Cheguei a Sur vindo de Muscat, depois de visitar Quryat, de parar para tomar banho no Bimmah Sinkhole e de fazer o pequeno trekking em Wadi Shab.
A tarde ia a meio e, para além de conhecer as fábricas dos tradicionais barcos dhow, não tinha grandes planos para Sur. Mas, por algum motivo, senti-me muito bem na cidade. Deixei-me, por isso, ficar um dia extra, sem grandes planos que não sentir o pulsar da capital da região omanita de Ash Sharqiyah.
Manda a verdade dizer que Sur não tem grandes motivos de interesse, no sentido turístico da expressão.
Existe um forte e boas praias nas proximidades mas, acima de tudo, Sur é usada como base para atividades na região. Seja visitar a reserva de tartarugas de Ras al Jinz; seja conhecer Wadi Shab; e até para uns banhos em Wadi Bani Khalid (embora este wadi fique bastante mais longe, há quem o visite fazendo de Sur a sua base). Mais do que isso, é uma paragem providencial para quem segue de Muscat para os acampamentos no deserto em Sharqiya Sands.
Fora isso, há as fábricas dos barcos dhow e pouco mais.
Ao segundo dia na cidade, fui então visitar uma dessas fábricas. Conduzi até junto à principal ponte de Sur e, em vez de a atravessar, virei para um terreno que parecia albergar estaleiros navais.
À chegada, vi imediatamente os barcos dhow adiante. Perguntei a uns senhores que estavam a consertar o motor de uma pequena embarcação se podia visitar o estaleiro; um deles, mais velho, disse imediatamente que sim e ofereceu-se para me mostrar a fábrica.
Na sua companhia, caminhei junto aos esqueletos dos barcos em construção, enquanto ele me explicava que, hoje em dia a maioria dos dhow não são feitos em madeira, como antigamente, mas sim em fibra de vidro. “É mais barato e mais resistente”, justificou. Logo a seguir, reparei num homem encavalitado no casco de um dos barcos, a trabalhar. Foi quando fiquei a saber que demora apenas dois meses a completar um dhow, antes de ser enviado para o estrangeiro, nomeadamente para o Qatar.
Ainda perguntei se alguns dos barcos costumavam ir para Musandam, onde fiz um cruzeiro pelos fiordes ao largo de Khasab, mas a resposta foi negativa. “Em Khasab só usam fibra de vidro”, retorquiu.
Esta é, pois, uma arte em vias de extinção. Sur é, aliás, o único local em Omã onde ainda se produzem os barcos dhow em madeira. Falta saber até quando.
Outras fotos de Sur
Guia prático para visitar Sur
Como chegar a Sur
Existem autocarros da empresa Mwasalat que ligam a capital Muscat a Sur. A opção é barata e recomendável, mas o ideal é ter um carro alugado; só assim conseguirá parar no Bimmah Sinkhole e em Wadi Shab.
Onde ficar
Sur não é uma cidade turística, pelo que a oferta hoteleira não é muito vasta. Eu optei por um hotel central e barato chamado Sur Hotel, que tem a vantagem adicional de contar com a presença de Nasser, um omanita incrivelmente prestável e bem disposto. Não tão barato mas igualmente muito recomendado é o Al Ayjah Plaza Hotel.
Para opções de maior conforto, veja o Sur Grand Hotel e o Sur Plaza.
Seguro de viagem
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