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Destino: Ásia » Sri Lanka » Haputale » De scooter rumo ao Lipton’s Seat, em Haputale

De scooter rumo ao Lipton’s Seat, em Haputale

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 10 Dez 2020 | Viagens Ásia Haputale Sri Lanka Deixe um comentário
Tempo de leitura: 7 minutos

Lipton's Seat
Vista a partir do Lipton’s Seat

Estava em Ella quando decidi alugar uma scooter para percorrer, ao meu ritmo, as estradas secundárias até Haputale. Estive quase sempre imerso em paisagens rurais, até chegar ao objetivo principal da viagem: visitar o Lipton’s Seat, um miradouro rodeado de plantações de chá.

Depois disso, e porque em Ella encontrei uma fábrica de chá fechada, fui ver como se produz o chá do Ceilão na fábrica de Dambatenne, criação de Sir Thomas Lipton.

É sobre esse dia que hoje escrevo.

A minha ida a Haputale

Plantações de chá Haputale
A minha scooter no meio das plantações de chá

Saí de Ella numa scooter alugada na guesthouse onde me alojei. Com exceção de uma passagem em Bandarawela para meter gasolina, segui quase sempre por estradas secundárias, de montanha. Estava apenas munido do Maps.me, instalado no meu telefone. E, tirando uma vez em que o péssimo estado da estrada me fez duvidar da app – e parar para perguntar -, a verdade é que funcionou na perfeição.

À medida que me ia aproximando de Haputale, a floresta ia dando lugar a cada vez mais plantações de chá. O Sri Lanka é um dos maiores produtores de chá do mundo e é ali, no coração do país, que o verde do chá domina completamente a paisagem.

Esporadicamente avistei trabalhadores a apanhar as folhas de chá. Até que cheguei a um portão fechado e, por momentos, pensei que não poderia continuar. Era a Nayabedde, uma das grandes propriedades de Haputale.

Vista a partir do Lipton's Seat
Vista a partir do Lipton’s Seat, objetivo principal da ida a Haputale

Poucos segundos depois, um homem apareceu com um pequeno papel na mão. Tinha de pagar portagem para atravessar a propriedade rumo ao Lipton’s Seat. Faltavam 10km para o objetivo final da viagem e, daí em diante, estava no coração da zona de produção de chá de Haputale.

As estradas ficaram piores, mas a paisagem ficou ainda mais bonita. Chá, chá e mais chá. A paisagem era totalmente verde, apenas pintalgada pelos véus de cores berrantes das trabalhadoras. E havia muitas a apanhar folhas de chá; outras a carregar sacos com 10kg de folhas para a fábrica, alimentando a produção do dia.

Fui parando, aqui e ali, até que o Lipton’s Seat apareceu finalmente, à distância de um olhar.

Lipton’s Seat

Visitar Lipton's Seat, Haputale
Estátua de Sir Thomas Lipton no chamado Lipton’s Seat, em Haputale

Não sabia bem o que iria encontrar no Lipton’s Seat; mas não estava preparado para a quantidade de turistas que lá estava quando cheguei. Não que fosse uma multidão, mas o Lipton’s Seat é tão pequeno que, no final daquela estrada sem saída não havia lugar para mais do que meia dúzia de viaturas (e estava lotado). Estacionei a scooter e fui explorar.

Não há, na verdade, muito para ver. Chama imediatamente a atenção uma placa com a indicação “Lipton’s Seat”. À direita, um banco com uma estátua de Sir Thomas Lipton ao estilo Fernando Pessoa no café A Brasileira do Chiado, em Lisboa. Trata-se do local onde, alegadamente, o homem responsável pela notoriedade que ainda hoje o chá do Sri Lanka tem um pouco por todo o mundo se sentava a contemplar a paisagem.

Visitar Haputale: Lipton's Seat
Vista a partir do Lipton’s Seat

Tinham-me avisado que deveria visitar o Lipton’s Seat o mais cedo possível, dado que a meio da manhã se levanta uma neblina opaca que quase sempre ofusca a paisagem. Felizmente, tive sorte. Pouco depois, era altura de visitar a fábrica de chá de Dambatenne, criada em 1890 por Sir Thomas Lipton.

Dambatenne, a fábrica de chá de Sir Thomas Lipton

Tendo uma scooter, foi muito fácil chegar à fabrica Dambatenne. Estacionei a motoreta no exterior do edifício e entrei para indagar sobre as visitas guiadas. Em resposta, recebi um “estamos agora mesmo a começar; venha daí”.

Infelizmente, não se pode fotografar no interior da fábrica de chá. A justificação dada referia ordens governamentais (ouvi a mesma justificação noutra fábrica) e, mesmo referindo o trabalho como blogger de viagens, a proibição manteve-se. Até que, já lá dentro, o guia me deixou tirar três ou quatro fotografias de fugida.

Dambatenne, fábrica de chá de Sir Thomas Lipton
Produção de chá na fábrica de Dambatenne, em Haputale

A visita propriamente dita é muito interessante e mostra, ao longo de uns 45 minutos, todo o processo de produção do chá. As mulheres que colhem 20kg de folhas de chá por dia, que ficam depois a secar durante a noite (não há stock, as folhas apanhadas num dia são processadas no dia seguinte). A moagem. O curto período de fermentação das folhas de chá. A secagem. A separação do chá por tamanhos (fiquei a saber que o chá mais pequeno e intenso segue todo para o Médio Oriente). O processo de blending. A embalagem.

No final, ao contrário do que eu imaginara, não tive direito a uma prova de chá. Teria sido a forma ideal de terminar a visita a Dambatenne, uma das mais importantes fábricas de chá do Sri Lanka. Montei na scooter e regressei a Ella, enquanto o céu se foi tornando cada vez mais ameaçador. Tinha estado no Lipton’s Seat na altura certa.

Guia prático

Como chegar ao Lipton’s Seat

Assumindo que está em Ella, pode apanhar o comboio até Haputale (fica na linha Ella – Kandy) e, daí, encetar uma caminhada de aproximadamente 7km até ao Lipton’s Seat. Apesar de adorar caminhar por entre plantações de chá, a opção é cansativa; até porque parte do caminho é feito em estrada. Note que, caso queira combinar a ida ao Lipton’s Seat com a visita à fábrica de chá, as distâncias são grandes.

Alternativamente, em Haputale pode contratar um tuk tuk para o acompanhar; mas os preços que me falaram pareceram-me tão altos que nem considerei essa hipótese. Ao invés, aluguei uma scooter – e, para quem está em Ella, julgo ser a melhor opção.

Onde ficar

Julgo que não se justifica ficar num hotel em Haputale; mas, se for essa a sua vontade, para explorar a  região com mais calma, recomendo sem reservas o Silanway Holiday Inn, o Leisure Mount View ou o Sa Rest Inn. Caso esteja disposto a pagar por um hotel de luxo em Haputale, experimente o Thotalagala.

Pela minha parte, fiquei hospedado na pequeníssima Will Guesthouse, em Ella, e não poderia recomendar mais. Will e a sua família são o exemplo da hospitalidade cingalesa.

Para outras opções perto do Lipton’s Seat, procure os melhores hotéis de Haputale no link abaixo.

Pesquisar hotéis em Haputale

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 49 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

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