Um banho refrescante no Bimmah Sinkhole

Por Filipe Morato Gomes
Cenote Bimmah Sinkhole
O cenote é belíssimo e as suas águas, apesar de quentes, refrescam nos dias quentes de Omã

Tinha bastante curiosidade em conhecer os wadis de Omã e outros locais onde pudesse tomar banho. Fosse num cruzeiro de dhow em Musandam, como fizera dias antes; fosse no enigmático Bimmah Sinkhole (também conhecido por Hawaiyat Najm), a meio caminho entre a capital Muscat e a cidade de Sur. Era esse o plano: tomar banho e nadar.

Tinha saído de Muscat ao volante de um carro alugado (a melhor forma de explorar o país) e, depois de visitar Quryat, parei então no Bimmah Sinkhole. Trata-se de um cenote – uma cavidade natural de formato quase circular e cheia de água convidativa e transparente -, parecido com os que abundam no sul do México.

A depressão geológica, formada devido ao colapso das camadas subterrâneas de calcário, é relativamente pequena. O quase-círculo não terá mais que 50 ou 60 metros de diâmetro; mas consta que a profundidade das águas chega aos 20 metros. E é fantástico para nadar. O mais curioso é que o pequeno lago de águas esverdeadas está localizado a pouco mais de meio quilómetro do mar.

Vista do Bimmah Sinkhole
O Bimmah Sinkhole visto do topo da escadaria de acesso ao cenote

Cenotes são conexões entre a superfície e áreas alagadas subterrâneas. O termo deriva de uma palavra utilizada pelos maias iucatecas das terras baixas, Ts’onot, que se refere a um local com águas subterrâneas acessíveis.”, in Wikipedia

Com o calor de outubro no seu auge, e não obstante a temperatura elevada da água, nada melhor do que um mergulho para refrescar. Não sabia se iria poder tomar banho só com calções de banho e, por isso, estava preparado com t-shirts adicionais caso fosse necessário entrar na água vestido.

Parei o carro, entrei no recinto sem saber bem o que esperar, caminhei duas ou três centenas de metros e cheguei ao Bimmah Sinkhole.

Para meu espanto, os homens estavam todos de tronco nu e as mulheres de biquini. Havia dois casais de expatriados a viver em Muscat acompanhados de crianças e um bebé de colo; um jovem casal de viajantes franceses; e até uma família omanita a morar em Londres, acompanhada por um guia – também ele de Omã – que, sem grande demora, despiu a t-shirt e entrou nas águas quentes do Bimmah Sinkhole.

Sou apologista do máximo respeito pelos costumes locais sempre que viajo mas, perante aquele cenário, não me fiz rogado e fui tomar banho só de calções.

Tomar banho no Bimmah Sinkhole
Viajante francesa a tomar banho no Bimmah Sinkhole

O relógio já passava do meio-dia e, por isso, fora de água o calor era tórrido. Fui ficando, nadando, refrescando-me, sempre de olho no topo da escadaria com receio que chegasse alguma família mais conservadora. Não aconteceu.

Terei passado quase uma hora no cenote; até que, já fresco e revigorado, estava pronto para a próxima aventura: fazer o trekking de Wadi Shab. Foi o timing perfeito.

No caminho para o carro, cruzei-me com três senhoras omanitas completamente tapadas com chador preto. Duas delas eram tudo menos jovens, pelo que foi uma sorte ter saído do cenote naquela altura. Provavelmente não iriam dizer nada, mas eu ter-me-ia sentido desconfortável.

Despedi-me do simpático porteiro, fechei o portão a seu pedido, e arranquei rumo a Wadi Shab.

Guia prático

Como chegar ao Bimmah Sinkhole

Existem autocarros da empresa Mwasalat que ligam a capital Muscat a Sur, mas não param no Bimmah Sinkhole. Para além das boleias, a única opção é alugar um carro.

Note que, apesar da proximidade geográfica, não há acesso direto da estrada principal (que liga Muscat a Sur) ao Bimmah Sinkhole. Ou seja, se vier de Muscat deverá sair da estrada principal na povoação de Dibab; daí, basta seguir pela estrada secundária, praticamente paralela à autoestrada. Se falhar essa saída, há outro acesso pouco depois do cenote, a caminho de Sur; é só sair da autoestrada e virar à esquerda três vezes.

Onde ficar

Não há hotéis perto do Bimmah Sinkhole, pelo que o melhor é ficar hospedado em Sur. Eu optei por um hotel central e barato chamado Sur Hotel, que tem a vantagem adicional de contar com a presença de Nasser, um omanita incrivelmente prestável e bem disposto. Não tão barato mas igualmente muito recomendado é o Al Ayjah Plaza Hotel.

Para opções de maior conforto, veja o Sur Grand Hotel e o Sur Plaza – são duas opções de alojamento exceentes.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.