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Passadiços de Aveiro: um belo passeio em família

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 9 Nov 2020 | Trekking Aveiro Europa Portugal Família 12 Comentários

Passadiços de Aveiro com crianças
Uma tarde de domingo nos Passadiços de Aveiro

Sendo eu fã assumido de projetos como os Passadiços do Paiva ou os Passadiços de Sistelo, assim que soube da existência dos Passadiços de Aveiro tomei nota mental para os visitar tão breve quanto possível. Ora, numa tarde de um domingo soalheiro, desafiei a família para irmos até Aveiro conhecer os passadiços de madeira sobre a Ria de Aveiro. E assim foi.

Apesar de gostar muito de Aveiro e de saber bem que merece muito mais do que uma visita apressada – apenas para fazer uma caminhada -, a verdade é que desta vez fui até lá só mesmo para fazer os Passadiços de Aveiro.

Neste post, partilho essa experiência em família, com crianças pequenas, incluindo dicas práticas para desfrutar o melhor possível da caminhada ao longo da ria sobre passadiços de madeira (spoiler alert: é melhor não começar o trilho na cidade de Aveiro). Vamos a isso!

Conteúdos do Artigo
  • 1 A minha experiência nos Passadiços de Aveiro
    • 1.1 Fazer os passadiços de Aveiro no sentido Vilarinho – Esgueira
    • 1.2 Parte final dos passadiços: do Cais da Ribeira de Esgueira a Aveiro
  • 2 Mapa dos Passadiços de Aveiro
  • 3 Guia prático
    • 3.1 Como organizar o passeio nos Passadiços de Aveiro
    • 3.2 Onde dormir
    • 3.3 Seguro de viagem

A minha experiência nos Passadiços de Aveiro

Passadiços de Aveiro
Percorrendo os Passadiços de Aveiro na maré baixa

Chegámos a Aveiro seriam umas quatro da tarde. Estacionei o carro junto ao Cais de São Roque, onde pensava ser o início oficial do trilho; e fui até ao centro da cidade procurar um táxi que me levasse até ao final do percurso, em Rio Novo do Príncipe, Vilarinho – uma vez que tinha decidido fazer o percurso em sentido inverso.

Tinha lido num artigo da National Geographic que a primeira parte do trilho (no sentido oficial, começando em Aveiro), os 2km entre o Cais de São Roque e o Cais da Ribeira da Esgueira, “em nada ficam atrás aos restantes cinco”. Foi essa frase que me induziu em erro. Embora a beleza seja sempre subjetiva, a afirmação é para mim uma mentira absoluta, a não ser que o jornalista aprecie caminhar lado a lado com uma autoestrada movimentada e um viaduto para comboios!

Não creio, pois, que fazer o trilho até Aveiro tenha sido a melhor opção; mas por essa altura ainda não sabia isso (veja o guia prático no final do artigo, com todas as dicas, para não cometer o mesmo erro).

Passadiços de Aveiro com crianças
Os Passadiços de Aveiro são um passeio para toda a família

Sentado no interior do seu táxi, estacionado no início da Avenida Lourenço Peixinho, conheci, pois, o senhor Albino. Era um homem velho que, na verdade, já nem deveria estar a trabalhar. “Então, muito trabalho?”, Indaguei, em conversa de circunstância. “Não. Estava a dormir no carro há uma hora”. Lá fora, o contraste: Aveiro estava tão cheio de gente como nunca a tinha visto. Fosse a maratona matinal, fosse a feirinha de antiguidades, fosse o fluxo normal de turistas e de visitantes de domingo, a verdade é que não me lembro de ver a cidade de Aveiro tão cheia.

Lentamente, fomos conduzidos até Rio Novo do Príncipe, em Vilarinho, local exato onde terminam os Passadiços de Aveiro. Para nós, era o início de um belo passeio. Despedimo-nos do senhor Albino e começámos a caminhar.

Fazer os passadiços de Aveiro no sentido Vilarinho – Esgueira

Passadiços de Esgueira
A minha filha nos Passadiços de Aveiro, algures entre Rio Novo do Príncipe e Esgueira

Entre Vilarinho e Esgueira são pouco mais de 5km, boa parte dos quais em passadiços de madeira construídos sobre a Ria de Aveiro. Trata-se de um percurso sem qualquer dificuldade, sempre plano e com piso em bom estado.

Havia muita gente a fazer exercício (a correr e de bicicleta); famílias inteiras a passear, incluindo com carrinhos de bebé; alguns amigos mais barulhentos; e alguns turistas nacionais e estrangeiros. Estava, por assim dizer, um domingo muito frequentado nos Passadiços de Aveiro.

Em pontos estratégicos, havia painéis informativos sobre a flora e a fauna da ria. Os miúdos ficaram a saber que na Ria de Aveiro era possível encontrar animais como o flamingo, o perna-longa ou a águia-sapeira.

Ria de Aveiro, Portugal
Entardecer na Ria de Aveiro

E, não menos interessante, uma espécie de aula ao ar livre sobre a terminologia das artes ligadas à pesca, ao mar, à ria, impressa em bancos de madeira colocados ao longo do trilho. E assim, a minha filha mais velha (e eu próprio) ficámos a saber, por exemplo, que “andar à rola” significa “ser impelido pela corrente e pelo vento”. Em cada banco, uma aprendizagem. Um apontamento bestial!

Quando por fim chegámos a Esgueira (a caminhada demorou mais do que pensava, porque os miúdos quiseram parar muitas vezes… fosse para descansar, para lanchar, ou sem razão aparente), tínhamos andado mais de 5km, boa parte dos quais sobre passadiços de madeira.

Os miúdos acharam piada ao refúgio para observação de aves e, logo a seguir, um pequeno parque de estacionamento assinalava o final dos passadiços de madeira.

Esgueira, Aveiro
Quase a chegar ao Cais da Ribeira da Esgueira

Parte final dos passadiços: do Cais da Ribeira de Esgueira a Aveiro

Na verdade, eu pensava que os passadiços iam até ao Cais de São Roque, em Aveiro, onde tinha deixado o carro. Mas não. Ao invés, os restantes 2km foram passados a caminhar, primeiro no alcatrão e depois num trilho de terra batida colado à autoestrada. Com o barulho constante dos carros. E sem grande interesse paisagístico.

Fazer esta parte da caminhada foi um erro. Descobri depois que, na verdade, o termo Passadiços de Aveiro refere-se apenas ao trecho entre Esgueira e Vilarinho. É a parte interessante da caminhada. O resto é apenas uma forma de ligar o trilho à cidade. Perfeitamente dispensável.

Não por acaso, há quem lhes chame os “passadiços de Esgueira”.

Cais de São Roque, Aveiro
Cais de São Roque, em Aveiro

Em suma, gostei muito de fazer os Passadiços de Aveiro, entre o Cais da Ribeira da Esgueira e Rio Novo do Príncipe, em Vilarinho. É um passeio em família muito bonito e educativo, ideal para todas as idades. Mesmo. Desde que não cometa o erro de ir de Aveiro ao Cais da Ribeira de Esgueira a pé, vai adorar!

Mapa dos Passadiços de Aveiro

Os Passadiços de Aveiro são um percurso linear entre Esgueira e Vilarinho, com cerca de 5km de extensão (percurso a laranja). A ligação da cidade de Aveiro ao Cais da Ribeira de Esgueira (a amarelo) são 2km adicionais sem qualquer interesse paisagístico. Se fosse hoje, provavelmente começaria em Esgueira e iria até Vilarinho – e faria esse trecho ida e volta, num total de 10km. O percurso é sempre plano.

Conheça também os Passadiços de Esmoriz.

Guia prático

Como organizar o passeio nos Passadiços de Aveiro

Como referi, se contar com o início na cidade de Aveiro, o trilho tem duas secções completamente distintas (veja o mapa acima). Uma, que vai do Cais de São Roque, em Aveiro, até ao Cais da Ribeira da Esgueira (desinteressante); a outra, os Passadiços de Aveiro propriamente ditos, que começam em Esgueira e terminam em Vilarinho (veja o mapa acima).

Se algum dia repetir o passeio, deixarei o carro no pequeno parque de estacionamento em Esgueira e farei apenas o passeio pelos passadiços até Vilarinho. Provavelmente, ida e volta (10km no total).

Ou seja, recomendo que faça Esgueira – Vilarinho – Esgueira (e, se não quiser, não precisa sequer de visitar Aveiro). Chegado a Vilarinho, no final do caminho, regresse pelo mesmo trajeto; caso queira regressar a Esgueira de carro, terá de arranjar boleia (difícil) ou chamar um táxi de Aveiro. O decano taxista senhor Albino é uma possibilidade (telefone: 968058962).

Dicas úteis

Abaixo, algumas dicas adicionais para desfrutar dos Passadiços de Aveiro:

  • Preço: não é preciso pagar para fazer os Passadiços de Aveiro.
  • Evite o fim de semana caso queira algum sossego no trilho.
  • Se possível, atente na tábua de marés. Eu fiz o trilho na baixa-mar e creio que a Ria de Aveiro ficará mais fotogénica na maré alta. O final da tarde (ou de manhã muito cedo) é a altura mais bonita.
  • Leve água e alguns snacks. Caso não o faça, saiba que há pelo menos um café improvisado que nasceu junto ao trilho, onde pode beber e comer qualquer coisa – abre quando se justifica (nos fins de semana de bom tempo da primavera/verão). Encontrei também uma senhora com uma banca de rua que vendia bebidas nos Passadiços de Aveiro, um pouco depois do café.
  • Tenha em atenção que os passadiços estão abertos a bicicletas – e algumas circulam com alguma velocidade. Esteja atento, especialmente se fizer os Passadiços de Aveiro com crianças.

Onde dormir

Aveiro é uma cidade com vários hotéis, guesthouses e pensões de grande qualidade e a preços aceitáveis. A esse propósito, leia o artigo que escrevi sobre onde ficar em Aveiro, onde abordo as melhores guesthouses e hotéis para se hospedar na cidade.

Em jeito de resumo, entre os clássicos, o Melia Ria Hotel & Spa é provavelmente o melhor hotel de Aveiro, mas considere também o reputado Hotel Moliceiro. Para opções mais intimistas (e que são mais a minha cara), o Aveiro Rossio Hostel e a guesthouse Casa do Cais são ambos excelentes escolhas.

Por fim, saiba que há uma oferta imensa de apartamentos em Aveiro (alojamento local). Eu, por exemplo, já fiquei num chamado Cantinho do Canal, mesmo no Cais de São Roque, ponto inicial do trilho de acesso a Esgueira. Seja como for, há muitas mais opções de qualidade – incluindo muitos apartamentos bons e baratos listados no airbnb, para quem prefere este tipo de hospedagem. Pode também pesquisar outras opções de alojamento em Aveiro usando o link abaixo.

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Sobre

O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP – Associação de Bloggers de Viagem Portugueses. Tenho, atualmente, 49 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

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