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Gili Air, uma ilha com carroças e tartarugas (Pikitim #36)

Por Luísa Pinto | Volta ao Mundo em Família Ásia Ilhas Gili Indonésia
Atualizado em 9.09.2018 | Tempo de leitura: 6 minutos

Praia em Gili Air
Um agradável bar de praia na ilha Gili Air

Estavam para ser apenas três dias, mas é tão fácil gostar de Gili Air, uma pequena ilha encravada entre Bali e Lombok, que foi difícil deixá-la dez dias depois. A Pikitim gostou de viver numa cabaninha “com telhado até ao chão”, numa ilha sem alcatrão e onde só há carroças e bicicletas. Ah, e claro, tartarugas – muitas!

Espraiada nas proximidades da linha do Equador, a Indonésia alberga um dos mais importantes territórios do mundo para as tartarugas marinhas. Muitas espécies escolhem os areais das praias indonésias para nidificar e, nas águas em redor, onde se cruzam os oceanos Pacífico e Índico, há importantes “autoestradas” oceânicas utilizadas pelas dóceis criaturas em migração. Tudo somado, e apesar de ameaçadas, seis em cada sete espécies de tartarugas existentes no planeta continuam, hoje em dia, a nadar pelas águas da Indonésia.

Ora, a Pikitim adora tartarugas. Gosta da história em que a proverbialmente lenta tartaruga consegue vencer a rápida lebre, assim como gostou de ver no cinema a história da tartaruga Sammy, apesar de não acreditar que as mães tartarugas abandonam os filhotes à sua sorte. Quando as viu, muito pequeninas dentro de um tanque no Centro de Educação e Conservação de Tartarugas (CECT), em Serangan, Bali, o seu primeiro comentário foi curioso: “as bebés tartarugas devem estar preocupadas, à procura da sua mamã”.

Centro de preservação de tartarugas em Gili Meno
Centro de preservação de tartarugas em Gili Meno

Depois de lhe recordarmos que as mamãs tartarugas depositam dezenas de ovos num buraco na areia e não esperam que os seus filhotes saiam dos ovos, a Pikitim insistiu em organizar a Natureza como ela acha que faz sentido: “Na verdade, a mamã destas tartarugas também deve estar preocupada com os seus filhotes, porque não sabe que eles estão aqui, a ser bem tratados”, concluiu.

Para a Pikitim, o CECT passou a ser o “hospital das tartarugas”, por ali haver algumas, já maiores, que se encontravam a recuperar de ferimentos ou doenças. “Recolhemos ovos e deixamos as tartarugas crescer antes de as lançarmos de novo no mar; mas também recolhemos as tartarugas que são apanhadas acidentalmente nas redes dos pescadores e ficam feridas”, explicou Made, funcionário do centro. A “maternidade”, essa, estava nas ilhas Gili.

Praia em Gili Meno
Uma praia deslumbrante na vizinha Gili Meno, a mais selvagem das ilhas Gili

Em Gili Meno, resultado da iniciativa individual de um homem chamado Bolong, centenas de pequenas tartarugas são preservadas dos predadores e da poluição, para serem lançadas ao mar quando possuírem reais hipóteses de sobreviver. Fomos conhecer este “Santuário das Tartarugas” durante um passeio de barco efetuado a partir de Gili Air, uma minúscula ilhota com pouco mais de 1.500 habitantes, onde pretendíamos ficar apenas três ou quatro dias e acabámos por ficar dez.

Estar com tartarugas na praia era, aliás, um dos principais motivos porque rumámos a Gili Air. E assim foi. Pode não haver tantas tartarugas como há vinte anos – por isso o governo indonésio, com a ajuda do World Wildlife Fund, estabeleceu leis e criou lugares como o CECT para garantir a preservação de espécies ameaçadas. A Pikitim já tinha “encontrado o Nemo” e visto peixinhos coloridos, mas faltava-lhe encontrar tartarugas em alto mar. E as três ilhas Gili ofereciam essa possibilidade.

Gili Air, Indonésia
A carroça puxada por cavalos e a bicicleta são os meios de transporte utilizados em Gili Air

Se Gili Meno é a mais pequena e menos desenvolvida e Gili Trawagan a mais sofisticada, festeira e turística, Gili Air situa-se a meio caminho entre ambas. Foi, por isso, a nossa escolha.

É fácil apaixonarmo-nos por Gili Air e a Pikitim foi das primeiras a cair de amores. Os bungalows onde nos alojámos eram “casinhas muito engraçadas, que têm o telhado até ao chão”. São os lumbungs, inicialmente usados pelos habitantes originários de Lombok – sasak – para recolher cereais mas cuja arquitetura rapidamente proliferou pela ilha. E não há estradas alcatroadas, nem barulhos de motos ou de carros. Em Gili Air só circulam carroças e bicicletas: “Assim é muito mais tranquilo atravessar a estrada. Em Portugal também podia ser assim, não achas?”, disparou a Pikitim.

Lumbungs, Gili Air
Os tradicionais lumbungs, originários de Lombok, são hoje utilizados como alojamento turístico

Estava-se muito bem em terra, onde a comida era boa (sobretudo o peixe fresco, acabado de pescar) e as praias tinham areia “branquinha, branquinha”, e muitos corais mortos, também. E estava-se melhor ainda no mar – a água era quentinha e quase sempre transparente. Foi logo ao segundo snorkelling a partir da praia que a Pikitim realizou um dos seus sonhos e viu uma tartaruga a nadar em alto mar. “Elas parecem que estão a voar, mamã! É tão bonito”, relatou entusiasmada.

E nem é preciso afastarmo-nos muito da costa. Umas braçadas mar adentro e estamos por cima de uma pequena barreira de corais (já muito estragados, boa parte deles mortos) onde há muitos peixes coloridos e, a par e passo, as tartarugas se passeiam. “É tão bonito, mãe, é tão bonito!”, repetia, entusiasmada.

Barco em Gili Air
Tal como a maior parte da Indonésia, as Gili são ilhas de maioria muçulmana

A Pikitim e o pai foram os “privilegiados” – encontraram a tartaruga mesmo ali ao pé da praia. A mãe só as viu num passeio de barco onde se pára em pontos específicos em que costumam passar tartarugas. E pôde confirmar que “o voo das tartarugas” é mesmo muito bonito. Pena é que seja preciso haver “hospitais” e “maternidades” para garantir que os mares indonésios continuam a ser frequentados pelas lindíssimas criaturas.

Guia prático

Onde ficar (em Gili Air)

Há excelentes pousadinhas na Gili Air – e a bom preço. Eu fiquei hospedado no Chill Out Bungalows por recomendação de um amigo viajante, e aconselho vivamente a experiência. Mas há mais no mesmo estilo – e muito bons. Tanto o Chill Out como os excelentes Gili Air Escape e Anahata – Tropical Private Villas usam a belíssima arquitetura tradicional. Igualmente no interior da ilha fica o bom e barato Beranda Ecolodge.

Para quem não gostar da localização interior, felizmente, há excelentes hotéis e pousadas junto às praias de Gili Air, para todos os gostos e orçamentos. Recomendo, por exemplo, o extraordinário (e barato) PinkCoco Gili Air e pousadas simples como a Rumah Shalala, mas também o muito bom Senang Villa (custo médio, do outro lado da ilha).

A título de curiosidade, saiba que há um hotel que custa mais de 6.000€ por noite (ouch!). Como é evidente, nunca lá fiquei hospedado mas, se quiser experimentar, o nome é De’Coco Villa and Suites. Para quem procura o luxo extremo em Gili Air, dificilmente encontrará melhor. Para outras opções de boa qualidade e preço mais simpático, veja o link abaixo.

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Sobre o Diário da Pikitim

Este post pertence a uma série que relata uma volta ao mundo em família, com 10 meses de duração. Um projeto para descomplicar e mostrar que é possível viajar com crianças pequenas, por todo o mundo. As crónicas da viagem foram originalmente publicadas em 2012 na revista Fugas e no blog Diário da Pikitim.

Veja também o post intitulado Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber.

Saiba mais sobre: Volta ao Mundo em Família Ásia Ilhas Gili Indonésia

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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