Argel não é uma cidade turística. Analisada pelos padrões tradicionais, não há atrações suficientes para que alguém passe muitos dias na capital argelina. O mais curioso, no entanto, é que Argel é uma cidade fascinante, quase magnética.
Ao fim do primeiro dia, escrevi na minha conta Instagram: “à primeira impressão, Argel parece uma curiosa mistura entre a vivacidade de Marraquexe e a decadência bela de Havana. Adoro.”
Foi essa contradição que me cativou desde que cheguei a Argel.
Neste post, sugiro o que fazer em Argel durante uma estadia tranquila. É uma espécie de roteiro de 3 dias em Argel, com poucos items e sem ordem definida. Até porque a capital argelina é daqueles locais para ser vivido nas ruas e esplanadas (mais do que a visitar atrações turísticas).
Vamos a isso.
O que visitar em Argel
Kasbah
O kasbah de Argel faz parte da lista de Património Mundial da Argélia e é de visita obrigatória. É um lugar cheio de história.
Havia muitas fachadas em mau estado; ruelas labirínticas pouco cuidadas; homens que pareciam controlar os movimentos do grupo (poderia ser apenas curiosidade, mas não parecia); e, o mais desagradável de tudo, muito lixo pelos cantos. Ao ponto de uma moradora com quem me cruzei ter literalmente pedido “desculpa” pelo lixo das ruas. Ainda assim, estava fascinado com o kasbah de Argel.
É um local fascinante, ao qual recomendo que dedique mais do que uma visita durante a estadia em Argel.
Basílica de Nossa Senhora de África
A Basílica de Nossa Senhora de África fica numa colina sobranceira ao Mar Mediterrâneo, em plena Argel. Construída em estilo bizantino e com uma cúpula majestosa, é o local mais importante do cristianismo na Argélia.
Por dentro, a igreja é relativamente simples mas muito bonita, com a particularidade de ter uma virgem negra no altar-mor. Mas o que verdadeiramente me fascinou foi uma inscrição em francês, que encontrei numa parede e que dizia mais ou menos o seguinte: “Nossa Senhora de África, orai por nós e pelos muçulmanos”.
Jardim botânico El-Hamma
Visitei o jardim botânico El-Hamma acompanhado por duas amigas argelinas, que fizeram questão de me mostrar os recantos do jardim. Trata-se de um espaço belíssimo, recheado de lagos, árvores e zonas para relaxar, ideal para fugir ao bulício da capital num fim de tarde soalheiro. Estima-se que haja mais de 1.200 espécies de plantas no El-Hamma.
Memorial dos Mártires
O Memorial dos Mártires é um imponente monumento de betão, que celebra a luta da Argélia pela sua independência. São três folhas de palmeira, em pé, que na verdade só se pode visitar à distância (havia polícias a impedir a passagem para debaixo do monumento). Não fosse o seu simbolismo, não haveria grandes motivos para incluir o Memorial dos Mártires no seu roteiro em Argel.
Ruínas de Tipasa
No meu último dia em Argel, decidi sair da cidade para visitar as ruínas de Tipasa. Trata-se de uma antiga cidade romana, construída em duas ou três pequenas colinas junto ao Mar Mediterrâneo. Não restam muitos vestígios da maioria das edificações mas, entre as ruínas ainda parcialmente visíveis, encontram-se três igrejas, cemitérios de grandes dimensões, um teatro e um ninfeu (santuário consagrado às ninfas aquáticas).
Tal como Djémila ou Timgad, também Tipasa foi uma importante cidade romana no território que hoje conhecemos por Argélia. A visita, a partir de Argel, acaba por ocupar boa parte do dia; mas recomendo vivamente.
Guia para visitar Argel
Como chegar
Consta haver ferries desde Alicante (Espanha) e Marselha (França) para Argel, mas foi meio de transporte que não utilizei.
Em vez disso, cheguei à capital da Argélia por via aérea, voando com a Lufthansa com escala em Frankfurt. Honestamente, não creio que o dinheiro que poupei justifique a escala (a viagem demora muito tempo); uma vez que a Air Algerie tem voos diretos entre Lisboa e Argel.
Onde comer
Argel não é um destino gastronómico por excelência mas, ainda assim, há alguns restaurantes que vale a pena conhecer. Eu gostei muito de um que descobri por acaso, onde almocei muito bem por cerca de 1.000 dinares argelinos. Chama-se Milk Bar e fica na praça Emir Abdelkader.
Um restaurante que me foi efusivamente recomendado (mas que acabei por não conhecer) foi o Le Viel Alger, situado na Avenida Vitor Hugo. O mesmo se aplica ao café Le Tantonville. Ficam as sugestões.
Onde ficar
Para quem gosta de ficar em apartamentos, recomendo sem reservas o airbnb onde fiquei no centro de Argel (entretanto desativado). Se preferir um hotel, recomendo o City Hotel Alger, muito bem localizado para quem quer explorar o centro. Numa zona mais nobre da cidade, o Lamaraz Arts Hotel é um dos mais elogiados hotéis de Argel (tem quatro estrelas); mas eu gosto ainda mais do moderno AZ Hôtel Kouba.
Seja como for, vá pesquisando hotéis em Argel usando o link abaixo, uma vez que, com o incremento gradual do turismo, é natural que outros hotéis vão surgindo nas centrais de reservas online.
Seguro de viagem
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