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Arcos de la Frontera, branco mais branco não há

Por Filipe Morato Gomes
Visitar Arcos de la Frontera
Arcos de la Frontera é um dos mais bonitos Pueblos Blancos

Arcos de la Frontera foi a primeira das Aldeias Brancas (mais conhecidas como Pueblos Blancos) que visitei no recente roteiro de 8 dias pela Andaluzia. Foi também das mais bonitas que conheci.

Desde logo, ajudou o facto de ficar hospedado numa pequena pousada, tradicional e com muito charme, onde me senti acolhido como se fosse da família. Mas não foi só isso, naturalmente: Arcos de la Frontera é mesmo bonita!

A minha visita a Arcos de la Frontera

Manhã cedo, decidi explorar as ruas quase desertas de Arcos de la Frontera. Ao chegar a uma encruzilhada de ruelas devo ter mostrado alguma hesitação, de tal forma que um morador que chegava a casa de pão na mão me inquiriu diretamente: “Já foi ao Miradouro de Abades? É por ali” – e apontou para uma das ruelas, à minha direita. Naturalmente, segui a sugestão, ainda sem saber que iria encontrar um dos locais com melhores vistas da cidade. E sem ninguém.

Visitar Arcos de la Frontera: Miradouro de Abades
O nascer de um novo dia junto ao Miradouro de Abades, em Arcos de la Frontera

Do Miradouro de Abades, a vista alcança o Rio Guadalete, lá ao fundo, namoriscando duas das mais significativas zonas urbanas de Arcos de la Frontera: o chamado Bairro Baixo, que só vi de cima, e a zona conhecida como Maria Auxiliadora.

Olhando com atenção, dava também para ver a imponente ponte de ferro São Miguel; mas o que verdadeiramente me fascinou no Miradouro de Abades nem foram as vistas. Um contrassenso, bem sei, mas tenha o leitor a sorte de um dia sentir aquela luz matinal e decerto compreenderá.

Sim, a luz.

Sentir na cara os primeiros raios do dia em Arcos de la Frontera ficará para sempre registado no baú das memórias da minha passagem pela Andaluzia.

Onde ficar em Arcos de la Frontera: Casa Campana
Pátio da Casa Campana, no centro histórico de Arcos de la Frontera

Depois de voltar a casa e avisar os meus companheiros daquela descoberta, acabei por regressar ao miradouro, já as ruelas se animavam com o barulho das crianças à porta da escola. Só depois fui verdadeiramente explorar o povoado.

Arcos de la Frontera não é grande mas, mesmo assim, a organização turística local criou um percurso pedestre urbano com o objetivo de potenciar o turismo em Arcos de la Frontera. Chama-se Rota Monumental e atravessa boa parte do centro histórico da localidade.

Embora sem seguir religiosamente o percurso, fui explorando alguns dos ícones referidos da rota. Desde logo, a Basílica de Santa Maria, edifício que partilha o domínio da centralíssima Praça do Cabildo com a Varanda da Peña Nova e o Castelo de Arcos de la Frontera. “Pode-se visitar o castelo?”, indaguei junto de um morador que passeava o seu canídeo. “Não, o castelo é privado”.

Varanda da Peña Nova, Arcos de la Frontera
Varanda da Peña Nova

Após visitar a Basílica de Santa Maria, deambulei com mais calma pelas ruas brancas de Arcos de la Frontera. Conheci o Museu de Belém (onde se exibe um gigantesco presépio) e a Igreja de São Pedro, mas aquilo que verdadeiramente me marcou foi a tranquilidade em tons de branco da povoação.

Não que fosse uma surpresa, até porque Arcos de la Frontera é um dos chamados Pueblos Blancos andaluzes, mas porque entre todas as “aldeias brancas” que visitei Arcos é seguramente das mais bonitas. Ora veja.

Castelo de Arcos de la Frontera
Edifício da Câmara Municipal com o castelo de Arcos de la Frontera em pano de fundo, atualmente em mãos privadas e fechado ao turismo
Pueblos blancos: Arcos de la Frontera
As casas brancas de Arcos de la Frontera
Gato preto
Gato preto, parede branca aquecida pela luz matinal…
Basílica de Santa Maria, Arcos de la Frontera
Interior da Basílica de Santa Maria
Vista Arcos de La Frontera
Vista a partir do terraço da Casa Campana, onde fiquei hospedado em Arcos de la Frontera
Praça Boticas, Arcos de la Frontera
Vista noturna da Praça Boticas, centro histórico de Arcos de la Frontera

Como é evidente, não tive tempo de visitar tudo o que poderia ter interesse em Arcos de la Frontera (por exemplo, o Palácio de Mayorazgo); mas incluí-la como ponto de paragem no meu roteiro na Andaluzia tinha sido uma excelente decisão. Vale a pena conhecer!

Mapa com as atrações de Arcos de la Frontera

Guia prático

Quando ir

Embora teoricamente seja possível visitar Arcos de la Frontera e todas as aldeias brancas andaluzes em qualquer altura do ano, eu recomendo que o faça durante a primavera ou o outono, por forma a evitar as temperaturas mais extremas da Andaluzia.

Como chegar a Arcos de la Frontera

Arcos de la Frontera fica na província espanhola de Cádiz, a pouco mais de 85km de Sevilha. De Portugal, a opção mais rápida é voar para Sevilha e depois alugar um carro (eu uso a DiscoverCars). Pode também apanhar um autocarro a partir de Sevilha; há ligações rodoviárias entre Arcos de la Frontera e outras cidades da região, como Sevilha ou Málaga.

Alternativamente, pode também seguir de carro diretamente de Portugal para a Andaluzia. Foi precisamente esta a minha opção e, como éramos um grupo de cinco pessoas, acabámos por dividir o tempo de condução e a viagem fez-se tranquilamente.

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Onde comer

“Sei onde às vezes como bem; e sei onde como sempre bem”, disse-me Isabel, a anfitriã da Casa Campana, quando lhe pedi recomendações para jantar. As sugestões recaíram sobre três restaurantes de tapas, localizados praticamente lado a lado, no coração de Arcos de la Frontera. São eles o Alcaravan, a Taberna Jovenes Flamencos e o La Cárcel (ver mapa). Experimentei os dois primeiros e corroboro a escolha.

Onde ficar em Arcos de la Frontera

Eu fiquei hospedado na Casa Campana, uma pequena pousada gerida por um casal hispano-britânico, e só tenho a dizer coisas boas. Caso esteja lotada, outro alojamento que me pareceu excelente (para o meu gosto) é a belíssima bed & breakfast Casa El Sueño. Se preferir uma opção mais clássica, o Hotel Los Olivos pode também ser uma boa escolha.

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Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes
Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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