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Guggenheim, o museu que mudou Bilbau

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Bilbau Espanha Europa País Basco Museus
Atualizado em 6.10.2021 | Tempo de leitura: 7 minutos

Museu Guggenheim, Bilbau
Vista noturna do Museu Guggenheim, Bilbau

Corria o ano de 1991 quando o Governo Basco desafiou a Fundação Solomon R. Guggenheim para dar nova vida à decrépita zona portuária de Bilbau, através da criação de um novo museu de arte moderna. O projeto foi entregue ao arquiteto Frank Gehry, com indicações para criar algo ousado e inovador. E ele cumpriu!

Como admirador de arquitetura, o edifício do Guggenheim de Bilbau sempre me fascinou. Julgo ser das criações públicas mais extraordinárias da arquitetura contemporânea. Pelo menos para o olhar de um leigo, como o meu. Mas a verdade é que, enquanto obra de arte, o edifício é um desafio à imaginação, à criatividade de cada um. Um exercício curioso e divertido – quase como ver formas nas nuvens.

Para o meu filho mais novo (cinco anos), por exemplo, visto de fora o Guggenheim parece “um escorrega gigante”. Para mim, é como se alguém tivesse amarrotado uma folha de papel e a largasse – e o resultado foi a forma que Gehry deu ao museu revestida a titânio. Para a minha filha, de 12 anos, o Guggenheim parece uma flor; e é ela que está mais próxima das ideias do arquiteto.

Guggenheim de Bilbau
As curvas revestidas a titânio do Museu Guggenheim

Ao que consta, Frank Gehry quis de facto criar curvas aleatórias (tal como na minha teoria da folha de papel) revestidas a titânio, justificando que “a aleatoriedade das curvas é projetada para captar a luz”. Quanto ao interior, foi desenhado “em torno de um grande átrio cheio de luz, com vista para o estuário de Bilbau e as colinas circundantes do País Basco”. E a chave visual é precisamente esse átrio, que Gehry apelidou exatamente de “Flor” por causa da sua forma.

Seja qual for o significado das curvas do edifício, uma coisa é inequívoca: o Museu Guggenheim contribuiu decisivamente para a transformação de Bilbau. É um dos exemplos maiores do poder da arquitetura como motor de mudança em locais menos favorecidos – o chamado “Bilbao effect“.

A minha visita ao Museu Guggenheim (com crianças)

A envolvência e as obras de arte no exterior

Mamã, de Louise Bourgeois, Museu Guggenheim
Mamã, a aranha de Louise Bourgeois no exterior do Museu Guggenheim

Conhecer o Guggenheim fazia naturalmente parte da nossa lista de coisas a fazer em Bilbau. Não tanto o museu propriamente dito – tarefa para a qual as crianças precisam de motivação extra – mas, principalmente, contemplar o edifício e o espaço envolvente. É onde se encontram algumas das obras mais emblemáticas do museu.

A esse propósito, uma das criações artísticas que os miúdos – e eu próprio – tinham mais curiosidade em conhecer era a aranha. Que é como quem diz, a Mamã, de Louise Bourgeois. Descontando a arquitetura do museu propriamente dita é, provavelmente, a obra mais emblemática do Guggenheim.

Até porque, por azar, Puppy, o cão de flores que Jeff Koons instalou à porta do museu, estava tapado com andaimes para a sua manutenção bianual. Tenho a certeza que todos iriam gostar, mas assim mais tempo sobrou para apreciar a estranha A Grande Árvore e o Olho, do escultor Anish Kapoor, e a obra Tulipas, também de Jeff Koons, que vimos primeiro à distância e depois, já dentro do museu, com mais pormenor.

F.O.G., Fujiko Nakaya
Escultura de Nevoeiro (F.O.G.) de Fujiko Nakaya

À noite, ainda haveríamos de apreciar as efémeras Escultura de Nevoeiro (F.O.G.) de Fujiko Nakaya, e a Fonte de Fogo, de Yves Klein; obras mais difíceis de entender enquanto arte, por mais liberdade interpretativa que seja concedida à arte contemporânea. Todas estas obras complementam o espaço interior do museu, formando um todo com impacto significativo na vida da cidade.

Foi muito por culpa da futurista obra de Frank Gehry que Bilbau entrou no mapa turístico do País Basco, de Espanha, da Europa. Foi o museu que me fez querer conhecer Bilbau desde há alguns anos; pelo que não era suficiente contemplá-lo do exterior.

Fomos então visitar o Museu Guggenheim por dentro e ver as exposições, contra a vontade dos miúdos, que já davam sinais de cansaço. Estou habituado a lidar com a frustração ao viajar com crianças e a abdicar de fazer muita coisa; mas desta feita os adultos impuseram a sua vontade.

Nas entranhas do Guggenheim

Visitar Museu Guggenheim
A Ria de Bilbau vista do interior do Guggenheim

Assim que entrámos, fomos atraídos pela instalação A Matéria do Tempo, de Richard Serra. Confesso algumas limitações em compreender a profundidade associada à arte contemporânea, coisa que voltou a acontecer desta vez.

Diz a literatura oficial:

“A distribuição das obras por toda a galeria cria corredores de diferentes proporções (larga, estreita, alongada, comprimida, alta, baixa) e sempre imprevisíveis. Na instalação, há também uma progressão de tempo. Por um lado, o tempo cronológico necessário para percorrê-la e observá-la do início ao fim; por outro, o tempo da experiência em que os fragmentos da memória visual e física permanecem, combinam e se reexperimentam.”

Seja!

Não digo que desgostei, até porque visualmente a obra é imponente e apelativa; digo apenas que não compreendi. Ainda fomos espreitar as outras exposições, temporárias e permanentes, incluindo uma de fotografia, e as pinturas de Andy Warhol e outros que integram a coleção do museu.

Só então parámos para verdadeiramente apreciar a Flor de Frank Gehry. De pescoço curvado, dei por mim a contemplar as entranhas do Museu Guggenheim; a imensa luz que as janelas gigantes deixam passar; a complexidade arquitetónica das formas idealizadas por Gehry. É lindo!

Guggenheim
O átrio do museu

É difícil não gostar do Guggenheim. Pelo menos do edifício, enquanto obra arquitetónica de excelência. No que toca ao museu propriamente dito, porém, e não tendo o Guggenheim uma exposição permanente de inequívoca atratividade – para além da desafiante obra “A Matéria do Tempo”, de Richard Serra -, é sempre difícil emitir uma opinião definitiva sobre se vale ou não a pena visitar o Museu Guggenheim.

Pela minha parte, e mesmo não tendo ficado fascinado com o que vi lá dentro, acho honestamente que vale a pena visitar o museu. Nem que seja apenas para conhecer as entranhas da obra-prima de Frank Gehry.

Guia prático

Como chegar a Bilbau

À data em que escrevo, a Vueling e a Volotea têm voos diretos do Porto para Bilbau; enquanto que de Lisboa as ligações diretas são asseguradas pela TAP e pela Vueling.

Tendo flexibilidade de datas – condição fundamental para comprar voos baratos -, é possível encontrar voos a menos de 50€, ida e volta. Pode pesquisar todos os voos para Bilbau usando o link abaixo.

Do aeroporto para o centro de Bilbau há um autocarro que custa 3€ e tem quatro paragens na cidade. São elas a Alameda Recalde, a Praça Moyua, a Grand Via e o terminal de autocarros. É uma opção perfeita para quem fica hospedado na região de Abando; outras localizações são facilmente acessíveis a pé ou de transportes públicos, a partir de Moyua.

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Acesso ao museu

A entrada custa 10€ por adulto, sendo que as crianças até aos 12 anos, inclusive, entram gratuitamente. O bilhete dá acesso a um guia áudio disponível em várias línguas – mas infelizmente não em português.

Note que, em outubro (mês em que visitei Bilbau), o museu estava praticamente vazio; mas nos meses de maior afluência pode valer a pena comprar o ingresso com antecedência, para evitar as filas; e eventualmente visitar o museu com guia.

Caso viaje sem crianças e queira ter uma experiência gastronómica estrelada, experimente uma refeição no Nerua, o restaurante do Guggenheim.

Onde ficar

Para informações mais detalhadas, veja o texto sobre onde ficar em Bilbau.

Em resumo, o excelente Hotel Tayko Bilbao e as acolhedoras guesthouses Pensión Arriaga e Pension Luxury Lo Bilbao, todos no casco viejo, estão entre as melhores opções de alojamento em Bilbau. Do outro lado do rio, em Abando, o Cosmov Bilbao, de duas estrelas, é um hotel popular e com boa relação qualidade/preço.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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