Arcos de la Frontera foi a primeira das Aldeias Brancas (mais conhecidas como Pueblos Blancos) que visitei no recente roteiro de 8 dias pela Andaluzia. Foi também das mais bonitas que conheci.
Desde logo, ajudou o facto de ficar hospedado numa pequena pousada, tradicional e com muito charme, onde me senti acolhido como se fosse da família. Mas não foi só isso, naturalmente: Arcos de la Frontera é mesmo bonita!
A minha visita a Arcos de la Frontera
Manhã cedo, decidi explorar as ruas quase desertas de Arcos de la Frontera. Ao chegar a uma encruzilhada de ruelas devo ter mostrado alguma hesitação, de tal forma que um morador que chegava a casa de pão na mão me inquiriu diretamente: “Já foi ao Miradouro de Abades? É por ali” – e apontou para uma das ruelas, à minha direita. Naturalmente, segui a sugestão, ainda sem saber que iria encontrar um dos locais com melhores vistas da cidade. E sem ninguém.
Do Miradouro de Abades, a vista alcança o Rio Guadalete, lá ao fundo, namoriscando duas das mais significativas zonas urbanas de Arcos de la Frontera: o chamado Bairro Baixo, que só vi de cima, e a zona conhecida como Maria Auxiliadora.
Olhando com atenção, dava também para ver a imponente ponte de ferro São Miguel; mas o que verdadeiramente me fascinou no Miradouro de Abades nem foram as vistas. Um contrassenso, bem sei, mas tenha o leitor a sorte de um dia sentir aquela luz matinal e decerto compreenderá.
Sim, a luz.
Sentir na cara os primeiros raios do dia em Arcos de la Frontera ficará para sempre registado no baú das memórias da minha passagem pela Andaluzia.
Depois de voltar a casa e avisar os meus companheiros daquela descoberta, acabei por regressar ao miradouro, já as ruelas se animavam com o barulho das crianças à porta da escola. Só depois fui verdadeiramente explorar o povoado.
Arcos de la Frontera não é grande mas, mesmo assim, a organização turística local criou um percurso pedestre urbano com o objetivo de potenciar o turismo em Arcos de la Frontera. Chama-se Rota Monumental e atravessa boa parte do centro histórico da localidade.
Embora sem seguir religiosamente o percurso, fui explorando alguns dos ícones referidos da rota. Desde logo, a Basílica de Santa Maria, edifício que partilha o domínio da centralíssima Praça do Cabildo com a Varanda da Peña Nova e o Castelo de Arcos de la Frontera. “Pode-se visitar o castelo?”, indaguei junto de um morador que passeava o seu canídeo. “Não, o castelo é privado”.
Após visitar a Basílica de Santa Maria, deambulei com mais calma pelas ruas brancas de Arcos de la Frontera. Conheci o Museu de Belém (onde se exibe um gigantesco presépio) e a Igreja de São Pedro, mas aquilo que verdadeiramente me marcou foi a tranquilidade em tons de branco da povoação.
Não que fosse uma surpresa, até porque Arcos de la Frontera é um dos chamados Pueblos Blancos andaluzes, mas porque entre todas as “aldeias brancas” que visitei Arcos é seguramente das mais bonitas. Ora veja.
Como é evidente, não tive tempo de visitar tudo o que poderia ter interesse em Arcos de la Frontera (por exemplo, o Palácio de Mayorazgo); mas incluí-la como ponto de paragem no meu roteiro na Andaluzia tinha sido uma excelente decisão. Vale a pena conhecer!
Mapa com as atrações de Arcos de la Frontera
Guia prático
Quando ir
Embora teoricamente seja possível visitar Arcos de la Frontera e todas as aldeias brancas andaluzes em qualquer altura do ano, eu recomendo que o faça durante a primavera ou o outono, por forma a evitar as temperaturas mais extremas da Andaluzia.
Como chegar a Arcos de la Frontera
Arcos de la Frontera fica na província espanhola de Cádiz, a pouco mais de 85km de Sevilha. De Portugal, a opção mais rápida é voar para Sevilha e depois alugar um carro (eu uso a DiscoverCars). Pode também apanhar um autocarro a partir de Sevilha; há ligações rodoviárias entre Arcos de la Frontera e outras cidades da região, como Sevilha ou Málaga.
Alternativamente, pode também seguir de carro diretamente de Portugal para a Andaluzia. Foi precisamente esta a minha opção e, como éramos um grupo de cinco pessoas, acabámos por dividir o tempo de condução e a viagem fez-se tranquilamente.
Onde comer
“Sei onde às vezes como bem; e sei onde como sempre bem”, disse-me Isabel, a anfitriã da Casa Campana, quando lhe pedi recomendações para jantar. As sugestões recaíram sobre três restaurantes de tapas, localizados praticamente lado a lado, no coração de Arcos de la Frontera. São eles o Alcaravan, a Taberna Jovenes Flamencos e o La Cárcel (ver mapa). Experimentei os dois primeiros e corroboro a escolha.
Onde ficar em Arcos de la Frontera
Eu fiquei hospedado na Casa Campana, uma pequena pousada gerida por um casal hispano-britânico, e só tenho a dizer coisas boas. Caso esteja lotada, outro alojamento que me pareceu excelente (para o meu gosto) é a belíssima bed & breakfast Casa El Sueño. Se preferir uma opção mais clássica, o Hotel Los Olivos pode também ser uma boa escolha.
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