Estava na região de Tomar para participar pela primeira vez no Festival Bons Sons, pelo que decidi aproveitar para conhecer um pouco da cidade e, muito especialmente, visitar o Convento de Cristo.
Antes de mais, convém dizer que o Convento de Cristo não é um monumento per se. É, ao invés, o nome pelo qual é geralmente conhecido o conjunto monumental constituído pelo Castelo Templário de Tomar, o Convento da Ordem de Cristo da época do Renascimento, a atual Mata dos Sete Montes, a Ermida da Imaculada Conceição e o Aqueduto dos Pegões.
São vários monumentos extraordinários debaixo do mesmo chapéu.
O conjunto integra, aliás, a lista de Património Mundial em Portugal, e integra alguns dos mais importantes testemunhos da história da arquitetura portuguesa. São disso exemplo a Charola românica da igreja, o Claustro de D. João III e a famosa janela Manuelina da Sala do Capítulo.
Fui conhecer.
O que ver no Convento de Cristo
Eis alguns dos pontos mais emblemáticos do Convento de Cristo. Ou, pelo menos, os que me chamaram mais a atenção. As citações com informações históricas foram retiradas do site oficial do convento.
Castelo de Tomar
Estacionei o carro no parque exterior, entrei no Castelo de Tomar e, adiante, os jardins do mosteiro abriram-se perante os olhos da criançada (era uma visita em família). O verdadeiro prazer estava a começar, ainda para mais sabendo que foi assim que Tomar nasceu:
“Tomar nasce da doação do Castelo de Ceras e seu termo aos Templários, por D. Afonso Henriques em 1159. O território era atravessado a sul pelo rio Tomar, com um fértil vale limitado a poente por uma cadeia de colinas de relevo acentuado. Foi numa dessas colinas, sobranceira ao rio, que Mestre D. Gualdim Pais, fundou, em 1160, o castelo e vila de Tomar.”
Por opção, não investi muito tempo a explorar os jardins. Atravessei a chamada Praça das Armas, subi a escadaria de acesso ao convento e dirigi-me à bilheteira do monumento. E entrei.
Claustro da Lavagem
Ainda antes de entrar na zona da Charola, demorei algum tempo a explorar o Claustro do Cemitério e o Claustro da Lavagem, ambos com azulejaria particularmente interessante. Talvez a importância histórica ou arquitetónica desta zona do mosteiro não seja tão relevante como outras, mas eu adorei.
Sacristia Filipina
Verdadeiramente impressionante, com um jogo de luzes magnético, a Sacristia Filipina foi um daqueles locais onde o tempo quase parou. Sentei-me no chão, e fiquei calmamente a contemplar os deliciosos pormenores arquitetónicos, incluindo o teto profusamente trabalhado. E ainda não tinha sequer chegado à Charola.
Charola
Porventura o ex-líbris maior do Convento de Cristo, a par da afamada januela Manuelina e do Claustro Principal, julgo ser justo dizer que a Charola românica é a atração principal do mosteiro. Diz a literatura oficial:
A Charola era o oratório privativo dos Cavaleiros, no interior da fortaleza. A sua tipologia é comum das igrejas bizantinas, a qual volta a integrar o românico com o movimento das Cruzadas.
Nesta tipologia o templo tem como base uma planta se desenvolve em torno de um espaço central, o qual, na rotunda templária, tem a forma de um prisma octogonal, ou tambor, que se desdobra em dezasseis faces no paramento do deambulatório, encerrando deste modo a volumetria do edifício. Concluída em 1190, a Charola tinha a entrada virada a oriente. Foram as obras de D. Manuel I que a estabeleceram a sul, na nave com que ampliou a igreja, extramuros do castelo.
Mesmo que não seja apaixonado por história e religião, estou certo que a Charola do Convento de Cristo o impressionará. É algo único.
Claustro Principal (ou de D. João III)
“O Claustro Principal é a obra magna do convento renascentista edificado por D. João III, extramuros do castelo, e rodeando a nave com que o pai, D. Manuel I, ampliou a igreja templária.”
Obra-prima da arquitetura renascentista europeia, o Claustro Principal do Convento dos Templários seria razão bastante para visitar o monumento. Andei; espreitei; explorei. É uma zona magnífica do convento.
Janela do Capítulo
“Ladeada por dois gigantescos contrafortes, ou botaréus, esta janela é ornada por um exuberante universo figurativo onde estão presentes os temas de marinhagem – a madeira, o cordame, as bóias, etc., – as insígnias da Ordem – a cruz heráldica, esfera armilar, o brasão do reino, – e figurações simbólicas, particulares à mística da Cavalaria Espiritual e à missão que a Ordem de Cristo tinha na empresa das Descobertas.”
Porventura uma das imagens mais marcantes do Convento de Cristo, a janela manuelina da Sala do Capítulo não me cativou por aí além. É riquíssima – com certeza. Bela e magnânime – seguramente. Mas talvez a envolvência (ou o aparente mau estado de conservação) fez com que a janela Manuelina não me fizesse sentir aquele arrepio dos grandes momentos. Ou talvez esperasse outra coisa; não sei.
Aqueduto do Convento
“…uma grandiosa obra de engenharia hidráulica que percorre uma extensão de cerca de seis quilómetros, dispondo de um total de 180 arcos para as passagens aéreas da conduta.”
Já tive oportunidade de visitar o Aqueduto dos Pegões, e a obra é absolutamente fascinante.
Veja também o post sobre o que fazer em Tomar.
Mais fotos do Convento de Cristo
Guia prático
Como visitar o Convento de Cristo
O Convento de Cristo fica muito perto do centro histórico de Tomar. O acesso é fácil de carro mas, lamentavelmente, além da entrada no monumento, o pequeno parque de estacionamento exterior também se paga. Caso pretenda evitar isso, a solução é subir a pé desde o centro da cidade (é perto).
A entrada no Convento de Cristo custa 6€ por pessoa. Existe um ingresso combinado chamado Bilhete Património Mundial, que permite o acesso ao Convento de Cristo, ao Mosteiro de Alcobaça e ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha) por 15€; é válido por 7 dias.
Está aberto todos os dias excepto: 1 de janeiro; domingo de Páscoa; 1 de maio; 24 e 25 de dezembro.
Mais informações no site oficial do Convento de Cristo: www.conventocristo.pt.
Onde dormir em Tomar
Eu fiquei hospedado no Thomar Boutique Hotel, e só posso recomendar. A localização é excelente, as acomodações elegantes e confortáveis, o staff muito profissional. Numa palavra, recomendo!
Outras excelentes opções para dormir em Tomar são o Hotel Casa dos Ofícios, de quatro estrelas; a belíssima Thomar Story – Guest House (dos mesmos proprietários do hotel homónimo); e o elegante O Paço.
Por fim, caso procure um apartamento em Tomar, os Templarflats e o Flattered to be in Tomar estão, seguramente, entre as melhores escolhas.
Note que não falta oferta hoteleira em Tomar, pelo que, caso estes locais não lhe agradem (ou estejam esgotados), pode pesquisar alternativas usando o link abaixo.
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