Alma de Viajante

Blog de Viagens de Filipe Morato Gomes

  • Destinos A-Z
  • Portugal
  • Brasil
  • Europa
  • América
  • África
  • Ásia
  • Oceânia
Blog de viagens » Oceânia » Austrália » Austrália Ocidental » Gascoyne

Estromatólitos, as pedras que respiram como nós (Pikitim #40)

Por Luísa Pinto | Volta ao Mundo em Família Austrália Austrália Ocidental Gascoyne Oceânia
Atualizado em 12.09.2018 | Tempo de leitura: 6 minutos

Hamelin, Austrália
A Pikitim a ler sobre os estromatólitos de Hamelin, Austrália

Não há muitos lugares no mundo onde miúdos e graúdos possam alimentar golfinhos selvagens a partir da praia. Em Monkey Mia, na costa ocidental da Austrália, isso acontece todas as manhãs. E a Pikitim foi escolhida por duas vezes como voluntária para tal tarefa. Uma experiência que não esquecerá tão cedo, tal como as “pedras que respiram”, outra das originalidades de Western Australia que marcaram a petiza.

Conduzir pelo Estado de Western Australia é quase como fazer uma travessia no deserto. As estradas são infinitamente retilíneas, o solo é plano, o clima árido, não se vê vivalma à exceção de um ou outro condutor de autocaravanas ou road trains – camiões de mercadorias com dezenas de metros de comprimento -, e (já aqui o dissemos) é preciso percorrer centenas de quilómetros para ligar dois pequenos pontos que merecem menção no mapa de estradas. É, ainda assim (ou por isso mesmo), uma zona deslumbrante para visitar.

A começar pelos cangurus. Ao alugar a campervan que serviu de casa e carro durante a nossa passagem pela Austrália, a simpática funcionária da empresa de rent-a-car avisou de pronto: “se virem um canguru na estrada não guinem o carro de forma brusca, que ele é muito alto e capota facilmente; o melhor é seguir em frente e bater no canguru”. A imagem preocupou-nos, mas foi o prenúncio do que encontraríamos norte acima: vida selvagem.

Estromatólitos de Hamelin
Estromatólitos de Hamelin, Austrália

Estávamos a caminho de Shark Bay, uma área no litoral australiano que a UNESCO descreve como “da maior importância zoológica”, ao ponto de a incluir na lista de Património Mundial da Austrália. É verdade que mais de 70 por cento dos 2,2 milhões de hectares que integram a zona classificada estão localizados em pleno oceano, mas muita da diversidade animal que a UNESCO destaca é visível a partir da costa. A começar pelos estromatólitos de Hamelim.

Estromatólitos

A lagoa de Hamelim é um dos raros lugares do mundo onde ainda é possível encontrar estromatólitos, seres vivos microscópicos que crescem ao bonito ritmo de um centímetro a cada 30 anos. A Pikitim não escondeu a sua surpresa – nem os pais, há que admitir – quando percebeu que aquilo que pareciam pedras redondinhas dentro de um lago com águas transparentes eram, afinal, os seres vivos mais antigos que habitam o planeta Terra. “É verdade que eles viveram no tempo nos dinossauros?”, perguntou, desconfiada.

Eagles Bluff, Austrália
Miradouro de Eagles Bluff

Consta que alguns estromatólitos vivem em Hamelim há 3,5 milhões de anos, sobrevivendo por tão longo período de tempo devido à elevada salinidade das águas, facto que afastará os seus predadores naturais. Foi uma Pikitim muito atenta que ouviu as explicações que lhe íamos dando com recurso à leitura das palavras de Stumpy, o “estromatólito anfitrião” dos painéis informativos existentes no passadiço de madeira que nos permitia ver, de muito perto, os verdadeiros “familiares” de Stumpy no oceano.

O facto das “pedras” não serem pedras já era motivo de espanto, mas a Pikitim ficou ainda mais surpreendida quando as palavras de Stumpy sugeriram que reparássemos nas bolinhas de ar que existiam na água. E explicava que elas eram provocadas pela respiração dos minúsculos estromatólitos, “os primeiros seres vivos a libertar oxigénio para o planeta”. A conclusão surgiu rápida e naturalmente: “É inacreditável, estas pedras respiram como nós”.

A dedução tem toda a lógica. Olhando para o oceano, é impossível negar que os estromatólitos parecem, de facto, pedras. Sem as explicações de Stumpy ou outra sinalética informativa, nem nós saberíamos que aquelas “pedras” eram seres vivos.

Golfinhos em Monkey Mia
Golfinhos ao largo de Monkey Mia

Um pouco mais a norte, já perto da cidade de Denham, foi construído um miradouro para observar outro tipo de animais. Chama-se Eagles Bluff, e fica no alto de uma costa escarpada com vista para uma baía de águas rasas e rica em ervas marinhas. Consta que em Sharks Bay existe um dos maiores prados de ervas marinhas do mundo, e talvez isso explique a presença da maior população de dugongos do planeta. Avistá-los a olho nu era o principal objetivo da nossa paragem em Eagles Bluff.

Mas, com o inverno a aproximar-se a passos largos do sudoeste australiano, as criaturas tinham já começado a rumar para águas mais quentes e, por isso, nem um dugongo vislumbrámos. Nem tartarugas. Apenas um tubarão-bebé, patrulhando as águas esverdeadas da baía. Pecúlio curto para as expectativas criadas na Pikitim. Ao contrário de Monkey Mia.

Os golfinhos de Monkey Mia

Reza a história que, na década de 1960, um casal de pescadores começou a alimentar um grupo de golfinhos sempre que regressavam da faina. Aos poucos, a presença dos golfinhos junto à praia foi sendo notada e os visitantes começaram a aparecer em Monkey Mia para os observar.

Foi então construído um Centro Informativo e hoje, o Departamento do Ambiente e Conservação, que gere os parques naturais australianos, leva a cabo um programa de alimentação com regras bem definidas e restritas, por forma a garantir que os golfinhos permanecem selvagens e não dependentes (isto é, continuam a procurar comida em alto-mar), sem defraudar por completo as expectativas dos muitos visitantes que ali acorrem diariamente. Para a Pikitim, a esperança de “dar comidinha” a golfinhos era enorme.

Golfinhos em Monkey Mia
A Pikitim a alimentar um dos golfinhos do grupo que visita diariamente Monkey Mia

Na manhã em que visitámos Monkey Mia, aconteceram duas das três possíveis sessões de alimentação. Para além de uma família de emas e de uns quantos pelicanos, estariam no areal umas cinquenta pessoas. Apenas cinco golfinhos são alimentados em cada sessão, mas a Pikitim não poderia ter tido mais sorte. De ambas as vezes, foi uma das “voluntárias” escolhidas para se aproximar de um golfinho específico e colocar-lhe um peixe na boca. Ficou delirante.

Depois de ter visto “pedras” que respiram e um tubarão-bebé à distância, dar de comer a golfinhos foi a cereja no topo do bolo. De surpresa em surpresa, Western Australia tem feito por justificar cada quilómetro percorrido. Alguém falou em deserto?

Guia prático

É possível dormir em Monkey Mia?

Como estávamos a viajar de autocaravana, não ficámos hospedados em Monkey Mia, mas é possível pernoitar junto à praia, no RAC Monkey Mia Dolphin Resort. Os preços são muito aceitáveis.

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

Fazer seguro na IATI (com 5% de desconto)

Sobre o Diário da Pikitim

Este post pertence a uma série que relata uma volta ao mundo em família, com 10 meses de duração. Um projeto para descomplicar e mostrar que é possível viajar com crianças pequenas, por todo o mundo. As crónicas da viagem foram originalmente publicadas em 2012 na revista Fugas e no blog Diário da Pikitim.

Veja também o post intitulado Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber.

Saiba mais sobre: Volta ao Mundo em Família Austrália Austrália Ocidental Gascoyne Oceânia

Planeie a sua próxima viagem

A melhor forma de ajudar o Alma de Viajante a manter-se sem anúncios e continuar a inspirar e a dar dicas de viagens gratuitamente é usando os links disponibilizados neste artigo para fazer as suas reservas. Nomeadamente:

Reserve os melhores hotéis no Booking.com (é onde eu faço a maioria das minhas reservas).

Se precisa de viatura própria, alugue um carro na Discovercars. Passei a recomendá-la desde que descobri que têm preços bem mais baixos do que a Rental Cars.

E não se esqueça de fazer um seguro de viagem na IATI Seguros (tem 5% de desconto usando este link). Eu nunca viajo sem seguro.

Livro grátis

Junte-se a +25.000 viajantes e receba por email uma newsletter (em português) com muita inspiração e dicas para viajar mais e melhor. E ainda lhe ofereço o livro Alma de Viajante, há muito esgotado nas livrarias, com as crónicas da minha primeira volta ao mundo.

Sucesso! Por favor verifique o seu email para confirmar a subscrição.

There was an error submitting your subscription. Please try again.

Powered by ConvertKit

« O Anti-Clímax do Fim (De Cabo a Cabo #17)
Quirguízia: a alta-montanha para todos »

Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

SEGUIR NO INSTAGRAM

Assine a newsletter e receba o livro da minha primeira volta ao mundo gratuitamente (está esgotado nas livrarias).

Destinos em destaque

  • Japão
  • México
  • República Dominicana
  • Zanzibar
  • Puglia
  • Sardenha
  • Malta
  • Maiorca
  • Menorca
  • Lanzarote
  • Tenerife

Planear a sua viagem

Reserve aqui os hotéis para a sua próxima viagem

Faça um seguro de viagem com proteção Covid-19 (5% de desconto usando este link).

Alugue um carro para a sua próxima viagem.

Sobre

Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

Política editorial

Alma de Viajante é um blog completamente independente. Nenhum eventual parceiro tem qualquer influência no conteúdo editorial publicado e só recomendo aquilo que uso nas minhas viagens. Conheça a minha política editorial e comercial. Este blog contém links de afiliados.

Contactos · Na imprensa · Prémios

Explore o blog

  • Comece aqui
  • Artigos de viagens
  • Planear viagens
  • Trekking
  • Notícias
  • Blogging

Grandes viagens

  • Volta ao Mundo
  • Diário da Pikitim
  • Do Cairo a Teerão

Os meus convidados

  • Portugueses pelo Mundo
  • Viagens na Minha Terra

Redes sociais

Mais de 250.000 pessoas viajam com Alma de Viajante nas principais redes sociais. Junte-se a esta comunidade de amantes de viagens, assine a newsletter e inspire-se com as minhas aventuras em destinos de todo o mundo.

Blog de viagens fundador da ABVP

ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses

Copyright © 2023 Alma de Viajante · Um blog de viagens com roteiros, dicas e muita inspiração para viajar mais e melhor · Jornalismo de viagens