
Conhecer os melhores wadis de Omã era um dos objetivos que tinha na viagem, e Wadi Shab não poderia ficar de fora. Assim, depois de uma paragem para tomar banho no Bimmah Sinkhole, na estrada entre Muscat e Sur, o meu roteiro de viagem em Omã haveria de me levar, precisamente, às piscinas naturais de Wadi Shab.
A palavra wadi significa vale. Mas o termo é muitas vezes utilizado para indicar o leito seco de um rio, regra geral entre escarpas, no qual as águas correm apenas na estação das chuvas. Ora, em Omã há alguns wadis que nunca deixam de ter água durante o ano; é o caso de Wadi Shab.
Para lá chegar, é preciso atravessar o rio para a outra margem, de barco, até ao ponto a partir do qual se começa o trekking de Wadi Shab. Depois, são pouco mais de 45 minutos a caminhar, sem qualquer dificuldade. E vale bem a pena.
Trekking em Wadi Shab

Logo no parque de estacionamento, conheci um jovem viajante alemão. O foco da sua viagem a Omã era o mergulho mas, dia-sim-dia-não fazia outra atividade; por isso, ali estava a caminho de Wadi Shab.
Atravessámos o rio no mesmo barco e acabámos por fazer todo o percurso juntos e à conversa.
Depois de cruzar o rio, segui o trilho ao longo de uma garganta rochosa de calcário. Infelizmente, havia muitos tubos de plástico visíveis ao longo do percurso (transportam água para jusante). São úteis, é certo, mas não são naturalmente bonitos e prejudicam a imersão num ambiente natural.

A caminhada foi alternando entre o leito seco e arenoso do rio com zonas em que se caminhava pelas partes baixas das escarpas, com o rio sem água lá em baixo. A paisagem, mesmo sem a espetacularidade do Balkony Walk (provavelmente, o melhor trekking de Omã), era muito bonita.
Fui caminhando rumo às piscinas naturais de Wadi Shab, cruzando-me com algumas pessoas que estavam já a regressar. Eram viajantes, omanitas, algumas famílias de expatriados europeus – e também paquistaneses – a viver em Omã.

Não demorei uma hora a chegar às principais piscinas naturais de Wadi Shab. Lá chegado, foi possível nadar nas águas esverdeadas e refrescantes, ao longo do canhão, até chegar a um “buraco” que dá acesso a uma outra piscina natural mais resguardada, que os locais apelidam de “gruta”.
A passagem costuma estar submersa mas, na época em que fiz o trek de Wadi Shab, o nível da água não era muito elevado. Não era por isso necessário submergir completamente a cabeça para atravessar a passagem de acesso à “gruta”.

Nadei bastante, relaxei, deixei-me estar talvez meia hora na água.
Com o corpo refrescado, e como queria chegar a Sur ainda antes do pôr do sol, rapidamente chegou a hora de voltar. O regresso fez-se pelo mesmo trilho, caminhando ao longo da garganta de Wadi Shab, numa altura em que as escarpas começavam a ganhar as tonalidades quentes do fim de tarde.
Depois de me despedir de Franz, o amigo alemão, entrei no carro com a certeza de que aquela seria uma das melhores caminhadas que fiz em Omã. Até porque, com tanto calor, poder tomar banho num wadi no final do trek é uma sensação maravilhosa.
Fica o desafio!



Trekking em Wadi Shab – Ficha técnica
- Tipo de percurso: Linear
- Início: (ver mapa)
- Distância: 3 km (ida)
- Duração: 45-60 minutos (ida)
- Dificuldade: Reduzida
- Sinalização: A caminhada decorre ao longo do vale, pelo que não há forma de se enganar. Ainda assim, o percurso está parcialmente sinalizado.
Guia prático
Como chegar
Não existe transporte público para Wadi Shab, mas pode apanhar um autocarro de Muscat para Sur; e pedir para sair próximo de Wadi Shab. O problema é que só há um autocarro por dia, pelo que teria de arranjar outra forma de prosseguir para Sur depois da caminhada. Se estiver hospedado em Sur, pode também apanhar um táxi para Wadi Shab e combinar uma hora para o regresso.
Dito isto, para ter mais liberdade o ideal é mesmo alugar um carro em Omã. Foi o que eu fiz e acho que compensa. Há um pequeno parque de estacionamento onde poderá deixar o carro, junto ao local onde os barcos atravessam o rio.
Dicas úteis
A travessia do rio demora dois ou três minutos e custa 1 OMR, preço de ida e volta. Não precisa combinar hora de regresso, mas saiba que só há barcos até às 17:00.
A caminhada é fácil, mas não arrisque desidratar. Caso não tenha água, junto ao parque de estacionamento há um café onde pode comprar, mesmo antes de começar o trekking em Wadi Shab.
Onde ficar
Não há hotéis perto de Wadi Shab, pelo que o melhor é ficar hospedado em Muscat e depois Sur. No caso de Sur, optei por um hotel central e barato chamado Sur Hotel, que tem a vantagem adicional de contar com a presença de Nasser, um omanita incrivelmente prestável e bem disposto. Não tão barato mas igualmente muito recomendado é o Al Ayjah Plaza Hotel.
Para opções de maior conforto, veja o Sur Grand Hotel e o Sur Plaza.
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