Para quem gosta de cafés, Pristina é o mais perto que pode estar do paraíso cafeínico na região dos Balcãs. À boa imagem mediterrânica, no Kosovo um café não é um local apenas para tomar café; é ponto de encontro, de socialização; locais para conversar, para ler, para contrariar uma tarde de chuva, enfim, para estar.
E o melhor de tudo é que a qualidade e bom gosto de alguns deles é absolutamente estonteante. Locais bem decorados, acolhedores, pensados para que as pessoas se sintam bem. Entrar num café de Pristina sem expectativas é meio caminho andado para ser surpreendido.
Para mais, o café (a bebida) é quase sempre delicioso; no Kosovo, todos se gabam de ter o melhor macchiato do mundo; “melhor que em Itália” – ouvi muitas vezes.
Eu, que adoro cafés – o ato de estar, observar, conviver -, seja no Porto, em Teerão ou qualquer parte do mundo, atribuí a mim mesmo a missão de encontrar os melhores cafés de Pristina durante a minha passagem pela cidade. Entre todos os que visitei, eis os meus cafés favoritos da capital kosovar.
Veja o que fazer em Pristina.
Os meus cafés favoritos de Pristina
Soma Book Station
Fantástico. Senti-me bem mal atravessei pela primeira vez os arbustos que fazem de muro e pude vislumbrar o interior do café Soma Book Station. O nome, por si só, tinha-me deixado curioso; a realidade encarregou-se de comprovar a expectativa. O Soma é um café fabuloso!
Trata-se de um daqueles espaços que atrai intelectuais e artistas. Está decorado com muito bom gosto, misturando um estilo industrial com um ambiente retro, potenciado por música ambiente. Pensa em tubos gigantes no teto, conjugados com uma parede coberta de estantes com livros e revistas, e com outras paredes de tijolo em bruto. Lá fora, uma esplanada muito agradável para os dias solarengos. E gente bonita.
Apesar dos preços não serem exorbitantes (café a 1€), pareceu-me um lugar frequentado por expatriados e kosovares de classe média-alta. Fui comprovar, passando no Soma Book Station noutro dia à noite, e aí já não gostei tanto do ambiente. Não percebi se estava a decorrer algum evento, mas vi gente demasiado formal para o meu gosto. Não fiquei, e acabei por ir novamente para o Dit-e-nat, do outro lado da rua.
Nesse sentido, o Soma é um café um pouco menos atraente do que o Dit-e-nat. Pelo menos para mim, que gosto de coisas simples. Mas nem isso lhe tira o encanto: é um espaço extraordinário.
Café Dit-e-nat
Lindo. Relaxante. Tranquilo. Ideal para uma conversa amena com a cara-metade ou um amigo. Perfeito para ler um livro enquanto se saboreia um excelente café expresso ou macchiato. E, melhor ainda, para conhecer os jovens e criativos estudantes que usam o café Dit-e-nat (“Dia e noite”, numa tradução literal) para estudar, até porque o café tem mesas destinadas a quem quer trabalhar (pensa em jovens com computadores portáteis sentados à mesa a discutir trabalhos).
À semelhança do Soma, tem uma prateleira recheada de livros, embora menos vistosa e com menor diversidade. A música é quase sempre instrumental, agradável e sem se sobrepor às conversas.
Quanto à cozinha, e para além do café em diversas formas – expresso, macchiato, latte, turkish, irish, iced, americano -, tem opções vegetarianas de sanduíches, sopas e massas. Não servem à mesa, mas para mim isso não é qualquer problema.
O Dit-e-nat rapidamente se tornou no meu café favorito para trabalhar em viagem durante a minha passagem pela capital do Kosovo. Está sem dúvida entre os melhores cafés de Pristina.
Morena
Porventura não tão apelativo como os anteriores, o Morena é um café muito interessante. Fui lá uma única vez, com novos amigos de Pristina que faziam dele o seu poiso de final de tarde. Mas passei varias vezes à porta, embora sem entrar, verificando que estava quase sempre repleto de jovens animados.
Nas paredes, stensils de Banski com mensagens que se aplicam na perfeição aos descontentes jovens do Kosovo. “No future”; “Follow your dreams: cancelled”. Em suma, embora sem o encanto do soma ou do Dit-e-nat, é um excelente ponto de encontro para um macchiato pós-laboral.
Bairro Santea
Na verdade, Santea não é um café, mas um bairro inteiro povoado de cafés. Fui lá com um grupo de jovens universitários que conheci em Pristina.
Quem passa na Boulevard Bill Clinton não faz ideia do que se esconde atrás de uma passagem que pode causar desconfiança a quem não se entrega ao desconhecido. Ao atravessar um túnel escuro e sujo, parece que se está a entrar no submundo das drogas, da cultura alternativa ilegal. Do outro lado, cafés. E cafés. E mais cafés. Não há muito a dizer; é ir e aproveitar. Absolutamente recomendável para sorver o ambiente rodeado por centenas de jovens de Pristina.
Mapa: os melhores cafés de Pristina
A cultura de café
Em suma, a cultura de café é algo levado muito a sério no Kosovo. Por isso, quando visitar Pristina não deixe de passar por estes cafés. Com toda a certeza vai valer a pena. Ficam todos no centro, há sempre alguém que fala bom inglês entre os empregados, há quase sempre wi-fi rápido e gratuito caso queira trabalhar, e há sempre a oportunidade de fazer novas amizades com as gentes do Kosovo, um povo que me surpreendeu pela extrema alegria, hospitalidade e simpatia.
Para terminar, é evidente que estes podem não ser os melhores cafés de Pristina – que isso é sempre subjetivo e há outros conceituados como o Barista, por exemplo, que não tive oportunidade de frequentar; mas foram cafés que adorei conhecer e que insto qualquer viajante a visitar. Seja para um macchiato, uma Peja ou dois dedos de conversa com as gentes simpáticas do Kosovo.
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Adorei seu texto. Estou a ir para o Kosovo e com certeza visitarei um deste cafés – senão todos!