O Conjunto Arqueológico dos Dólmenes de Antequera, incluído na lista de Património UNESCO em Espanha, engloba dois monumentos naturais e três culturais. A saber: os monumentos naturais de El Torcal e da Peña de los Enamorados (a Rocha dos Apaixonados, em tradução livre), e ainda o dólmen de Menga, popularmente conhecido como Cova da Menga, o dólmen de Vieira e os tholos de El Romeral (culturais).
São dos sítios pré-históricos mais valiosos e reconhecidos de toda a Andaluzia e, não sendo possível conhecê-los a todos durante o meu roteiro na Andaluzia, optei por visitar o dólmen de Menga. Trata-se de um monumento megalítico tumular, de proporções razoáveis, cuja construção se estima ter sido concretizada algures entre 3.800 a.C. e 3.400 a.C. Numa palavra, é fascinante.
Manda a verdade dizer, no entanto, que, depois de visitar o Hipogeu de Hal Saflieni, na ilha de Malta, é difícil impressionar-me com outros túmulos megalíticos. Mas, ainda assim, o dólmen de Menga não desiludiu. Pelo contrário. Para os amantes de história e interessados na evolução civilizacional, recomendo vivamente. Vamos a isso.
A minha visita à Cova da Menga
“Evocar o passado não é apenas resgatar a memória como elemento fundamental contra o esquecimento; é também atravessar a barreira que impede rastrear as marcas e obrigar-nos a tomar consciência de um lugar privilegiado onde se acumulam os fragmentos dispersos da vida.”, in folheto informativo da Junta de Andaluzia.
Uma vez no complexo arqueológico, em Antequera, comecei por caminhar até ao pequeno dólmen de Vieira. À porta, um numeroso grupo de estudantes adolescentes ouvia, sem grande atenção, as explicações de uma das professoras.
Aproveitei para entrar antes da invasão, mas fiquei imediatamente desiludido. Era muito pequeno, sem a espetacularidade que tinha antecipado. Foi quando me apercebi de que aquele não era o dólmen principal.
Pouco depois, o grupo de estudantes invadiu o pequeno dólmen e aproveitei para sair e prosseguir até à Cova da Menga – esse sim, a principal atração entre os Dólmenes de Antequera.
Apenas duas centenas de metros separam o dólmen de Vieira da Cova da Menga; mas as diferenças entre ambos são enormes. Os megalitos da Menga têm dimensões impressionantes; a câmara central, outrora utilizada como espaço sepulcral, é bem mais ampla; e a sensação de estar ali, num local com mais de seis milénios sem ninguém (ainda que por breves momentos) foi, por si só, avassaladora.
Lá dentro, olhando em redor, é difícil imaginar como seres humanos foram capazes de carregar megalitos com várias toneladas, há quase 6.000 anos, sem a ajuda de maquinaria pesada. Não parece humanamente possível, mas ali estava Menga a provar o contrário.
Veja também o post sobre Torcal de Antequera, nas proximidades.
Dicas para visitar os Dólmenes de Antequera
Quando ir
Embora teoricamente seja possível visitar os dólmenes de Antequera em qualquer altura do ano, eu recomendo a primavera e o outono, por forma a evitar as temperaturas mais extremas da Andaluzia.
Como chegar à Cova da Menga
De carro, sem dúvida. Eu encaixei a visita ao Conjunto Arqueológico dos Dólmenes de Antequera no dia seguinte a ter feito o Caminito del Rey. E foi perfeito porque os dólmenes ficam na Carretera Málaga, a caminho de Granada, o meu destino seguinte. Veja a localização exata no Google Maps.
À chegada, dirija-se ao posto informativo junto ao parque de estacionamento. Ainda que a visita seja gratuita, é preciso pedir os bilhetes.
Onde ficar
A Cova da Menga fica na localidade de Antequera mas, sinceramente, não me parece a melhor escolha para pernoitar.
Embora possa ficar hospedado em Antequera, gostaria de partilhar a minha experiência. Na noite anterior à visita, fiquei num glamping que recomendo vivamente chamado Hidden Valley Andalucia, onde fui muito bem recebido e, não menos importante, jantei divinamente e bebi um belo tinto. Fica próximo de Alora, a sensivelmente 40km de Antequera.
Também em Alora, o Hostal Caminito del Rey é uma opção agradável e económica que vale a pena considerar caso o Hidden Valley esteja esgotado. Em ambos os casos, é importante ter carro próprio.
Como referi, passei por Antequera a meio caminho entre Alora e Granada, onde pernoitei. Se também for essa a sua opção, veja o texto onde ficar em Granada para escolher a zona da cidade que melhor se adequa ao seu perfil de viajante. Seja como for, encontra todos os melhores hotéis de Granada (para todos os gostos e orçamentos) no link abaixo.
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