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O meu primeiro Festival Bons Sons

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Europa Portugal Santarém Tomar Festivais
Atualizado em 1.09.2020 | Tempo de leitura: 7 minutos

Praça central de Cem Soldos
Praça central de Cem Soldos

O Bons Sons é um festival diferente, original e arrojado. Imagine uma pequena aldeia no interior centro de Portugal, longe dos grandes aglomerados urbanos do litoral, organizar um festival de música portuguesa com quatro dias de duração no perímetro da própria aldeia.

Sim, o Festival Bons Sons acontece no interior da aldeia de Cem Soldos. Mais do que isso,  os habitantes da aldeia –  incluindo os mais velhos – não são meros espectadores.

Ao invés, são participantes ativos na organização do festival; fazem o que é preciso; adaptam as suas casas para vender petiscos. E todos beneficiam com o Bons Sons.

Conteúdos do Artigo
  • 1 A minha experiência no Festival Bons Sons
  • 2 Aspetos a melhorar no Bons Sons
    • 2.1 Sustentabilidade ambiental
    • 2.2 Preços
    • 2.3 Conclusão
  • 3 Mais fotos do Bons Sons
  • 4 Guia prático
    • 4.1 Onde ficar
    • 4.2 Seguro de viagem

A minha experiência no Festival Bons Sons

Mais do que um festival de música portuguesa, o Bons Sons é uma experiência única. A aldeia de Cem Soldos é fechada e o seu perímetro delimita o recinto que acolhe oito palcos, cada um dedicado a uma linha programática, perfeitamente integrados nas suas ruas, praças, largos, igreja e outros equipamentos. Além desta característica, o Bons Sons promove uma relação de proximidade com o seu público, envolvendo a população na realização do festival.

São os habitantes que acolhem e servem os visitantes, numa partilha especial entre quem recebe e quem visita, proporcionando a vivência ímpar de um evento musical. A selecção criteriosa do programa, o recinto único que é Cem Soldos e o envolvimento da população na realização do Festival são marcas que distinguem o Bons Sons da oferta cultural nacional. – in site oficial

Festival Bons Sons, aldeia de Cem Soldos
À espera de um concerto no palco Eira, Festival Bons Sons

É pública a minha admiração pelo Festival Andanças, que frequento todos os anos e tem lugar junto à barragem de Póvoa e Meadas, na zona de Castelo de Vide, a hora e meia de viagem de Tomar.

Mas a verdade é que, apesar de eles serem quase sempre em datas muito próximas e eu andar há muito a pensar conhecer o Bons Sons, nunca tinha ido ao festival. Até este ano.

Cheguei à aldeia de Rendufas vindo de Cáceres, onde passara os dias entre o final do Andanças e o início do Bons Sons, para me instalar no turismo rural Casa das Rendufas.

Acampar não era desta vez opção e eu preferia ter ficado a dormir em Tomar, mas quando decidi ir aos Bons Sons já era demasiado tarde e não consegui alojamento na cidade.

No primeiro dia do festival, aproveitei a manhã para visitar o Convento de Cristo, em Tomar. À tarde, e perante o calor sufocante instalado no centro do país, não me restou alternativa senão ficar a usufruir da piscina do alojamento. Só ao início da noite rumei a Cem Soldos, entusiasmado e pronto para vivenciar o meu primeiro Bons Sons.

Concerto no Bons Sons
Havia muita gente a assistir aos concertos do festival

Cheguei de carro a Cem Soldos.

Por altura do festival Bons Sons, há quatro locais por onde se pode entrar no recinto. Que é como quem diz na aldeia. Por indicação dos voluntários colocados na estrada, segui para o parque de estacionamento junto à entrada das “Hortas”. Eu e quase todos os outros. As outras entradas estavam aparentemente sem gente. Resultado? Uma hora de espera para trocar os bilhetes pelas pulseiras que dariam acesso ao recinto.

A partir desse momento, era matar a fome e aproveitar.

Durante os dias do festival, assisti a vários concertos de que gostei muito nos palcos Eira, Giacometti e Tarde ao Sol, com grande, grande destaque para o extraordinário momento protagonizado por Tiago Pereira e o seu bombo num dos finais de tarde. E para a alegria incontida dos Kumpania Algazarra, que já tinha visto precisamente no Andanças em anos anteriores.

Tal como gostei de cirandar pela aldeia durante a tarde; de me sentar na praça central da aldeia; de deixar os miúdos desfrutarem e descobrirem sons, cheiros e ambientes. De tudo o que vi, aliás, fiquei com a sensação que gosto mais de Cem Soldos à tarde.

O ambiente é mais calmo que de noite, os pequenos concertos no palco Giacometti ou Tarde ao Sol são muito atrativos (embora as praças da aldeia sejam pequenas para tanta gente) e, no geral, está-se bem em Cem Soldos. Especialmente para quem, como eu, estava acompanhado pelos meus filhos (um deles bebé), os dias acabam por ser mais importantes do que as noites.

Habitante de Cem Soldos
Uma habitante de Cem Soldos assiste a um concerto no palco Giacometti

Dos artistas presentes, ouvi entre outros pedaços dos concertos de Sensible Soccers, Few Fingers, Lavoisier, Best Youth, Kumpania Algazarra, Grutera, Tiago Pereira, Isaura, Keep Razors Sharp, Cristina Branco e Carminho. Mais dois ou três no palco Garagem dos quais desconheço a identidade.

Mesmo assim, sinto que me faltou passar mais tempo na aldeia. Faltou-me viver as atividades matinais  dedicadas às crianças. Estar em Cem Soldos, não apenas assistir a concertos. Infelizmente, o calor não deixou (as temperaturas rondaram quase sempre os 40 graus); e talvez por isso não me tenha apaixonado pelo Bons Sons.

Aspetos a melhorar no Bons Sons

Sustentabilidade ambiental

Algo que me desiludiu bastante no Bons Sons foi a falta de cuidado com as questões da sustentabilidade ambiental. Habituado que estou ao Andanças, onde esta questão é levada muito a sério, o Bons Sons não me pareceu à altura.

É certo que a organização, por exemplo, fornece uma caneca à entrada, incluída no preço do bilhete, para se beber por ela ao longo do festival. Mas os cafés e barraquinhas servem cerveja e outras bebidas em copos de plástico, e tinha de ser eu a pedir para me servirem na caneca. Ou seja, não está verdadeiramente instituído que bebida é na caneca – não em plástico.

Fiquei com a ideia que, apesar da boa vontade, há muito a fazer neste aspeto.

Preços

Os preços dos comes e bebes no interior da aldeia pareceram-me incompreensivelmente altos. Exorbitantes, mesmo. Para mim, esse facto deixou-me uma sensação muito desagradável; quase como quando viajo e noto que me estão a querer cobrar mais só por ser turista. A afirmação pode ser injusta, mas foi o que senti.

Isto aliado à fraca qualidade de boa parte das coisas que bebi e comi (sangria fraquíssima, hidromel que não o era e a custar 3€, pataniscas secas e batatudas, espetadas frias) desiludiu-me. Do que provei em Cem Soldos, salvou-se um restaurante vegetariano; os deliciosos pães com chouriço e farinheira; a senhora das farturas… e pouco mais.

Conclusão

Aldeia de Cem Soldos
A caminho do Bons Sons

Vou voltar ao Festival Bons Sons? Sinceramente não sei – talvez sim. Cheguei a Cem Soldos com as expectativas em alta, mas sinto que não fui correspondido. Talvez tenha sido culpa minha, por não me ter entregue de alma e coração ao festival como faço no Andanças.

Talvez tenha de voltar para passar mais tempo na aldeia de Cem Soldos, de manhã e à tarde, independentemente dos concertos. Estar. Tal como gosto de viajar devagar. Simplesmente estar. E conversar mais com os habitantes em horas menos movimentadas. No fundo, viver a aldeia.

Seja o que for, gostei; mas não consegui sentir nas entranhas o tal ambiente único do Bons Sons que tantos idolatram. O conceito é fantástico e original, mas algo falhou na minha ida ao Bons Sons.

Talvez tenha mesmo de voltar…

Mais fotos do Bons Sons

Aldeia de Cem Soldos
O entardecer é provavelmente a altura mais bonita do dia para desfrutar do festival
Restaurante Cem Soldos
Hora de jantar em Cem Soldos
Banca de bebidas na praça central de Cem Soldos
Banca de bebidas na praça central de Cem Soldos
Festival Bons Sons
Fim de festa em Cem Soldos

Guia prático

Onde ficar

Caso não queira acampar em Cem Soldos, Ficar a dormir na cidade de Tomar parece-me a melhor opção. Até porque é onde encontrará maior diversidade de unidades hoteleiras.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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