Alma de Viajante

Blog de Viagens de Filipe Morato Gomes

  • Destinos A-Z
  • Portugal
  • Brasil
  • Europa
  • América
  • África
  • Ásia
Blog de viagens » Ásia » Vietname

VietnaMITRAS* (Eurasia #39)

Por Rafael Polónia e Tanya Ruivo | Eurasia Ásia Vietname
Atualizado em 19.07.2017 | Tempo de leitura: 7 minutos

Vietname

Num país onde passámos apenas três semanas, tivemos dias em que nos imaginámos a viajar ali para sempre e dias em que os locais, alterados já pelos dólares, nos deixaram de tal maneira fora de nós que nos apetecia partir para a violência. O fim da viagem e o regresso a casa fazem-nos perceber que já chega, que é tempo de voltar… pela nossa sanidade mental.

Saímos do Vietname tão rapidamente que ficámos com a sensação que temos de voltar o mais rapidamente possível também. Estas três semanas fizeram-nos perceber a ideia má que alguns amigos têm do país e que nós, agora, entendemos na perfeição.

O Vietname é dividido numa espécie de dois mundos: aquele onde passam os turistas e aquele onde os turistas nunca passam. Aquele onde os turistas nunca passam, foi o pedaço maior da nossa “expedição” no país. Vindos do Laos pelo oeste, a primeira impressão do país fascinou-nos: pessoas sorridentes, simpáticas, sem nos enganarem nos preços que, reparávamos, eram os mesmos para nós e para os locais, ajudando-nos sempre que necessitávamos, oferecendo-nos chá – e há tanto tempo que não nos ofereciam chá! –- soltando cumprimentos à nossa passagem.

Simpatia local no nosso Vietname
Simpatia local no “nosso” Vietname

Íamos parando nas pequenas terrinhas e arranjávamos sempre um sítio para dormir, num hotel baratucho, com meia dúzia de restaurantes que nos serviam boas quantidades de comida por preços quase simbólicos. Nunca comemos tão bem neste sudeste asiático como no Vietname. Depois, pela manhã, parávamos num mercado e comprávamos baguetes – e há tanto tempo que não encontrávamos pão! -, tofu, essa bomba proteínica vegetariana, diferentes vegetais para, aquando das nossas paragens, nos deliciarmos com sandes e saladas salgadas. Quando não tínhamos, porém, lá recorríamos ao leite condensado que, sem ser salgado, era a única coisa que existia nos supermercados capaz de rechear as nossas baguetes. Tudo correu como se do paraíso se tratasse até chegarmos a Ninh Binh.

Não que não tenhamos gostado. Ou melhor, confesso, da cidade não gostámos nada. Mas o que chama cada vez mais turistas a Ninh Binh é a paisagem que comparam a Halong Bay, mas em vez de ser no mar, é ver os picos rochosos elevarem-se dos campos de arroz e dos rios. De barco, podemos encontrar dois ou três diferentes sítios para percorrer esta paisagem, embora o menos conhecido e mais impressionante, ouvimos, seja Trang An, o nosso escolhido para visitar. Realmente bonito e a ver já, antes que o turismo de massas aterre aqui por completo.

A comida vietnamita é deliciosa
A comida vietnamita é deliciosa

Mas Ninh Binh tem já um hostel e hostel significa backpackers! Quando as cidades têm hotéis, ainda escapa, mas hostels significa turismo de mochila às costas e cafés a servir panquecas e pizzas e english breakfast e cerveja e ter uma agência de viagens associada e outra logo em frente no vizinho.

Primeira vez que nos sentámos num restaurante para o turista – nós! -, ficámos chocados com os preços para turista e mais chocados ficámos quando a comida nos chegou à mesa. Resultado? Levantámo-nos e fomos procurar outro restaurante deixando um “Não gozem connosco”, para trás.

Pedais para que te quero e entrámos na pior estrada do Vietname durante quarenta quilómetros, a A1. A repetir nunca mais e a pensar nela, grita-se. Destino? Halong Bay! Alguns amigos disseram-nos maravilhas. Outros, a maior parte, horrores. Que é uma desorganização completa, um ataque ao turista como nunca se viu, um abuso de preços, que está muito suja, que é uma barulheira, que vamos ficar completamente desiludidos. Nesta altura, é ver o Rafael e a Tanya a olharem um para o outro e a pesarem os prós e os contras: é uma das 7 Novas Maravilhas da Natureza, já vimos fotografias e impressiona, estamos no Vietname a uma centena de quilómetros do local, não perdemos nada e, como diz um americano que conhecemos nesta viagem: “Why Not?! – estas são as vantagens.

Saída da escola numa aldeia do Vietname
Saída da escola numa aldeia do Vietname

Vai ser um amontoado de barcos, turistas que nunca mais acabam, está um tempo que não vemos cinquenta metros à nossa frente, é muito caro, será que interessa mesmo? – estas, as desvantagens.

Conclusão: ver para crer!

Fomos e chegámos bem cedinho para encontrar um hotel barato. Logo no caminho, um rapaz de mota passou por nós e mesmo em andamento apresentou-nos logo o preço do seu hotel e deu-nos o cartão. Ainda não tínhamos chegado a Halong Bay, já a mota do irmão nos seguia! Lindo, nós que adoramos companhia! Não gostámos da “suite“e encontrámos um, numa rua que tem a maior concentração de camas por metro quadrado no Vietname, por 6 dólares a noite! Perfeito! No mesmo hotel comprámos a nossa viagem de barco para Halong Bay. Dormimos como anjinhos e, no dia seguinte, a carrinha que nos deveria apanhar chegou muito atrasada. Avante! Na entrada do barco, a minha máquina fotográfica teve um grave problema que me impossibilitou de tirar fotografias em condições – isto depois de, dois dias antes, o disco externo e o computador com todo o material de viagem dentro terem pifado!

Tudo a correr bem, mas o melhor ainda estava para vir: deram-nos um bilhete para uma viagem de 4 horas, quando comprámos de 6 horas. Nas caves para onde comprámos as entradas, não nos deixaram entrar, dizendo que não tínhamos acesso. Serviram-nos o almoço às 9h30 da manhã. Pagámos pelo aluguer de canoa e nunca a vimos. Vilas piscatórias, idem idem, aspas aspas.

Há demasiado turismo em Halong Bay
Há demasiado turismo em Halong Bay

Depois diziam-nos para sairmos do barco, mas não explicavam para quê. Então era ver-nos aos dois, meia hora à espera a olhar para o nada, porque ninguém sabia falar outra língua que não o vietnamita. Quando reclamámos, foram agressivos, disseram-nos para abandonarmos o barco e se quiséssemos ir para Halong – a cidade – outra vez, que alugássemos uma canoa e fossemos a remar. Quando chegámos a terra, no mesmo barco, claro está, não havia ninguém para nos levar ao hotel. Fomos à boleia. Chegados ao hotel, mas a festa ainda não havia terminado. Ficámos oito horas no hall de entrada à espera que chegasse alguém a quem nos queixarmos e que nos devolvessem o dinheiro. Por fim, conseguimos um acordo. Batalha ganha!

Afinal, os azares, não os levou o vento.

O Vietname, no entanto, saiu com nota muito positiva. Dois dias depois, fazíamos os últimos quilómetros que nos levariam à China, o último país desta viagem. Não estávamos tão emocionados como da primeira vez. Há quase um ano, com o casal inglês que pedalava connosco, chegar à China foi uma emoção. Desta vez, não. O fim da viagem talvez fosse o motivo principal. Se, por um lado, nos soa a estranho regressar, por outro estamos ansiosos por isso.

Trang An
Trang An

Sabíamos também que esta parte da China é feita de cidades horríveis, industriais, sem nada de interessante para ver e que, claro está, nos estávamos a encaminhar para o país onde a comunicação é mais difícil, a mímica não funciona e o sentido de boa-educação e higiene ainda está muito longe de ser aquele que existe num país desenvolvido. As nossas próximas mini férias seriam em Beihai, a cidade com crescimento mais acelerado no país. O aniversário da Tanya seria assim, comemorado, no país do sol nascente.

Macau nunca esteve tão perto. Setecentos quilómetros nos separam do fim da viagem. Tudo foi há tanto tempo, mas tudo parece ter passado num ápice. Macau!

*MITRAS – palavra de calão utilizada para descrever alguém que tem a mania que é mais esperto que os outros, que engana, que faz algo pela calada, que joga sujo.

O projecto Eurásia é uma viagem de bicicleta entre Portugal e Macau, com passagem pela Europa, Médio Oriente e Ásia Central e 19 meses de duração. Ao longo de todo o percurso foram publicadas crónicas com periodicidade média quinzenal.

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

Fazer seguro na IATI (com 5% de desconto)

Saiba mais sobre: Eurasia Ásia Vietname

Planeie a sua próxima viagem

A melhor forma de ajudar o Alma de Viajante a manter-se sem anúncios e continuar a inspirar e a dar dicas de viagens gratuitamente é usando os links disponibilizados neste artigo para fazer as suas reservas. Nomeadamente:

Reserve um hotel em Vietname e aproveite as promoções do booking (é onde eu faço a maioria das minhas reservas).

Se precisa de viatura própria, alugue um carro na Discovercars. Passei a recomendá-la desde que descobri que têm preços bem mais baixos do que a Rental Cars.

E não se esqueça de fazer um seguro de viagem na IATI Seguros (tem 5% de desconto usando este link). Eu nunca viajo sem seguro.

Livro grátis

Junte-se a +30.000 viajantes e receba por email uma newsletter (em português) com muita inspiração e dicas para viajar mais e melhor. E ainda lhe ofereço o livro Alma de Viajante, há muito esgotado nas livrarias, com as crónicas da minha primeira volta ao mundo.

Sucesso! Por favor verifique o seu email para confirmar a subscrição.

There was an error submitting your subscription. Please try again.

Powered by ConvertKit

« Casuares e flamingos no Bird Park de Kuala Lumpur (Pikitim #24)
Kuala Lumpur, a cidade da Rapunzel (Pikitim #25) »

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Em caso de dúvida, leia a política de comentários do blog.

Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

SEGUIR NO INSTAGRAM

Assine a newsletter e receba o livro da minha primeira volta ao mundo gratuitamente (está esgotado nas livrarias).

Destinos em destaque

  • Japão
  • México
  • República Dominicana
  • Zanzibar
  • Puglia
  • Sardenha
  • Malta
  • Maiorca
  • Menorca
  • Lanzarote
  • Tenerife

Vietname

Reserve um hotel em Vietname ao melhor preço.

Faça um seguro de viagem com proteção Covid-19 (5% de desconto usando este link).

Alugue um carro para a sua próxima viagem.

Sobre

Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

Parcerias

Alma de Viajante é um blog completamente independente. Nenhum eventual parceiro tem qualquer influência no conteúdo editorial publicado e só recomendo aquilo que uso nas minhas viagens. Conheça as regras para trabalhar comigo. Este blog contém links de afiliados.

Contactos · Na imprensa · Prémios

Explore o blog

  • Comece aqui
  • Artigos de viagens
  • Planear viagens
  • Trekking
  • Notícias
  • Blogging

Grandes viagens

  • Volta ao Mundo
  • Diário da Pikitim
  • Do Cairo a Teerão

Os meus convidados

  • Portugueses pelo Mundo
  • Viagens na Minha Terra

Redes Sociais

Mais de 300.000 pessoas viajam com Alma de Viajante nas principais redes sociais. Junte-se a esta comunidade de amantes de viagens, assine a newsletter e inspire-se com as minhas aventuras em destinos de todo o mundo.

Blog de viagens fundador da ABVP

ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses

Copyright © 2023 Alma de Viajante · Um blog de viagens com roteiros, dicas e muita inspiração para viajar mais e melhor · Jornalismo de viagens