Procura dicas essenciais para viajar nas Maldivas de forma independente? Com as recentes mudanças no paradigma turístico das Maldivas, o arquipélago deixou de ser um destino exclusivamente focado nos casais em lua-de-mel que pretendem ficar nos fantásticos resorts de luxo das Maldivas. O país está agora cada vez mais preparado para receber viajantes independentes que preferem pernoitar em pequenas guesthouses familiares instaladas em ilhas habitadas, outrora vedadas ao turismo.
É hoje possível viajar de forma relativamente barata nas Maldivas, assim o turista dispense as mordomias dos bungalows sobre a água dos resorts mais exclusivos e não se importe de viajar entre as ilhas a bordo dos dhoni, os tradicionais barcos das Maldivas.
Nesse sentido, e no rescaldo de uma viagem recente a várias ilhas locais, eis um conjunto de dicas das Maldivas que, com toda a certeza, vão ajudar no planeamento da sua própria viagem. São, por assim dizer, dicas para viajar de forma independente nas Maldivas.
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Dicas para viajar nas Maldivas
- 1.1 Quando visitar as Maldivas
- 1.2 Visto de entrada
- 1.3 Quantos dias são necessários para visitar as Maldivas
- 1.4 Como chegar
- 1.5 Dinheiro
- 1.6 Quanto custa viajar nas Maldivas?
- 1.7 Como escolher as ilhas e atóis a visitar
- 1.8 Como se deslocar nas Maldivas (transportes entre as ilhas)
- 1.9 Comunicações (telefone e internet)
- 1.10 Álcool nas Maldivas
- 1.11 Onde ficar nas Maldivas
- 1.12 Seguro de viagem
Dicas para viajar nas Maldivas
Quando visitar as Maldivas
Em teoria, os meses de novembro a março são a melhor época para visitar as Maldivas, escapando à época das monções. São os meses mais secos do ano, altura em que as condições climáticas são mais favoráveis para viajar no país. A pior época das monções coincide com o verão europeu, sendo os meses de junho, julho e agosto os piores em termos climáticos. Na prática dizem-me que nos últimos anos os meses de agosto têm sido “incríveis” para viajar nas Maldivas.
Dito isto, caso queira avistar algum animal específico num atol concreto (como, por exemplo, ver tubarões-baleia no atol Ari Sul), terá de fazer pesquisas específicas para saber os melhores meses para a sua viagem.
Visto de entrada
Os cidadãos portugueses e brasileiros não necessitam de visto de turismo para visitar as Maldivas. No entanto, é obrigatório preencher uma Traveller Declaration por passageiro no site IMUGA, durante as 96 horas que antecedem o voo. Caso chegue ao aeroporto de Malé sem isso, será convidado a fazê-lo ali mesmo, e só depois poderá dirigir-se aos oficiais da fronteira. Mais vale preencher a declaração com antecedência.
Note que terá de preencher a mesmíssima declaração antes de sair das Maldivas.
Quantos dias são necessários para visitar as Maldivas
As Maldivas têm dezenas e dezenas de ilhas potencialmente visitáveis, pelo que a duração da viagem depende dos objetivos da mesma. Se o objetivo é fazer férias de praia num resort, eu diria que uma semana é mais do que suficiente. Se, ao invés, o foco do roteiro for visitar algumas ilhas locais, como eu fiz, eu diria que duas semanas será o ideal. Com esse tempo, poderá conhecer tranquilamente quatro ou cinco ilhas distintas.
Como chegar
Não há voos diretos entre Portugal e as Maldivas, mas companhias aéreas como a Emirates ou a Turkish Airlines voam múltiplas vezes por semana para o Aeroporto Internacional Ibrahim Nasir. Note que o aeroporto fica localizado na ilha de Hulhulé (e não em Malé).
Para ir do aeroporto ao centro da cidade, basta atravessar a rua à saída do terminal e apanhar um barco local para a ilha de Malé. Verá indicações de “ferry to Male” e um guichet onde pode comprar o bilhete – que custa apenas 10 MVR. Alternativamente, e desde a construção da Ponte da Amizade China – Maldivas que une as ilhas de Hulhulé e Malé, poderá também ir de táxi. Eu optei por ir de barco e recomendo (é mais barato e uma experiência mais interessante).
Dinheiro
Eu levantei rufiyaas das Maldivas no aeroporto, usando o meu cartão Revolut para poupar nas taxas. É fundamental ter algum dinheiro local, se bem que em quase todos os locais são aceites dólares norte-americanos como forma de pagamento.
Note também que, no que toca aos serviços turísticos, nomeadamente hotéis e restaurantes, quase tudo se pode pagar com recurso a cartões de crédito. Não é por isso necessário levantar muito dinheiro.
Quanto custa viajar nas Maldivas?
Esta é, literalmente, a pergunta do milhão de dólares. Mas a resposta é, naturalmente, depende. Porque, como disse, é possível viajar de forma relativamente económica nas Maldivas.
Ou seja, o orçamento da viagem às Maldivas depende do tipo de ilhas que escolher visitar. Prefere ilhas locais habitadas e não se importa de ficar em pequenas guesthouses? Ou quer mesmo descansar em ilhas privadas onde se encontram os luxuosos resorts das Maldivas? Objetivamente, as experiências numas e noutras serão completamente distintas – tal como o orçamento da viagem.
Quer isto dizer que o orçamento da sua viagem depende essencialmente do tipo de viagem que pretende fazer nas Maldivas. Em resumo, à pergunta “Quanto custa viajar nas Maldivas?” eu responderia da seguinte forma, tendo em conta valores médios de alojamento e transportes, e considerando um casal a dividir um quarto.
- Orçamento de até 80€/dia por pessoa. Permite viajar nas Maldivas de forma independente, ficando em ilhas locais e usando os transportes públicos, com refeições em restaurantes baratos. Ideal para mochileiros e jovens de espírito.
- Orçamento de até 150€/dia por pessoa. Permite viajar nas Maldivas ficando a maior parte do tempo em ilhas locais, mas deixando dois ou três dias para conhecer um resort de gama média. Poderá ocasionalmente usar as lanchas rápidas para se movimentar entre ilhas, mas a prioridade será dada aos transportes locais. Ideal para viajantes independentes que querem conhecer ambas as vertentes das Maldivas.
- Orçamento de até 300€/dia por pessoa. Permite ficar num resort médio não muito distante de Malé, caso consiga reservar com muita antecedência – embora sem chegar de hidroavião. Alternativamente, pode ficar uma semana no maravilhoso ecoresort Ecoboo, gerido por portugueses e instalado na ilha local de Thinadhoo [veja o artigo e leia sobre o Pack Experience do Ecoboo]. Ideal para quem prefere fazer férias num só lugar e gosta de algum conforto.
- Orçamento de +500€/dia por pessoa. Para quem pretende vivenciar o luxo dos melhores resorts das Maldivas, chegar de hidroavião e ficar hospedado numa water villa sobre a água do mar, cada pessoa precisará de muitas centenas de euros por dia. Há villas que chegam a custar vários milhares de euros por noite, mas com antecedência e estando atento às promoções – e especialmente viajando fora da época alta – podem conseguir-se excelentes negócios. Ideal para quem quer o melhor e não se importa de pagar por isso.
Em suma, não há uma resposta única, pelo que conte gastar entre 80€ e 2.000€ por dia, em função das suas escolhas.
Como escolher as ilhas e atóis a visitar
Montar um roteiro de viagem nas Maldivas não é tarefa fácil.
Quer dizer, se escolher um resort e passar lá a totalidade das suas férias, aí a dificuldade é mínima – basta escolher o resort das Maldivas preferido e depois eles ajudam com os transportes.
Mas, no caso de querer conhecer várias ilhas locais durante a viagem, aí terá de coordenar a mudança de ilha com os horários dos barcos existentes, sejam eles os ferries públicos ou as lanchas rápidas.
Dito isto, para uma primeira viagem por ilhas locais nas Maldivas, recomendo vivamente que aposte nos atóis Malé Sul e Vaavu, pela facilidade e frequência de transportes. Foi exatamente isso que eu fiz, pela seguinte ordem: Malé – Fulidhoo – Thinadhoo – Maafushi. Em termos de experiência, caso consiga coordenar horários, talvez seja melhor deixar o melhor para o fim e fazer Malé – Maafushi – Fulidhoo – Thinadhoo. Dessa forma, a viagem será em contínuo crescendo!
Outro dos atóis mais procurados é o atol Alif Alif, que combina a parte norte do atol Ari, o pequeno atol Rasdhukuramathi e a ilha isolada de Thodhoo. Inclui ilhas como Ukulhas, Dhigurah, Maalhos, Fenfushi e Mahibadhoo, ilhas locais que em tempos assinalei para uma possível viagem às Maldivas.
De resto, o atol Ari Sul e o atol Baa são também aconselháveis pela abundante vida selvagem, nomeadamente a presença de tubarões-baleia e mantas gigantes.
Para mergulho, falaram-me muito bem da ilha Fuvahmulah, localizada no extremo sul do país e mundialmente famosa entre os amantes de mergulho. Ao largo de Fuvahmulah é possível observar tubarões-tigre, tubarões-martelo, mantas gigantes e muitos outros peixes pelágicos.
Como se deslocar nas Maldivas (transportes entre as ilhas)
Para quem escolhe um resort e passa lá o tempo todo, o transporte deve ser combinado diretamente com a unidade hoteleira. Pode ser em lancha rápida, em avião ou em hidroavião… ou ainda numa combinação desses meios de transporte. Voar de hidroavião não será barato, mas é seguramente uma experiência memorável.
Caso o roteiro nas Maldivas seja entre ilhas locais, aí a dificuldade de planeamento aumenta muito. Há barcos públicos na MTCC que unem Malé aos atóis várias vezes por semana em cada direção. Mas não é muito fácil combinar em tempo útil ilhas de atóis distintos (exceção feita à linha 306, que eu usei, e que liga Malé a Maafushi, Fulidhoo e Thinadhoo, entre outras).
Na verdade, o melhor conselho que posso dar é planear a ordem da visita às ilhas locais, e o tempo de permanência em cada uma, em função dos horários dos barcos (sejam os barcos lentos ou as muito mais caras lanchas rápidas). Se fizer o inverso – escolher primeiro a ordem do roteiro e só depois tentar arranjar transportes -, será difícil o seu desejo bater certo com os horários dos barcos. Numa palavra, tenha flexibilidade.
Note que sexta-feira é um péssimo dia para viajar entre ilhas, já que não há barcos públicos e as lanchas rápidas são diminutas. A exceção é a ligação Malé – Maafushi, trajeto em que há lanchas em todos os dias da semana.
Comunicações (telefone e internet)
Há duas empresas de telecomunicações nas Maldivas, com rede na esmagadora maioria das ilhas habitadas das Maldivas. São elas a Ooredoo e a Dhiraagu. Eu comprei um cartão SIM da Dhiraagu à chegada ao Aeroporto Internacional de Malé, mas também pode comprar online e levantar o cartão à chegada. Custou-me 35 USD com 17 GB de dados para gastar, mas há uma opção a 50 USD com 100 GB de dados.
Alternativamente, cada vez mais pessoas usam eSIM, cartões virtuais pré-pagos que permitem ter acesso à rede móvel mal chega ao país, sem necessidade de comprar qualquer cartão SIM. Só não usei esta solução porque estou a usar um telemóvel muito, muito antigo que não é compatível com a tecnologia. Mas a maioria dos telefones atuais é compatível (veja a lista de telefones compatíveis).
Entre as empresas que oferecem cartões eSIM pré-pagos, recomendo a Airalo. No caso das Maldivas, a Airalo tem os seguintes pacotes, fornecidos pela Ooredoo:
- 35 USD, com 17 GB de dados, válido para 30 dias
- 50 USD, com 30 GB de dados, válido para 30 dias
Para quem não quer perder tempo à chegada, os cartões eSIM pré-pagos são a melhor opção!
Álcool nas Maldivas
Não pode levar álcool para as Maldivas, mesmo se comprado no duty free no aeroporto, antes de embarcar rumo às Maldivas. As garrafas serão apreendidas à chegada e perderá imenso tempo na alfândega por causa disso. Não vale a pena.
Isto porque a religião oficial das Maldivas é o Islão e, portanto, a venda e o consumo de álcool são proibidos. A diferença para outros destinos é que a proibição aplica-se não só à população local mas também aos turistas.
Na verdade, salvo algumas exceções, não é possível comprar álcool nas Maldivas, porque não é vendido em lojas. As únicas exceções são os resorts localizados em ilhas privadas e alguns bares flutuantes (ao largo de Maafushi, por exemplo), onde é possível tomar uma bebida alcoólica a preços elevados.
Onde ficar nas Maldivas
Caso pretenda umas férias de luxo numa ilha privada, veja o artigo sobre os melhores resorts das Maldivas, onde partilho uma seleção dos resorts mais espetaculares para uma estadia inesquecível – a dois ou em família. Estou certo de que encontrará um ao seu gosto!
Caso pretenda ficar em ilhas habitadas e fazer uma viagem mais barata e em contacto com a população (mas menos luxo), estou certo que este artigo vai ajudar a definir o roteiro nas Maldivas; mas, em resumo, eis as principais sugestões nas ilhas de Malé, Maafushi, Fulidhoo e Thinadhoo.
Onde ficar em Malé
Eu fiquei no Tour Inn porque me pareceu o mais indicado, mas honestamente não apreciei o conceito. Melhor opção teria sido o quatro estrelas Samann Grand (onde fica o restaurante The Cloud) ou o Hotel Flora, ambos muito bem localizados no coração da capital. De resto, o novíssimo The Hive Beach Hotel promete transformar-se num dos melhores hotéis de Malé em termos de relação qualidade/preço.
Por fim, considere o excelente e mais caro Sala Boutique Hotel, de quatro estrelas, que providencia transfer gratuito desde o aeroporto.
Dito isto, caso decida pernoitar em Malé, recomendo também a leitura do artigo sobre onde ficar em Malé. Trata-se de um texto em que mostro os melhores hotéis para pernoitar na capital das Maldivas e explico a diferença entre montar base em Malé e Hulhulé. Para outras opções de hospedagem em Malé, pode também espreitar o link abaixo.
Onde ficar em Maafushi
Os hotéis mais populares de Maafushi são os vizinhos Kaani Palm Beach e Arena Beach Hotel. São enormes, ao estilo resort, com refeições buffet e localização imbatível junto à Bikini Beach. Eu fiquei no Kaani Palm Beach e, apesar de ser muito bom, confesso que não é, de todo, o meu estilo de hotel.
Não muito longe, o Triton Prestige Seaview & Spa e o Sunrise Beach são outros dos melhores hotéis de Maafushi.
Num registo mais intimista, não deixe de consultar as guesthouses Rehendhi Villa e Island Ambience – este último tinha sido a minha escolha de hotel onde ficar em Maafushi mas, por algum motivo, troquei para o Kaani à última hora. Mas fiz mal! Dentro do mesmo género, não deixe de ver o Kuredhi Beach Inn e o Maladiwa Beach & Spa.
Por fim, duas pousadas locais e muito elogiadas são a Merijaan Maldives e a Lagoona Sunset. Ficará bem hospedado em qualquer uma delas. Para outras opções de hospedagem, veja o artigo sobre onde ficar em Maafushi, com todas as dicas dos melhores hotéis onde se hospedar na mais turística ilha das Maldivas. Ou pesquise as alternativas hoteleiras no link abaixo.
Onde ficar em Fulidhoo
Eu fiquei numa pousada gerida por habitantes locais chamada The Mureed, principalmente porque gostei muito dos acabamentos em betão armado. Por um pequeno valor adicional, a pousada inclui todas as refeições, e foi essa a minha escolha.
Alternativamente, a guesthouse Thundi Sea View é uma pousadinha pé na areia muito boa, tal como a moderna Luau Beach Inn – seguramente um dos melhores hotéis de Fulidhoo -, e ainda as muito elogiadas pousada Kinan Retreat, guesthouse Island Break e o hotel Seena Inn. Ficará bem hospedado em qualquer um deles. Para outras opções de hospedagem recomendo a leitura do artigo sobre onde ficar em Fulidhoo, ou espreite o link abaixo.
Onde ficar em Thinadhoo
Recomendo sem reservas o Ecoboo Maldives, gerido por uma dupla de portugueses, e com uma proposta assente em princípios de sustentabilidade ambiental muito vincados. Parece-me fundamental em qualquer roteiro de viagem às Maldivas focado nas ilhas locais.
Caso o Ecoboo não tenha disponibilidade e não for possível alterar a data da viagem, não deixe ainda assim de visitar Thinadhoo. Nesse caso, atente no Thari Fushi, vizinho do Ecoboo, que me pareceu uma opção muitíssimo agradável. Ou então, noutro registo, o maior hotel de Thinadhoo chama-se Plumeria e é uma das hospedagens mais populares da ilha e outro dos melhores hotéis onde ficar em Thinadhoo.
De resto, recomendo a leitura do artigo sobre onde ficar em Thinadhoo, onde indico as melhores pousadas e hotéis com melhor relação qualidade/preço da ilha.
Seguro de viagem
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