
Pensa visitar Kyoto e procura o que fazer na cidade? No decurso do meu roteiro no Japão, houve duas cidades pelas quais me apaixonei perdidamente: a “apetitosa” Kanazawa; e, claro, a tradicional e histórica cidade de Kyoto.
Ora, com templos como Kinkaku-ji ou Fushimi Inari, mercados como Nishiki, jardins zen como em Ryoan-ji, ruas curiosas como Pontocho, boa comida e bairros tradicionais como Gion – só para citar algumas atrações! -, a verdade é que não falta o que fazer em Kyoto durante 4 ou 5 dias ou até uma semana. Eu fiquei exatamente 5 dias; e, seguramente, não consegui ver e fazer tudo o que gostaria.
Neste artigo, partilho uma lista com as melhores atrações de Kyoto, em função do meu gosto e, naturalmente, dos lugares que fui visitar. Talvez o ajude a decidir o que visitar em Kyoto durante a sua viagem ao Japão; e a dedicar-lhe mais do que 1 ou 2 dias. Vamos a isso.
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O que visitar em Kyoto
- Mercado Nishiki
- Gion, o “bairro das geishas” de Kyoto
- Templo Ryoan-ji
- Templo Tenryu-ji
- Templo Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado)
- Templo Gio-ji
- Santuário Fushimi Inari Taisha
- Templo Kiyomizu-dera
- Floresta de Bambu
- Explorar as ruas de Arashiyama
- Templo Otagi Nenbutsu-ji
- Café % Arabica (Higashiyama)
- Jantar em Pontocho
- Comprar um kimono (em segunda mão)
- Passeio a Nara
- Mapa com o que fazer em Kyoto
- Guia para visitar Kyoto
O que visitar em Kyoto
Mercado Nishiki
Seguramente um dos melhores mercados do Japão, o Mercado Nishiki é um deleite para os sentidos.
Conhecido como a “Cozinha de Kyoto”, o Nishiki é uma longa rua comercial onde se encontram mais de uma centena de restaurantes e pequenas lojas especializadas que comercializam produtos ligados à gastronomia japonesa. De frutos do mar, sushi, pickles, doçaria e outras iguarias da região de Kyoto, a utensílios de cozinha, de tudo um pouco se encontra no mercado.
Diz-se que a maioria dos produtos vendidos no Mercado Nishiki é de origem local ou regional. Alguns vendedores permitem a prova de amostras dos seus produtos, e aproveitei esse facto para experimentar sabores até então desconhecidos.
E o melhor é que, apesar de já ser um mercado bastante turístico, ainda mantém um ambiente de certa forma tradicional. Eu adorei!
Gion, o “bairro das geishas” de Kyoto
Tido como o principal “bairro de geishas” de Kyoto, Gion é um distrito tradicional localizado no coração da cidade, com edifícios de madeira e ruas pedonais. O bairro está recheado de lojas, restaurantes e casas de chá frequentadas por geishas e maiko (aprendiz de geisha), cuja indumentária empresta um colorido inebriante às ruas de Gion.
Se possível, aventure-se para lá da rua Hanami-koji, a mais famosa de Gion, entrando em ruelas menos movimentadas mas nem por isso menos interessantes.
Tente visitar Gion ao entardecer, altura em que as luzes emprestam às ruelas um ambiente acolhedor, e as aprendizes se dirigem aos seus compromissos.
Nota: em Kyoto, as geishas são denominadas pelo termo local geiko, que significa algo como “uma mulher de arte”.
Templo Ryoan-ji
Localizado bem perto do Pavilhão Dourado, o Templo Ryoan-ji complementa na perfeição a visita à zona noroeste de Kyoto.
O Ryoan-ji, ou Templo do Dragão à Paz, é um templo zen que vale, acima de tudo, pelo seu karesansui. São, regra geral, “jardins de pedra” construídos de forma harmoniosa apenas com gravilha e rochas e, por vezes, alguns elementos verdes como relva ou pequenos arbustos. Não têm água e baseiam-se nos princípios japoneses da simplicidade, elegância e contenção.
É o caso do jardim zen do Templo Ryoan-ji. Tivesse eu mais apetência para as artes da meditação e julgo que seria o local ideal para meditar em Kyoto.
Templo Tenryu-ji
Quando fui visitar o bairro Arashiyama, não pude deixar de visitar o Templo Tenryu-ji. É, aliás, uma das atrações turísticas mais famosas de Kyoto (e um dos templos classificados como Património UNESCO no Japão).
Fui e gostei. Mas manda a honestidade dizer que senti alguma desilusão com o edifício; ou melhor, com o facto de ter pago para o ver. Isto porque havia dois bilhetes separados, um para visitar os jardins e outro para ter acesso ao interior do templo propriamente dito; mas dos jardins (belíssimos por sinal) via-se o interior do templo suficientemente bem.
Templo Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado)
É frustrante não poder entrar no edifício, mas não há como negar a distinta beleza do Templo Kinkaku-ji, popularmente conhecido por Templo do Pavilhão Dourado. Na verdade, oficialmente o templo chama-se Rokuon-ji, mas aparentemente ninguém o conhece pelo nome. Não importa.
Assim que se entra nos jardins do complexo, tidos como a representação da “terra pura de Buda neste mundo”, há um lago que separa o visitante do Kinkaku-ji. E é aí que a magia acontece. Os reflexos do templo nas águas tranquilas, apenas remexidas pelos patos nas suas atividades quotidianas, são o primeiro deleite.
Todo o pavilhão, com exceção do rés-do-chão, está coberto por uma folha de ouro puro. Dele emana um amarelo brilhante, quase incandescente, que ilumina o lago, aquece o ambiente, emociona o olhar. Assim o sol colabore – como foi o caso!
O Templo Kinkaku-ji faz parte da lista de Património Mundial no Japão e deve fazer parte de qualquer roteiro em Kyoto.
Templo Gio-ji
Como se pode ler no guia Japan Hoppers, Gio-ji “é um templo pequeno rodeado por uma floresta de bambu e musgo verde fresco e, quando o outono chega, as folhas cobrem o chão como um tapete, criando uma atmosfera relaxada e calma. Em algumas partes, existem “Janelas Yoshino”, que criam um jogo de sombras e luz para criar arco-íris e que são, por vezes, chamadas janelas arco-íris. Existe também um jardim de bambu nas proximidades e uma zona de descanso, onde se pode desfrutar de doces e chá verde”.
Apesar de não ser o mais exuberante dos templos de Kyoto, recomendo vivamente incluir o Gio-ji na lista de coisas a fazer em Kyoto. Não se arrependerá.
Santuário Fushimi Inari Taisha
Um dos ex-líbris de Kyoto, o Templo Fushimi Inari, fica no sopé do Monte Inari, já nos arredores de Kyoto, e é um dos principais santuários Xintoístas de todo o Japão. Ainda assim, é mais famoso pelos trilhos, montanha acima, ladeados por milhares de toriis vermelhos do que pelo templo propriamente dito.
Eu cheguei a Fushimi Inari com a imagem de um “túnel” de toriis vermelhos na cabeça. Segundo consta na brochura oficial, o vermelho vivo “expressa o poder de Inari Okami, o Deus das colheitas”, e é por isso muito usado nos edifícios e nos toriis dos santuários. Inari, aliás, é local de peregrinação por parte de quem busca “colheitas abundantes, prosperidade nos negócios e segurança da familia”. E turistas, claro, atraídos pela fotogenia dos toriis. Era o meu caso.
É outro dos pontos de visita obrigatória em qualquer viagem a Kyoto.
Templo Kiyomizu-dera
O Templo Kiyomizu-dera é um dos templos budistas mais visitados de Kyoto. Para mim, foi uma das maiores surpresas da cidade.
Visitei o Templo Kiyomizu-dera num dos meus últimos dias em Kyoto. Tinha estado no Fushimi Inari nessa manhã e, no regresso, segui de comboio rumo ao belíssimo distrito de Higashiyama. Na verdade, o interesse da visita a Kiyomizu-dera começa muito antes da chegada ao templo. O caminho é feito pelas ruelas íngremes e pitorescas de Higashiyama, até chegar junto ao Templo Niomon.
De negativo, apenas o circo montado por algumas falsas maiko – aprendizes de gueisha – junto ao Niomon. Eram turistas japonesas vestidas como maiko, com trajes tradicionais, o cabelo impecavelmente arranjado e a cara pintada de branco.
Para subir até ao Kiyomizu-dera propriamente dito, passei por vários outros templos de menor dimensão. Isto porque o complexo de templos é grande, com muitos edifícios dispersos, separados por espaços verdes e muitas escadas.
Finalmente lá em cima, dirigi-me ao ponto mais famoso de Kiyomizu-dera: o seu terraço de madeira. A plataforma está colocada no exterior do hall principal do templo, elevada uma boa dúzia de metros do chão, e oferece vistas incríveis sobre a cidade de Kyoto. E dizem que noutra época do ano seria ainda melhor. Na primavera e no outono as colinas em torno do Templo Kiyomizu-dera são uma explosão de cor, que não tive oportunidade de vislumbrar por ser inverno.
É, sem dúvida, um dos mais surpreendentes templos de Kyoto.
Se possível, combine a visita ao Templo Kiyomizu-dera com a exploração dos bairros Higashiyama – tradicional e fotogénico – e Gion – o bairro das gueishas de Kyoto.
Floresta de Bambu
Garantidamente um dos locais mais conhecidos de Kyoto, a floresta de bambu de Arashiyama é uma artéria pedonal transformada em outra das atrações imperdíveis na cidade.
É mais um dos locais a incluir na lista com o que fazer em Kyoto, especialmente se o conseguir visitar com pouca gente e uma leve brisa que faça as canas de bambu dançarem suavemente em seu redor. E, claro, se incluir os muitos atrativos da região de Arashiyama no seu roteiro (seria um crime ir até lá só para ver a floresta de bambu!).
Explorar as ruas de Arashiyama
No final da Floresta de Bambu, resista à tentação de voltar para trás. Arashiyama é um bairro tradicional e muito fotogénico, e não se admire se vir uma maiko – aprendiz de gueisha – a escapulir-se por entre a madeira de uma porta.
Foi o que me aconteceu, e nem queria acreditar nos meus olhos. Saiu de uma casa de madeira, caminhou uma centena de metros de forma esquiva e sem olhar à sua volta, e entrou numa outra casa tradicional. Foi um vislumbre fugaz mas marcante.
Em suma, vale a pena deixar-se perder um pouco pelas pequenas ruas do bairro e explorar sem rumo. Ou, pelo menos, prosseguir caminho até chegar ao Templo Gio-ji. Mas nunca, nunca volte para trás ao chegar ao final da Floresta de Bambu. Porque Arashiyama é muito mais do que isso.
Templo Otagi Nenbutsu-ji
Na sequência da visita a Arashiyama, deixo uma proposta completamente distinta: um templo por enquanto pouco visitado e, digamos, muito bizarro.
O Otagi Nenbutsu-ji é conhecido como o “templo das 1.200 estátuas”. As esculturas retratam os Rakan – discípulos de Buda – e são todas únicas. Foram feitas por inúmeros fiéis, em resposta ao desafio de um monge-escultor que se encarregou da reconstrução do templo.
Há caras com expressões para todos os gostos: assustadoras, queridas, bizarras, divertidas, intrigantes, misteriosas. Caminhar por entre elas é, simultaneamente, estranho e divertido. A não perder!
Café % Arabica (Higashiyama)
A % Arabica é uma rede de cafés que aposta no chamado slow coffee. Em Kyoto, especialmente a pequena loja no bairro Higashiyama, transformou-se numa espécie de local de culto entre os amantes do café na cidade.
A bebida é unanimemente considerada o melhor café de Kyoto, mas tem um sabor forte e porventura mais amargo do que está acostumado. Passe por lá e experimente.
Jantar em Pontocho
A Rua Pontocho é uma ruela estreita que corre paralela à margem esquerda do rio Kamo, bem próximo do famoso bairro Gion. Há quem a considere a rua mais bonita de Kyoto; mas isso é tão subjetivo que não me atrevo a concordar.
Certo é que é uma rua com muito carisma, uma atmosfera misteriosa e boa comida; de certa forma a fazer lembrar o afamado Piss Alley de Tóquio (onde provei os meus primeiros yakitori no Japão). Fundamental em qualquer roteiro com o que fazer em Kyoto ao final da tarde.
Comprar um kimono (em segunda mão)
Quem me lê sabe que nunca faço compras em viagem e, por isso, esta recomendação pode soar estranha. Mas, desta vez, tinha um pedido da minha filha: queria que eu lhe levasse um kimono do Japão.
Ora, como Kyoto era o último destino do meu roteiro de viagem ao Japão, deixei para aqui a missão de comprar um kimono. E acabou por ser uma experiência bem divertida.
Assim, mesmo que não tenha por objetivo comprar um kimono (até porque os preços são elevados), experimente entrar em lojas com artigos em segunda mão – não se vai arrepender.
Eu acabei por comprar um kimono numa loja de kimonos usados bem perto da estação de comboios de Arashiyama. Era um espaço pequeno, gerido por uma japonesa muito simpática e atenciosa, e com preços mais simpáticos. O curioso é que entrei na loja por mero acaso, quando tinha já desistido de comprar um kimono porque não encontrava nada a preços aceitáveis.
Passeio a Nara
Estando em Kyoto, vale a pena tirar um dia para visitar Nara, a primeira capital permanente do Japão, uma cidade pitoresca localizada a menos de uma hora de Kyoto.
E é precisamente devido a esse passado nobre que a cidade está recheada de tesouros históricos e arquitetónicos, incluindo monumentos, trilhos sagrados e alguns dos templos mais antigos do Japão. Locais como o Templo Todai-ji, o Jardim Isui-en ou o Santuário Kasuga-taisha. Tudo acompanhado de perto pela presença de veados, que circulam livremente pelo chamado Parque Nara. Imperdível!
É possível, naturalmente, ficar a dormir em Nara para aproveitar o destino após os turistas abandonarem a cidade. Por limitações de tempo, acabei por não o fazer; mas é algo que, muito provavelmente, valerá a pena.
Mapa com o que fazer em Kyoto
Guia para visitar Kyoto
Como chegar a Kyoto
A forma mais prática de chegar a Kyoto, vindo do exterior, é voar para o aeroporto internacional de Osaka, a partir de onde há comboios frequentes para Kyoto.
Caso chegue a partir de outras cidades japonesas, como Tóquio, Kanazawa ou Hiroshima, considere a compra do Japan Rail Pass para viajar de comboio em todo o país.
Onde ficar em Kyoto
Antes de mais, recomendo a leitura do texto sobre onde ficar em Kyoto, para melhor entender os diferentes bairros da cidade. Em resumo, eu fiquei alojado num apartamento em Arashiyama, mas a maioria dos viajantes prefere ficar numa zona mais central de Kyoto. E fazem bem.
Entre os hotéis mais elogiados, encontram-se o Mugen e o Yadoya Manjiro (dois ryokan maravilhosos); o Yoko and Akira Guesthouse (uma pousada boa e barata no coração de Kyoto); o The Prime Pod (um dos melhores hotéis-cápsula do Japão, ultramoderno e com toques de requinte); e o mais económico The Pocket Hotel Kyoto Shijo Karasuma, um hotel muito popular entre os viajantes independentes.
Para outras opções de hospedagem, conheça os melhores ryokans de Kyoto ou consulte o link abaixo.
Internet no Japão
Ao contrário do que possa imaginar num país tão desenvolvido como o Japão, praticamente não há wi-fi disponível. A solução mais cómoda passa por alugar um dispositivo de internet móvel (muito caro) ou, melhor ainda, comprar um eSim da Holafly para o Japão (tem 5% de desconto usando este link). Aconselho esta última opção – é muito prático e oferece dados móveis ilimitados.
Comprar eSim da Holafly para o Japão
Seguro de viagem para o Japão
Os cuidados de saúde no Japão são extremamente caros, pelo que é fundamental ter um seguro de viagem com boas coberturas para diminuir o prejuízo em caso de doença ou uma eventual hospitalização.
Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens. Tem cobertura para COVID-19, não tem limite de idade nem franquias, cobre até 1.000.000€ (um milhão) em gastos médicos e não é preciso adiantar dinheiro em consultas ou hospitalização. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos do mercado, ideais para viajar no Japão.