O final do fim (Eurasia #40)
O final do fim. Resumo de 19 meses de viagem de bicicleta entre Portugal e Macau, os momentos mais marcantes, as amizades, os países mais surpreendentes e acolhedores.
VietnaMITRAS* (Eurasia #39)
VietnaMITRAS. Num país onde passámos apenas três semanas, tivemos dias em que nos imaginámos a viajar ali para sempre e dias em que os locais, alterados já pelos dólares, nos deixaram de tal maneira fora de nós que nos apetecia partir para a violência. O fim da viagem e o regresso a casa fazem-nos perceber que já chega, que é tempo de voltar, pela nossa sanidade mental.
No Laos, N13 acima (Eurasia #38)
No Laos, N13 acima. A estrada prima pela falta de interesse, mas é a única alternativa às montanhas a este. Com um mês de visto, temos que escolher o que ver, por onde pedalar, que caminhos cortar. Entre cascatas, rios subterrâneos e campos de café, pedalámos até à Planície dos Jarros e depois numa carrinha atabalhoada até Luang Prabang. O Laos estranha-se, depois entranha-se!
No Mekong, sujos, cansados e felizes (Eurasia #37)
No Mekong, sujos, cansados e felizes. O Mekong revelou-se-nos, ainda, autêntico. Pequenas aldeias ancoradas nas suas margens despem-se de preconceitos e mostram-nos o que é viver-se livre. A beleza das pessoas, a sua simplicidade, simpatia e naturalidade fizeram deste trajeto um dos mais bonitos desta odisseia. Simplesmente, Mekong!
Como complicar o simples, ou a estrada até Phnom Penh (Eurasia #36)
Como complicar o simples ou a estrada até Phnom Penh. Estamos na estrada há mais de 17 meses, mas há coisas que nunca aprendemos. Uma coisa sabemos no entanto, certo ou errado, o que interessa é ir com confiança. A estrada até à capital do Camboja seria mais simples de fazer, se não a complicássemos tanto. Mas os mapas fazem-nos sempre sonhar.
Triste história ou história triste? (Eurasia #35)
Triste história ou história triste? Na estrada que nos levou aos templos de Angkor foi-nos revelado um Camboja desconhecido. Um país com a cor do massacre humano consegue provar-nos que sorrir está ao acesso de todos, até daqueles de quem a vida sempre lhes fugiu. Um terreno negro, devastado por incêndios recentes e corrupção antiga. O país com vontade de ser um país!
E assim foi, na Tailândia (Eurasia #34)
E assim foi, na Tailândia. Dos encontros em praias paradisíacas com amigos que há muito não víamos, às pedaladas por entre o caos organizado de Banguecoque, partimos à descoberta de Portugal em Ayutthaya, onde chegámos há 500 anos atrás. Percorremos estradas secundárias em busca de templos khmer e deliciámo-nos, mais uma vez, com os sorrisos e a simpatia do povo tailandês.
Bem-vindo à Terra dos Sorrisos (Eurasia #33)
Benvindo à Terra dos Sorrisos. Sentámo-nos no avião com a Tailândia nos pés! Só o simples facto de deixarmos o continente indiano, dava outra energia à nossa viagem. À frente, tínhamos um país conhecido pela sua simpatia, pelas suas praias e um dos destinos mais procurados pelos cicloturistas. Tínhamos também pela frente uma Banguecoque que não pára e um calor e humidade infernais. Os primeiros quarenta quilómetros foram de loucos, mas quem pedala por gosto...
A Índia é para virgens (Eurasia #32)
A Índia é para virgens. Depois de quatro meses deambulando pelo continente indiano, deambulámos, também nós, numa crónica que receámos escrever mas que não podíamos deixar para trás, como um desabafo, uma necessidade de deixar presente, um capricho nosso. Como no caso do papel higiénico, há sempre que expor as nossas opiniões.
Duas semanas de História (Eurasia #31)
Duas semanas de História. Partindo de Agra, pedalámos por estradas secundárias descobrindo uma Índia que pensámos inexistente: uma Índia calma. Chegámos e partimos de cidades onde a história está bem marcada, onde as nossas expectativas foram ultrapassadas, onde descobrimos locais bem pequeninos aos quais nos rendemos. Nestas duas semanas, o melhor do continente indiano rolou debaixo dos nossos pneus. Uma delícia!
Da capital à cidade do amor (Eurasia #30)
Quando reparámos, tínhamos já contado três semanas em Deli. Talvez fosse tempo de partir. Deixámos para trás um adeus bem português e pedalámos, doridos e com a paciência a fugir-nos a cada quilómetro, para Agra, a cidade onde um homem, um dia, eternizou para sempre o seu amor da forma mais extravagante - porém, mais bela.
Hapa Jat Express (Eurasia #29)
Foram longas horas percorridas, durante longos dias, nesta longa e longínqua Índia. Um despertar dos sentidos. Um teste à nossa sanidade mental. Uma revolta a transformar-se em luta. Um não aceitar da vida que lhes é natural. Foram longos dias, observando, tirando conclusões, vagueando na mistura infernal de buzinas. Estamos agora de regresso às nossas bicicletas.
Fomos para sul, rumo a Goa (Eurasia #28)
Fomos para sul, rumo a Goa. O barulho das buzinas deu lugar ao silêncio de Goa. Entre palmeiras, água e memórias dum outro Portugal, para lá viajámos em busca de sol, praia, história e um grupo de amigos muito especial. Foi bom voltar a dar abraços a quem conhecemos, voltar a falar a mesma língua, recordar aventuras, falar do futuro. Dias passados com portugueses, no Portugal que Goa ainda é.
A Índia é… (Eurasia #27)
A Índia é... A Índia é um misto de tudo e mais alguma coisa. A Índia é um cliché feito de raridades. É um espaço sem fim. Uma quantidade imensa de tudo. Uma sequência de coisas inexplicáveis. Uma regra sem qualquer espécie de regras. A Índia é um espaço aberto à paixão. A Índia é a Índia!
Surpresa no Paquistão (Eurasia #26)
Surpresa no Paquistão. O país centro das notícias de terrorismo mostrou-se um dos mais fáceis e bonitos por onde viajámos. O norte montanhoso foi, no entanto, a cereja em cima do bolo. As três maiores cadeias montanhosas do mundo juntam-se ali, na Karakorum Highway, e só isso basta para imaginar a beleza de tudo o que nos rodeia. A juntar a isto, o facto das pessoas serem de uma simpatia indescritível. O Paquistão é, sem qualquer dúvida, um destino com futuro. Um futuro que talvez não esteja nas mãos do país.
China: Cultura copy/paste (Eurasia #25)
China: Cultura copy/paste. Pasmámos num país onde a comunicação não é fácil. Tudo novo para nós: sabores, cores, luzes espalhafatosas, obras desproporcionais, tecnologia de ponta. Pasmámos num país que é grande, mas que quer ser muito maior, mas onde as pessoas ainda não estão preparadas para isso. Falta tempo para elas, falta espaço, falta sensibilidade. Tudo virá, um dia, no país do sol nascente.
Recarregar baterias no Quirguistão (Eurasia #24)
Recarregar baterias no Quirguistão. Após as imensas dificuldades passadas na travessia da Pamir Highway, o Tajiquistão ofereceu-nos dias de prazer e contemplação, literalmente no meio de nada. Depois de um último e doloroso esforço, acabámos por entrar no verdejante Quirguistão, onde desfrutamos da natureza exuberante, da pacatez de uma pequena vila e, até, dos prazeres urbanos da cidade de Osh. Com a China cada vez mais perto.
Pamir Highway: No topo das montanhas (Eurasia #23)
Pamir Highway: No topo das montanhas. Por montanhas que já viram passar Marco Polo, as bicicletas continuam a rodar contra o frio, as subidas e até a neve. São picos nevados a toda a volta, é o deserto no topo do planalto, é a China mesmo ali ao lado que lhes lembra que estão cada vez mais perto. Conta-se que partiram cautelosos, e que estão cada vez mais perto do fim. Relato das pedaladas ao longo da mítica Pamir Highway.
Da paz ao desespero (Eurasia #22)
Da paz ao desespero. A capital do Tajiquistão mostrou-se um lugar sem interesse. Com a mente focada na Pamir Highway, e a partir do momento em que começámos a pedalar com o Afeganistão ao nosso lado, a adrenalina acompanha-nos em cada quilómetro. A paisagem é belíssima, as pequenas aldeias afegãs pitorescas, a estrada em péssimo estado sem qualquer segurança e com o rio, ao lado, uns 300 metros abaixo, arrepiante.
À descoberta da Ásia Central (Eurasia #21)
À descoberta da Ásia Central. Do calor desesperante do Turquemenistão, com rectas de noventa quilómetros, cansaço e falta de água, ao calor abrasador do Usbequistão, com cidades de uma beleza indescritível, uma cultura riquíssima e preços de turista, o início da Ásia Central mostra-se diferente, muito diferente dos locais por onde passámos até então.
O Irão que não passa na TV (Eurasia #20)
O Irão que não passa na TV. Da ideia de que todos são anti-ocidentais e que são a origem do terrorismo, damos por nós a pedalar por um país onde nos sentimos tão seguros como em nenhum outro lugar. Damos por nós a partilhar uma refeição enquanto discutimos política e religião. Damos por nós pasmados pelo desenvolvimento, pela cultura, pela arquitetura. Damos por nós, enfim, a conhecer um país que se revela o oposto de tudo o que imaginávamos.
Pedalando na Hamilton Road (Eurasia #19)
Pedalando na Hamilton Road. O verde, as montanhas e a simpatia do Curdistão Iraquiano, deu lugar à hospitalidade, à generosidade e à genuinidade do povo iraniano, de uma forma tão autêntica que até me fez, por várias vezes, trincar os lábios, para que não me desfizesse ali mesmo, em cima da bicicleta, em lágrimas. Nunca antes nesta viagem havíamos sido tantas vezes surpreendidos em tão pouco tempo, como o fomos nestes dois países.
Uma surpresa chamada Curdistão (Eurasia #18)
Uma surpresa chamada Curdistão. Depois de resolvido o problema com as peças das bicicletas roubadas, explorámos o Curdistão turco - para onde nos tinham aconselhado a não viajar -, descobrindo um povo hospitaleiro como poucos e urbes deslumbrantes, de Sanliurfa a Mardin, passando por Kilis. Até que chegámos à desinteressante Cizre, porta de entrada para o outro lado da fronteira, onde se lê: Iraque. Mas isso é outra história.
Enquanto as bicicletas descansam (Eurasia #17)
Enquanto as bicicletas descansam. De Antakya a Trabzon, de Trabzon a Ankara, entre os bancos dos autocarros e os polegares esticados em busca de uma boleia, a dança dos vistos começou e estas duas semanas tornaram-se num rodopio pelas embaixadas, pela burocracia dos países da antiga URSS e pelo stress duma enorme capital.