vida, com o abismo sempre à minha direita. A espaços, cruzei-me com um ou outro caminheiro que vinha já em sentido contrário. As tonalidades da paisagem variavam entre o castanho e o cinza, monótonas mas fascinantes, com uma rudeza que só a quase ausência de vegetação consegue proporcionar.

Ao fim de uma hora e quinze de caminhada, cheguei à aldeia abandonada de As Sab, um punhado de casas em ruínas sem grande interesse visual. Pouco depois, o trilho terminou.

Aldeia abandonada de As Asab
Aldeia abandonada de As Sab

Sentei-me numa pedra a comer uma sanduíche, na companhia de grandes vespas e uma cabra curiosa, apreciando a magnitude do desfiladeiro. Terei ficado uns vinte minutos por ali, antes de inverter a marcha e fazer o mesmo percurso até Al Khitaym.

Estava imensamente feliz por ter feito um dos mais espetaculares trekkings de Omã; mas o dia ainda tinha muito para me dar. Peguei no carro e fui explorar as aldeias de Misfat Al Abriyeen e Al Hamra.

Trekking Balkony Walk
Apesar do solo pedregoso, o Balkony Walk tem um grau de dificuldade baixo

Balkony Walk (W6) – Ficha técnica

  • Tipo de percurso: Linear
  • Início: Al Khitaym
  • Distância: 7 km (ida e volta)
  • Duração: 2,5 a 3 horas (ida e volta)
  • Dificuldade: Reduzida
  • Altitude máxima: 1.900 m
  • Desnível: 100 m
  • Sinalização: Sinalizado com marcas vermelhas e amarelas.
  • Acessibilidade: É possível chegar de carro “normal”, mas um 4×4 é mais indicado. Não existe transporte público.

Guia para fazer o Balkony Walk (W6)

Como chegar a Al Khitaym

Sem carro alugado

Caso não tenha alugado um carro, o melhor é arranjar alguém com um jipe 4×4 para o levar até ao início do trekking W6. Sugiro que o faça em Nizwa (ou em Birkat Al Mouz). Nesse caso, aproveite para incluir no passeio a visita às aldeias de Al Hamra e Misfat Al Abriyeen.

Com carro alugado

Se, por outro lado, chegar à região de Nizwa com um carro alugado, a questão que se coloca é se a viatura tem ou não tração às quatro rodas. Caso tenha um jipe 4×4, basta seguir as indicações para o resort Jebel Shams e continuar mais um pouco até Al Khitaym, local onde começa o trekking W6.

Caso tenha um carro “normal”, saiba que a estrada tem partes asfaltadas e outras de terra batida. Não é perigosa, embora não esteja pensada para ser feita com qualquer viatura. Eu subi com um carro sem tração total e não tive problemas; não senti qualquer perigo ou desconforto, mas tinha consciência que os pneus do meu carro não eram os mais adequados àquele piso.

Uma solução intermédia, para quem não quer arriscar, poderá ser a seguinte: siga no seu carro “normal” até ao ponto marcado no mapa, pouco antes do primeiro troço de asfalto terminar; aí, há uma pequena zona de estacionamento, à esquerda da estrada (sentido ascendente), onde omanitas com jipes aguardam por clientes para levar lá acima. O serviço de táxi custa 15 rials, ida e volta, considerando apenas uma hora de espera. Negoceie três horas de espera caso pense fazer a totalidade do trekking Balkony Walk.

Ver preços de um carro alugado

Onde ficar

Nizwa é uma base conveniente para explorar toda a região e, caso seja essa a sua opção, recomendo os hotéis Al Diyar Hotel e Golden Tulip Nizwa (com piscina, o que é sempre agradável no fim de um dia de calor intenso).

Se preferir ficar mais perto de Jebel Shams, a aldeia de Misfat Al Abriyeen tem uma guesthouse acolhedora junto ao palmeiral, onde julgo ser magnífico ficar alojado (eu adorei a aldeia). Chama-se Misfah Old House e tem muito bom aspeto.

Por fim, para a experiência ser completa, porque não ficar hospedado na montanha propriamente dita? Os preços são um pouco mais altos, mas pode valer a pena. Veja o Sunrise Resort e o Sama Heights Resort.

Pesquisar hotéis em Nizwa

Dicas para fazer o Balkony Walk em segurança

Apesar do Balkony Walk ser uma caminhada fácil, não descure as regras básicas de segurança. Nomeadamente:

  • Não vá sozinho.
  • Leve muita água e alguns alimentos.
  • Leve calçado adequado. Apesar de não ser um trekking muito exigente, recomendo calçado com proteção para os tornozelos, como umas botas de montanha. Veja aqui como escolher umas botas de trekking.
  • Leve um agasalho.
  • Faça a caminhada preferencialmente de manhã cedo.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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