O mercado de domingo em Marsaxlokk é uma instituição na ilha de Malta. Ora, eu adoro mercados mas aquela frase ficou-me a martelar na cabeça: “se queres visitar Marsaxlokk com algum sossego, não vás ao domingo; eu nunca vou ao domingo”, disse a minha anfitriã em Sliema. E eu não fui.
Talvez tenha perdido um potencial momento alto do meu roteiro de viagem a Malta. Mas imaginei o mercado de domingo de Marsaxlokk transformado num circo para turista ver e, por isso, optei por visitar Marsaxlokk num normalíssimo dia de semana.
Isto porque, mais do que um mercado de peixe, o mercado de domingo de Marsaxlokk é hoje uma feirinha onde se vende de tudo um pouco; de produtos tradicionais como mel, vinho e vegetais até roupas e souvenirs pensados para agradar ao turista. Nada a ver, portanto, com locais como o mercado de peixe de Negombo, no Sri Lanka, que tanto aprecio.
Seja como for, gostei muito de conhecer o lado menos movimentado de Marsaxlokk. Eis uma súmula da minha experiência.
A minha visita a Marsaxlokk
Se alguém me perguntar o que fazer em Marsaxlokk?, a resposta será, muito provavelmente, passear. Isto porque, apesar de Marsaxlokk não ter atrações emblemáticas para serem visitadas, é um prazer enorme deambular pelas suas ruas e praças, incluindo a marginal, junto ao porto de pesca – a alma do povoado. Sim, Marsaxlokk é a principal aldeia piscatória de Malta, e esse lado piscatório transmite-lhe um ambiente muito peculiar. Foi isso – e apenas isso, passear – que eu fiz em Marsaxlokk.
Comecei por visitar a praça principal de Marsaxlokk, com os edifícios de arquitetura tipicamente maltesa; a imponente igreja paroquial, dedicada a Nossa Senhora de Pompeia, lá no topo; e várias esplanadas a ladear a praça. Entrei sem rumo definido em algumas ruelas, apenas para sentir o ambiente, antes de regressar à marginal com vista para o porto de pesca. É o ponto de encontro do mar com a aldeia, terra de pescadores.
A marginal de Marsaxlokk
É um deleite visual apreciar os barcos de pesca, ali denominados luzzu. São barcos tradicionais, regra geral pintados com cores garridas, incluindo um par de olhos pintado na proa (inspirado no Olho de Hórus) para proteger os pescadores em alto-mar.
Vagueando pela marginal de Marsaxlokk, era impossível não reparar na feirinha montada em frente à praça. Era uma vintena de bancas vendendo de tudo um pouco – algum artesanato, roupa, bugigangas -, notoriamente piscando o olho ao turismo. Uma espécie de mercado de domingo mas sem peixe, pensei.
Às tantas, era hora de almoçar. Após observar as inúmeras esplanadas ali instaladas, acabei por escolher um restaurante chamado Café Paris. Não foi a mais feliz das decisões mas, na verdade, não me podia queixar muito; foi um dos restaurantes de peixe mais baratos que encontrei.
Certo é que tinha lido um famoso blog de viagens internacional em que a autora considerava ter comido a melhor pasta da sua vida precisamente em Marsaxlokk. Tivesse eu vontade de comer massas – em vez de peixe, a especialidade gastronómica da região – e teria ido ao Filippo verificar. Terá de ficar para outra oportunidade, claro está!
Apesar da feirinha fajuta, estava a gostar muito de conhecer Marsaxlokk. O povoado tem um ambiente muito peculiar e, não sendo domingo, estava de facto tranquilo. Para dar por concluída a minha missão em Marsaxlokk, faltava apenas visitar a chamada Piscina de São Pedro – um dos locais mais elogiados pelo turismo em Malta. Foi a minha próxima paragem.
Piscina de São Pedro
Estando em Marsaxlokk, seria uma pena não aproveitar para conhecer a chamada Piscina de São Pedro. Para isso, recorri aos serviços de um operador local que me levou num pequeno barco até lá. A viagem é relativamente curta e, à chegada, confesso ter ficado desiludido.
Trata-se, é certo, de uma pequena baía calcária onde se forma uma espécie de piscina natural protegida dos ventos. Mas a “piscina” não me pareceu assim tão bonita e, sendo um dos locais mais famosos de Malta, há quase sempre muitos turistas estrangeiros. Em resumo, como as águas estavam geladas e pouco convidativas, acabei por não me delongar muito tempo na Piscina de São Pedro. Regressei a Marsaxlokk para as últimas fotos de barcos com olhos, igrejas e pescadores a arranjar as redes de pesca.
Guia para visitar Marsaxlokk
Como chegar
Muita gente recomenda alugar um carro para melhor explorar Malta mas, honestamente, não creio que seja necessário.
Tal como explico no post com dicas de Malta, há um cartão chamado Tallinja Explorer que permite viagens ilimitadas durante sete dias nos autocarros das ilhas de Malta e Gozo. Foi o que eu usei e recomendo vivamente, pelo descanso que proporciona e pelo dinheiro que poupa (custa apenas 21€). Vale a pena visitar o site oficial dos transportes públicos de Malta para consultar o mapa de rotas; as linhas 81 e 85 passam em Marsaxlokk.
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Como visitar a Piscina de São Pedro
É possível caminhar de Marsaxlokk até à Piscina de São Pedro; embora, com calor, a caminhada não seja muito agradável. Alternativamente, há embarcações a sair frequentemente de Marsaxlokk para a Piscina de São Pedro; uma viagem de ida e volta custa 10€.
Onde ficar
Para compreender melhor a dinâmica da ilha, sugiro que espreite as minhas sugestões detalhadas sobre onde ficar em Malta, que incluem recomendações sobre a melhor zona da ilha para se hospedar em função do seu estilo de viagem.
Dessa lista, eis alguns dos hotéis que recomendo sem reservas: a agradável Casa Lapira e o carismático Tano’s Boutique Guesthouse, em Valletta; os acolhedores bed & breakfast Julesy’s e Nelli’s, ou ainda o mais simples No. 17 Birgu, nas “Três Cidades”; e, por fim, o Backstage Boutique Townhouse e o fantástico Two Pillows Boutique Hostel, em Sliema.
Se preferir ficar em Marsaxlokk, a Fisherman’s Cove Guesthouse e a Port View Guesthouse estão seguramente entre as melhores opções de alojamento.
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Seguro de viagem
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