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Cromeleque dos Almendres, menires megalíticos em Évora

Por Filipe Morato Gomes
Visitar Cromeleque dos Almendres
Cromeleque dos Almendres, monumento megalítico a poucos quilómetros de Évora

Praticamente no final da minha viagem de autocaravana em Portugal, decidi parar em Évora. Os objetivos principais eram conhecer a Capela dos Ossos – que, lamentavelmente, estava fechada por ser domingo de Páscoa – e visitar o Cromeleque dos Almendres, monumento megalítico ímpar na paisagem alentejana.

O Cromeleque dos Almendres é o maior conjunto megalítico da Península Ibérica. Estima-se que tenha sido erigido algures entre o sexto e quinto milénio a.C., mas só foi descoberto há pouco mais de 50 anos. São quase 100 menires dispostos num “círculo de pedras pré-histórico” (denominado cromeleque); e o local é tão relevante que há quem lhe chame o Stonehenge português.

Eu nunca ali tinha estado, pelo que, após a frustração da capela encerrada, segui de Évora para a aldeia de Nossa Senhora de Guadalupe, junto à qual se encontra o cromeleque.

Veja também o que visitar em Évora para além do Crolemeque dos Almendres.

A minha visita ao Cromeleque dos Almendres

Cromeleque dos Almendres
Cromeleque dos Almendres

Quando cheguei ao pequeno parque de estacionamento, depois de conduzir alguns quilómetros numa estrada de terra batida esburacada, quase não tinha lugar para estacionar. Era domingo e, talvez por isso, para além da campervan de um casal hippie com indícios de estar ali há já alguns dias, havia muitos turistas – portugueses e estrangeiros – a visitar o Cromeleque dos Almendres. Daí, foi um instante até chegar a pé ao cromeleque propriamente dito.

Encontrei um descampado de forma elíptica (não exatamente circular), com a maioria dos menires a ladeá-lo. Havia alguns menires no interior, sem aparente simetria ou nexo. Algum terá com certeza mas, para mim, o que estava a ver era um mistério. Um fascinante mistério. Não consegui de todo perceber o que teria sido, em tempos, aquele complexo – talvez ali se realizassem assembleias ou cerimónias sagradas. Na verdade, ninguém sabe com exatidão a real função do Cromeleque dos Almendres.

“Ao contrário das antas, cuja função funerária está há muito estabelecida, ainda se discute o significado e função destes grandes recintos megalíticos, apesar de se reconhecer o seu caráter simbólico e sagrado. A localização numa encosta suave, claramente dominante sobre o horizonte a Nascente e a orientação equinocial, parecem confirmar uma relação intencional com a movimentação cíclica do Sol e da Lua”, in placa informativa à entrada do Recinto Megalítico dos Almendres.

Cromeleque dos Almendres
Alguns menires no Cromeleque dos Almendres, localizado em Nossa Senhora de Guadalupe, Évora

Seja como for, foi para mim um prazer deambular por entre os menires que formam o Cromeleque dos Almendres. Mesmo não sendo entendido na matéria, a maioria deles aparentava estar em bom estado. Em alguns, era ainda possível distinguir vestígios de gravuras cravadas na pedra.

Coisas sérias à parte, os menires foram também o sítio perfeito para jogar às escondidas com o meu filho mais pequeno. Já a mais velha parecia divertida e curiosa – principalmente com as gravuras circulares esculpidas num dos menires. E assim passámos um bom pedaço em família.

Quando por fim me afastei do Cromeleque dos Almendres, estava tão intrigado quanto fascinado. Acabara de pisar solo habitado há sete mil anos. Senti-me pouco mais que insignificante, à escala temporal planetária. Para mim, era hora de rumar a Norte.

Depois da passagem por Tavira e da visita a Mina de São Domingos, conhecer o Cromeleque dos Almendres tinha sido outro dos pontos altos da roadtrip de 10 dias pelo Sul de Portugal.

Cromeleque dos Almendres
Cromeleque dos Almendres, o sítio perfeito para jogar às escondidas com o meu filho de três anos

O universo megalítico de Évora está recheado de menires, antas, necrópoles e “círculos de pedra” (ou cromeleques). Para além do Cromeleque dos Almendres, pode visitar o Cromeleque de Vale Maria do Meio, também localizado na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe; e ainda o Cromeleque da Portela de Mogos, em Montemor-o-Novo. Fica a dica.

Veja também um roteiro de 7 dias em Portugal e um roteiro no Alentejo Central.

Dicas para visitar o Cromeleque dos Almendres

Como chegar

Desconheço qualquer transporte público entre Évora e o monumento megalítico, pelo que é imprescindível carro próprio (ou táxi) para visitar o Cromeleque dos Almendres.

Onde ficar em Évora

Para além das propostas urbanas no artigo sobre onde ficar em Évora, tenho uma sugestão de alojamento imbatível para quem queira visitar o Cromeleque dos Almendres. Chama-se Imani Country House, é o refúgio do apresentador João Pedro Vasconcelos e fica na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, a dois passos do monumento megalítico. Uma casa de turismo rural com estilo e absolutamente recomendável.

Ainda fora do ambiente urbano, o Ecorkhotel e o Carrança Lounge são ambos magníficos. Caso prefira ficar alojado na cidade de Évora, que fica a menos de 20km do Cromeleque dos Almendres, recomendo a Albergaria do Calvário, a Casa do Escritor ou o Évora Inn Chiado Design Hotel têm todos boas relação qualidade / preço.

Por fim, se é luxo que procura, não se desiludirá com os magníficos Convento do Espinheiro e M’AR De AR Aqueduto. Para outros hotéis, guesthouses e casas de turismo rural na região de Évora utilize o link abaixo.

Pesquisar hotéis em Évora

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A roadtrip de autocaravana em Portugal foi feita com o apoio da Indie Campers, que me ofereceu um desconto significativo no aluguer da autocaravana.

Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

2 comentários em “Cromeleque dos Almendres, menires megalíticos em Évora”

  1. Ah, realmente é frustrante. Eu estive aí em Outubro e o Templo de Diana estava TODO coberto para obras. Mas consegui entrar na Capela dos Ossos e também visitamos o Cromeleque de Almendres.

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  2. Um dos locais mais visitados do Alentejo. Por vezes, os turistas não respeitam o espaço em si. Após ler o seu artigo, em Évora existe uma empresa que organiza roteiros temáticos pelo Megalitismo na região. Deixo-lhe o link – » https://www.eboramegalithica.com/

    Continuação de Boas Viagens!

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