Procura um roteiro de viagem às Maldivas para viajar de forma independente? Pois bem, com passagem pelas ilhas Malé (atol Malé Norte), Fulidhoo e Thinadhoo (atol Vaavu), Maafushi e Gulhi (atol Malé Sul), este é um itinerário para visitar as Maldivas por conta própria, usando os lentos mas baratos ferries públicos.
Note que não é um roteiro pelas ilhas privadas onde estão os melhores resorts das Maldivas, com luxuosos bungalows sobre a águas e outras mordomias. É, sim, um roteiro que passa por várias ilhas habitadas (as chamadas “ilhas locais”), usando os barcos públicos e com um orçamento mais baixo. Sim, é possível fazer uma viagem barata nas Maldivas, evitando os preços inflacionados dos hotéis de luxo em ilhas privadas e desabitadas.
Assim, partilho neste artigo o meu roteiro nas Maldivas, dia a dia, para que possa adaptar o itinerário aos seus gostos pessoais, número de dias disponível e objetivos da viagem. E ainda sugestões dos melhores hotéis e pousadas para se hospedar em cada uma das ilhas, informações práticas sobre como se deslocar nas Maldivas e outras dicas úteis.
A terminar esta introdução, dizer que eu montei o meu roteiro nas Maldivas tendo por base os barcos disponíveis. Viajar para várias ilhas em transportes públicos é um puzzle complexo que requer paciência. Mas, pelo menos para mim, esse planeamento faz parte da viagem e é um enorme prazer. Veja as dicas para viajar nas Maldivas para mais informações úteis. E vamos então ao roteiro.
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Roteiro para visitar as Maldivas (de forma independente)
- 1.1 Dia 1 nas Maldivas: Malé
- 1.2 Dia 2 nas Maldivas: Fulidhoo
- 1.3 Dia 3 nas Maldivas: Nadar com tubarões no atol Vaavu
- 1.4 Dia 4 nas Maldivas: Dia de praia em Fulidhoo
- 1.5 Dia 5 nas Maldivas: Thinadhoo
- 1.6 Dia 6 nas Maldivas: Thinadhoo e o navio naufragado
- 1.7 Dia 7 nas Maldivas: Thinadhoo e ilha Anbara, atol Vaavu
- 1.8 Dia 8 nas Maldivas: Maafushi
- 1.9 Dia 9 nas Maldivas: Gulhi
- 1.10 Dia 10 nas Maldivas: Maafushi e voo de regresso
- 1.11 Roteiro nas Maldivas: conclusão
- 2 Mapa do roteiro de viagem nas Maldivas
- 3 Dicas para visitar as Maldivas
Roteiro para visitar as Maldivas (de forma independente)
Dia 1 nas Maldivas: Malé
Cheguei às 14:30 ao Aeroporto Internacional de Malé, cheio de curiosidade e expectativas para a viagem nas Maldivas que então se iniciava. Ainda no aeroporto, aproveitei para levantar dinheiro com o Revolut e comprar um cartão SIM da Dhiraagu (também pode comprar online e levantar à chegada), uma das duas operadoras locais – a outra é a Ooredoo.
Terminados esses afazeres, saí do terminal e apanhei o barco público que une as ilhas de Hulhulé (onde está o aeroporto) e Malé. E, depois de instalado no hotel, fui então explorar a capital das Maldivas. Eu sei que não há muito o que fazer em Malé e que a cidade é mal-amada, mas confesso que, mesmo não sendo bonita, eu gostei de a conhecer.
Explorei a marginal, passei no Parque Sultan e no adjacente Centro Islâmico; fui visitar a velha mesquita Hukuru Miskiyy (magnífica!), fui espreitar o Mercado de Peixe e o vizinho mercado de frutas e legumes, mas infelizmente o do peixe estava praticamente encerrado. O horário não permitiu visitar o Museu Nacional das Maldivas, mas em compensação deixei-me andar sem rumo a explorar alguns recantos da capital Malé.
Ainda passei no terminal de ferries de Hulhumalé (o nome confunde, mas fica na ilha de Malé!) para comprar bilhete para o barco do dia seguinte. Mas não me deixaram fazê-lo, mandando-me regressar no dia seguinte com a garantia de que haveria muitos lugares disponíveis. E, na verdade, assim foi.
Dormida: Tour Inn. Não gostei muito, mas veja onde ficar em Malé para melhores opções de hospedagem.
Dia 2 nas Maldivas: Fulidhoo
De manhã, dirigi-me ao terminal de Hulhumalé para apanhar o barco local com destino ao atol Vaatu. O meu objetivo era chegar à ilha de Fulidhoo e, três horas e meia depois de zarpar, chegava a uma das ilhas que mais queria conhecer neste roteiro de viagem às Maldivas.
Sendo uma das ilhas locais que tem registado maior crescimento turístico nos últimos anos, Fulidhoo representa o meio termo entre a tranquilidade de Thinadhoo e os excessos de Maafushi. Pelo menos por enquanto.
E assim, depois de um almoço tranquilo na pousada onde me iria hospedar, fui explorar a pequena ilha de Fulidhoo, atravessando-a de ponta a ponta até chegar ao principal objetivo da tarde: a chamada Bikini Beach, onde dei os meus primeiros banhos e fiz o primeiro snorkelling nas águas quentes e transparentes das Maldivas. Maravilhoso!
Dormida: The Mureed. Veja onde ficar em Fulidhoo para outros hotéis e pousadas da ilha.
Dia 3 nas Maldivas: Nadar com tubarões no atol Vaavu
No segundo dia em Fulidhoo decidi integrar uma pequena excursão no atol Vaavu, com o objetivo de rumar ao chamado Shark Point e nadar com tubarões. Confesso que estava com medo, apesar de saber que é muito raro haver problemas com os tubarões-lixa nas Maldivas.
Uma vez dentro de água, e apesar de ter gostado da experiência, nunca estive totalmente à vontade. Os tubarões metem mesmo muito respeito. Mas valeu a pena!
Pela negativa, não gostei de ver os guias a atirarem comida (pequenos peixes ou restos de peixe) para atrair os tubarões, e muito menos de ver o meu guia a agarrar-se a corais no fundo do mar para melhor fotografar as tartarugas no segundo ponto de paragem – um jardim de coral no atol Vaavu onde as tartarugas costumam aparecer.
Seguimos então de regresso a Fulidhoo, sendo que a tarde, após deixar passar a hora de maior calor, foi passada a desfrutar da praia.
Dormida: The Mureed. Para outras opções, veja onde ficar em Fulidhoo.
Dia 4 nas Maldivas: Dia de praia em Fulidhoo
Ao quarto dia do roteiro de viagem nas Maldivas, não tinha nenhuma atividade ou excursão planeada. A ideia era aproveitar para conhecer melhor a ilha Fulidhoo e desfrutar da excelente Bikini Beach para um dia de férias (e pouco trabalho no blogue). E assim foi.
Dormida: The Mureed. Para outras opções, conheça os melhores hotéis de Fulidhoo.
Dia 5 nas Maldivas: Thinadhoo
A expectativa era grande. O roteiro nas Maldivas entrava na fase mais aguardada da viagem: Thinadhoo. É lá que se localiza o recente e extraordinário projeto hoteleiro português de seu nome Ecoboo. Antes disso, e uma vez que o barco ainda demorava a partir, deu tempo para um último banho de mar em Fulidhoo, antes de apanhar o barco rumo à tão ansiada ilha local de Thinadhoo.
A tarde, essa, foi passada a explorar a pequena Thinadhoo – onde habitam apenas 40 pessoas locais! – e a fazer snorkelling nos recifes de coral que envolvem a ilha, até que o sol se pôs e eu continuei na água que, sem exagero, estaria a uma temperatura de 31 ou 32 graus centígrados.
Estava apaixonado por Thinadoo, numa espécie de amor à primeira vista. Será Thinadhoo a melhor ilha local das Maldivas? É impossível comparar ilhas, mas Thinadhoo tem algo especial, uma boa onda difícil de explicar. Senti-me em casa!
Dormida: No magnífico Ecoboo. Veja onde ficar em Thinadhoo para outras opções hoteleiras.
Mais um dia extraordinário neste roteiro nas Maldivas. De manhã cedo, e após um farto pequeno-almoço, fui de barco até perto da ilha Keyodhoo, a sul de Thinadhoo mas ainda no atol Vaavu, onde se encontra um barco naufragado não se sabe bem desde quando.
A região envolvente é de uma beleza estonteante que, vista do ar, ganha contornos estratosféricos – com múltiplos tons de azul que parecem irreais. Quanto ao barco naufragado propriamente dito, permite uma experiência de snorkelling diferente do habitual, não só pela magnífica visibilidade mas também porque parte do casco está acima da linha de água. Depois, fui ainda fazer sessão de snorkelling no recife ao largo da ilha Keyodhoo. Mas confesso que não me impressionou por aí além.
De tarde, tempo para desfrutar do maravilhoso Ecoboo, caminhar pela ilha de Thinadhoo e ainda ir até à Bikini Beach fazer praia. Foi um dia em cheio nesta viagem às Maldivas!
Dormida: Ecoboo Maldivas. É extraordinário, mas veja onde dormir em Thinadhoo se preferir outras opções hoteleiras.
Dia 7 nas Maldivas: Thinadhoo e ilha Anbara, atol Vaavu
Tal como nos outros dias em Thinadhoo, a manhã foi passada numa excursão para explorar as belezas do atol Vaavu. Desta feita, a ideia era rumar à ilha Anbara para fazer snorkelling e desfrutar da beleza envolvente, incluindo uma língua de areia muito fotogénica. E posso dizer que, apesar de movimento de barcos de turismo em torno da ilha, os jardins de coral em Anbara aparentam estar em bom estado de preservação, a recuperar de desastres naturais recentes como o El Niño.
Quando ao banco de areia propriamente dito, é daqueles lugares perfeitos para levantar o drone e apreciar a vista dessa perspectiva. Maravilhoso!
Depois do regresso ao Ecoboo para um saboroso almoço, a tarde foi passada na ilha Thinadhoo, alternando entre banhos de mar, dolce fare niente na pousada, trabalhar no blogue e um intervalo para uma tempestade tropical. Tudo perfeito, portanto!
Dormida: Ecoboo Boutique Hotel. Para outras pousadas da ilha veja onde ficar em Thinadhoo.
Dia 8 nas Maldivas: Maafushi
Dia de mudança radical de ambiente, naquela que seria a última etapa da minha viagem às Maldivas.
Originalmente, a ideia era apanhar o barco público que sai de Thinadhoo três vezes por semana pelas 9:00 e chega às 12:25 a Maafushi. Mas acabei por me juntar a um simpático grupo de viajantes portugueses que estavam neste dia a terminar as suas férias nas Maldivas e regressavam a Malé numa lancha rápida, e que amavelmente me deram boleia até Maafushi. E assim pude ficar a manhã em Thinadhoo, que sem surpresa se viria a revelar a minha ilha favorita nas Maldivas.
Quanto às expectativas para a visita a Maafushi, sabia bem ao que ia. A primeira ilha local a ser desenvolvida turisticamente começa a pagar o seu preço. Há prédios de sete ou oito andares e demasiados turistas para o tamanho da ilha. Há barcos que organizam festas com álcool ao largo da ilha, para contornar a proibição que vigora no país muçulmano. Mas, ainda assim, tinha mesmo de conhecer Maafushi. Era, como referido, a última etapa do meu roteiro nas Maldivas.
Em Maafushi, aproveitei para calcorrear a ilha, para desfrutar da piscina de borda infinita do hotel Kaani Palm Beach e também para planear uma excursão a Gulhi no dia seguinte. À noite, altura para mais caminhadas pelas ruas de terra batida da ilha e para jantar fora num dos muitos restaurantes de Maafushi.
E assim, a primeira impressão de Maafushi não foi tão terrível quanto eu antecipara. Mas haveria de piorar…
Dormida: Kaani Palm Beach. Para outros hotéis e pousadas veja onde ficar em Maafushi.
Dia 9 nas Maldivas: Gulhi
Um fiasco. Assim poderei classificar este dia do roteiro de viagem nas Maldivas. A minha ideia era fazer um tour que me levasse a fazer qualquer coisa na região do Atol Malé Sul. Originalmente, tinha pensado visitar a ilha de Guraidhoo, mas por algum motivo deixei-me influenciar e acabei por marcar uma excursão que parava em dois locais de snorkelling e depois na ilha Gulhi.
Ora, o que eu não sabia era que estava prestes a entrar num circo turístico – o pior que o turismo hoje em dia tem -, com incentivo do próprio guia local.
Assim, saí de Maafushi rumo ao primeiro ponto de snorkelling, ao largo da ilha, junto com um grupo de doze croatas. Logo aí, não houve briefing sobre como o quão frágeis são os recifes de coral e cuidados a ter durante a atividade. Zero. Vi vários corais serem espezinhados com as barbatanas dos turistas, e só me apetecia sair dali.
Na verdade, a preocupação do guia era apenas uma: tirar fotografias aos turistas debaixo de água (mais tarde haveria de perceber porquê). Estava sempre a chamar para uma foto, não dando espaço para as pessoas desfrutarem do snorkeling e observarem a vida marinha (o objetivo primordial do passeio). Mas o pior estava para vir.
O segundo ponto de mergulho tinha por objetivo ver raias, e eu deduzi que seria na proximidade de Gulhi. Erro crasso: o ponto de snorkelling era, na verdade, muito a norte de Malé – e não no atol Malé Sul.
Lá chegados, e enquanto um ajudante ia preparando pedaços de peixe para atirar ao mar, o guia deu as instruções: só iriam dois a dois – ou, no caso de uma família croata de cinco pessoas, poderiam ir juntos. Pensei que era para minimizar o impacto junto das raias, mas a explicação veio de seguida: “senão as fotos não ficam boas”. Foi nesse momento que decidi não participar no circo e já nem fui à água.
Depois de esperar no barco, regressamos a Sul para uma paragem de uma hora na ilha Gulhi. Deu para levantar o drone, dar um mergulho na Bikini Beach e pouco mais. Logo depois, regressava a Maafushi, não sem antes o guia pedir para o grupo se encontrar mais tarde para verem as fotografias – eram para venda, claro!
O resto do dia foi passado a descansar, a trabalhar um pouco, a passear em Maafushi e a dar mais uns mergulhos na piscina do hotel e na praia mesmo em frente.
Em suma, evitem a todo o custo as excursões dos hotéis Kaani e vejam alternativas mais conscientes. Ou, melhor ainda, talvez não seja pior escolher outras ilhas das Maldivas e não visitar Maafushi.
Dormida: Kaani Palm Beach. Para outras opções de alojamento veja os restantes hotéis de Maafushi.
Dia 10 nas Maldivas: Maafushi e voo de regresso
Viajar nas Maldivas de forma independente tem os seus condicionantes logísticos, nomeadamente em termos de transportes. À sexta-feira, por exemplo, a totalidade dos barcos lentos e a esmagadora maioria das lanchas rápidas não opera, pelo que é um péssimo dia para tentar mudar de ilha. Ainda assim, há barcos rápidos entre Maafushi e Malé, organizados pelos hotéis e pousadas de Maafushi. Foi numa dessas lanchas que, por volta das 17:00, saí da ilha rumo ao aeroporto de Malé.
Antes disso, passei a manhã e o início da tarde já em clima de fim de festa, que um súbito problema nas costas ajudou a agravar. Não consegui um late check-out, pelo que tive de deixar tudo organizado no hotel e deixar o tempo correr para as últimas horas em Maafushi.
Eram então 22:50 quando o avião da Turkish Airlines levantou voo do Aeroporto Internacional de Malé rumo a Istambul, para um último vislumbre das luzes da capital das Maldivas.
Roteiro nas Maldivas: conclusão
Confesso que estava apreensivo – iria gostar das Maldivas? -, mas surpreendeu-me positivamente. Levo o país no coração. E não senti falta de ficar num dos muitos resorts de luxo das Maldivas.
Há mais de uma década que as Maldivas não são apenas um destino para casais em lua-de-mel ou férias de luxo a dois. Não é um país barato, mas é possível viajar sem gastar uma fortuna, ficando nas ilhas locais e não nos resorts de luxo – imagem de marca das Maldivas! É isso que se prova neste roteiro de viagem às Maldivas.
Em suma, gostei do ambiente, das ilhas, das praias, dos jardins de coral, dos passeios de barco. De quase tudo – menos Maafushi, mas na verdade já sabia ao que ia. Quando me despedi de Hugo Pedrosa, o proprietário português do hotel Ecoboo, disse-lhe que haveria de voltar para umas férias com toda a família. E vou cumprir a promessa!
Pela negativa, creio que as Maldivas estão a ser vítimas do seu próprio sucesso. Pelo que vi, a generalidade dos turistas que visitam as Maldivas não está consciente do impacto que as suas férias têm nos ecossistemas locais – muito menos se os guias não derem o exemplo. Se as autoridades não implementarem rapidamente medidas restritivas para algumas zonas do país, não me admiraria se os habitats naturais – nomeadamente recifes de coral – se degradassem ainda mais rapidamente.
Mapa do roteiro de viagem nas Maldivas
Acima, encontra o mapa da minha viagem, que permite perceber visualmente o roteiro de 10 dias que fiz no país. Nunca é demais referir que a ordem da visita às ilhas foi condicionada pelos dias da semana em que há barcos públicos num determinado sentido.
Dicas para visitar as Maldivas
Para informações mais completas, veja o artigo com dicas para viajar nas Maldivas de forma independente. Em resumo:
Visto de entrada
Os cidadãos portugueses e brasileiros não necessitam de visto de turismo para visitar as Maldivas. No entanto, é obrigatório preencher uma Traveller Declaration por passageiro no site IMUGA antes do voo. Caso chegue ao aeroporto de Malé sem isso, será convidado a fazê-lo ali mesmo, e só depois poderá dirigir-se aos oficiais da fronteira. Mais vale preencher a declaração com antecedência.
Quando visitar as Maldivas
Em teoria, os meses de novembro a março são a melhor época para visitar as Maldivas, escapando à época das monções. São os meses mais secos do ano, altura em que as condições climáticas são mais favoráveis para viajar no país. A pior época das monções coincide com o verão europeu, sendo os meses de junho, julho e agosto os piores em termos climatéricos. Na prática dizem-me que nos últimos anos os meses de agosto têm sido “incríveis” para viajar nas Maldivas.
Dito isto, caso queira avistar algum animal específico num atol concreto (como, por exemplo, ver tubarões-baleia no atol Ari Sul), terá de fazer pesquisas específicas para saber os melhores meses para a sua viagem.
Quantos dias são necessários para visitar as Maldivas
As Maldivas têm dezenas e dezenas de ilhas potencialmente visitáveis, pelo que a duração da viagem depende dos objetivos da viagem. Dito isto, se o objetivo é fazer férias de praia num resort, eu diria que uma semana é mais do que suficiente. Se, ao invés, o foco do roteiro for visitar algumas ilhas locais, como eu fiz, eu diria que duas semanas será o ideal. Com esse tempo, poderá conhecer tranquilamente quatro ou cinco ilhas distintas.
Como chegar
Não há voos diretos entre Portugal e as Maldivas, mas companhias como a Emirates e a Turkish Airlines voam múltiplas vezes por semana para o Aeroporto Internacional Ibrahim Nasir. Note que o aeroporto fica localizado na Ilha de Hulhulé (e não em Malé).
Para ir do aeroporto ao centro da cidade, basta atravessar a rua à saída do terminal e apanhar um barco local para a ilha de Malé. Verá indicações de “ferry to Male” e um guichet onde pode comprar o bilhete – que custa apenas 10 MVR. Alternativamente, e desde a construção da Ponte da Amizade China – Maldivas que une as ilhas de Hulhulé e Malé, poderá também ir de táxi. Eu optei por ir de barco e recomendo (é mais barato e uma experiência mais interessante).
Como se deslocar nas Maldivas
Para quem escolhe um resort e passa lá o tempo todo, o transporte deve ser combinado diretamente com a unidade hoteleira. Pode ser em lancha rápida, em avião ou em hidroavião… ou ainda numa combinação desses meios de transporte. Voar de hidroavião não será barato, mas é seguramente uma experiência memorável.
Caso o roteiro nas Maldivas seja entre ilhas locais, aí a dificuldade de planeamento aumenta muito. Há barcos públicos na MTCC que unem Malé aos atóis várias vezes por semana em cada direção. Mas não é muito fácil combinar em tempo útil ilhas de atóis distintos (exceção feita à linha 306, que eu usei, e que liga Malé a Maafushi, Fulidhoo e Thinadhoo, entre outras).
Na verdade, o melhor conselho que posso dar é para planear a ordem da visita às ilhas locais e o tempo de permanência em cada uma em função dos horários dos barcos (sejam os barcos lentos ou as muito mais caras lanchas rápidas). Se fizer o inverso – escolher primeiro a ordem do roteiro e só depois tentar arranjar transportes -, será difícil o seu desejo bater certo com os horários dos barcos. Numa palavra, tenha flexibilidade.
Note que sexta-feira é um péssimo dia para viajar entre ilhas, já que não há barcos públicos e as lanchas rápidas são diminutas. A exceção é a ligação Malé – Maafushi, trajeto em que há lanchas em todos os dias da semana.
Dinheiro
Eu levantei rufiyaas das Maldivas no aeroporto, usando o meu cartão Revolut para poupar nas taxas. É fundamental ter algum dinheiro local, se bem que em quase todos os locais são aceites dólares norte-americanos como forma de pagamento. Note também que, no que toca aos serviços turísticos, nomeadamente hotéis e restaurantes, quase tudo se pode pagar com recurso a cartões de crédito. Não é por isso necessário levantar muito dinheiro.
Hotéis e resorts nas Maldivas
Caso queira conhecer os resorts das ilhas privadas, veja o artigo sobre onde ficar nas Maldivas (melhores resorts). Estou certo que vai ajudar a definir o roteiro. Quando às ilhas habitadas, aqui ficam as principais sugestões de hospedagem.
Onde ficar em Malé
Eu fiquei no Tour Inn porque me pareceu o mais indicado, mas honestamente não apreciei o conceito. Melhor opção tinha sido o quatro estrelas Samann Grand (onde fica o restaurante The Cloud) ou o Hotel Flora, ambos muito bem localizados no coração de capital. De resto, o novíssimo The Hive Beach Hotel promete transformar-se num dos melhores hotéis de Malé em termos de relação qualidade / preço.
Por fim, considere o excelente e mais caro Sala Boutique Hotel, de quatro estrelas, que providencia transfer gratuito desde o aeroporto.
Dito isto, caso decida pernoitar em Malé recomendo também a leitura do artigo sobre onde ficar em Malé. Trata-se de um texto onde mostro os melhores hotéis para pernoitar na capital das Maldivas e explico a diferença entre montar base em Malé e Hulhulé. Para outras opções de hospedagem em Malé, pode também espreitar o link abaixo.
Onde ficar em Maafushi
Os hotéis mais populares de Maafushi são os vizinhos Kaani Palm Beach e Arena Beach Hotel. São enormes, ao estilo resort, com refeições buffet e localização imbatível junto à Bikini Beach. Eu fiquei no Kaani Palm Beach e, apesar de ser muito bom, confesso que não é de todo o meu estilo de hotel.
Não muito longe, o Triton Prestige Seaview & Spa e o Sunrise Beach são outros dos melhores hotéis de Maafushi.
Num registo mais intimista, não deixe de consultar as guesthouses Rehendhi Villa e Island Ambience – este último tinha sido a minha escolha de hotel onde ficar em Maafushi mas, por algum motivo, troquei para o Kaani à última hora. Mas fiz mal! Dentro do mesmo género, não deixe de ver o Kuredhi Beach Inn e o Maladiwa Beach & Spa.
Por fim, duas pousadas locais e muito elogiadas são a Merijaan Maldives e a Lagoona Sunset. Ficará bem hospedado em qualquer uma delas. Para outras opções de hospedagem, veja o artigo sobre onde ficar em Maafushi, com todas as dicas dos melhores hotéis onde se hospedar na mais turística ilha das Maldivas. Ou pesquise as alternativas hoteleiras no link abaixo.
Onde ficar em Fulidhoo
Eu fiquei numa pousada gerida por habitantes locais chamada The Mureed, principalmente porque gostei muito dos acabamentos em betão armado. Por um pequeno valor adicional, a pousada inclui todas as refeições, e foi essa a minha escolha.
Alternativamente, a guesthouse Thundi Sea View é uma pousadinha pé na areia muito boa, tal como a moderna Luau Beach Inn – seguramente um dos melhores hotéis de Fulidhoo -, e ainda as muito elogiadas pousada Kinan Retreat, a guesthouse Island Break e o hotel Seena Inn. Ficará bem hospedado em qualquer um deles. Para outras opções de hospedagem recomendo a leitura do artigo sobre onde ficar em Fulidhoo, ou espreite o link abaixo.
Onde ficar em Thinadhoo
Recomendo sem reservas o Ecoboo Maldivas, gerido por uma dupla de portugueses, e com uma proposta assente em princípios de sustentabilidade ambiental muito vincados. Parece-me fundamental em qualquer roteiro de viagem às Maldivas focado nas ilhas locais.
Caso o Ecoboo esteja lotado e não for possível alterar a data da viagem, não deixe ainda assim de visitar Thinadhoo. Nesse caso, atente no Thari Fushi, vizinho do Ecoboo, que me pareceu uma opção muitíssimo agradável. Ou então, noutro registo, o maior hotel de Thinadhoo chama-se Plumeria e é uma das hospedagens mais populares da ilha e outro dos melhores hotéis onde ficar em Thinadhoo.
De resto, recomendo a leitura do artigo sobre onde ficar em Thinadhoo, onde explico as melhores pousadas e hotéis com melhor relação qualidade / preço da ilha.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.