A capital da República Checa é uma das mais ricas em estilos arquitectónicos de toda a Europa: cada bairro, cada rua parece ter a marca de uma época e, por vezes, a assinatura de um arquitecto. Percorrer a cidade antiga de Praga é um desfilar quase contínuo de obras intemporais, num espaço relativamente concentrado. Um roteiro de viagem a Praga.
A capital Praga
Praga é, antes de mais, um verdadeiro catálogo de arquitectura. Vlado Milunc e Frank Gehry – este último, criador do Museu Guggenheim de Bilbau – acrescentaram-lhe mais uma página com o seu Tancici Dum (Edifício Dançante), que nasceu num dos raríssimos locais da cidade antiga onde foram autorizadas construções.
Aproveitando uma esquina de um bairro Arte Nova, o edifício respeita as suas cores e dimensões, mas introduz imediatamente uma nota dissonante nas linhas rectas da vizinhança, apresentando linhas redondas e uma ondulação perturbadora, como uma bailarina e o seu par – aliás, Gehry chegou a chamar-lhe “Astaire and Rogers Building”, em homenagem aos dançarinos americanos.
A tradição já vem de longe: no século XIV, o próprio rei Karel patrocinou a construção maciça na cidade, sendo responsável pela famosa ponte bordejada de estátuas que, merecidamente, ficou com o seu nome, mas também pela maioria das construções góticas que chegaram até nós, como a impressionante Catedral de S. Vitus e a Câmara Municipal, na praça da cidade antiga.
A Renascença trouxe uma profusão decorativa de estuques trabalhados e desenhos a grafito – um bom exemplo é uma das casas onde viveu Kafka, também na mesma praça -, mas o barroco das igrejas jesuítas dos séculos XVII e XVIII impôs-se, e a cidade explodiu em cúpulas, dourados e fachadas de “bolo de aniversário”, como a da S. Nicolau ou a de S. Inácio de Loyola.
Durante a época dos Habsburgos, foi decretado que uma parte do dinheiro para a construção de um edifício teria que ser aplicado na sua decoração exterior e, no início do século XX, a Arte Nova floresceu em Praga como em nenhuma outra capital.
Como se não bastasse, esta cidade também é uma das raras no mundo onde é possível ver arquitectura cubista, de vivendas a casas geminadas, assim como blocos de apartamentos – as típicas formas cúbicas ou de diamante que sublinham janelas e telhados podem ser admiradas nas ruas adjacentes à colina de Vysehrad, ou mesmo no próprio edifício do Museu do Cubismo Checo.
As pontes de Praga
Uma visita a Praga não fica completa sem a vista, digna de postal ilustrado, sobre o Rio Vlátva e as suas pontes; da colina arborizada de Letná, abrangemos o horizonte eriçado de torres e cúpulas e, mais uma vez, deparamos com o contraste: um edifício construtivista, de aço e vidro, apresentado e premiado na Expo de Bruxelas de 1958, sobressai do arvoredo do parque.
Se juntarmos a esta riquíssima história arquitectónica, o facto de que nem guerras nem fenómenos naturais danificaram seriamente a cidade, compreendemos porque é que hoje Praga tem qualquer coisa para mostrar a quem gosta de castelos góticos, igrejas barrocas ou arquitectura modernista – e também cervejarias das mesmas épocas, onde podemos sentar-nos em vetustas mesas de madeira, uma caneca dourada na frente, e descansar depois de um dia neste cenário fabuloso, que tem tanto de histórico como de contemporâneo.
Dicas para visitar Praga
Este é um guia prático para viagens a Praga, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos em Praga, os melhores hotéis e sugestões de actividades na capital checa.
Quando ir
A cidade de Praga é visitável durante todo o ano, mas as melhores épocas são a Primavera e o Outono, uma vez que no Verão a temperatura é agradável (uma média que ronda os 24 graus) mas há chuvadas frequentes, e no Inverno a média das temperaturas é de -5 graus e há neve e gelo em quase todo o território.
Como ir
Voar para Praga com a TAP compensa, com voos (ida e volta) que podem ficar por apenas 200 euros, dependendo do dia do voo. Uma vez em Praga, o melhor é percorrer a cidade a pé, já que a grande maioria dos pontos de interesse se situam na área da cidade antiga e colinas marginais do rio.
Onde ficar
Praga é uma das cidades mais caras da Europa em questão de dormidas, mas pode encontrar Albergues da Juventude bem situados em relação ao centro, para além das cadeias internacionais mais conhecidas. Três boas opções de hotéis em Praga, todas muito próximas do centro, são: Hostel Týn, a dois passos da praça principal da cidade, na Rua Týnska 21. Os quartos são muito simples mas limpos e um duplo custa cerca de 50 euros; Hotel Koruna, de três estrelas, por trás do Teatro Nacional, na Rua Opatovická 16. Um duplo custa cerca de 130 euros; Hotel Sax, na Rua Jánsky vrsek 328/3 com vista para o castelo no bairro de Malá Strana, um dos mais antigos de Praga. Um duplo ronda os mesmos preços do que no hotel anterior.
Gastronomia checa
A República Checa é, mais que justamente, conhecida pelas suas cervejas (pivo), e em Praga não faltam cervejarias tradicionais, excelente ocasião para conhecer os checos e partilhar a esplêndida cerveja que fabricam e que é mantida fresca em caves. Algumas delas também servem petiscos. A minha cervejaria favorita é a velha U zlatého tygra (Tigre Dourado), na Rua Husova, onde até à sua morte era quase certo encontrar o escritor Bohumil Hrabal. A comida tradicional anda à volta da carne, sobretudo de porco, chucrute ou couve sob outras formas, salsichas e batata. O knédliky é uma curiosa (e saborosa) invenção: uma espécie de almôndega de pão fofo, geralmente regada com molho de carne estufada. Em pleno bairro turístico de Malá Strana, é preciso recomendar o Hostinec U trí zllatých trojek, na Rua Tomásská, que serve comida checa e ainda algumas delícias vegetarianas por um preço moderado (4 a 6 euros). Ou o restaurante de decoração medieval U sedmi Svábu, na Rua Jánský vrsek, onde se come à luz da vela e oferece o mesmo tipo de pratos mas é um pouco mais caro.
Informações úteis
A República Checa situa-se na Europa Central, entre a Alemanha, a Polónia, a Eslováquia e a Áustria. A língua falada é o checo, mas ainda há quem fale russo e as gerações mais novas aprendem cada vez mais inglês e alemão. A moeda é a coroa checa, e um Euro vale pouco mais de 25 Coroas. O nível de vida é muito mais alto em Praga do que no resto do país, predominantemente agrícola; os hotéis em Praga são caros, sendo a comida e os transportes geralmente mais baratos do que em Portugal. Desde 2004 que a República Checa faz parte da União Europeia, pelo que os cidadãos europeus não precisam de visto de entrada. Para mais informações, consultar a Embaixada da República Checa em Lisboa (R. Pêro de Alenquer 14).
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