Onde ficar nos Bijagós (as melhores ilhas e hotéis)

Por Filipe Morato Gomes
Onde ficar nos Bijagós: Hotel Wefa, Praia de Bruce, Bubaque
Wefa Hotel, na praia de Bruce, ilha de Bubaque, Bijagós

Procura onde ficar nos Bijagós? Que ilha visitar? Pois, bem, trata-se de um questão de difícil resposta, porque depende de muitos fatores. Ora, em função do que pretende para as suas férias nos Bijagós, é fundamental escolher bem em que ilha (ou ilhas) ficar hospedado, para tirar o melhor partido da estadia. Porque, dependendo de onde ficar – Bolama, Bubaque, Rubane, Kéré e Orango, por exemplo -, as experiências serão totalmente distintas.

Assim, na sequência de um recente roteiro de viagem na Guiné-Bissau, eis as minhas recomendações sobre onde se hospedar nos Bijagós. Não deixe também de ver o artigo sobre os dias dedicados a visitar Bolama e a minha viagem até Bubaque.

Qual a melhor ilha dos Bigajós para ficar?

Escolher em que ilha dos Bijagós ficar foi uma das principais dificuldades do meu roteiro de viagem na Guiné-Bissau. Ou seja, como escolher o seu destino no arquipélago dos Bjagós?

O arquipélago dos Bijagós são um conjunto de 88 “ilhas costeiras e estuarinas” (incluindo alguns ilhéus), das quais pouquíssimas são habitadas. Do ponto de vista turístico, considere visitar Bolama, Bubaque, Rubane ou a pequena Kéré. São muito diferentes elas, pelo que convém saber o que esperar em cada uma para. Em resumo:

  • Bolama: ilha ideal para quem gosta de arquitetura e história e não se importa de não ter muitas praias nas proximidades. Fica perto da Ilha Galinhas, sendo que os transportes a partir de Bissau são moderadamente frequente, embora demorados.
  • Bubaque é uma ilha mais turística, de fácil acesso a partir de Bissau – embora em dias específicos da semana. É ideal para quem procura uma mistura de praias e contacto com os habitantes e suas tabancas.
  • Rubane é, no conceito, semelhante a Bubaque, mas com menos população e porventura num patamar de qualidade e preço superior. O acesso não é tão direto (não há barcos públicos diretos de Bissau), mas a partir de Bubaque facilmente se chega a Rubane.
  • Kéré é uma proposta mais exclusiva. Trata-se de uma ilha minúscula, com um eco resort de grande qualidade de um casal franco-português. Em suma, a imagem associada a um paraíso tropical, com possibilidade de visitar outras ilhas maiores nas proximidades. O transporte é privado e organizado pelo hotel, a partir de Ponta Biombo, na parte continental da Guiné-Bissau.
  • Orango, por seu lado, é principalmente dedicado para quem procura isolamento e contacto com a Natureza e vida selvagem – incluindo o hipopótamo e o manatim africano -, com possibilidade adicional de se embrenhar a fundo na cultura bijagó e seus matriarcados seculares.

A dificuldade dos transportes nos Bijagós

Para além do perfil de cada ilha, deve ter em conta a escassez (ou, em muitos casos, ausência) de transportes regulares de Bissau para as ilhas, bem como a dificuldade em viajar de barco entre as diferentes ilhas do arquipélago dos Bijagós.

Ou seja, é preciso saber os horários dos barcos para montar um roteiro nos Bijagós, ou então assumir que pode pagar transportes privados organizados pelos hotéis em Keré, Rubane ou Orango.

Onde ficar nos Bijagós

Os melhores hotéis e pousadas de Bubaque

Onde ficar nos Bijagós: Pousada Saldomar, Bubaque
Entrada para o meu quarto na pousada Saldomar, na ilha de Bubaque

Há várias pousadas onde ficar em Bubaque, mas creio não exagerar se disser que a melhor de todas é a já referida Saldomar. Há lugares muito mais caros, mas a relação qualidade / preço não compensa. De todo. Fique na companhia do espanhol Melchior num dos quartos simples mas bem cuidados da pousada Saldomar e não se arrependerá. Além de que é, seguramente, o melhor local onde comer em toda a ilha.

Caso esteja lotado, pode também considerar a Kasa Africana (recebe alguns elogios e muitas críticas) ou o Lodge les Dauphins, dois hotéis quase vizinhos no extremo da cidade de Bubaque. Estão ambos aparentemente focados na pesca desportiva.

Alternativamente, se a prioridade for fazer férias na praia e ficar num hotel pé na areia, então nesse caso a escolha acertada só pode ser o Wefa Hotel, instalado na belíssima Praia de Bruce. A localização é imbatível (para fazer praia), os funcionários muito prestáveis e as instalações adequadas. Só precisa de se preparar para a inexplicável demora na preparação das refeições e tenho a certeza de que vai adorar o Wefa Hotel. Confesso que tive pena de não ficar mais dias na ilha de Bubaque para montar base na Praia de Bruce. Era para o Wefa que eu iria!

Ainda na Praia de Bruce, há também o Dakosta Eco Retreat, uma alternativa a considerar por quem quiser ficar junto à praia mas, por algum motivo, não apreciar o Wefa.

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Lodges onde ficar em Rubane

Onde ficar nos Bijagós: Ponta Anchaca
Vista do Ecolodge Ponta Anchaca ©Joehawkins, Creative Commons


A estrela maior da hotelaria na ilha de Rubane é, sem qualquer dúvida, o Ecolodge Ponta Anchaca. Gerido por Solange Morin, uma francesa a viver há muitos anos no arquipélago dos Bijagós, o Ponta Anchaca oferece um conjunto de cabanas sobre palafitas localizadas numa praia da “ilha sagrada de Rubane”, com luxo e exclusividade. É um hotel de charme, e seguramente um dos melhores ecolodges onde ficar nos Bijagós.

Há ainda o Bob Fishing Club Bijagós, que ao que consta tem como público alvo os muitos amantes da pesca desportiva que procuram o arquipélago.

Onde ficar em Bolama

Avenida Amílcar Cabral, Bolama
Avenida Amílcar Cabral, a principal artéria da cidade de Bolama

Antes de mais, note que, por agora, não é possível reservar qualquer hotel em Bolama nas centrais de reservas online habituais. Mas não se preocupe que tudo se resolve. Há atualmente duas pequenas pousadas onde pode ficar em Bolama – e vou tentar ajudar nesse processo.

Uma é o Hotel Gã-Muria, que estava em obras de renovação (pintura) na altura em que visitei Bolama. Fica mesmo no centro da cidade e dizem que os anfitriões são muito prestáveis. Para reservar, contacte Nguabi pelo Whatsapp +245 955777676. A outra, onde fiquei hospedado, fica um pouco mais afastada, mas pessoalmente gostei muito. Chama-se Hotel Gã-Djau e, para reservar, contacte o gerente Imba pelo por Whatsapp +245 966559084.

Abaixo, deixo link para os hotéis de Bolama no booking, para o caso de entretanto surgir alguma novidade.

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Hotéis exclusivos noutras ilhas dos Bijagós

Orango, Bijagós
Vista aérea do Parque Nacional de Orango, Bijagós ©Orango Parque Hotel

Parque Nacional de Orango

O Orango Parque Hotel está instalado em Orango Grande. Trata-se de uma ilha que juntamente com as ilhas de Meneque, Orangozinho, Canogo e Imbone forma o Parque Nacional de Orango – parte integrante da Reserva da Biosfera Bolama Bijagós. Agrada-me também a possibilidade adicional de se embrenhar verdadeiramente na cultura bijagó e nos seus matriarcados seculares, e ainda o facto do hotel estar empenhado em vários projetos com impacto social relevante nas comunidades. Por tudo isso, não tenho dúvidas em afirmar que, para o meu gosto, o Orango Parque Hotel é seguramente um dos melhores hotéis dos Bijagós.

Kéré

Quando ao Kéré Lodge, na ilha de Kéré, creio não estar muito longe da verdade ao afirmar que apela a um público amante da Natureza mas que procura férias mais tranquilas. O hotel é lindíssimo, está instalado numa envolvência inacreditavelmente bela e tranquila, e permite ainda conhecer as ilhas mais próximas, como Carache ou Caravela. Não que não haja atividades para fazer – mas parece-me ser o local ideal para descansar, ler um livro numa rede e apreciar um belo pôr-do-sol com uma bebida na mão. “Um paraíso para toda a família”, resume o hotel.

Angurman

Por fim, sobre o Angurman Ecolodge, na ilha de Angurman, tenho pouca informação porque não o incluí nas minhas pesquisas quando planeei o meu roteiro na Guiné-Bissau. Dito isto, nas palavras dos próprios, “Angurman é uma ilha deserta, coberta por uma vegetação luxuriante, rodeada de mangais e restingas de areia branca que lhe oferece inúmeras possibilidades: trilhos pedestres à volta e no interior da ilha, banhos de mar, pesca, observação de dezenas de espécies de aves (flamingos, pelicanos, garças, garças, maçaricos, águias pesqueiras, etc.), passeios de caiaque, descoberta de outras ilhas e parques nacionais, aluguer de canoas tradicionais e barcos equipados para pesca desportiva, apanha de caranguejos e mariscos”, entre outras atividades. Fica a sugestão, caso não saiba em que ilha no arquipélago dos Bijagós deve ficar hospedado.

Perguntas frequentes

Qual a melhor época para visitar os Bijagós?

Regra geral, os meses de novembro a maio são a melhor época para visitar o arquipélago dos Bijagós. São os meses mais secos do ano, altura em que as condições climatéricas são mais favoráveis para viajar no país. Na época das chuvas, a maioria dos hotéis dos Bijagós não estão sequer abertos.

Qual a melhor região para se hospedar nos Bijagós?

Na minha opinião, para o viajante independente, Bubaque é a melhor ilha para ter um cheirinho dos Bijagós, de preferência acompanhado com uma visita a Rubane. Dito isto, hotéis como Ponta Anchaca (ilha de Rubane), Kéré (ilhéu de Kéré), Orango Parque Hotel (ilha Orango Grande) e Angurman Ecolodge (ilha Angurman) são muito mais exclusivos e provavelmente mais perto da imagem preconcebida dos Bijagós.

Dica: para uma viagem imersiva na cultura bijagó, com epicentro no maravilhoso Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão, considere uma viagem a bordo da embarcação Africa Princess. Nunca fiz, mas adoraria ter essa oportunidade num futuro próximo.

No que toca à ilha de Bolama, parte integrante do arquipélago dos Bijagós mas muito perto da Guiné-Bissau continental, foi o meu local favorito de todo o arquipélago. Dito isto, ninguém visita Bolama à para fazer férias de praia num ecolodge, pelo que a opção deve ser relativizada em função do que procura na sua viagem aos Bijagós.

Qual o preço médio de um hotel nos Bijagós?

Depende muito, pelo que nem vale a pena estabelecer preços médios para o alojamento nos Bijagós. De 10.000 XOF numa pousada em Bolama a centenas de euros num ecolodge de luxo. Dada essa amplitude, não faz sentido indicar um preço médio para os hotéis dos Bijagós.

Quantos dias são necessários para visitar o arquipélago dos Bijagós?

É impossível conhecer a maioria do arquipélago em pouco tempo. Os transportes entre as ilhas são uma das principais dificuldades, pelo que muitas vezes terá de regressar a Bissau ou contratar barcos privados. Dito isto, creio que em duas semanas será possível ter muitas experiências distintas e conhecer várias das ilhas, embora nem assim poderá afirmar que conhece o arquipélago dos Bijagós.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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