
Está a pensar visitar a ilha Fulidhoo, nas Maldivas? Recentemente tive oportunidade de viajar até Fulidhoo, no atol Vaavu, e posso garantir que é um excelente destino de viagem. Uma ilha tranquila, a meio caminho entre o charme de Thinadhoo e os excessos turísticos de Maafushi.
Se procura o que fazer em Fulidhoo, saiba que não há muitas atividades no interior da ilha. Mas, felizmente, desde nadar com tubarões até observar tartarugas, golfinhos e recifes de coral, não falta o que ver ou fazer no atol Vaavu.
Para ajudar o turismo, há um número razoável de pequenas pousadas e as grandes cadeias hoteleiras ainda estão – felizmente! – longe da ilha. Consta, no entanto, que estão aprovados vários prédios de sete ou oito andares voltados para o turismo, pelo que temo bem que Fulidhoo se torne na próxima Maafushi. É ir enquanto é tempo!

Assim, eis algumas dicas e sugestões para visitar Fulidhoo, ilha estrategicamente localizada no extremo norte do atol Vaavu, nas Maldivas. É, sem qualquer dúvida, uma das ilhas habitadas mais vibrantes do atol Vaavu. Vamos a isso.
Ilha Fulidhoo, Maldivas
A viagem de barco para Fulidhoo

No meu roteiro de viagem às Maldivas tinha tudo planeado em função dos dias e horários dos barcos públicos. A minha ideia era apanhar o ferry no terminal marítimo em Malé de manhã, com destino a Fulidhoo, numa viagem que demoraria um pouco mais de três horas. E assim foi.
No barco estavam maioritariamente habitantes locais e muitas mercadorias, mas também um ou outro turista que se deslocava para Maafushi. Ao longo da lenta viagem a bordo de um dhoni – os barcos tradicionais das Maldivas! -, que encarei como um passeio, fomos percorrendo o atol Malé Sul com paragem em Maafushi para a saída de alguns passageiros.
Deu imediatamente para ver os prédios que moldam a paisagem de Maafushi, ilha que deixei para o final do meu itinerário. Mas, como seria Fulidhoo?, pensei. Será que o turismo tinha já tomado conta de Fulidhoo?
Quando o dhoni atracou finalmente em Fulidhoo, estava um pouco apreensivo. Mas rapidamente me apercebi que não, a ilha de Fulidhoo vive naquele meio termo confortável. Nem demasiado turístico, nem demasiado isolado. Pelo menos por enquanto.
A povoação de Fulidhoo

A povoação de Fulidhoo ocupa a quase totalidade da pequena ilha. Depois de me instalar no bem conseguido The Mureed, fui então conhecer a ilha. Percorri-a na totalidade, caminhando entre as duas Bikini Beach que assinalam as extremidades de Fulidhoo, explorando a pequena povoação.
As ruelas são de areia, há três pequenos restaurantes locais, algumas pequenas mercearias e uma lojinha com algumas lembranças. Visitar Fulidhoo de ponta a ponta é coisa para demorar não mais do que dez minutos. Devagar.
Mas havia qualquer coisa em Fulidhoo que a tornava muito agradável. Talvez seja esse equilíbrio entre o turismo e a vida local. Não sei explicar, mas gostei de Fulidhoo (não tanto como de Thinadhoo, mas isso é outra história!).
Tomar banho na Bikini Beach

Atividade indispensável na ilha Fulidhoo é ir a banhos na Bikini Beach East, a melhor das duas praias abertas aos turistas. As águas são tépidas e incrivelmente transparentes; e estão cheias de cardumes de pequenos peixes. Um deleite, portanto!
Foi o primeiro local onde fiz snorkelling nas Maldivas – o meu primeiro contacto com as águas quentes do país. O recife estava um pouco afastado do areal, mas deu ainda assim para observar muitos peixes e alguns corais coloridos. Foi uma bela introdução para o que viria a seguir!

Nota: sendo as Maldivas um país muçulmano, existem restrições de vestuário que é preciso respeitar nas ilhas habitadas. Nesse sentido, os turistas só podem tomar banho de fato de banho ou biquini nas chamadas Bikini Beach de cada ilha. E isso quer dizer que não se pode caminhar pela povoação de biquini. Respeite. Não seja um daqueles turistas mal-educados e desrespeitadores dos costumes do país que o está a receber.
Nadar com tubarões no shark point

Dada a proximidade geográfica com o chamado Shark Point, uma das atividades a fazer em Fulidhoo é, sem dúvida, nadar com tubarões. Confesso que estava com medo, apesar de saber que é muito raro haver problemas com os tubarões-lixa nas Maldivas. Uma vez dentro de água, e apesar de ter gostado da experiência, nunca estive totalmente à vontade. Os tubarões metem mesmo muito respeito. Mas valeu a pena!
Pela negativa, não gostei de ver os guias a atirarem comida (pequenos peixes ou restos de peixe) para atrair os tubarões, e muito menos de ver o meu guia a agarrar-se a corais no fundo do mar para melhor fotografar as tartarugas no segundo ponto de paragem – um jardim de coral no atol Vaavu onde as tartarugas costumam aparecer e de que falo de seguida.
Observar tartarugas num jardim de coral

Não muito longe do Shark Point, ainda no atol Vaavu, há um local muito frequentado por tartarugas. “As chances de vermos tartarugas é de 100%”, resumiu o guia ainda na embarcação. E assim foi. Não foi a primeira vez que nadei com tartarugas, mas há qualquer coisa naquele animal que faz com que seja sempre uma situação especial. É sempre um prazer enorme estar perto delas.
Pela negativa, como disse, não gostei de ver o meu guia agarrar-se a corais no fundo do mar para melhor fotografar as tartarugas. Totalmente desapropriado.
Passeio de caiaque ou stand-up paddle

Mas não é preciso sair de barco para longe para passar bons momentos em Fulidhoo. Além da praia, há a possibilidade de fazer pequenos passeios de caiaque ou stand up paddle. Foi o que fiz numa das manhãs dedicadas a visitar Fulidhoo, antes de mudar de ilha.
Uma experiência que recomendo vivamente, mas com cautelas – as águas são genericamente tranquilas, mas há que estar atento às correntes traiçoeiras. Não facilite!
Observar raias e tubarões no cais de Fulidhoo

Todos os dias, dezenas de raias e tubarões-lixa aproximam-se do cais marítimo de Fulidhoo. Consta que o fazem porque, ao longo dos tempos, os habitantes locais foram-nos alimentando com restos de peixe, habituando-os àquela rotina.
Desconheço se a história é verdadeira, mas não há dúvida de que os animais continuam a aproximar-se do areal. E por ali ficam, nas águas pouco profundas, proporcionando um espetáculo grandioso.
O futuro de Fulidhoo
Conhecedores das Maldivas avisam que Fulidhoo será a próxima Maafushi. Garantiram-me que estão já aprovados projetos para prédios de sete ou oito andares, que darão lugar a hotéis de grande dimensão numa ilha tão pequena como Fulidhoo.
A concretizar-se, será o fim da tranquilidade que a ilha ainda oferece. Estarão criadas as condições ideais para uma perigosa expansão do turismo massificado (atualmente concentrado na ilha Maafushi) para o santuário natural que dá pelo nome de atol Vaavu. Será uma pena para todo o ecossistema.
Dicas para visitar Fulidhoo
Quando visitar as Maldivas
Regra geral, os meses de novembro a março são a melhor época para visitar as Maldivas, escapando à época das monções. São os meses mais secos do ano, altura em que as condições climáticas são mais favoráveis para viajar no país. A época das chuvas coincide com o verão europeu, sendo os meses de junho, julho e agosto, regra geral, os piores em termos climáticos. Ou seja, em teoria não é de todo a melhor época para visitar Fulidhoo. Na prática, dizem-me que os últimos meses de agosto têm sido “incríveis” nas Maldivas.
Como chegar a Fulidhoo
Estando em Malé, a forma mais barata de chegar a Fulidhoo é usando o ferry público da MTCC que liga a capital ao atol Vaavu, na rota Malé – Maafushi – Fulidhoo – Thinadhoo – Felidhoo – Keyodhoo – Rakeedhoo.
Regra geral, o barco parte do Hulhumale Terminal, em Malé, aos domingos, terças e quintas-feiras pelas 10:00 da manhã. E, no sentido inverso, parte de Fulidhoo para Malé aos sábados, segundas e quartas-feiras pelas 10:45. O preço da viagem Malé – Fulidhoo é de apenas 53 MVR por pessoa (abril de 2023). Pela negativa, a viagem demora três horas e dez minutos, já que é feita num dhoni, os barcos tradicionais das Maldivas.
Alternativamente, se procura maior comodidade, saiba que há barcos rápidos duas vezes por dia, que demoram apenas uma hora e custam 40 USD por pessoa. Veja mais detalhes no muito informativo Atoll Transfer.
Onde ficar em Fulidhoo
Antes de mais, recomendo a leitura do artigo sobre onde ficar em Fulidhoo, em que explico as melhores regiões da ilha para pernoitar e os hotéis com melhor relação qualidade/preço da ilha.
Em resumo, eu fiquei numa pousada gerida por habitantes locais chamada The Mureed, principalmente porque gostei muito dos acabamentos em betão armado. Por um pequeno valor adicional, a pousada inclui todas as refeições, e foi essa a minha escolha.
Alternativamente, a guesthouse Thundi Sea View é uma pousadinha pé na areia muito boa, tal como a moderna Luau Beach Inn – seguramente um dos melhores hotéis de Fulidhoo -, e ainda as muito elogiadas pousada Kinan Retreat, guesthouse Island Break e o hotel Seena Inn. Ficará bem hospedado em qualquer um deles. Para outras opções de hospedagem em Fulidhoo, espreite o link abaixo.
Gastronomia e onde comer
Numa ilha tão pequena, as opções de restaurantes não são muitas. Além das pousadas que servem as próprias refeições, como a The Mureed e outras, há pelo menos um restaurante local que me pareceu interessante. Chama-se Shells e fica na rua principal de Fulidhoo. Conte encontrar muito peixe no menu.
Seguro de viagem
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