Estava já em Kyoto quando me falaram da Rua Pontocho. Confesso que não tinha lido nada a respeito; mas o entusiasmo com que a descreveram foi suficiente para me convencer a visitá-la.
A Rua Pontocho é uma ruela estreita que corre paralela à margem esquerda do Rio Kamo, bem próximo do famoso bairro Gion. Há quem a considere a rua mais bonita de Kyoto; mas isso é tão subjetivo que não me atrevo a concordar. Certo é que é uma rua com muito carisma, uma atmosfera misteriosa e boa comida, a fazer lembrar o afamado Piss Alley de Tóquio (onde provei os meus primeiros yakitori no Japão). Fui explorar.
Jantar na Rua Pontocho
Quando cruzei a Rua Pontocho, de ponta a ponta, pela primeira vez, não fiquei fascinado. Ainda havia luz do dia, esbranquiçada e sem graça; muitos restaurantes estavam encerrados; não havia movimento; e, mais importante, a iluminação noturna ainda estava apagada. Não era a Pontocho que tinha imaginado. De todo.
Fui, por isso, dar mais uma volta por Gion, deixando o tempo passar enquanto percorria o bairro das gueishas de Kyoto. Estava convicto de que Pontocho ganharia outra vida com o cair da noite; e, felizmente, não me enganei.
À hora de jantar, atravessei novamente a ponte sobre o Rio Kamo e regressei à Rua Pontocho. Foi quando a magia começou.
A rua é mesmo muito estreita e a atmosfera estava, por essa altura, misteriosa. A iluminação proveniente dos candeeiros típicos da região, em tons avermelhados, amarelados ou mesmo brancos; os vultos das pessoas, ao fundo, aproximando-se como fantasmas; os odores que emanavam das cozinhas e anteviam sabores deliciosos. Tudo estava verdadeiramente encantador na Rua Pontocho.
Qual cereja no topo do bolo, por essa altura tinha já o estômago a pedir consolo. Estava no local certo.
Depois de vaguear pela Rua Pontocho e tentar ler quase todos os menus existentes à porta dos estabelecimentos, acabei por escolher um restaurante de Tonkatsu. Trata-se de um prato da culinária japonesa que andava há vários dias para provar e que consiste numa costeleta de porco panada, fatiada em pequenos pedaços e geralmente servida com repolho picado. Tal como os já referidos yakitori que provara no Piss Alley da capital, estava delicioso!
O restaurante era um espaço simples e sem luxos, cujo nome não me recordo. A comida era boa, tinha menu em inglês, o pessoal era atencioso e o ambiente normalíssimo. Consta, no entanto, que muitos restaurantes e bares são de entrada proibida para os estrangeiros. Para ser sincero, não notei nada de muito diferente daquilo que tinha encontrado na noite de Golden Gai, em Tóquio. Em Pontocho, há bares e restaurantes para todos os gostos.
De estômago reconfortado, estava prestes a abandonar a Rua Pontocho quando avistei uma maiko (aprendiz de gueisha). Foi a forma perfeita de terminar um dia intenso a visitar Kyoto e suas maravilhas.
Veja outros locais a visitar em Kyoto.
Guia prático
Onde ficar
Eu fiquei alojado num apartamento em Arashiyama, mas a maioria dos viajantes prefere ficar numa zona mais central de Kyoto; incluindo o bairro de Gion, próximo da Rua Pontocho. Entre os melhores hotéis de Kyoto encontram-se os seguintes (para diferentes orçamentos):
- Mugen ou Yadoya Manjiro – dois ryokan sobre os quais dizem maravilhas;
- Yoko and Akira Guesthouse – uma pousada boa e barata no coração de Kyoto;
- The Prime Pod – um hotel cápsula de Kyoto ultramoderno com toques de requinte (um dos melhores do Japão);
- The Pocket Hotel Kyoto Shijo Karasuma – um hotel económico e muito popular entre os viajantes independentes.
Seguro de viagem
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Adorei suas informações…
De comida japonesa apenas conheço sushi, mas sou apaixonado pela cultura oriental em geral.
Deve ser incrível a experiência de estar em um lugar como Kyoto.
Muito legal o artigo!
A rua Pontocho é linda mesmo, mas dos restaurantes que fui aí nenhum ficou no meu coração.