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Valletta, uma capital liliputiana

O que fazer em Valetta: praias
Um casal desfruta de um pequeno cais em Valletta, capital de Malta

Valletta é uma cidade minúscula mas nem por isso despida de interesse. Pelo contrário. Durante a semana que passei em Malta, Valletta foi o epicentro de todas as descobertas. Fiquei alojado nas proximidades, e acabei por visitar o centro histórico de Valletta várias vezes. E vale bem a pena.

Não só porque tem um ambiente tradicional mas com toques de modernidade trazidos pela arquitetura e pelo turismo, mas também por albergar pormenores deliciosos como as suas varandas; a incontornável Co-catedral de São João; locais para assistir ao pôr-do-sol como os jardins Upper Barrakka; e, não menos importante, a possibilidade de atravessar o canal e visitar as Três Cidades de Vittoriosa, Senglea e Cospicua.

Eis, pois, uma possível lista com o que fazer em Valletta; sendo certo que, entre uma e outra sugestão, o melhor mesmo é deixar-se perder pelas ruelas do centro histórico. Vamos a isso.

O que fazer em Valletta (um roteiro)

Apreciar o edifício do Parlamento de Malta

Parlamento de Malta, Renzo Piano
Edifício do Parlamento de Malta, do arquiteto Renzo Piano

Renzo Piano deixou uma marca indelével na arquitetura de Valletta, colocando tradição e modernidade a dialogar com mestria na paisagem urbana da capital maltesa. E em nenhum outro lugar esse diálogo é tão evidente como no edifício do Parlamento de Malta.

Fica junto à chamada Porta de Valletta e vale bem a pena uns minutos de atenção, antes de prosseguir o seu roteiro em Valletta e rumar à extraordinária Co-catedral de São João.

Visitar a Co-catedral de São João

O que fazer em Valletta: Co-catedral de São João
O interior dourado da Co-catedral de São João

Com um exterior relativamente austero, era difícil imaginar o que me esperava no interior da Co-Catedral de São João. Certo é que, à entrada, havia dezenas de pessoas a fazer fila para entrar (a co-catedral é dos locais mais visitados de Valletta).

Lá dentro, encontrei uma catedral profusamente decorada, com destaque para o amarelo ofuscante da folha de ouro; para as lápides de mármore existentes no chão da nave principal; para as pinturas do teto, que criam a ilusão de haver estátuas tridimensionais no topo das colunas; e, claro, para a tela A Decapitação de S. João Baptista, uma das obras-primas de Caravaggio.

O quadro está em exibição no Oratório da catedral, espaço que alberga também S. Jerónimo, do mesmo pintor italiano e que tive oportunidade de visitar quase sozinho, como que por milagre, antes da chegada de um enorme grupo de turistas russos.

De resto, existem oito capelas na catedral, cada uma “dedicada ao santo padroeiro das oito línguas (secção ou origens) dos Cavaleiros da Ordem”. Entre elas, encontrei a Capela de Castela, Leão e Portugal.

Veja informações detalhadas da catedral em www.stjohnscocathedral.com.

Observar as varandas de Valletta

Varandas de Valletta
As peculiares varandas de Valletta (há varandas pintadas de cores mais fortes, especialmente verde e vermelho)

Uma das particularidades mais belas e divertidas da arquitetura de Malta, visível um pouco por todo o lado mas com grande ênfase em Mdina e Valletta, são as varandas tradicionais construídas ao estilo marquise (mas em bom!).

Feitas de madeira e muito coloridas, as varandas conferem um ambiente divertido e agradável às ruas do centro histórico de Valletta. Basta levantar o pescoço e estar atento. Se todas as marquises fossem assim…

67 Kapitali

Onde comer: 67 Kapitali, Valletta
A cervejaria artesanal 67 Kapitali, Valletta

Descobri a 67 Kapitali por mero acaso (não foi recomendação de ninguém). Passei na rua em direção ao Teatro Manoel e gostei do aspeto, pelo que decidi entrar. São especialistas em cerveja artesanal maltesa, mas eu optei por tomar apenas um café – e soube-me muito bem.

Se andarem ali por perto, é uma paragem bem agradável.

Visitar o Teatro Manoel

Teatro Manoel, Valletta
Sala de espetáculos do Teatro Manoel, Valletta

Em 1731, António Manoel de Vilhena, cidadão português e Grão-Mestre dos Cavaleiros de Malta, encomendou e financiou a construção do edifício, com o objetivo de servir como um teatro de acesso público. No site oficial do teatro, diz-se que “o Grão-Mestre Português construiu o teatro para manter os jovens cavaleiros da Ordem de São João fora do mal, mas também para proporcionar ao público em geral entretenimento honesto”.

Hoje em dia, são organizadas visitas guiadas ao interior do teatro; que, não sendo absolutamente fundamentais num roteiro em Valletta, valem bem a pena. Eu, pelo menos, gostei e recomendo. Até porque o Teatro Manoel é um dos mais antigos teatros da Europa em funcionamento.

Almoço rápido no café Culto

Café Culto Valletta
Interior do café Culto

À primeira vista, não se dá muito pelo Culto. É pequeno e até um pouco feio (visto da rua, parece um cafezinho desinteressante). Ora, diz quem sabe, que o Culto serve dos melhores cafés de Valletta. Foi por isso que lá fui; mas, lá chegado, foram as sanduíches de salmão que me conquistaram o olhar.

Tudo somado, o Culto é um bom local para um almoço rápido, antes de continuar a explorar Valletta. Ah… sim, o café era bom (mas não sei dizer se é o melhor café da cidade).

Visitar o Museu do Brinquedo

O que fazer em Valletta: visitar Museu do Brinquedo
Pormenor de uma vitrine no Museu do Brinquedo de Valletta

Admito que o Museu do Brinquedo não seja suficientemente atrativo para merecer a inclusão em muitos roteiros ou listas com o que fazer em Valletta. Mas a verdade é que sinto enorme apreço por homens que dedicam uma vida às suas paixões. É o caso de Vincent Brown.

Vincent é um colecionador maltês que, depois de anos a juntar brinquedos, resolveu alugar uma pequena casa no coração de Valletta e – inspirado por um museu similar que viu em Inglaterra – transformá-la em museu, partilhando com os visitantes essa sua paixão. A história fez-me recordar o muito melhor Museu do Brinquedo Português, em Ponte de Lima.

No museu, encontram-se dezenas de carros Matchbox (memórias da minha infância), modelos de aviões, bonecas e muitos outros brinquedos. Vamos lá dar uma força ao Vincent.

Igreja de Nossa Senhora das Vitórias

O que fazer em Valletta: visitar Igreja de Nossa Senhora das Vitórias
Nave central da Igreja de Nossa Senhora das Vitórias

Para além da imponente Co-catedral de São João, há outras pequenas igrejas em Valletta que valem a pena visitar. Recomendo especialmente a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias que, diz a literatura, foi a primeira igreja a ser construída em Valletta.

Trata-se de uma igreja pequena mas acolhedora, e com uns tetos lindíssimos. Passe por lá no seu roteiro em Valletta; vai ver que vale a pena.

Explorar as Três Cidades

Vittoriosa (Birgu), próximo de Valletta
Quotidiano em Vittoriosa (Birgu), próximo de Valletta

Para o que resta da tarde, recomendo sair temporariamente de Valletta. As Três Cidades orgulham-se de ser uma espécie de berço da história maltesa. Ao que consta, foi ali, no território hoje ocupado por Vittoriosa, Senglea e Cospicua que os primeiros habitantes de Malta se instalaram, em busca de um lar e de segurança. A região foi o primeiro lar dos Cavaleiros de São João e, por isso, os palácios, igrejas e fortalezas das Três Cidades são bem mais antigos do que os de Valletta. E são o lado mais autêntico da capital maltesa.

Pela minha parte, acabei por visitar Vittoriosa, Senglea e Cospicua mais do que uma vez. Primeiro, porque adorei o ambiente tradicional dos povoados; depois, porque a luz quente do entardecer nas Três Cidades é magnífica – e isso é sempre um bom pretexto para voltar a lugares bonitos.

O melhor de tudo é que é possível combinar uma visita a Vittoriosa, Senglea e Cospicua com uma ida aos jardins Upper Barrakka, já em Valletta, para assistir a um magnífico pôr-do-sol. Basta apanhar um dos vários pequenos barcos à espera de passageiros na marina de Vittoriosa.

Pôr-do-sol nos jardins Upper Barrakka (Valletta)

Jardins Upper Barrakka Valletta
Jardins Upper Barrakka, um dos melhores locais para passar o fim de tarde em Valletta

Visitei os jardins Upper Barrakka por duas vezes e posso garantir, sem qualquer hesitação, que são um dos melhores locais para apreciar os últimos raios de sol em Valletta, iluminando as Três Cidades com uns tons quentes. Além disso, e apesar das vistas serem o ponto forte de Upper Barrakka, o jardim propriamente dito é também muito agradável. Recomendo vivamente.

Outro local muito bom para o fim de tarde é Sliema, junto ao Forte Tigné, onde tirei a primeira foto do meu roteiro de viagem em Malta.

Dicas para visitar Valetta

Como chegar a Valetta

Muita gente recomenda alugar um carro para melhor explorar Malta mas, honestamente, não creio que seja necessário.

Tal como explico no post com dicas para viagens a Malta, há um cartão chamado Tallinja Explorer que permite viagens ilimitadas durante sete dias nos autocarros das ilhas de Malta e Gozo. Foi o que eu usei e recomendo vivamente, pelo descanso que proporciona e pelo dinheiro que se poupa (custa apenas 21€). Vale a pena visitar o site oficial dos transportes públicos de Malta para consultar o mapa de rotas; a esmagadora maioria parte junto à fonte Triton, nos limites de Valletta.

Dica: para ir do aeroporto de Malta para Valletta, considere reservar um transfer privado até ao seu hotel. Alternativamente, saiba que há autocarros relativamente frequentes.

Dito isto, caso pondere alugar carro simule o custo do aluguer no link abaixo.

Calcular preço do aluguer de um carro

Onde ficar em Valetta

Para compreender melhor a dinâmica da ilha, sugiro que espreite as minhas sugestões detalhadas sobre onde ficar em Malta, que incluem recomendações sobre a melhor zona da ilha para se hospedar em função do seu estilo de viagem.

Na verdade, a capital Valletta é a escolha aparentemente óbvia para se alojar na ilha de Malta. Eu só não fiquei lá por causa dos preços dos hotéis e apartamentos, notoriamente mais elevados do que noutras zonas da região.

Assim, se o seu orçamento for generoso (ou caso encontre alguma pechincha ou promoção imperdível), recomendo que monte a sua base em Valletta. Nesse caso, veja a agradável Casa Lapira, o elegante (mas mais caro) Palazzo Paolina Boutique Hotel, o carismático Tano’s Boutique Guesthouse ou ainda os estúdios Mac Kay Studios e West Street Apartments. São todos hotéis fantásticos e muito bem localizados no coração da capital maltesa.

Alternativamente, considere os acolhedores bed & breakfast Julesy’s e Nelli’s, ou ainda o mais simples No. 17 Birgu, nas “Três Cidades”; ou, em Sliema, o Backstage Boutique Townhouse ou o fantástico Two Pillows Boutique Hostel. São excelentes escolhas para ficar perto de Valletta.

Pesquisar hotéis em Valletta

Seguro de viagem

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Outros roteiros de cidades europeias

Se está a pensar visitar Valletta, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutras cidades da Europa.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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