The Golden Circle, o lado mais turístico da Islândia

Por Filipe Morato Gomes
Cavalos na Islândia
Cavalos islandeses fotografados junto a uma estrada do Golden Circle

O Golden Circle (ou Círculo Dourado, em português) é um circuito turístico com cerca de 300 km de extensão, a partir da capital Reykjavík, que passa por três das mais emblemáticas atrações da Islândia. A saber: o Parque Nacional Thingvellir, a queda de água de Gullfoss e o vale Haukadalur, onde se localiza a afamada área geotermal de Geysir.

Juntas, são uma significativa amostra das belezas naturais e forças geológicas da Islândia, polvilhadas por elementos de grande relevo histórico.

Não é por isso de estranhar que todos os dias saiam de Reykjavík inúmeras excursões organizadas e viajantes em carros alugados em direção ao Círculo Dourado, quase todos com o objetivo de visitar as três atrações, antes de regressarem a Reykjavík ou de se aventurarem num roteiro de viagem pelo Sul da Islândia.

As três principais atrações do Círculo Dourado

Parque Nacional Thingvellir

Parque Nacional Thingvellir, Círculo Dourado
Caminhando pelo Parque Nacional Thingvellir, localizado no chamado Golden Circle

O Parque Nacional Thingvellir (ou “Campos da Assembleia”, em tradução livre) é um dos dois sítios classificados como Património UNESCO na Islândia; e, esse facto, por si só, atesta bem a importância do local. É, usualmente, a primeira paragem do dia no roteiro pelo Círculo Dourado – e, arriscaria dizer, a mais importante.

Thingvellir tem a particularidade de misturar um relevantíssimo significado histórico com importância geológica e paisagens magníficas. Isto porque foi exatamente ali que foi fundado o Parlamento islandês, corria o ano de 930. O parlamento manteve-se a funcionar em Thingvellir até 1798, altura em que foi mudado para Reykjavík.

Geologicamente falando, é um dos raros locais do planeta onde se pode caminhar entre os continentes americano e europeu. Isto porque o Parque Nacional Thingvellir está localizado num vale cercado por montanhas e cordilheiras vulcânicas entre as placas tectónicas da América do Norte e da Eurásia.

É a forma perfeita de começar a exploração do Círculo Dourado da Islândia.

Se viaja com carro alugado, saiba que o parque de estacionamento do Parque Nacional Thingvellir é pago (paguei 1.000 ISK para estacionar a autocaravana).

Geysir

Golden Circle: Geysir
Geysir, Islândia

A área geotermal de Geysir é um fenómeno curioso. Para além de fumarolas e nascentes de água quente, existe um geyser de seu nome Geysir que, ao que consta, foi o responsável pela nomenclatura. E assim, a cada seis minutos, sensivelmente, brota do geyser uma coluna de água a escaldar a 20, 30 e por vezes 40 metros de altura.

Ora, para quem nunca teve oportunidade de ver um geyser em ação, seja nos planaltos andinos ou noutro local do planeta, a visão é sem dúvida impressionante. Para os outros, é pouco mais que uma mera curiosidade.

Cascata Gullfoss

O que visitar no Círculo Dourado: Gullfoss
Vista da queda de água de Gullfoss

A terceira e última grande paragem no Círculo Dourado é Gullfoss, a “Cascata Dourada”. Seguramente uma cascata das mais bonitas que conheci na Islândia, a queda de água de Gullfoss é verdadeiramente impressionante.

Reza a história, no entanto, que Gullfoss esteve na iminência de ser destruída, quando empresários britânicos tentaram aproveitar o seu incrível poder de energia geotérmica. Ao que consta, Sigríður Tómasdóttir, a filha do fazendeiro dono do terreno, lutou com todas as suas forças para impedir a legalização do aluguer da queda de água; e, eventualmente conseguiu que os empresários não fossem adiante com o projeto. Terá sido esse o evento percursor da proteção de que as cascatas islandesas beneficiam nos dias de hoje.

Sim, Gullfoss é uma cascata portentosa que merece ser preservada. Para quem percorre o Círculo Dourado, é o ponto mais distante da capital Reykjavík.

Mapa do Golden Circle (Círculo Dourado), Islândia

Veja também o que fazer em Reykjavík.

Guia prático

Como organizar a visita ao Círculo Dourado

Na minha ótica, alugar um carro é, de longe, a melhor forma de explorar o Golden Circle islandês. Dessa forma, tem total liberdade para parar onde entender durante o trajeto; e, não menos importante, demorar o tempo que entender em cada paragem.

Se preferir uma excursão organizada, encontra várias opções de passeios na GetYourGuide. Note que eu fiz todo o Círculo Dourado por conta própria, pelo que não tenho recomendação específica sobre as agências locais. A única com quem já trabalhei, numa outra viagem à Islândia, foi a Boutique DMC – e só tenho a dizer bem.

Onde ficar

Caso não viaje de autocaravana, não é fácil decidir onde se hospedar na Islândia. Deixo, no entanto, algumas sugestões de alojamento em Reykjavik; e uma recomendação muito especial para o Sul do país – que poderá encaixar no final da viagem pelo Golden Circle (Círculo Dourado).

Em Reykjavik, tive o privilégio de ficar num dos melhores hotéis da cidade, chamado Canopy by Hilton Reykjavik City Center, e só tenho elogios a fazer. Se o orçamento assim o permitir, é uma experiência que aconselho vivamente. Caso contrário, considere ficar nos mais económicos (note que não escrevi baratos!) Our House Guesthouse, Grettir Guesthouse ou Heida’s Home. Para poupar ainda mais, espreite o Reykjavik City Hostel, um excelente hostel mais afastado do centro.

Nas restantes noites, se não quiser voltar para Reykjavík e dormir no Golden Circle, considere o acolhedor (e relativamente barato) Skyggnir Bed and Breakfast. Continuando para Sul, não deixe de ficar hospedado na Hrifunes Guesthouse nos dias seguintes. É uma pousada muito acolhedora onde se sentirá como em casa, com anfitriões simpaticíssimos e comida deliciosa (e criativa).

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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