Procura o que fazer em Tomar? Antes de mais, uma confissão: tirando uma rápida passagem para visitar o Convento de Cristo, há muitos anos que não ia visitar Tomar. Lembrava-me das ruelas do centro histórico e da roda de madeira no leito do Rio Nabão; mas não das outras atrações da cidade. E há muito o que visitar em Tomar!
Foi, por isso, com grande prazer que me deixei levar pela beleza e tranquilidade de Tomar, num ansiado regresso que só peca por tardio.
Assim, da Mata Nacional dos Sete Montes ao Complexo Cultural da Levada de Tomar; da Sinagoga ao Aqueduto do Convento, passando por capelas, igrejas e refeições deliciosas, eis uma compilação com o que fazer em Tomar. Um roteiro ideal para uma escapadinha de fim de semana (ou, melhor ainda, em dias úteis).
O que visitar em Tomar
Convento de Cristo
O Convento de Cristo é o nome pelo qual é geralmente conhecido o conjunto monumental formado pelo Castelo Templário de Tomar, o Convento da Ordem de Cristo, a atual Mata dos Sete Montes, a Ermida da Imaculada Conceição e o Aqueduto dos Pegões Altos.
Pérola maior da cidade de Tomar, o convento alberga alguns dos mais importantes testemunhos da história da arquitetura portuguesa. São disso exemplo a Charola românica da igreja, o Claustro de D. João III e a famosa Janela Manuelina da Sala do Capítulo.
É absolutamente imperdível em qualquer visita a Tomar. Aliás, se só puder conhecer uma coisa na “cidade templária”, que seja o Convento de Cristo.
Mata Nacional dos Sete Montes
Situada no centro de Tomar, a Mata Nacional dos Sete Montes tem quase 40 hectares e é o principal parque da cidade. Também conhecida como Cerca do Convento, a mata fazia a ligação ao castelo e era usada pela Ordem de Cristo como área de cultivo e recolhimento.
Para além dos jardins centrais, é possível encontrar ciprestes, olaias, carvalhos e oliveiras seculares, por entre os quais se destacam trilhos para caminhar ou praticar desporto. Mas não é tudo.
É entre esse arvoredo frondoso transformado em pulmão de Tomar que se encontra a Charolinha, “um pequeno e enigmático templo de pedra, esculpido à imagem das torres-lanterna do Convento de Cristo e rodeado de um tanque circular que parece isolá-lo do mundo”. As palavras fazem parte do folheto de um belo Roteiro pelo Património Mundial do Centro, que recomendo entusiasticamente.
Tudo somado, a Mata Nacional dos Sete Montes é um excelente local para visitar em Tomar. Tanto para gastar energias, praticando desporto, como para as retemperar após deambular pela cidade.
Central Elétrica (Complexo Cultural da Levada de Tomar)
Localizada no Complexo Cultural da Levada de Tomar, conjunto patrimonial constituído por estruturas hidráulicas e edifícios construídos junto ao Rio Nabão, a Central Elétrica é um projeto museológico que reflete a memória do equipamento industrial da época, com especial ênfase na produção de energia elétrica.
Para mim, visitar o museu da Central Elétrica foi uma das coisas que mais gostei de fazer em Tomar. Registe-se, a propósito, a curiosidade de Tomar ter sido das primeiras cidades portuguesas a dispor de iluminação pública elétrica.
Roda do Mouchão
Elemento evocativo da memória árabe, a Roda do Mouchão é uma roda hidráulica, feita de madeira e com pormenores de barro, instalada no coração da cidade.
A roda servia para abastecer de água moinhos e lagares e para irrigar os campos de cultivo nas margens do Rio Nabão. Tornada ex-líbris da cidade, marca de forma indelével a paisagem urbana de Tomar.
Não por acaso, é o elemento visual que melhor recordo das viagens que fazia a Tomar com os meus pais.
Igreja de São João Baptista
Localizada na emblemática Praça da República e erguida paredes-meias com a Corredoura (tradicional rua comercial), a Igreja de São João Baptista apresenta uma fachada de estilo “gótico flamejante” e uma torre sineira manuelina, octogonal e com relógio.
No interior da igreja, destaque para os capitéis decorados; para o batistério; e para os painéis pintados pelo mestre Gregório Lopes.
É também o centro da grande Festa dos Tabuleiros, que ocorre de quatro em quatro anos em Tomar.
Sinagoga de Tomar
Tida como o “único templo hebraico que se manteve intacto e conservado em Portugal”, a pequena Sinagoga de Tomar é um templo muito simples, quadrangular, com uma cobertura abobadada assente em colunas e mísulas incrustadas nas paredes. As influências orientais são evidentes.
Reza a história que foi edificada em meados do século XV, numa época de florescimento da comunidade judaica em Tomar. Foi encerrada pouco depois, mais exatamente “em 1496, aquando da expulsão dos Judeus de Portugal” decretada por D. Manuel I.
As palavras são da Divisão de Turismo da Câmara Municipal de Tomar, que garante ainda que, desde o seu encerramento até à sua classificação como Monumento Nacional, no ano de 1921, o edifício da Sinagoga de Tomar teve usos muito diversos. Foi “prisão, capela católica, palheiro, celeiro, armazém de mercadorias e arrecadação”.
A Sinagoga fica na Rua Dr. Joaquim Jacinto, no chamado bairro judeu de Tomar, em pleno centro histórico da cidade. É mais um local de visita obrigatória numa escapadinha a Tomar.
Capela de Santa Iria
Evocativa da lendária padroeira de Tomar, a Capela de Santa Iria insere-se no homónimo convento, originalmente das Freiras Clarissas.
A capela é pequena, mas, para além da porta manuelina que liga à sacristia, ressaltam à vista as paredes cobertas a azulejos “ponta-de-diamante” do século XVII (semelhantes aos que se encontram no Convento de Cristo). Nem que seja só pelos azulejos, vale a pena incluir a Capela de Santa Iria na lista de coisas a ver em Tomar.
Aqueduto dos Pegões Altos
Fora do perímetro urbano da cidade, encontrei um dos locais mais surpreendentes da minha visita a Tomar: o Aqueduto dos Pegões Altos.
Também conhecido como Aqueduto do Convento de Cristo, este aqueduto foi projetado no início do reinado de Filipe I de Portugal, em finais do século XVI, com o objetivo de melhorar o abastecimento de água do convento.
Para mim, mesmo que não tenha a certeza sobre o que fazer em Tomar, não hesite. É mais “fora da caixa”, mas, para os meus gostos, é igualmente de visita obrigatória.
Outros lugares a visitar em Tomar
Infelizmente, acabei por não conseguir visitar Tomar com a calma que a cidade merecia. Mas, tendo tempo, sugiro que inclua na lista com o que fazer em Tomar mais alguns locais merecedores da sua atenção. Eis alguns sítios que tinha referenciados.
Casa dos Cubos – Centro de Estudos em Fotografia de Tomar
Situada junto às margens do Rio Nabão, a Casa dos Cubos foi inicialmente usada pelas ordens religiosas como local de armazenamento e contagem de produtos agrícolas fornecidos como forma de pagamento.
Nos dias de hoje, e com a instalação do Centro de Estudos em Fotografia de Tomar no edifício, a Casa dos Cubos é usada como espaço de exposições temporárias.
Casa Memória Lopes-Graça
Personalidade que marcou a cultura portuguesa do século XX, o maestro e compositor Fernando Lopes-Graça nasceu no número 25 da Rua Dr. Joaquim Jacinto, em Tomar.
É precisamente ali que se instalou a chamada Casa Memória Lopes-Graça, transformada em centro documental e artístico onde se pode conhecer um pouco melhor a obra e vida deste filho da terra, por muitos considerado um dos maiores compositores e musicólogos portugueses.
Museu dos Fósforos – Aquiles da Mota Lima
No interior do Convento de São Francisco conserva-se uma coleção com mais de 60.000 caixas e carteiras de fósforos. Foram doadas por Aquiles da Mota Lima ao município de Tomar. Não tive oportunidade de visitar, mas fica a dica para os interessados.
Ermida de Nossa Senhora da Conceição
Construída na encosta que leva ao Convento de Cristo, a capela de Nossa Senhora da Conceição é uma “pequena igreja basilical, com três naves abobadadas, definidas por colunatas coríntias”. Foi construída com o objetivo de ser a capela funerária de D. João III, o que nunca chegou a suceder.
Infelizmente, aquando da minha visita a Tomar a capela encontrava-se encerrada, pelo que não a pude conhecer.
Festa dos Tabuleiros: o que precisa saber
Momento alto do calendário cultural de Tomar, a Festa dos Tabuleiros acontece de quatro em quatro anos, regra geral no início de julho.
O ponto alto das festividades é o chamado Cortejo dos Tabuleiros, em que centenas de jovens mulheres, vestidas de branco (símbolo de pureza), carregam à cabeça o dito Tabuleiro, constituído por pães enfiados em casas, e decorados com flores de papel e espigas de trigo. Cada Tabuleiro deve ter a altura da mulher que o carrega, e é encimado por uma coroa rematada pela Cruz de Cristo (ou pela pomba do Espírito Santo). Pesa várias dezenas de quilos.
A próxima edição da Festa dos Tabuleiros terá lugar em 2023. Para mais informações, aceda a www.tabuleiros.com.pt.
Mapa com as principais atrações de Tomar
Dicas para visitar Tomar
Quando visitar Tomar
Em teoria, pode visitar Tomar durante todo o ano, apesar do pico do inverno poder ser menos agradável. Dito isto, a primavera e o outono são épocas muito bonitas.
No entanto, caso opte por conhecer Tomar durante o verão, tenha em mente que as temperaturas podem ser muito altas, especialmente ao início da tarde. E evite, se possível, os fins de semana; muitos visitantes aproveitam os dias de descanso para uma escapadinha a Tomar, tornando a experiência menos tranquila e contemplativa.
Onde ficar
Eu fiquei hospedado no Thomar Boutique Hotel, e só posso elogiar. A localização é excelente, as acomodações elegantes e confortáveis, o staff muito profissional. Numa palavra, é onde recomendo dormir em Tomar!
Outras excelentes opções para dormir em Tomar são o Hotel Casa dos Ofícios, de quatro estrelas; a belíssima Thomar Story – Guest House (dos mesmos proprietários do hotel homónimo); e o elegante O Paço.
Por fim, caso procure um apartamento em Tomar, os Templarflats e o Flattered to be in Tomar estão, seguramente, entre as melhores escolhas.
Note que não falta oferta hoteleira em Tomar, pelo que, caso estes locais não lhe agradem (ou não tenham disponibilidade), pode pesquisar alternativas usando o link abaixo.
Se visitar Tomar durante a Festa dos Tabuleiros, recomendo que reserve hotel com pelo menos meio ano de antecedência (ou mais).
Gastronomia e onde comer
Para mim, Tomar sempre esteve associado a uma iguaria particular. Falo da deliciosa morcela de arroz – que, com ou sem razão, desde miúdo associei a Tomar (os meus pais compravam-na sempre que passávamos por lá). Quis no entanto o destino que, desta vez, para frustração do meu palato, acabasse por não trazer nenhuma morcela de arroz de Tomar.
Em compensação, ficaram na memória duas refeições de grande qualidade, e cujos restaurantes recomendo sem reservas: um almoço no Restaurante A Bela Vista, junto ao Rio Nabão; e um jantar temático (“culinária medieval”) na Taverna Antiqua, degustado ao som de uma harpa e na companhia de uma interpretação teatral de cariz histórico. E não deixe também de visitar o café-livraria Insensato, um espaço contemporâneo e muito agradável no coração de Tomar.
Note ainda que, na época certa (fevereiro/março), a lampreia faz também parte das especialidades gastronómicas locais.
De resto, não deixe de provar a nova coqueluche da doçaria local, de seu nome “Beija-me depressa”. É feita à base de ovos e açúcar e, apesar do nome (de que, honestamente, não gosto) parecer mais uma jogada de marketing do que outra coisa, o doce é saboroso. Pode experimentar na Pastelaria Estrela.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
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