Uma das coisas que decidi fazer durante a minha visita a Ovar foi percorrer os Passadiços de Esmoriz. Trata-se de um trilho circular e relativamente pequeno, que atravessa as belas paisagens da Barrinha de Esmoriz – também conhecida como Lagoa de Paramos.
A Barrinha de Esmoriz é um exemplo de que, quando o homem quer, é possível inverter o curso negro da história da poluição. Outrora uma “área crítica de recuperação ambiental”, menos de 20 anos volvidos, a lagoa está requalificada e foi devolvida à população. E hoje faz parte da Rede Natura 2000.
Trilho dos Passadiços de Esmoriz
“A Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos é a zona húmida mais importante no litoral norte de Portugal, ocupando 396 hectares dos concelhos de Espinho e Ovar. Consiste numa lagoa costeira que comunica periodicamente com o mar através de um canal no cordão dunar. As suas águas são salobras, mais salgadas junto da foz e mais salobras próximo do Rio de Lamas e do Rio Lambo, que aqui desaguam. As lagoas costeiras sofrem processos naturais de colmatação, devido à deposição de sedimentos, oriundos do mar e das linhas de água afluentes” – li num dos vários placards informativos presentes no local.
E é para melhor poder usufruir desse recuperado espaço natural que ali foram construídos os chamados Passadiços de Esmoriz – que permitem aceder a território hoje em dia habitado por múltiplas espécies de peixes, mamíferos e aves. Como aquela magnífica garça-real que avistei alimentando-se na lagoa (mas que não consegui fotografar).
Para facilitar o acesso, os Passadiços de Esmoriz têm várias portas de entrada. Eu comecei junto ao campo de jogos de Esmoriz e, apesar de regra geral preferir fazer este tipo de percursos a pé, desta feita escolhi a bicicleta.
No total, são apenas 8 km de um percurso circular, sempre em cima de passadiços de madeira rodeados, em boa parte do percurso, por caniços, a espécie de flora dominante na Barrinha de Esmoriz.
Continuando a seguir em direção à orla marítima, rumo à praia de Esmoriz, cruzei-me esporadicamente com desportistas, veraneantes e famílias a passear; apreciei as dunas a serem fustigadas pelas habituais nortadas; e atravessei a icónica ponte de madeira, o ex-líbris arquitetónico dos Passadiços de Esmoriz.
Pouco depois, saí dos passadiços junto à malha urbana da cidade (não fiz o percurso na totalidade, caso contrário terminaria junto ao parque de estacionamento do campo de jogos). Foi um belo passeio!
No final da caminhada, nada melhor do que relaxar no agradável bar de praia Öshua Beach Lounge. É um espaço bonito, mas um pouco pretensioso para o meu gosto (pense num baloiço a pedir fotos para o Instagram, com as palavras Moët & Chandon estrategicamente colocadas no acesso ao dito).
Isto, claro, antes de ir petiscar para o mais terra-a-terra mas ainda mais apetecível restaurante Luciano, onde recuperará sem esforço as energias despendidas a fazer os Passadiços de Esmoriz. Foi exatamente isso que eu fiz.
Tudo somado, trata-se de um passeio muito agradável, totalmente plano e bastante fácil. Para fazer a caminhar, a correr ou de bicicleta. Sozinho, com amigos ou até em família, incluindo crianças pequenas e carrinhos de bebé.
Um passeio que, como outros passadiços que conheço em Portugal – tal como os Passadiços do Paiva ou os vizinhos Passadiços de Aveiro -, recomendo vivamente. Fica a sugestão!
Guia prático
Onde começar os Passadiços de Esmoriz
Os Passadiços de Esmoriz podem ser feitos a pé ou de bicicleta; e contam com quatro entradas distintas.
Da minha experiência, a melhor opção é começar na entrada junto ao parque de estacionamento do campo de jogos (ver localização exata no Google Maps) e seguir pelos passadiços no sentido dos ponteiros do relógio. Desta forma, poderá – se quiser! – terminar junto à praia de Esmoriz para aconchegar o estômago no final do passeio.
Dicas úteis
De resto, eis alguma dicas adicionais para desfrutar dos Passadiços de Esmoriz:
- Pode perfeitamente fazer os passadiços com crianças, incluindo carrinhos de bebé.
- Se puder escolher, vá na preia-mar (maré cheia).
- Em dias de sol, leve chapéu e protetor solar (as sombras são praticamente inexistentes).
- Não é preciso levar botas de trekking, já que o trilho é sempre plano e com terreno regular.
- Leve água.
- Como é evidente, não deite lixo para a paisagem natural da Barrinha de Esmoriz /Lagoa de Paramos.
Onde comer
Caso termine o passeio pelos Passadiços de Esmoriz à hora da refeição (coisa que recomendo vivamente), experimente almoçar ou jantar no restaurante Luciano.
Foi lá que comi dos melhores percebes da minha vida, seguidos de jaquinzinhos com um delicioso arroz de feijão e legumes. E, ao que consta, o peixe é sempre fresquíssimo.
Onde ficar
Em Esmoriz
Caso opte por ficar hospedado em Esmoriz, o três estrelas Hotel La Fontaine e o hostel Oporto Surf Camp apelam a públicos distintos, mas são ambos bastante elogiados.
Em Ovar
O Furadouro Boutique Hotel Beach & SPA é, muito provavelmente, o hotel mais popular de Ovar. Fica na praia do Furadouro, a dois passos do areal. Na mesma região, mas para um público mais descontraído, os estúdios do Furadouro Surf Camp, as instalações do Furadouro Terrace Hostel e a hospitalidade do Nine Senses são unanimemente elogiados. Ainda no Furadouro, embora mais afastado da praia, o Transats & Spa du Furadouro oferece instalações de grande qualidade, sendo uma sólida opção a considerar.
Caso prefira ficar no coração da cidade de Ovar, o AquaHotel, de três estrelas, é o hotel urbano mais consensual. Por fim, para uma alternativa diferente, no meio da natureza e com foco no bird watching, atente na casa Be & See in Nature. Fica na Ria de Aveiro.
Para outras opções de hospedagem – incluindo apartamentos para férias em família -, pesquise usando o link abaixo.
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