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Vittoriosa, Senglea e Cospicua, as três da vida airada

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 24 Dez 2018 | Viagens Europa Ilha de Malta Malta Valletta 1 comentário
Tempo de leitura: 7 minutos

Visitar Três Cidades: Vittoriosa, Malta
Quotidiano em Vittoriosa (Birgu), próximo de Valletta

É curioso como locais tão belos, autênticos e fascinantes como as chamadas Três Cidades – Vittoriosa, Senglea e Cospicua -, localizadas a dois passos de Valletta, são tão pouco visitados. É um fenómeno comum em muitos destinos: os turistas concentram-se nos mesmos locais e, às vezes, bastaria afastarem-se dois passos para terem a oportunidade de sentir o lado mais autêntico e tradicional (com alma) de um lugar; e sem turistas.

Ainda bem para os habitantes; e para os viajantes que se dão ao trabalho de cruzar o canal e visitar o “outro lado” da capital maltesa.

As Três Cidades orgulham-se de ser uma espécie de berço da história maltesa. Ao que consta, foi ali, no território hoje ocupado por Vittoriosa, Senglea e Cospicua que os primeiros habitantes de Malta se instalaram, em busca de um lar e de segurança. A região foi o primeiro lar dos Cavaleiros de São João e, por isso, os palácios, igrejas e fortalezas das Três Cidades são bem mais antigos do que os de Valletta.

A marina de Vittoriosa (Birgu) vista a partir de Senglea

No meu roteiro de viagem a Malta, acabei por visitar Vittoriosa, Senglea e Cospicua mais do que uma vez. Primeiro, porque adorei o ambiente tradicional dos povoados; depois, porque a luz quente do entardecer nas Três Cidades é magnífica – e isso é sempre um bom pretexto para voltar a lugares bonitos.

A minha visita a Vittoriosa, Senglea e Cospicua

Logo no primeiro dia de estadia em Malta, fui visitar Vittoriosa, também conhecida pelo antigo nome de Birgu. Para isso, cheguei a Cospicua de autocarro, vindo de Valletta, já a tarde ia alta. Atravessei Cospicua em direção à vizinha Vittoriosa, onde percorri ruelas sem qualquer plano previamente definido.

As ruas, estreitas, limpas e bem cuidadas estavam praticamente vazias. À porta de uma casa, aberta, um jovem pai dava um iogurte ao seu bebé, enquanto os avós eram avós e a mãe gargalhava com algo que não tive como entender. Uma cena de rua só possível num sítio não importunado pelo turismo; onde a vida ainda corre a ritmo lento e sem stress.

Vittoriosa (Birgu)
Ruela típica dos povoados malteses

Ao contrário do habitual, dei comigo a continuar caminho sem nada dizer – nem um cumprimento fugidio -, como se sentisse que ali não era o meu lugar; como se tivesse medo que a minha presença fosse indesejada e incómoda. Seriam com toda a certeza uma família simpática e hospitaleira; mas aquela pacatez fez-me sentir como que um invasor.

Às tantas, desemboquei numa praça relativamente ampla, com homens defronte de um café conversando em voz alta sob uma luz incrivelmente bela e quente. Era a altura perfeita para me deslocar até à marina de Vittoriosa e caminhar em direção ao imponente Forte de São Ângelo.

Três Cidades: Forte de São Ângelo, Vittoriosa
Pequeno grupo de turistas junto ao Forte de São Ângelo, Vittoriosa

Manda a verdade dizer que pouco sabia sobre o Forte de São Ângelo. Tinha-o avistado a partir dos jardins Upper Barrakka, em Valletta, dominando a paisagem das Três Cidades; mas pouco mais.

Lá chegado, encontrei meia dúzia de turistas orientais em prolongadas sessões fotográficas; e uma jovem, que tinha visto a sair de um dos luxuosos iates atracados na marina de Vittoriosa, sentada a ler um livro no calor do fim de tarde. Estava um dia bonito e Valletta do outro lado.

Pouco depois, regressei à marina e apanhei um pequeno barco para a capital maltesa. As Três Cidades tinham-me conquistado.

Vittoriosa Malta
Vittoriosa, Malta

Dias depois, acabaria por voltar às Três Cidades. Tinha ficado com a sensação de que a zona marginal de Senglea, defronte da marina de Vittoriosa, deveria ser excelente para passear ao fim da tarde. E assim fiz.

Senglea tem uma marginal muito bonita, pontilhada por restaurantes com esplanadas; perfeita para saborear o entardecer olhando os barcos ondulantes atracados em Vittoriosa. Melhor vista, só provavelmente aquela do alto dos jardins Upper Barrakka, em Valletta.

Mais uma vez, desfrutei das cores quentes das Três Cidades, com as suas ruelas tradicionais e uma íntima ligação ao mar. E havia mais gente; pelo que não me senti tão intruso.

Valletta, Malta
As Três Cidades vistas ao entardecer a partir dos jardins Upper Barrakka, em Valletta

Juntamente com a ilha de Gozo e com Mdina, as Três Cidades de Vittoriosa, Senglea e Cospicua estão entre o melhor que Malta tem para oferecer.

Veja o que fazer em Valletta.

Guia prático

Como chegar

Muita gente recomenda alugar um carro para melhor explorar Malta mas, honestamente, não creio que seja necessário.

Tal como explico no post com dicas para viagens a Malta, há um cartão chamado Tallinja Explorer que permite viagens ilimitadas durante sete dias nos autocarros das ilhas de Malta e Gozo. Foi o que eu usei e recomendo vivamente, pelo descanso que proporciona e pelo dinheiro que poupa (custa apenas 21€). Vale a pena visitar o site oficial dos transportes públicos de Malta para consultar o mapa de rotas; a esmagadora maioria parte junto à fonte Triton, nos limites de Valletta.

Há também pequenos barcos que fazem a ligação entre Vittoriosa e Valletta. A viagem é muito rápida e custa 2€ por pessoa (o cartão Tallinja não inclui estas viagens).

Onde ficar

Para quem procura maior sossego, ambiente desprovido do turismo de massas e uma apurada atmosfera local – incluindo restaurantes nada turísticos -, ficar em Vittoriosa (também conhecida por Birgu), Senglea ou Cospicua é uma solução muito interessante.

Confesso que não ponderei essa hipótese quando pesquisei onde ficar em Malta, porque me pareceu demasiado afastado de Valletta. Mas, uma vez no terreno, verifiquei não ter razão. Ficar “do outro lado” da cidade velha de Valletta tem muitas vantagens, e permite embrenhar-se numa Malta mais “pura”. Se fosse hoje, quase de certeza que teria ficado a dormir nesta zona (ponderando a relação qualidade/preço dos hotéis, é muito provavelmente a melhor região para se hospedar em Malta).

Assim, optando por ficar em Vittoriosa, Senglea ou Cospicua, recomendo os acolhedores Julesy’s Bed & Breakfast e Nelli’s Bed & Breakfast ou a soberba Casa Birmula (todos em Cospicua). Ou ainda o mais simples mas limpíssimo No. 17 Birgu (em Vittoriosa). Não se vai arrepender.

Pesquisar hotéis em Vittoriosa

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Comentários

  1. Hercília Oliveira

    Olá Filipe, Boa Tarde!

    Adorei ler o seu post (não sei se é assim que se diz…), sobre as três cidades: Copiscua, Vitoriosa e Senglea! Foi muito interessante que tinha viagem marcada para Malta agora em Maio, mas por causa do vírus não deu. E já depois de estar desmarcada, através do Programa “De Lisboa a Helsínquia”, é que fiquei a conhecer estas três cidade que eu não fazia ideia existirem e fazerem parte de Malta!
    Ficando com curiosidade, vim pesquisar no Google e dei com o seu site que fala precisamente sobre elas. Depois de ler, fiquei ainda com mais interesse em as visitar, e pela sua descrição é ponto assente que quando for a Malta, vou conhecer.
    Parabéns pelo seu site, que muitas vezes o visito, e acho muito BOM!

    Responder

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 49 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

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