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Trabalhar pela internet e outras soluções para mudar de vida

Por Filipe Morato Gomes | Inspiração
Atualizado em 15.10.2022 | Tempo de leitura: 8 minutos

Nómadas digitais a trabalhar pela internet - Nova Zelândia
Escritório com vista para o Lago Tekapo, Nova Zelândia

Suponho que é coisa da idade. Chega-se aos trinta e poucos e começa-se a questionar o rumo da nossa vida – é normal. É, por isso, um tema comum nas minhas conversas com amigos, conhecidos e até desconhecidos que me abordam por email. Gostavam de “mudar de vida“; ou, simplesmente, de “viajar mais”. Mas – pensam! – não têm dinheiro para viajar.

Julgo que me procuram para ver se lhes dou o empurrão de que necessitam para o precipício. Porque o abismo assusta. Mas se abrir um paraquedas pode saltar à vontade sem se estatelar no chão. Eu dou o pontapé, mas o paraquedas é a sua cabeça e essa sua capacidade inata para se “desenrascar”.

Muita gente adoraria mudar de vida. Ou, para ser mais exato, muita gente diz que gostava de mudar de vida. Que queria deixar o emprego e viajar mais. Ser nómada digital. “E porque não o fazes?”, pergunto vezes sem conta. A resposta, quase sempre, anda à volta da mesma argumentação: não pode porque tem o “crédito à habitação para pagar”, porque precisa do “salário certinho” ao fim do mês, ou outra explicação que envolve dinheiro.

A todos, dou a mesma solução: se quer mesmo mudar de vida e viajar mais, arranje uma fonte de rendimentos que não dependa da sua presença física num local específico. Um trabalho que possa ser feito noutros locais – seja online (o conceito de nómada digital) ou offline. Ou que o próprio trabalho seja por natureza feito em viagem (num navio de cruzeiros, por exemplo).

Vamos então abordar algumas possibilidades para quem esteja disposto a sair da zona de conforto e ganhar dinheiro em viagem.

Conteúdos do Artigo
  • 1 Alugar a casa ou apartamento
  • 2 Encontrar empregos temporários em viagem ou trabalhar pela internet
  • 3 Breve nota sobre vistos de trabalho em férias
  • 4 Toda a gente pode trabalhar em viagem
    • 4.1 Seguro de viagem

Alugar a casa ou apartamento

Alugar o apartamento é a solução básica. Se dispõe de uma habitação bem localizada, porque não colocá-la no mercado de aluguer temporário e, com o rendimento gerado, ir viajando em países com baixo custo de vida (por forma a que o rendimento seja suficiente para se sustentar)?

Até porque há cada vez mais turistas que procuram formas de alojamento alternativas aos hotéis tradicionais. Precisa apenas de ter três cuidados na hora de tomar esta opção:

  • Começar a alugar antes de partir, por forma a construir uma base de opiniões positivas que facilitem o aluguer nos meses / anos em que está a viver ou a viajar algures pelo mundo
  • Ter um familiar ou amigo de confiança que faça a gestão local (relação com hóspedes, entrega de chaves, tratar da limpeza e resolução de pequenos problemas)
  • Assegurar-se que, caso tenha crédito à habitação, o banco não aumenta o spread porque a casa deixou de ser para “habitação própria e permanente”. Caso mude o spread, faça contas a ver se compensa.

Por onde começar? Na minha opinião, o airbnb é a solução ideal para este tipo de arrendamentos de curta duração. Os rendimentos atingem facilmente o dobro do aluguer convencional ao mês, o que pode ser suficiente para pagar o empréstimo bancário (caso haja) e ajudar a financiar as viagens.

Como é natural, nem toda a gente tem uma casa ou apartamento que possa alugar. Mas há outras alternativas.

Nota: inscreva-se no airbnb e receba +-20€ de desconto na primeira viagem

Encontrar empregos temporários em viagem ou trabalhar pela internet

Encontre uma área de atividade de que goste e que domina, e estude a possibilidade de fazer algo online nessa área. Ou seja, tire partido da net. Comece a trabalhar pela internet.

Hoje em dia, há wifi em praticamente todos os hostels, hotéis, restaurantes e cafés, e a maioria das vezes o acesso é gratuito.

Na verdade, trabalhar online é o que eu faço. Profissionalmente falando, desde que tenha acesso à internet, é-me praticamente indiferente trabalhar em casa ou numa praia nas Filipinas. E só não o é a 100% porque tenho atividades que requerem a minha presença – como os workshops sobre Escrita de Viagens ou as minhas viagens ao Irão com a Nomad. De resto, para o trabalho de escrita de crónicas e reportagens de viagem ou a atualização do blog de viagens Alma de Viajante tanto faz onde estou.

Aliás, para ser honesto, só não vos escrevo neste momento a partir de um local sem chuva algures no hemisfério sul, onde não se fale de défice, impostos, crise e troika porque tenho uma filha em idade escolar e quero estar perto dela (e não a quero tirar da escola). Estou, ao invés, a trabalhar em casa, mas isso faz parte das minhas opções. Optar é isso mesmo – colocar vantagens e desvantagens no prato da balança e, em cada momento, decidir o caminho a seguir.

Para o caso, o que interessa é que, se eu quiser mesmo, posso apanhar um voo barato para qualquer canto do planeta e trabalhar pela internet a partir de lá. A boa notícia é que você também pode!

Filipe Morato Gomes no deserto
Um “escritório” pode ser montado em qualquer lugar do mundo. Foto de Andreia Antunes

Eis alguns exemplos de atividades passíveis de serem executadas à distância e gerar rendimento (a lista não é exaustiva, até porque isto não é um manual sobre como ganhar dinheiro na internet, mas pode dar-lhe algumas ideias e servir de inspiração):

  • Traduções;
  • Marketing digital (gestão de redes sociais);
  • Design gráfico e comunicação;
  • Web design e programação informática;
  • Venda de fotografias online, em bancos de imagens;
  • Criar um blog de referência na sua área de especialidade, alimentando-o ao longo do tempo (use o seu destino do momento para acrescentar informação relevante sobre o tema) e rentabilizando-o com publicidade;
  • SEO (Search Engine Optimization);
  • Ensino à distância;
  • Consultas online em várias áreas (por exemplo, tenho uma amiga que faz, com sucesso, consultas de nutrição em A Nitricionista);
  • Consultoria de qualquer espécie (contabilidade, fiscalidade, apoio técnico-comercial, etc…), desde que os tradicionais encontros presenciais possam ser substituídos por reuniões via Skype;
  • Compra e venda de produtos (vestuário, artesanato e outros), que possam ser encomendados pelos clientes finais a partir do Facebook ou de lojas como o eBay. Neste caso, pode vender as suas próprias criações ou, então, comprar barato durante a viagem (em países como a Tailândia e o Laos, por exemplo) e vender online para qualquer parte do mundo;
  • Investimentos em bolsa (compra e venda de ações, obrigações, fundos e afins). Atenção que é uma solução de alto risco!

A lista de possibilidades é enorme. Naturalmente, nem toda a gente tem sucesso mas, mais uma vez, se quer mesmo mudar de vida, há que arriscar. E, acredite, há muita gente a ganhar dinheiro na internet fazendo trabalhos online.

Mas há mais.

Se não tem uma casa para alugar e sente que não pode trabalhar pela internet, que não há nada que possa fazer online (duvido, mas você é que sabe!), resta-lhe a solução tradicional dos backpackers. E aí as possibilidades são igualmente muitas.

Já sabe que não é preciso coragem para viajar. Por isso, faça-se ao caminho e vá trabalhando ao longo da viagem. Estacione um a três meses numa cidade, arranje um trabalho temporário, vá aproveitando as folgas para conhecer a região, junte algum dinheiro; e, quando sentir que é altura, faça-se à estrada novamente com o capital entretanto amealhado.

Não é difícil ganhar dinheiro em viagem, seja a trabalhar em hotéis, hostels e restaurantes, seja na apanha de fruta ou nas vindimas, seja ainda em trabalhos mais criativos ou técnicos como o design gráfico, web design e programação de sites simples para clientes no local onde se encontra. Se preferir, pode até trabalhar em troca de serviços como refeições ou dormidas (exemplo: fazer o site de um hostel em troca de alojamento durante um período de tempo justo).

Ou então, há sempre a hipótese clássica de embarcar num navio de cruzeiros por 6 meses e juntar tudo o que pode (não é para todos, mas é uma boa forma de poupar dinheiro para viajar, sem ter de trabalhar online).

Eis uma lista de possíveis atividades offline que pode fazer em viagem:

  • Ensinar inglês em escolas locais (embora costumem dar preferência a nativos da língua – mas quem sabe não há oportunidades para ensino de português para estrangeiros);
  • Instrutor de mergulho, surf, kitesurf, escalada e outros desportos;
  • Rececionista num hotel / hostel;
  • Trabalhar em navios de cruzeiro;
  • Trabalhar em veleiros;
  • DJ / animador;
  • Babysitting;
  • House sitting (tomar conta de casas e animais de estimação enquanto os donos estão fora; é uma opção limitativa, mas que permite viver em qualquer parte do mundo com custos reduzidos);
  • Vender fotografias (na minha última viagem à América do Sul, conheci uma miúda que financiava as suas viagens assim: imprimia algumas das suas melhores fotos tiradas em viagem e vendia-as nas ruas);
  • Atividade comercial (se tem jeito para a área comercial, pode propor os seus préstimos a agências de turismo locais, hotéis, centros de mergulho e afins, e receber comissões pela angariação de clientes na aldeia, vila ou cidade onde se encontra);
  • Trabalho voluntário (mesmo que não lhe paguem pelo trabalho, tem uma experiência inolvidável, um enorme enriquecimento pessoal e não gasta dinheiro em alojamento e refeições – cuidado com as organizações profissionais do volunturismo, que transformaram o voluntariado num negócio).

… e por aí fora. Seja criativo, pense nas suas competências e mais-valias e encontre o seu caminho.

Breve nota sobre vistos de trabalho em férias

Independentemente da sua área profissional, em países como a Austrália e a Nova Zelândia vale a pena aproveitar o visto de trabalho temporário (Work Holiday Visa) que os mais jovens conseguem com enorme facilidade.

São dois bons países para trabalhar e juntar dinheiro (pese embora o elevado custo de vida). No ano passado, por exemplo, na Austrália, um jardineiro português radicado no estado de Western Australia disse-me que estava sempre a precisar de ajuda. Ofereceu-me dormida lá em casa e disse que, se eu quisesse ser seu ajudante, me pagaria 1.000 dólares australianos por semana (mesmo sem eu ter qualquer experiência no ramo). Bastaria ter lá ficado um ou dois meses e teria poupado algum dinheiro para as minhas viagens.

Para ter uma ideia sobre os vistos de trabalho em férias, leia as perguntas frequentes do programa Working Holiday Maker do turismo australiano.

Toda a gente pode trabalhar em viagem

O que é que eu quero dizer com tudo isto? Quero dizer que, se quiser mesmo mudar de vida, ter um estilo de vida mais desprendido e viajar mais, pode arranjar formas de concretizar esse objetivo. Como eu escrevi no texto Viajar não é coisa de ricos, acima de tudo “é preciso querer. Querer mesmo”. O resto, com maior ou menor dificuldade, arranja-se.

Há centenas de coisas que se podem fazer para ganhar dinheiro em viagem. Seja a trabalhar pela internet ou em atividades mais tradicionais. Pense que pode trabalhar em casa, e que a sua “casa” pode estar em qualquer lugar do mundo. Basta ser criativo e não ter medo de arriscar.

Em suma, se quer mesmo mudar, faça por isso. E se tem como objetivo viajar, agarre o desafio e faça com que se concretize. Inspire-se com histórias de mudança. Poupe dinheiro, elabore um plano, execute-o. Nem que tenha de trabalhar em viagem para ir financiando as suas aventuras. Mas vá. E não se vai arrepender!

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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