O primeiro dia do meu safari na Tanzânia contemplava um game drive no Parque Nacional do Lago Manyara. E assim, saindo de Arusha de manhã cedo, passámos por Kisongo (tem um mercado local interessante) e Makuyuni, onde Kennedy – o nosso guia – virou o jipe em direção a Mto wa Mbu e à entrada do parque.
O Lago Manyara está localizado sob as falésias da escarpa Manyara, junto ao Vale do Rift, e tem fama de ser um parque natural onde os leões sobem às árvores; embora, ao que consta, isso pertence ao passado. Haveria de presenciar esse espetáculo, sim, dias mais tarde… nas planícies no Serengeti.
Além disso, o Parque Nacional do Lago Manyara tem a particularidade de ter habitats muito distintos numa área relativamente reduzida. E isso oferece aos visitantes grande diversidade em termos de vida selvagem; especialmente no que toca às aves (foram já registadas mais de 400 espécies de pássaros no parque). E com fácil acesso.
A minha visita ao Parque Nacional do Lago Manyara
Poucos minutos depois de entrarmos no parque, vimos algumas dezenas de babuínos. Haveríamos de ter tempo de nos “fartar” dos babuínos mas, nesse primeiro encontro, acabámos por parar a observá-los.
Durante algumas horas, avistámos muitas aves, macacos, zebras, gnus, girafas e um grande grupo de elefantes que detetámos em andamento, não muito longe da estrada de terra batida do parque.
Prevendo o seu comportamento, avançámos até ao local onde com alguma probabilidade iriam atravessar… e Kennedy desligou o motor, à espera. Ao nosso lado, havia um charco de lama; e, pouco depois, ali estavam eles a tomar banho de lama, a poucos metros do jipe. Foi um momento extraordinário.
Mais tarde, voltaríamos a estar com um grupo de elefantes durante muito tempo mas, durante o safari no Lago Manyara, a verdade é que não faltaram animais. Antílopes, uma manada de búfalos, muitas aves: colhereiros (uma ave cujo bico parece uma colher), cegonhas e os sempre aperaltados grou-coroado-oriental, por exemplo. Dizem, aliás, que a região do Lago Manyara é uma espécie de paraíso para os amantes do bird watching; e, pelo que vi, não me custa imaginar que isso seja mesmo verdade.
Tudo somado, para primeiro dia de safari, o Lago Manyara foi uma boa introdução. Seguramente não tão espetacular como o Serengeti ou Ngorongoro, mas ainda assim valeu a pena. Foi um prenúncio para seis dias extraordinários.
No regresso, Kennedy sugeriu visitar uma aldeia maasai antes de recolhermos ao lodge. Foi uma escolha no mínimo questionável; mas a verdade é que só fazendo a visita poderia ter opinião.
Fim de tarde no Isoitok
Quando por fim chegámos ao Isoitok Camp Manyara, o australiano Chris Pilley – dono do hotel – já nos aguardava para um passeio a pé. Feitas as apresentações e transmitidas as regras do campo, estava feito o check-in numa luxuosa tenda que seria o nosso refúgio por uma noite. Daí a alguns minutos, estávamos já a caminhar.
Prosseguimos encosta acima em direção a um pôr-do-sol magnífico, acompanhados por um simpático maasai que trabalhava com Chris, enquanto ficámos a saber mais sobre os maasai, as plantas e os animais da região. E ainda sobre a African Roots Foundation, a plataforma de turismo sustentável criada por Chris e sua mulher para apoiar a comunidade maasai da região.
Chris é um personagem muito interessante, um amante de pássaros cujo coração a Tanzânia aprisionou. Quando, já não sei a que propósito, me preparava para lhe falar do meu trabalho como blogger de viagens, interrompeu-me com um sorridente “eu sei”. Já tinha tentado ler o Alma de Viajante.
Uma vez no topo da colina, com o sol a aproximar-se rapidamente do horizonte, Chris surpreendeu-nos com uns pedaços de cenoura e polpa de abacate. E ali ficámos por uns tempos, copo na mão, a petiscar, ouvindo o chilrear da passarada, de olhar embasbacado para as planícies pontilhadas por aldeias maasai.
Quando de novo recolhemos ao Isoitok, estava de alma cheia!
Mapa do Parque
Guia prático
Como organizar um safari no Lago Manyara
Há tantas companhias que oferecem safaris na Tanzânia que procurar em todas elas pode ser um trabalho muito difícil e demorado. Por isso mesmo, recomendo vivamente que utilize a Safari Bookings para comparar as opções e ajudar a escolher o safari ideal para aquilo que pretende.
Dito isto, o meu safari foi organizado pela Soul of Tanzania e teve a duração total de seis dias, passando pelo Lago Manyara, Serengeti e Área de Conservação Ambiental de Ngorongoro. Para todos os detalhes práticos, incluindo que empresa escolher, quando e onde ir, veja o post sobre o meu safari na Tanzânia. Pode também verificar abaixo as melhores opções para um safari que passe no Lago Manyara.
Onde dormir
Na região do Lago Manyara eu fiquei hospedado no referido Isoitok Camp Manyara, multipremiado em questões de sustentabilidade ambiental – e adorei a experiência. As tendas são muito confortáveis; a comida é boa; e todo o campo tem um ambiente muito bem cuidado. Infelizmente, não dá para reservar online nas centrais de reservas habituais.
Em alternativa, saiba que há outros excelentes hotéis na região. São disso exemplo o Burudika Manyara Lodge, o African Sunrise Lodge and Campsite e o Morona Hill Lodge. Para outras opções de alojamento utilize o link abaixo.
Pesquisar hotéis no Lago Manyara
Seguro de viagem
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A Soul of Tanzania teve a amabilidade de me proporcionar um safari de seis dias na Tanzânia a custos reduzidos. Paguei todos os voos, as taxas de acesso aos parques e as gorjetas devidas ao guia.