A palavra Brexit (British exit) entrou com toda a força no léxico europeu, a propósito do referendo levado a cabo no Reino Unido no dia 23 de junho de 2016 e cujo resultado ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
Antes de mais, o que é o Reino Unido? Por agora, o Reino Unido inclui a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte. Digo por agora porque, na sequência do Brexit, a Escócia e a Irlanda do Norte – que votaram pela manutenção na União Europeia – ameaçam convocar referendos para saírem, eles próprios, do Reino Unido e assim poderem permanecer na União Europeia.
Brexit: o que muda para os turistas
Em duas palavras, muito pouco! As principais implicações do Brexit serão, naturalmente, para os habitantes do Reino Unido. Sejam eles britânicos ou estrangeiros.
Para o turista, e apesar das profundas mudanças económicas e políticas que o Brexit acarreta, no essencial pouco ou nada muda, uma vez que o Reino Unido já não pertencia ao Espaço Schengen e nunca usou sequer o Euro como moeda.
Por incrível que pareça, o Brexit pode até ser vantajoso para as viagens ao Reino Unido.
O Reino Unido pode ficar um destino mais barato
Com a desvalorização da libra esterlina, e assumindo que a inflação não compensará essa desvalorização, o Reino Unido torna-se automaticamente um destino menos caro para os turistas portugueses e brasileiros.
Ora, se a desvalorização da moeda se mantiver ou até se acentuar, pensando no custo da viagem o Brexit poderá até ser vantajoso para quem visita o Reino Unido. E esta será provavelmente a faceta mais palpável do Brexit para os turistas.
É evidente que há aspetos que podem encarecer as viagens no Reino Unido. Estou-me a lembrar dos acordos de roaming barato na europa, que podem deixar de fazer efeito quando o Reino Unido sair de facto da União Europeia. Ou o aumento do preço de alguns bens se e quando perder o acesso ao chamado mercado único. É preciso esperar para ver…
O controlo de fronteiras mantém-se
O Reino Unido nunca pertenceu ao Espaço Schengen, pelo que as regras de entrada em Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte já são diferentes das dos restantes países da comunidade.
Ou seja, o que tinha de fazer para entrar no Reino Unido antes do referendo (incluindo pedir visto, se for o caso), é o mesmo que terá de fazer assim que o Reino Unido deixe de facto a União Europeia.
A moeda não muda
Tal como no caso do controlo de fronteiras, o Reino Unido era a única grande potência europeia que não usava o Euro. Por isso, uma vez mais, nada muda para a vida do turista quanto ao dinheiro a usar em viagem.
Comprar voos a partir de Londres pode compensar ainda mais
Londres é, já hoje, o ponto de partida mais barato da Europa para longas viagens intercontinentais. Com a já referida desvalorização da Libra, e salvo algum ajuste das companhias para compensar essa desvalorização, voar de Londres fica ainda mais barato.
Isto pode ser verdadeiramente relevante para quem, por exemplo, planeia fazer uma viagem à volta do mundo e está indeciso entre comprar ou não um bilhete Volta ao Mundo.
E para chegar de Portugal a Londres há vários voos low cost…
Xenofobia
Nas semanas após o referendo, têm-se multiplicado relatos de episódios xenófobos contra emigrantes. Gente ameaçada apenas por ser estrangeiro a viver em Londres. Gente insultada por conversar em espanhol ou outra língua nas ruas ou transportes públicos.
É um problema que não adianta ignorar mas que, provavelmente, os turistas não sentirão muito (é mais problemático para quem vive em Londres). Até porque, acredito, aos poucos os britânicos perceberão o enorme erro que constitui este clima hostil para com os estrangeiros.
Em resumo, pouco ou nada muda. Não deixe de viajar para Londres e outros destinos britânicos por causa do Brexit. Pelo contrário. Veja este roteiro de 24 horas em Londres e as 5 dicas de coisas a fazer em Londres… e vá descansado!
P.S. Se vive no Reino Unido, adoraria ouvir as suas opiniões a este respeito nos comentários abaixo. Obrigado.
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