Destino: Ásia

Estrada do Karakorum

Por Ana Isabel Mineiro
Estrada de Karakorum, Paquistão
Estrada do Karakorum, Paquistão

São mil e trezentos quilómetros de estrada mais ou menos asfaltada, que ligam a capital do Paquistão, Islamabad, à cidade histórica de Kashgar, na China – mais de mil quilómetros através de um cenário dramático de montanhas aguçadas, e aldeias onde a tradição ainda é o que era. Viagem pela Estrada do Karakorum.

A Rota da Seda

Alexandre o Grande, peregrinos budistas, caravanas na Rota da Seda, nómadas e pastores anteriores a quaisquer fronteiras sempre utilizaram este caminho, caprichoso como qualquer estrada de montanha, que sobe e desce ao sabor de glaciares, avalanches e derrocadas. Já lá vai o tempo em que uma das actividades económicas principais da zona era aliviar os passantes dos seus valores; agora quem chega é bem-vindo e, antes do 11 de Setembro, o turismo já se desenvolvia pouco a pouco, beneficiando as populações locais – e nós todos, curiosos das geografias únicas e culturas genuínas destas paragens.

Estrada do Karakorum
Estrada do Karakorum

Depois da invasão do Iraque e das pretensas “respostas” de grupos fundamentalistas, tem sido difícil fazer com que a maior parte dos visitantes consiga sentir-se realmente seguro no Paquistão.

O que é uma pena porque, que se saiba, não houve nenhuma agressão a turistas; pelo contrário, cada forasteiro que chega a uma aldeia parece ganhar uma quantidade de guarda-costas, já que as pessoas gostam de se responsabilizar por nós.

E, na verdade, a zona é demasiado espectacular para ser ignorada, sobretudo para quem aprecia paisagens e culturas de montanha. Pelo caminho ficam mais de mil quilómetros com alguns dos mais belos cenários do mundo, nada menos que uma das pontas da cordilheira do Hindu Kush, a cordilheira do Karakorum e um dos extremos dos Himalaias, conhecido por Nanga Parbat.

A construção da estrada propriamente dita começou em 1959, e destinava-se a ligar as áreas montanhosas do Norte e a capital. Devia atingir Gilgit e, a partir daí, poderia seguir-se o antigo caminho do vale de Hunza até ao passo de Khunjerab, que permite passar as montanhas do Karakorum e alcançar Kashgar.

Mas o terreno era (e é) tão difícil, que em 1965 ainda só estava aberto um estradão de terra. Em 1967, a China e o Paquistão acordaram a abertura de uma fronteira, e mais de dez mil pessoas trabalharam até à sua inauguração, em 1971.

Veículo paquistanês no Karakorum
Veículo paquistanês no Karakorum

Dois anos mais tarde, tomou-se a decisão de transformar as estradas dos dois lados em Vias Internacionais – a expressão inglesa utilizada é highway, mas nada aqui lembra uma auto-estrada ou, sequer, uma via rápida – e para isso chegaram a trabalhar, em simultâneo, cerca de vinte e cinco mil pessoas.

No final, esta foi considerada uma das obras mais difíceis do mundo, e as contas são, de facto, impressionantes: mais de noventa pontes, oito milhões de quilos de dinamite, oitenta milhões de quilos de alcatrão – quatrocentos mortos e número quase igual de feridos.

A Estrada do Karakorum, tal como a podemos percorrer hoje, foi aberta a todos os estrangeiros em 1986.

Transportes na Estrada do Karakorum

Em vez de nos instalarmos em Islamabad, capital construída de raiz nos anos sessenta, onde os arranha-céus modernos e as avenidas largas e sem trânsito são completamente descabidos em relação ao resto do país – e mesmo em relação ao resto das ruas, mal nos afastamos do centro – preferimos Rawalpindi, uma espécie de cidade-gémea de alma profundamente asiática, com o seu trânsito caótico, vendedores de rua e lojas minúsculas, onde artesãos hábeis produzem tudo à mão, de roupas a jóias e objectos de casa.

Os táxis-colectivos, sob a forma de minivans ou jipes, são partilhados por todos os que vão na mesma direcção, e partem quando estão cheios. São muito raros os veículos privados, mal deixamos Islamabad em direcção às montanhas.

As mulheres, que nunca vi viajarem sem um dos machos da família (marido, filho, irmão, etc.), ficam todas juntas ou ao pé desse familiar, do lado da janela; e a cada nova pessoa que chega é preciso reajustar o esquema todo, com os homens a sair e a entrar outra vez, para não ficarem perto de uma desconhecida.

Baltit, Paquistão
Baltit, Paquistão

A coisa atrasa um bocado as partidas, mas a condução louca que se segue, onde a buzina tem parte preponderante, recupera o tempo perdido.

Outros meios de transporte importantes são os autocarros que, juntamente com os camiões, merecem um estudo estético-sociológico. A sua decoração demonstra o amor profundo que lhe tem o condutor: de noite parecem árvores de Natal, enfeitados com reflectores, grinaldas brilhantes e luzes que piscam; quando aparecem numa curva escura, é como levar com os máximos nos olhos; o tamanho é assombroso, com uma plataforma alta sobre a cabina do condutor – ou um rebordo, no caso dos autocarros – para aumentar o espaço de carga.

A própria pintura é uma mistura desconcertante de cores garridas que dão vida a minuciosos desenhos naif de pássaros, jardins, mesquitas, paisagens e flores, que devem levar meses a terminar. São autênticos jardins sobre rodas – muito mais bonitos que os camiões europeus, mais as suas habituais “decorações” com loiras exuberantes e mal vestidas -, e alegram a paisagem imponente e cinzenta do Karakorum.

Saímos de Islamabad em direcção a Besham de manhã cedo, depois de uma sessão de fotografias e apertos de mão a grande parte dos condutores e vendedores de bilhetes do terminal. Como os raros turistas que chegam ao Paquistão vêm em viagens organizadas, é raro o povão encontrar europeus que tenham tempo e paciência para partilhar os mesmos transportes públicos, estradas, restaurantes e pensões de caminho. Daí o espanto e a curiosidade descontrolada. E a hospitalidade que fazem questão de demonstrar em todas as ocasiões, oferecendo chás e pagando bebidas sem nos dar tempo de retribuir.

A viagem

A primeira parte da viagem, até Besham, não é a mais interessante, e dedicamo-la a conviver com os companheiros de transporte. Passamos por Taxila, onde fica o mais importante parque arqueológico do Paquistão, com ruínas da civilização budista Gândara que datam do século VI a.C.

Continuamos até Mansehra, constantemente balouçados, sacudidos, expulsos do sono pelas curvas e pela falta de asfalto. Mas uma invenção que não ficaria mal em Portugal é o traço contínuo “sólido”: uma carreira de pedregulhos pintados, ou um murinho de cimento com quatro dedos de altura que divide a estrada em duas, sobretudo em curvas e outros lugares onde qualquer condutor irresponsável acha irresistível ultrapassar.

Em alguns sítios houve derrocadas, noutros a beira da estrada está prestes a desabar, transformando-se numa perigosa tira estreita, mas antes de Mansehra a estrada alarga e tem mesmo protectores laterais.

Estrada do Karakorum
Estrada do Karakorum

Em Thakot encontramos o Rio Indo, berço de uma das mais antigas civilizações do mundo (três mil anos antes de Cristo). E a avaliar pelas aldeias que avistamos, muita coisa ainda não melhorou desde então. Besham, que até merece aparecer no mapa, é apenas uma rua suja e barulhenta por causa do tráfego constante, ladeada por lojas onde podemos comprar, entre outras coisas, tecidos brilhantes e armas de vários calibres.

A seguir começam a desfilar paisagens lindíssimas, de aldeias em socalcos rodeadas por searas e choupos, verdadeiros oásis nas montanhas secas e aguçadas. As casas parecem escamas e não têm muito mais que a altura de uma pessoa, o rio é cinzento e espesso, cheio de rápidos e rochas negras cravadas em enseadas de areia branca, onde os rapazes vêm jogar criquete.

Os cobradores vão orientando a viagem como maestros, distribuindo e alterando os lugares, recebendo o dinheiro e anunciando aos gritos o destino do transporte. Alguns têm o curioso hábito de guardar as moedas, que não são muitas, nas orelhas e na boca; uma vez apanhei uma, que tinha caído aos meus pés, o homem agradeceu e meteu-a imediatamente na boca.

De vez em quando paramos para tomar um chá, comer qualquer coisa ou rezar. E começamos a entender porque é que as viagens começam sempre com uma cassete de orações ou, à falta disso, os próprios passageiros desatam a rezar mal arrancamos – a avaliar pelo estado da estrada e pela condução da maioria dos condutores, até que não é má ideia.

Depois de ser bem visível que a estrada foi aberta a dinamite, com enormes paredes de rocha a levantarem-se dos dois lados, foi a vez da areia. Certos troços dão a impressão de avançarmos no leito de um rio, por entre argila, areia e pedras e, mais adiante, antes da aldeia de Hussaini, há mesmo um glaciar que atravessa a estrada e que tem de ser regularmente “cortado” para permitir a passagem dos veículos.

O rio passa de uma massa violenta, com rápidos e rochas, a uma tira larga e lisa, com penínsulas altas de areia grossa onde se instalam as aldeias. Há pontes de ferro construídas pelos militares, que ajudam a transpor as abundantes gargantas e quedas de água, mas quem aqui mora também está habituado a atravessar o rio sobre cordas suspensas onde balouçam os restos de algumas tabuinhas – e até lhes chamam pontes.

Antes de Gilgit, as montanhas ficam mais imponentes e a majestosa massa do monte Nanga Parbat levanta-se junto à estrada. Este é um dos nove picos acima dos oito mil metros que se situam nos Himalaias e, sem dúvida, um dos mais impressionantes. Gilgit fica entalada numa espécie de anfiteatro de montanhas acinzentadas. Com as suas casas baixas, alinhadas em ruas compridas e com algum trânsito, é um local confortável para ficar algum tempo antes de seguir viagem, até porque não faltam trilhos para explorar as montanhas mais próximas.

Altit, Paquistão
Altit, Paquistão

Estrada acima em direcção à fronteira chinesa, alcançamos Karimabad, a povoação mais importante do vale de Hunza, outro dos lugares que merecem alguns dias de paragem. Com vista para um bom punhado de montanhas com mais de sete mil metros, uma rede de caminhos pastorais que nos permitem chegar a locais de uma beleza incomparável, e dois fortes, no mínimo, intrigantes, o vale tem a dose exacta de beleza natural e herança cultural para atrair visitantes de todo o mundo.

Há quem diga que foi aqui que James Hilton, autor de Horizonte Perdido, se inspirou para a sua ideia de Xangri La e, de facto, poucas regiões possuem este charme místico; basta um passeio até ao forte de Baltit, no cimo da aldeia, e ao de Altit, na aldeia do lado, para termos vontade de ficar uns tempos por ali.

Se os media internacionais estivessem tão prontos a relatar os casos de generosidade e hospitalidade como os actos de violência, teriam histórias sem fim para contar sobre o Norte do Paquistão, onde as pessoas saem do seu caminho para ajudar, não faltam convites para entrar em casas, partilhar refeições, onde chegaram até a pagar-nos os bilhetes do autocarro, e alguns dos condutores fizeram questão de nos oferecer um chazinho!

Se é certo que há aldeias tão fechadas que ninguém lá entra, muito menos um estrangeiro, a zona de Hunza é particularmente agradável porque, sendo ismaelitas (um ramo do xiismo que segue Agha Khan), as mulheres não têm uma vida tão fechada como no resto das aldeias: muitas aprendem inglês, apreciam falar com estrangeiros e têm hábitos culturais de autonomia que nos permitem aproximar-nos e trocar ideias. As mais velhas ainda andam com o típico chapéuzinho bordado e um véu branco por cima, como princesas medievais, mas as mais novas adoptaram o fato shalwar kamize, como o resto do país.

A última paragem foi na aldeia de Passu, onde uma placa explica que agora todas as pensões se situam fora da aldeia, ao longo da estrada. Indagámos porquê e foi-nos dito que muitos dos estrangeiros andavam por ali de calções, de tronco nu ou camisolas minúsculas; alguns até faziam “porcarias” junto ao rio, disse-nos um homem, acrescentando que “não podemos dizer nada porque eles zangam-se e não voltam. E o turismo é preciso porque traz dinheiro e desenvolvimento”. Tal e qual.

Ganhamos todos com isso: os habitantes são poupados às “vergonhas” dos ocidentais que ignoram quem cá vive, e nós ficamos de frente para a cordilheira serrilhada do Karakorum, de manhã até ao cair do dia. Desde a luz rosada que só toca nos picos até ao dourado final. E os dentes aguçados das montanhas, onde nem a neve consegue prender-se, acompanham-nos até bem mais acima: a estrada sobe até ao passo de Khunjerab, a mais de quatro mil e setecentos metros de altitude, dando à Kararkorum Highway o seu título de Estrada Internacional Mais Alta do Mundo.

E depois aparece a fronteira chinesa, num planalto verdadeiramente plano e alto, onde uma espécie de marmotas despontam de buracos no chão às dezenas, para ver passar o autocarro.

A estrada na China

Lago Karakuli, China
Lago Karakuli, China

Do lado chinês a estrada corre pelo vale, ladeada por uma planura por onde correm fios de água, mas onde o pasto é espantosamente raro. No horizonte próximo levantam-se montanhas igualmente carecas e de arestas bem vincadas. De vez em quando aparecem algumas aldeias tajiques, de casas achatadas feitas de terra batida que se confundem com a paisagem.

Abundam as iurtas (tendas familiares redondas) dos pastores, e rebanhos de cabras, ovelhas e iaques passeiam por ali. As únicas notas de cor na paisagem são as roupas das mulheres, dos lenços de cores berrantes aos vestidos coloridos sobre as calças largas. Os homens, esses são mais discretos, com os seus casacões de pele e bonés azuis ao estilo cazaque.

À medida que descemos vão aparecendo os camelos – os verdadeiros, de duas bossas. Dado tratar-se de uma espécie de clima frio, os camelo de bactriana são excepcionalmente lãzudos e mais pequenos que o normal. Estas são as imagens que avistamos, como um filme, das janelas do autocarro que nos leva a Kashgar.

O longo percurso é interrompido para uma noite em Tashkurgan, uma espécie de entreposto militar nesta zona etnicamente confusa e politicamente conturbada, onde de vez em quando eclodem conflitos entre as autoridades chinesas e os locais. E no dia seguinte, de novo em marcha para Kashgar, passamos por um dos sítios mais bonitos da região: o Lago Karakuli, onde se reflectem as montanhas do Pamir.

O espelho de água entalado entre os cumes nevados do Muztagh Ata e do Kongur, ambos acima dos sete mil metros, é uma visão inesquecível ao nascer do dia. Infelizmente, para visitar a zona com tempo é preciso deixar o autocarro, que não faz o percurso todos os dias, e depois tentar apanhá-lo de novo na estrada, quando passar e caso haja lugar… ou fazer uma viagem organizada a partir de Kashgar, pagando tanto para dormir numa iurta como num hotel na cidade.

Mesquita Idkah em Kashgar, China
Mesquita de Idkah em Kashgar, China

Kashgar aparece como a única mancha verde numa paisagem poeirenta e inóspita, nas margens do deserto do Taklamakan, que em tradução livre da língua local significa “onde se vai mas não se volta”. Mas já é possível atravessá-lo com segurança, graças a comboios e autocarros com saídas regulares até à capital de província, Urumqi.

E Kashgar, agora, tem duas caras: a chinesa, cheia de edifícios de vidros espelhados e ruas largas, igual a qualquer outra cidade chinesa, e a parte antiga, lembra a velha Kashgaria, povoada originalmente por etnias de origem turca, tajiques, uzbeques, quirguizes e, em maior número, uigures. Ainda se desprende um cheirinho a Rota da Seda deste lendário cruzamento de caravanas, dos seus salões de chá cheios de velhotes com casacos que cobrem as botas de cano alto, chapéuzinhos bordados e barbichas pontiagudas, reclinados sobre uma espécie de cama de quatro lugares.

Ou da mesquita de Id Kah, rodeada de ruelas estreitas com casas baixas de tijolo, perfumadas pelo odor do pão redondo e achatado que lembra o Médio Oriente. E as mulheres, de lenço na cabeça e roupas brilhantes, olhos orientais rasgados num rosto mediterrânico, ainda lembram as princesas turcas.

Este é o fim do caminho para quem faz a estrada mítica do Karakorum. Com um forte sabor a Oriente, nem Médio nem Extremo, que nos deixa um desejo intenso de regressar.

Guia de viagens a Karakorum

Este é um guia prático para viagens pela Estrada do Karakorum, Paquistão, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região.

Quando ir

A estrada só está aberta entre 1 de maio e 30 de novembro, embora as condições climatéricas possam causar o seu “fecho” momentâneo.

Como chegar a Gilgit

Antes de voar para Islamabad, deve pedir o visto na Embaixada do Paquistão em Lisboa, na Av. da República 20-1. O voo entre Lisboa e Islamabad, com duas escalas, fica por cerca de 1.300€ com a Lufthansa e a Emirates. Do aeroporto de Islamabad pode apanhar um táxi até ao hotel, em Islamabad ou Rawalpindi.

De Islamabad/Rawalpindi a Besham ou Gilgit: apanhar um táxi até ao terminal de Pir Wadhai, de onde saem autocarros em todas as direcções. São 6 a 9 horas até Besham e 14 a 19 até Gilgit; há duas partidas de dia e duas de noite. De Besham, a meio do caminho, é muito fácil apanhar um minivan até Gilgit, que é outro ponto central de transportes em todas as direcções. Karimabad fica apenas a três horas de caminho, e daí também há transportes para continuar até Sust, onde as bagagens são revistadas e as formalidades de fronteira (do lado paquistanês) são cumpridas, repetindo-se a mesma coisa ao passar a fronteira chinesa, cerca de seis horas mais acima.

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Onde ficar

Em vez de Islamabad, Rawalpindi é um lugar muito mais agradável para uma aclimatação ao país, e tem cerca de 250 hotéis. Citamos apenas um, com uma boa relação qualidade-preço: Akbar International, na Liaquat Rd – cerca de 1.500 PRP (Rupias paquistanesas). Em Gilgit: há muita escolha. Os mais conhecidos são o Madina, em NLI Chowk, e a mais confortável Horizon Guest House, com preços que rondam as 150 PRP. Em Karimabad: escolha para todos os bolsos. O World Roof, no centro, tem água quente e cobra cerca de 300 PRP por um duplo. Em Passu: Passu Peak Inn, na estrada, depois da aldeia. Preço: 120 PRP. Em Kashgar: Seman Hotel, na rua do mesmo nome, muito central. Os preços variam com os quartos: dos dormitórios a 15 Yuan por pessoa, aos 500 Yuan aos quartos “de charme”.

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Restaurantes

Na maior parte dos casos terá de se informar localmente, porque os pequenos restaurantes abrem e fecham com facilidade (alguns fecharam em dois anos). Em Gilgit e Hunza é mais prático comer na própria pensão/hotel, que oferece menus fixos, geralmente bastante bons. Enquanto na China a comida é muito variada, no Paquistão a carne é parte essencial, e os acompanhamentos pouco variados. Em Kashgar, o Oasis Café é um dos poucos lugares onde se fala inglês, e fica em frente ao Hotel Seman. Em Rawalpindi, o Restaurante do Hotel Marco Polo é dos mais considerados.

Informações úteis

É mais fácil obter um visto chinês em Islamabad do que em Lisboa. Basta dirigir-se à Embaixada, no Diplomatic Enclave, Ramna 4. Os portugueses podem obter o visto no próprio dia, mediante apresentação de três fotos, passaporte e pagamento de “taxa de urgência” oficial – fica por cerca de 40 dólares.

O dinheiro (Euros ou dólares) troca-se em banco ou agentes de câmbio, e quanto mais subir para as montanhas pior é o câmbio. Esqueça o multibanco e não conte com o cartão de crédito. No Paquistão, o nível de vida é muito baixo; pode viver com cerca de 20€ por dia. Um Euro vale cerca de 125 PRP. A China é um pouco mais cara, mas esta zona é das mais baratas do país. Um Euro vale cerca de 10 Yuan.

O Paquistão é um país islâmico e aconselho às mulheres que comprem dois shalwar kamize – a roupa tradicional paquistanesa – à chegada; são conjuntos de túnica e calças muito práticos e fáceis de usar, que causam imediatamente boa impressão em toda a gente. Os homens deveriam abster-se de usar calções e nunca se apresentar de tronco nu em público. As demonstrações de afecto entre um casal não são nada apreciadas.

A língua internacional mais falada é o inglês, a língua nacional é o urdu. Não há nenhuma vacina obrigatória, mas deve ter-se cuidado com a higiene, sobretudo a nível da comida. Do lado chinês, as línguas são o mandarim e o uigur, e poucos falam inglês.

Seguro de viagem

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Ana Isabel Mineiro

2 comentários em “Estrada do Karakorum”

  1. Amei essa reportagem. Eu tenho um sonho de conhecer o Paquistão, principalmente o Vale Hunza, Altit.
    sua geografia, costumes, cultura, historia etc, tudo me interessa!
    Obrigada pelas informações.

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  2. É possível (legal) alugar carro no Paquistão? Se sim, não seria mais útil para fazer a Karakoram Highway? A carta portuguesa é válida lá?

    Responder

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