As ruínas romanas de Djémila

Por Filipe Morato Gomes
Djémila, Argélia
Vista das ruínas romanas de Djémila, no norte da Argélia, classificadas pela UNESCO como Património da Humanidade

Visitar Djémila foi a última atividade que incluí no meu roteiro na Argélia, no último dia, antes de seguir para Argel para apanhar o voo de regresso. E foi, sem qualquer dúvida, um dos pontos altos de toda a viagem. Tinha já estado nas ruínas romanas de Tipasa no início do roteiro; mas, com toda a sinceridade, Djémila é de outro campeonato.

Nas palavras da UNESCO, que a inclui na lista de Património Mundial da Argélia, Djémila é “uma das mais bonitas ruínas romanas do mundo”; e eu não consigo discordar. “Um interessante exemplo de planeamento de uma cidade romana adaptada a uma localização montanhosa”, acrescentam.

Djémila, a palavra, significa precisamente “a bela”. E é sobre a visita a essa joia arquitetónica do Império Romano que hoje escrevo.

A minha visita a Djémila

Visitar Djémila Argélia
Um dos primeiros vislumbres que tive da cidade romana de Djémila

Djémila está localizada na região montanhosa de Setif, entre as cidades de Constantine e Argel. Para aproveitar o meu último dia na Argélia, apanhei um autocarro de Constantine para El Eulma, onde negociei um táxi para visitar Djémila.

Quando cheguei à entrada do complexo, o taxista dirigiu-se a um polícia que, por algum motivo que desconheço, anotou manual e demoradamente todos os detalhes do meu passaporte. Lá fora, o céu ameaçava desabar na minha cabeça, acrescentando algum dramatismo às fotografias iniciais que fui tirando, assim que liberado pelo afável oficial.

Djemila
Djémila

Comecei a explorar o complexo arqueológico, um pouco perdido pela falta de informação. Lamentavelmente, não existem mapas ou placas informativas que ajudem a compreender as funções das diferentes áreas da antiga cidade romana, pelo que fui visitando Djémila de forma aleatória, em busca dos edifícios mais imponentes.

Vi o que resta das termas, da catedral, do batistério; vi arcos e fontes e praças; a prisão e o bazar. Mas o que queria encontrar era mesmo o teatro romano de Djémila, do qual se diz que teria uma acústica invejável. Depois de o encontrar, com o sol a conseguir umas abertas por entre as nuvens, subi até ao último degrau da bancada e deixei-me ficar, maravilhado. Wow!

Teatro romano de Djémila
Teatro romano de Djémila

Estive quase duas horas no complexo arqueológico de Djémila.

Mesmo não entendendo boa parte do que os meus olhos observavam, o meu fascínio pelas antigas cidades romanas não me permitiu qualquer quebra no entusiasmo. Andei; subi colinas e pedras; observei e tentei compreender a cidade; procurei evitar os sonoros grupos estudantis em visitas de estudo (era época de férias escolares); encantei-me. Djémila é grandiosa, linda, “a bela”.

Satisfeito, regressei ao parque de estacionamento onde o taxista me aguardava. Era tempo de regressar a El Eulma e de apanhar novo transporte público para a capital Argel.

Mais fotos de Djémila

Visitar Djémila
Uma das principais avenidas da antiga cidade romana de Djémila
Ruínas romanas
Pormenor arquitetónico das colunas
Turistas em Djémila
Visitantes argelinas nas ruínas de Djémila (era período de férias escolares)

Guia para visitar Djémila

Como organizar a visita

Não tendo transporte próprio, a melhor forma é arranjar um taxista para o levar de Setif ou El Eulma até Djémila, aguardar que visite o complexo arqueológico e regressar à origem. Eu paguei 3.000 DZD por esse serviço, a partir de El Eulma; mas tenha em atenção que o primeiro taxista a quem perguntei pediu 8.000 DZD – não se deixe enganar.

A entrada em Djémila custa apenas 100 DZD (preço de março 2018).

Onde ficar

Eu visitei Djémila sem ficar hospedado nas proximidades mas, caso tenha tempo e seja essa a sua vontade, as cidades de Setif e El Eulma são as escolhas óbvias (El Eulma é mais perto; Setif é maior e tem mais oferta).

Quando andei a pesquisar, a melhor opção entre os poucos hotéis que encontrei foi o Hotel Almanara, em El Eulma. Seria provavelmente aí que ficaria hospedado, caso não tivesse incluindo Djémila no último dia do meu roteiro na Argélia, que começou em Constantine e acabou no aeroporto de Argel. Em Setif, para além de alguns quartos no airbnb, entre os hotéis que encontrei sobressaiu o Best Western Plus Setif.

Note que não há muitos hotéis próximos de Djémila. Seja como for, vá pesquisando usando o link abaixo, uma vez que, com o incremento gradual do turismo, é natural que outros hotéis vão surgindo nas centrais de reservas online.

Procurar hotéis perto de Djémila

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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