
Uma das coisas que eu mais queria fazer durante a minha viagem ao México era precisamente conhecer e tomar banho em cenotes – muitos cenotes! -, numa missão auto-imposta de encontrar alguns dos melhores cenotes do México.
Entre eles, o cenote Suytun, por ser verdadeiramente espetacular, ao ponto de fazer parte da maioria dos roteiros de viagem na Península do Yucatán. De facto, nos últimos anos, Suytun tornou-se alvo da atenção de muitos viajantes, e acabou por se converter num dos locais mais concorridos e fotografados de toda a região.
Seja por culpa da massificação do turismo, do Instagram, da moda dos influenciadores digitais ou de tudo um pouco, a verdade é que o cenote Suytun tem algo de único e especial.

Em termos geológicos, consta tratar-se de um cenote “jovem”. Tem forma circular e é fechado por uma abóbada perfeitinha, com a particularidade desta ter uma pequena abertura na superfície que permite a penetração da luz solar. Ora, para os amantes da fotografia, é aí que a magia acontece: há uma altura do dia em que um feixe de luz bem definido incide numa plataforma de pedra construída no centro do cenote, tornando-o ainda mais fotogénico.
É lindo. É mágico. E não importa quantas fotografias do cenote Suytun o visitante já viu, ficará sempre boquiaberto. Mesmo com a plataforma submersa, como a encontrei (tenho para mim, aliás, que o cenote fica ainda mais bonito assim).
Neste artigo, partilho então a minha experiência a visitar o cenote Suytun – uma das melhores coisas a fazer em Valladolid! – por conta própria, de forma totalmente independente. Eis, pois, como visitar o cenote Suytun.
Visitar o cenote Suytun (a minha experiência)
A caminho de Valladolid, vindo da ilha Holbox, passei à entrada do complexo Suytun ao início da tarde para avaliar a quantidade de pessoas e decidir se o visitaria naquela altura ou se voltaria no dia seguinte. Estava menos movimentado do que antecipara mas, apesar de não estar lotado, achei por bem tentar voltar de manhã bem cedo. E resultou na perfeição.
Assim, no dia seguinte, depois de um belo pequeno-almoço tomado em Valladolid, conduzi até ao cenote Suytun. Felizmente, o parque de estacionamento estava sem carros, sinal de que ir cedinho tinha sido uma excelente opção: o cenote estava praticamente vazio.
Entrei no complexo, paguei o ingresso (caríssimo!), passei pelo guichet dos coletes salva-vidas e dirigi-me de imediato para o cenote Suytun propriamente dito (o complexo tem dois cenotes), percorrendo um pequeno trilho que não teria mais do que 200 metros de extensão.
Lá chegado, começou o encantamento. Mesmo não sendo a hora ideal para fotografar, encontrar um dos cenotes mais populares de todo o México sem ninguém foi verdadeiramente extraordinário! Estava com dois amigos e, durante alguns minutos, tivemos o cenote literalmente só para nós. Wow!
No topo da escadaria de acesso, dei por mim a reparar nos belíssimos tons da água, lá em baixo. Nas incríveis estalactites que brotavam da abóbada da gruta. Na plataforma que, por estar submersa, conferia ao cenote um ar mais original. De facto, não era possível caminhar na plataforma – como havia visto em centenas de imagens -, mas não creio exagerar se disser que o cenote estava ainda mais bonito assim.
Quando por fim desci, afastei-me para a lateral da plataforma e fui nadar. Daquele nível, apenas com a cabeça fora de água, o pescoço esticado e os olhos esbugalhados a absorver tamanha beleza, a experiência ganhou toda uma nova dimensão, apenas prejudicada por um grupo de turistas brasileiros um pouco barulhentos para o meu gosto.
Foi uma experiência maravilhosa!
Satisfeito, voltei a subir a escadaria, fiquei mais algum tempo a contemplar aquela visão surreal; e, antes de ir embora, fui ainda conhecer o segundo cenote do complexo, localizado a curta distância do primeiro. É igualmente interessante – e vale a pena ir ver! -, mas talvez lhe falte um pouco daquela magia que emana do cenote principal.
De regresso ao carro, voltei então para Valladolid, de alma cheia, pronto para explorar mais a fundo a cidade, para conhecer as ruínas de Ek’ Balam e, claro, para mergulhar noutros cenotes do Yucatán.
Veja também o artigo sobre o que fazer em Valladolid e um guia para visitar Chichén-Itzá, complexo arqueológico facilmente combinável com o cenote Suytun (distam 50 km um do outro).
Guia prático
Como chegar ao cenote Suytun
Não tendo carro, veja os horários dos autocarros da empresa ADO, que tem viagens frequentes e confortáveis em toda a península do Yucatán, incluindo de e para Valladolid. Uma vez na cidade, o mais prático é apanhar um táxi ou alugar uma scooter.
Dito isto, eu decidi alugar um carro em Cancún para ter maior liberdade de movimentos e poder fazer o roteiro no México que tinha idealizado. Veja no link abaixo os preços.
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Qual a melhor hora para fotografar o cenote Suytun?
Do ponto de vista fotográfico, não há dúvida que o horário ideal para visitar o cenote Suytun é por volta do meio-dia, quando a luz penetra quase na vertical e ilumina a pequena plataforma circular construída no meio do cenote. Infelizmente, toda a gente sabe disso, facto que tornou essa hora demasiado concorrida para o meu gosto.
Ou seja, se fizer questão de fotografar o cenote Suytun com o feixe de luz natural a incidir na plataforma, terá de o visitar por volta das 12:00-13:00. Naturalmente, é quando tem mais gente, pelo que decidi abdicar desse momento.
Assim, recomendo que chegue o mais cedo possível, logo na abertura do complexo (9:00), antes de chegarem os grupos de turistas e de começarem umas despropositadas performances musicais que costumam ocorrer durante a manhã na referida plataforma (pelo menos quando não está submersa), encerrando-a aos visitantes. A luz não será tão fascinante, mas poderá ter algum tempo de paz, antes do cenote se encher de gente.
Alternativamente, vá ao final da tarde.
Horário e ingressos
O cenote Suytun está aberto das 9:00 às 17:00. Os ingressos podem ser adquiridos à chegada, ou antecipadamente em www.cenotessuytun.com, e são válidos durante um ano a partir da data de compra. A entrada custou-me 130 pesos mexicanos.
Visitar o cenote Suytun em excursão
Caso prefira visitar o cenote Suytun num grupo organizado, saiba que há excursões recomendáveis com partida de Cancún ou da Riviera Maya, regra geral combinadas com uma visita a Chichén-Itzá. Tenha, no entanto, em atenção que boa parte das excursões a Chichén-Itzá opta por visitar outros cenotes, pelo que convém verificar antes de escolher a excursão.
Em concreto, o tour Cancún/Riviera Maya: Tour Chichén Itzá, Valladolid e Cenote é mais caro do que a maioria, mas vai ao cenote Suytun. Veja se é do seu agrado.
Onde ficar
Eu recomendo pernoitar no centro de Valladolid, que fica a escassos 8 km do cenote Suytun. Veja, por isso, o artigo especificamente sobre onde ficar em Valladolid, em que encontra exemplos dos melhores hotéis e pousadas da cidade.
Dito isto, eu fiquei no Hotel Casa Rico e recomendo. Não é luxuoso, mas tem uma localização imbatível, a dois passos da praça principal da cidade. Seja como for, para ver todas as alternativas de alojamento em Valladolid, pesquise diretamente no link abaixo.
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Viva Filipe. É uma pergunta cliché eu sei, mas tenho que a fazer. A questão de fazer esta viagem sozinho, principalmente a parte da condução, não te criou em nenhuma altura, uma sensação de insegurança? Tudo aquilo que ouvimos não será infundado, mas gostava de conhecer a opinião própria de quem esteve no terreno. Abraço e boas viagens
O único conselho que me deram foi não conduzir à noite, e assim fiz. Tive zero problemas.
Oi Filipe! Porque te aconselharam a não dirigir à noite? As estradas são ruins ou perigosas?
Por precaução. Segurança.