O final é sempre difícil de contar, talvez porque seja o fim, mas também porque é um turbilhão de momentos, pensamentos, reflexões, que nos deixam perdidos, sem rumo, depois de tantos meses e quilómetros de estrada. O final é sempre a sensação de estranheza, porque é como se só aí tivéssemos chegado ao fim da viagem. O final é sempre o fim a que queremos fugir, porque nos faz ... Ler artigo →
Eurásia - viagem de bicicleta de Portugal a Macau
O mundo, na sua imensidão é, ele próprio, uma estrada sem fim que ansiamos percorrer. Nesta viagem de bicicleta, queremos conhecer mais gente, mais estradas de terra batida, montar a tenda em sítios imensamente belos, chegar encharcados a lado algum, comer do que nos oferecem, sorrir mais vezes a quem não conhecemos, partir quando nos apetecer, rir às gargalhadas, parar as bicicletas no topo de uma montanha gelada, chegar a locais inóspitos, sonhar mais alto.
Com partida de Ovar (Portugal) a 26 de setembro de 2010, pedalámos rumo a Macau (China) durante dezoito meses, numa viagem de bicicleta com passagem pela Europa, Médio Oriente e Ásia Central.
VietnaMITRAS* (Eurasia #39)
Num país onde passámos apenas três semanas, tivemos dias em que nos imaginámos a viajar ali para sempre e dias em que os locais, alterados já pelos dólares, nos deixaram de tal maneira fora de nós que nos apetecia partir para a violência. O fim da viagem e o regresso a casa fazem-nos perceber que já chega, que é tempo de voltar... pela nossa sanidade mental. Saímos do ... Ler artigo →
No Laos, N13 acima (Eurasia #38)
A estrada prima pela falta de interesse, mas é a única alternativa às montanhas a Este. Com um mês de visto, temos que escolher o que ver, por onde pedalar, que caminhos cortar. Entre cascatas, rios subterrâneos e campos de café, pedalámos até à Planície dos Jarros e depois numa carrinha atabalhoada até Luang Prabang. O Laos estranha-se, depois entranha-se! Desde novo que me ... Ler artigo →
No Mekong, sujos, cansados e felizes (Eurasia #37)
O Mekong revelou-se-nos, ainda, autêntico. Pequenas aldeias ancoradas nas suas margens despem-se de preconceitos e mostram-nos o que é viver-se livre. A beleza das pessoas, a sua simplicidade, simpatia e naturalidade fizeram deste trajeto um dos mais bonitos desta odisseia. Simplesmente, Mekong! O Camboja faz-se em duas estradas: a nacional 6 que desce do norte até Phnom ... Ler artigo →
Como complicar o simples, ou a estrada até Phnom Penh (Eurasia #36)
Estamos na estrada há mais de 17 meses, mas há coisas que nunca aprendemos. Uma coisa sabemos no entanto, certo ou errado, o que interessa é ir com confiança. A estrada até à capital do Camboja seria mais simples de fazer, se não a complicássemos tanto. Mas os mapas fazem-nos sempre sonhar. "À direita, jamais!" - mas foi exactamente quando nos apercebemos disso que também ... Ler artigo →
Triste história ou história triste? (Eurasia #35)
Na estrada que nos levou aos templos de Angkor foi-nos revelado um Camboja desconhecido. Um país com a cor do massacre humano consegue provar-nos que sorrir está ao acesso de todos, até daqueles de quem a vida sempre lhes fugiu. Um terreno negro, devastado por incêndios recentes e corrupção antiga. O país com vontade de ser um país! Ainda não tínhamos passado o portão para dar ... Ler artigo →
E assim foi, na Tailândia (Eurasia #34)
Dos encontros em praias paradisíacas com amigos que há muito não víamos, às pedaladas por entre o caos organizado de Bangkok, partimos à descoberta de Portugal em Ayutthaya, onde chegámos há 500 anos. Percorremos estradas secundárias em busca de templos khmer e deliciámo-nos, mais uma vez, com os sorrisos e a simpatia do povo tailandês. E a Tailândia já acabou, tão rapidamente ... Ler artigo →
Bem-vindo à Terra dos Sorrisos (Eurasia #33)
Sentámo-nos no avião com a Tailândia nos pés! Só o simples facto de deixarmos o continente indiano, dava outra energia à nossa viagem. À frente, tínhamos um país conhecido pela sua simpatia, pelas suas praias e um dos destinos mais procurados pelos cicloturistas. Tínhamos também pela frente uma Bangkok que não pára e um calor e humidade infernais. Os primeiros quarenta ... Ler artigo →
A Índia é para virgens (Eurasia #32)
Depois de quatro meses deambulando pelo continente indiano, deambulámos, também nós, numa crónica que receámos escrever mas que não podíamos deixar para trás, como um desabafo, uma necessidade de deixar presente, um capricho nosso. Como no caso do papel higiénico, há sempre que expor as nossas opiniões. Não sou um grande viajante, daqueles que passam mais de meia parte da ... Ler artigo →
Duas semanas de História (Eurasia #31)
Partindo de Agra, pedalámos por estradas secundárias descobrindo uma Índia que pensámos inexistente: uma Índia calma. Chegámos e partimos de cidades onde a história está bem marcada, onde as nossas expectativas foram ultrapassadas, onde descobrimos locais bem pequeninos aos quais nos rendemos. Nestas duas semanas, o melhor do continente indiano rolou debaixo dos nossos pneus. ... Ler artigo →
Da capital à cidade do amor (Eurasia #30)
Quando reparámos, tínhamos já contado três semanas em Deli. Talvez fosse tempo de partir. Deixámos para trás um adeus bem português e pedalámos, doridos e com a paciência a fugir-nos a cada quilómetro, para Agra, a cidade onde um homem, um dia, eternizou para sempre o seu amor da forma mais extravagante - porém, mais bela. Sentimo-nos pequenos nesta tão enorme cidade de uns ... Ler artigo →
Hapa Jat Express (Eurasia #29)
Foram longas horas percorridas, durante longos dias, nesta longa e longínqua Índia. Um despertar dos sentidos. Um teste à nossa sanidade mental. Uma revolta a transformar-se em luta. Um não aceitar da vida que lhes é natural. Foram longos dias, observando, tirando conclusões, vagueando na mistura infernal de buzinas. Estamos agora de regresso às nossas bicicletas. Segundo ... Ler artigo →
Fomos para sul, rumo a Goa (Eurasia #28)
O barulho das buzinas deu lugar ao silêncio de Goa. Entre palmeiras, água e memórias dum outro Portugal, para lá viajámos em busca de sol, praia, história e um grupo de amigos muito especial. Foi bom voltar a dar abraços a quem conhecemos, voltar a falar a mesma língua, recordar aventuras, falar do futuro. Dias passados com portugueses, no Portugal que Goa ainda é. Com três ... Ler artigo →
A Índia é… (Eurasia #27)
A Índia é um misto de tudo e mais alguma coisa. A Índia é um cliché feito de raridades. É um espaço sem fim. Uma quantidade imensa de tudo. Uma sequência de coisas inexplicáveis. Uma regra sem qualquer espécie de regras. A Índia é um espaço aberto à paixão. A Índia é a Índia! - Descreve-me a Índia. - A Índia, é a Índia! É mais ou menos assim que começa o diálogo que ... Ler artigo →
Surpresa no Paquistão (Eurasia #26)
O país centro das notícias de terrorismo mostrou-se um dos mais fáceis e bonitos por onde viajámos. O norte montanhoso foi, no entanto, a cereja em cima do bolo. As três maiores cadeias montanhosas do mundo juntam-se ali, na Karakorum Highway, e só isso basta para imaginar a beleza de tudo o que nos rodeia. A juntar a isto, o facto das pessoas serem de uma simpatia ... Ler artigo →
China: Cultura copy/paste (Eurasia #25)
Pasmámos num país onde a comunicação não é fácil. Tudo novo para nós: sabores, cores, luzes espalhafatosas, obras desproporcionais, tecnologia de ponta. Pasmámos num país que é grande, e que quer ser muito maior, mas onde as pessoas ainda não estão preparadas para isso. Falta tempo para elas, falta espaço, falta sensibilidade. Tudo virá, um dia. Na quase contínua e grande ... Ler artigo →
Recarregar baterias no Quirguistão (Eurasia #24)
Após as imensas dificuldades passadas na travessia da Pamir Highway, o Tajiquistão ofereceu-nos dias de prazer e contemplação, literalmente no meio de nada. Depois de um último e doloroso esforço, acabámos por entrar no verdejante Quirguistão, onde desfrutámos da natureza exuberante, da pacatez de uma pequena vila e, até, dos prazeres urbanos da cidade de Osh. Com a China cada ... Ler artigo →
Pamir Highway: No topo das montanhas (Eurasia #23)
Por montanhas que já viram passar Marco Polo, as bicicletas continuam a rodar contra o frio, as subidas e até a neve. São picos nevados a toda a volta, é o deserto no topo do planalto, é a China mesmo ali ao lado que lhes lembra que estão cada vez mais perto. Conta-se que partiram cautelosos, e que estão cada vez mais perto do fim. Relato das pedaladas ao longo da mítica Pamir ... Ler artigo →