Situado em Sinaia, no sopé das montanhas Bucegi, o castelo de Peles é uma obra-prima da chamada arquitetura nova-renascentista alemã, e considerado por muitos como o mais espetacular entre todos os castelos da Transilvânia – porventura até da Roménia.
O meu problema – repito, meu problema – é que, por algum motivo, sempre que vejo um palácio por essa Europa fora – e Peles é um palácio, não um castelo – me lembro dos incríveis Palácio Drottningholm, nos arredores de Estocolmo, e Palácio Augustusburg, em Brühl. E, infelizmente para os outros, não é fácil competir com essas memórias que retiro do baú. Uma injustiça, naturalmente, porque cada palácio tem os seus encantos e a sua relevância histórica; mas foi o que senti, uma vez mais, ao visitar o castelo de Peles.
Seja como for, não dei por mal empregue o meu tempo. Muito pelo contrário. O castelo de Peles é belo e grandioso, e o céu assustador que encontrei em Sinaia ajudou a conferir ao momento uma aura de mistério que me agradou bastante. Verdadeiramente impressionante. Venha daí.
Apesar de ser vulgarmente conhecido como castelo, Peles é um palácio – tanto na forma como na função. Foi mandado erigir pelo rei Carlos I da Roménia para ser residência de verão da família real.
A minha visita ao Castelo de Peles
Cheguei a Sinaia de manhã cedo. Era o primeiro dia do meu roteiro na Roménia e aproveitei a localização geográfica do castelo de Peles para o visitar numa pausa da viagem entre Bucareste e Brasov, onde iria pernoitar nessa primeira noite.
Infelizmente, o castelo de Peles abria para visitas apenas às 11:00 da manhã, pelo que tive tempo para explorar os jardins que envolvem o palácio, antes de me ser permitido conhecer a antiga residência real.
À hora exata, uma funcionária abriu a porta e mandou entrar o grupo de visitantes – que, por essa altura, já era em número significativo – no edifício. Coloquei um plástico protetor no calçado e comecei a visita.
Fiquei, por exemplo, a saber que o castelo de Peles tem mais de 160 quartos distribuídos por uns míseros três mil metros quadrados edificados. É gigantesco, mas mesmo assim estava à espera de uma harmonia arquitetónica que não encontrei. E isso não tem mal nenhum. Pelo contrário.
Uma das grandes riquezas de Peles é a diversidade de estilos decorativos usados no interior do palácio, com muitas das divisões a serem inspiradas em distintas culturas do planeta. Como uma sala de inspiração turca, para fumar cachimbo de água.
Como é evidente, a guia não nos levou a visitar todas as divisões, mas mesmo assim deu para ficar com uma boa ideia da opulência e ostentação do palácio real.
Desde logo, o imponente hall de entrada do castelo de Peles.
Os quartos de hóspedes, sumptuosamente mobilados.
As centenas de pinturas, estátuas, móveis, tapetes, porcelanas e outros objetos de arte; bem como uma coleção de armas e armaduras com milhares de peças e grande valor histórico.
Tudo isto a guia foi mostrando e explicando, com um inglês escorreito e fácil de entender, enquanto passávamos pelas várias divisões do castelo de Peles. Incluindo as salas de receção oficiais, uma biblioteca com uma porta secreta, casas de banho bonitas e luxuosas, quartos de hóspedes e aposentos reais.
No final, não estava nem boquiaberto nem desiludido. Aproveitar a viagem entre Bucareste e Brasov para visitar o castelo de Peles tinha sido uma boa decisão. Talvez seja mesmo o mais bonito castelo da Transilvânia. Ou palácio, vá.
Veja também o que fazer em Brasov.
Guia para visitar o Castelo de Peles
Como chegar
A forma mais comum de chegar a Sinaia a partir de Brasov ou de Bucareste é de comboio. Uma vez na estação de Sinaia, recomendo que suba de táxi até ao castelo de Peles (15 Lei); e, no regresso, a descer, faça o percurso a pé.
Note, no entanto, que não há assim tantos comboios a passar em Sinaia. Por isso, no regresso, caso se dirija para Brasov, indague na estação sobre a próxima partida e, se demorar, tente os miniautocarros que passam com frequência em frente à estação. Foi o que eu acabei por fazer, para evitar esperar uma hora pelo próximo comboio (de Sinaia para Brasov). Para Bucareste, tem mesmo de esperar pelo comboio seguinte (anote os horários antes de ir visitar o castelo de Peles).
Dito isto, alugar carro na Roménia pode ser uma opção muito mais cómoda. Simule o custo do aluguer no link abaixo e decida em conformidade.
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Que bilhete escolher (o que visitar no Castelo de Peles)
Quando chegar à bilheteira do castelo de Peles, vai ter de decidir se quer a visita standard (30 Lei), apenas ao piso térreo do palácio; ou se quer conhecer também o primeiro piso do palácio (mais 30 Lei), onde se situam os quartos e uma sala de espetáculos. Na minha opinião, e apesar do preço ser pouco simpático, acho que vale a pena visitar ambos os pisos.
Note que não é possível visitar o castelo de Peles sem guia. Menos mal, porque, em abono da verdade, as explicações acabam por enriquecer bastante a visita. Para poder fotografar é preciso comprar uma permissão extra (35 Lei). Um roubo, portanto.
Dependendo do tempo disponível, pode valer a pena considerar fazer uma excursão para visitar o Castelo de Peles a partir de cidades como Bucareste ou Brasov. Veja aqui as melhores excursões ao Castelo de Peles.
Onde ficar
Se quiser ficar hospedado em Sinaia, junto ao castelo de Peles, saiba que há excelentes hotéis de montanha nas redondezas. Considere, entre outros, a Vila Arizto e a Opus Villa, a mais económica Casa Ana ou o luxuoso Ioana Hotel.
Na minha opinião, no entanto, se não pretende esquiar em Sinaia otimiza o tempo montando base em Brasov – que fica a apenas 45km de Peles. Assim, recomendo que veja com atenção o post onde ficar em Brasov. Em jeito de resumo, aqui ficam cinco sugestões.
Considere o magnífico Antler Boutique Hotel (seguramente um dos melhores hotéis de Brasov); a descomplicada guesthouse UpperHouse; o clássico três estrelas Belfort Hotel; o barato e hospitaleiro Bike House; ou o apartamento Comfy Central Apartment. Em qualquer um destes ficará bem instalado em Brasov, com fácil acesso aos transportes para visitar Peles.
Seguro de viagem
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